Castigo escrita por Kalhens


Capítulo 11
Quem pegou quem.


Notas iniciais do capítulo

Esses dias fui fazer uma entrevista para tentar entrar numa equipe da minha faculdade.
"Você tem algum sonho?"
"Escrever um livro"
"Já conseguiu?"
"Não..."
"Por quê?"
"...Tudo o que eu escrevo sai de controle..."
Eles pediram um exemplo.
Mas eu tive o bom-senso de não citar "Castigo".
Boa leitura o/



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O jantar já acabara. As crianças voltavam para seus quartos, conversando, em silêncio, sozinhas e acompanhadas.

Menos os três.

Menos os quatro.

Na sala de Roger, três estudantes da Wammy’s House aguardavam pacientemente enquanto um quarto, já formado, se punha confortável numa cadeira.

- Então. Lamento dizer que essa fosse uma situação real estariam todos mortos.

Em seu lugar, Mello não escondia o orgulho quebrado. Ao contrário, deixava transbordar por todo o seu rosto, onde um feio hematoma marcava o ponto onde levara um soco ao tentar reagir a fortes braços que se fecharam ao seu redor, logo depois de Matt ser dominado pela sombra negra que os aguardava no escritório.

Ao seu lado, estava Near, com uma expressão mais pálida e olhos mais fundos do que de costume, recém-saido da enfermaria.

Lá na ponta, estava Matt, meio tonto depois de ser jogado no chão numa cena de precisão e impacto cinematográficos. Olhava pros lados, esperando.

E, diante deles, estava L, com os pés sobre a cadeira de Roger, a grande sombra constante à qual, por vezes, se resumia Watari logo atrás.

- Se saíram exatamente como esperado, apesar de eu não ter considerado que pensariam tão rápido em envenenamento.

- Desde o começo... Essa era sua intenção?- Near perguntou, a voz alquebrada- desde o momento em que sugeriu que nós ficássemos de mãos dadas, era isso que planejava no final?

L pegou um pedaço de bolo que Watari lhe trouxe antes de responder.

- Basicamente. Era preciso um fator de pressão psicológica e externa.

- Então...- Matt cortou-se quando os olhos absurdamente negros de L lhe encararam- O Near não vai morrer?

- Não. A substância administrada era apenas para simular os efeitos de um veneno poderoso ou de uma doença qualquer. Na verdade, a vagueza de reações também era parte do desafio.

- E foi você quem soltou as informações. Nós fisgamos sua isca, e a cada vez que tentávamos averiguar o que ouvíamos, caiamos mais e mais no seu plano...

- Ah, sim. Quanto a isso, apesar de ser esperado, vocês foram meio patéticos. Mas tudo bem, o objetivo central era outro, e vocês cumpriram. Agora, preciso ir.

Levantou-se seguido por Watari, enquanto Roger retomava seu assento, no qual L estivera com os pés até agora há pouco.

- Algo a declarar?

Em comum acordo, nenhum deles soltou nem uma palavra.

Roger acenou a cabeça, e os liberou.

Mesmo já do lado de fora, ainda precisaram de algum tempo para encontrarem palavras adequadas a serem ditas.

O primeiro, foi Matt.

- Ok. Agora é oficial, o L tem SÉRIOS problemas.

- E, mesmo assim, ele nos pegou...- resmungava Mello.

- Na verdade, Mello, ele te pegou, mais especificamente.

- Que quer dizer?

Near o encarou de soslaio, pesando as palavras para que, quando lançadas, tivessem o impacto necessário.

- Você ainda não percebeu qual era o objetivo principal, Mello?

- Era só um jogo idiota, oras- bufou- ele só queria ver como nós agiríamos numa situação de risco real.

Near continuou a o encarar. Por fim, saiu sem dizer palavra.

Mas, bem, ao menos Matt tinha percebido.

Juntou-se ao amigo emburrado, rumo ao quarto.

No caminho, recolheu as palavras que Near deixara jogadas, e para as quais Mello sequer dera atenção.

Guardou uma, em especial, enquanto colocavam o quarto em ordem.

Qual, nem é preciso dizer.

- Vai sentir falta de ficar andando de mãos dadas com o Near?

- Parece tão animado. Já falou com a Linda?

Droga. Teria preferido um soco àquele ataque de realidade nua e crua na cara.

- Ah, droga, eu tenho que pegar as coisas que ficaram no quarto do Near... De onde mesmo você pegou aquela peruca?

O loiro bufou, jogando os lençóis que dobrava de qualquer jeito sobre a cama.

- Deixa que eu vou, você arruma isso ai tudo.

Matt bateu continência enquanto Mello batia a porta com força, irritado.

Pegou a roupa de cama que o outro jogara, sorrindo.

‘’Agiríamos’’. É. Essa era a palavra chave.

Ao menos, finalmente tinha acabado.

E, sinceramente, que da próxima vez ninguém deixasse o louco do L dar palpite em nada.


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Notas finais do capítulo

Nada a declarar :3