iDon't Want To Marry escrita por Éwilla Nunes


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Hey galerinha :)
Decidi postar o capitulo, após um ataque subito de criatividade e me deixou super ansiosa pra ver a reação de vocês. Só pra avisar, o próximo capitulo vai ser mais curtinho, no maximo 400 palavras. Fic na reta final fellows :'(
Ah, comentem please. Sugestões para o final? Nomes para o bebe? Opiniões, opiniões, necessito delas.



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Freddie estava triste.

Um sentimento estranho que se juntava a frustração e ao desejo.

Pensara inocentemente que depois da maravilhosa noite de núpcias que tivera com Sam, ela por fim, cederia e o amaria da mesma forma que ele a amava.

Estava redondamente enganado.

Sam continuava a agir de maneira fria e indiferente. Por vezes, Sam tinha algum pesadelo no meio da noite e permitia que Freddie ultrapassasse a barreira de lençóis na cama. Freddie a embalava, cantarolando baixinho canções em espanhol que aprendera quando pequeno e alisando os cabelos loiros e encaracolados ,encarando-a nos olhos de uma azul profundo até que ela os fechasse e sua respiração se tornasse branda. E lá mesmo ela dormia, enlaçada pelos braços de seu então marido. Tudo o que Freddie desejava é que esses momentos se tornassem eternos.

Mas não eram.

No outro dia tudo voltava ao normal: Sam insultando Freddie e rejeitando todo tipo de afeto que ele pudesse oferecer, e ele continuando a insistir em fazê-la apaixonar-se por ele.

Qualquer um no lugar de Freddie teria desistido e prosseguido, derrotado, com um casamento frio sem o amor de sua esposa. Qualquer que não amasse tanto Sam como ele amava. Sua alma se completava quando ela estava por perto, mesmo com todos os insultos, apenas um sorriso que raramente ele arrancava dela, iluminava seu dia e aquecia seu coração. No fundo, Freddie reconhecia que Sam estava cega pela magoa, e tinha esperança que ela o perdoasse. Não sabia o porquê, contudo, a certeza absoluta, talvez uma das únicas que tinha na vida além da morte eminente era de que amava e amaria Sam de forma incondicional até o final de seus dias. E faria o que fosse possível para que ela retribuísse.

Seu único consolo talvez fosse Carly.

Carly tornara-se um alivio ao coração de Freddie. Uma segunda mãe, uma conselheira, a única coisa que ele e Sam verdadeiramente compartilhavam: uma melhor amiga.

Estava sozinho em sua sala de reunião, encarando o vazio, pensando em sua vida e sua frustração quando escutou a porta se abrir vagarosamente e uma cabeça morena aparecer por entre ela.

- Precisando de ajuda?- Carly perguntou numa voz doce. Queria mais do que tudo que os dois fossem felizes como ela era com Brad, por isto, decidiu atuar dos dois lados. Freddie acenou quase imperceptivelmente, e Carly adentrou a sala, sentando-se em uma poltrona verde ao lado da de Freddie. O couro escuro da cadeira de Freddie o fazia parecer imponente e poderoso como um rei devia ser, embora tudo que Carly enxergasse nesse momento fosse um garoto fragilizado pela paixão não correspondida.

- O que está acontecendo?- Carly iniciou a conversa, após observar por um longo tempo Freddie mergulhado em seu próprio mundo. Ele parecia mais velho.

- Eu a amo tanto Carly.- Freddie respondeu após alguns segundo e suspirou. – Estou sem ideias.

- Sam está cedendo Freddie – Carly não estava mentindo, conhecia a amiga a muito tempo para perceber que os sorrisos não eram apenas pela criança. Ah, Sam, por quê tão orgulhosa?

-Você acha? – Freddie questionou, com um brilho de esperança nos olhos.

-Eu não acho, eu tenho certeza. – Carly falou sorrindo – Só que ela continua magoada.

-Eu sei. E eu me odeio por isso.

-O acidente não foi por sua culpa Freddie.

- Mas se eu não tivesse corrido, ou se eu prestasse um pouco mais de atenção... eu fui tão tolo e acabei magoando a pessoa que eu mais queria feliz.

- Você fala como se você tivesse planejado isto. Poderia acontecer com qualquer um Freddie. E você deveria dar graças por estar vivo.

- Estou morto por dentro sem o amor dela.

Carly soltou um longo suspiro, sabendo que a conversa não iria a lugar nenhum. Freddie sempre tinha a mesma conversa.

- Você vai continuar tentando, e eu vou continuar fazendo minha parte e isto tudo não vai passar de uma memória triste. – Carly falou levantando-se da poltrona e olhando para Freddie, que começara a chorar. Carly nunca vira um homem chorar e se tratando de um rei, não devia ser algo muito fácil. Se coração estava compadecido. – Você deveria contar a ela sobre o que aconteceu. Eu mesma o faria se não fosse algo tão pessoal.- Carly prosseguiu antes que Freddie a interrompe-se - Ela te ama, Freddie. Mais do que você imagina. – Freddie se colocou de pé e surpreendeu Carly com um abraço apertado, mergulhando a cabeça no pescoço de Carly, entre soluços, falando algo incompreensível. Carly, ainda surpresa, envolvera a cintura de Freddie e começara a alisar suas costas, como se isto fosse aliviar a dor que ele sentia, e de tudo que ele falara ela apenas conseguira compreender apenas o final.

-... Eu vou ama-la pro resto da minha vida – falou fungando fortemente – e vou fazer com que ela me ame. – mais outra pausa e um soluço – Ah, Carly, é algo tão grande o que eu sinto por ela e machuca muito. É este o amor do qual tanto falam?

Freddie continuou lá, enquanto os soluços diminuíam, sentindo cada vez mais a angustia se esvair. Foi quando ele viu o relance de Sam. Não tivera tempo de ver seu rosto, mas reconheceria a cabeleira loira em qualquer lugar. Largou bruscamente Carly e pôs se a correr atrás dela.

“Sam!”, gritou, mas ela já estava muito longe.

Continuou a correr e viu ela entrar no estabulo. Sam conseguiu sair antes que Freddie entrasse no estabulo loucamente, e continuasse a segui-la. Segundo sua mãe, Freddie montava desde que ainda usava fraldas, então não seria um grande problema alcança-la.

Infelizmente com a chuva, Freddie apenas pode vê-la momentos antes dela adentrar a floresta.

Seu coração acelerou.

A floresta não era o lugar certo para cavalgar graças aos ramos baixos das arvores, apenas por uma trilha que não era por aquele caminho. Sam estava em perigo. Acelerou o máximo que pode e quando estava perto o suficiente para poder distinguir o vulto, gritou mais uma vez com todas as suas forças.

O cavalo dela parou, mas ela não estava mais sobre o cavalo.

Freddie saltou da sela e correu ao seu encontro, com o coração sangrando, pensando no pior. Ajoelhou-se ao lado de Sam e percebeu um grande corte com cerca de três dedos de comprimento na parte direita da testa, sangrando e sendo lavado pela chuva. Freddie já estava em prantos. Encostou a cabeça no peito de Sam e concentrou-se a ponto de ouvir as batidas fracas do coração de Sam contrastando com as batidas aceleradas do Freddie.

Ele sorriu. Ela continuava viva.

Levou a rapidamente para o castelo.

Uma, duas, três horas se passaram até que Freddie soubesse o que havia acontecido.

Sam havia batido com uma força e velocidade muito grandes em algum tipo de objeto sólido, provavelmente um galho, e desmaiado logo em seguida, caindo do cavalo. Isso lhe causara uma torção no pulso e cerca de vários machucados nos braços pela queda, porém não havia nada com o que se preocupar. Sam precisava apenas de repouso. E para completar, o doutor avisou que Freddie teve sorte duas vezes. Freddie sorriu. Claro que era por que ele e Sam sobreviveram, quando o doutor prosseguiu explicando que se Sam caísse de outro modo, ele teria chance de perder a criança. E no final, disse que a gestação estava indo muito bem, só era preciso deixa-la descansar e nada mais de cavalos.

“Perder a criança...”

“A criança...”

Criança? Grávida? Sua criança? Filho ou filha de Sam e Freddie? Sua criança?

Freddie não cabia em si de tanta felicidade. Seguindo o conselho do doutor, Freddie deixou Sam repousar embora sua cabeça explodisse em perguntas que queria fazer, foi procurar Carly. Ela estava na cozinha, de costas para um balcão, com seu habitual vestido cor de vinho. Afinal não se passaram mais de 4 horas desde a última conversa que tiveram.

- Carly!! – Carly se virou com a boca cheia de creme, e com as mãos sujas do mesmo material – A Sam – Bem - O filho - Meu - Grávida! – Freddie abraçou Carly novamente mas desta vez com o coração cheio de alegria. Carly ficou com os braços pendendo do lado do corpo, tentando engolir a quantidade enorme de creme que tinha abocanhado.

- Gai mou Dous!– Carly respondeu com dificuldade. Freddie soltou-a, confuso.

- O quê? – perguntou ainda sorrindo. Seu sonho de se tornar pai estava por fim quase realizado. Como ele se pareceria? Ele ou ela teria os olhos azuis de Sam? Ou os de Freddie? E se ela ou ele...

-Eu quis dizer “Ai meu Deus!. – Carly respondeu sorrindo, enxugando as mãos num pano qualquer.

-Você já sabia – Freddie acusou.

-Claro que sim. Eu venho dando banhos em Sam desde que ela descobriu que para lavar as costas é preciso certo esforço. E Sam é uma pessoa magra, o que diante da quantidade enorme de comida que ela ingere, é um verdadeiro mistério ela não ter engordado. Eu a vi admirando o pequeno volume na frente do espelho. Ela não precisou dizer nada.

-E você não me contou nada?

- Ela me pediu que não contasse, que ela mesmo o faria. Decidi deixar e encarei como um bom sinal. Na verdade, ela me pedira hoje, antes de ir à sala conversar com você.

Freddie continuara conversando, passando a tarde e parte da noite fazendo planos e planos, escolhendo futuros nomes quando ele sabia que Sam descordaria de qualquer nome que ele sugerisse, quando uma de suas serventes apareceu, avisando que sua esposa havia acordado e que ela estava se alimentando. Freddie mal percebera que o dia inteiro se passara. Sam dormira por quase doze horas, o que, tratando-se dela, era algo normal.

Freddie empurrou a porta devagar e adentrou o quarto. Sam estava sentada na cama, os cabelos soltos e limpos por alguma empregada, numa camisola fina que deixava aparente o pequeno volume que se formava. Freddie sorriu ao reparar. Sam retribuíra timidamente quando percebera do que se tratava.

Freddie se sentou na cama perto de Sam, e pôs a mão gentilmente em seu rosto. Sam encobriu a mão de Freddie contrastando suas mãos geladas e delicadas com as mãos firmes e fortes de Freddie e fechou os olhos. Ela abriu as grandes orbes azuis e ficaram algum tempo se encarando, quando Freddie finalmente quebrou o silêncio.

-Me perdoa.


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam de deixar comentários ;)