No decorrer da noite, sentia os dedos quentes de Dean acariciando meu rosto e checando minha temperatura.

 De repente algo de estranho aconteceu comigo, abri os olhos, eram quatro e meia da manha, mesmo com dificuldade sentei na cama, Dean esta cochilando em uma cadeira voltada para mim. Senti algo muito estranho começou como um calafrio, depois senti uma presença perto de mim, essa não eu já sabia o que iria acontecer, ele estava ali ao meu lado, comecei a ficar nervosa, tentava chamar por Sam ou Dean mais não conseguia, ate que finalmente ele me possuiu, foi o único momento que consegui gritar.

 O que estava acontecendo? Será que os Winchesters estão conseguindo falar com ele? Eu não sabia de nada, só que estava gritando de tanta dor, era como se espinhos estivessem entrando por todos os lugares, eu estava presa no meu subconsciente, não sabia de nada que se passava. “Eu quero sair, eu quero sair” eu gritava porem ninguém podia me ouvir, somente ele. Eu tentava voltar, tentava expulsar ele do meu corpo, lembrando-me das lembranças felizes que tinha vivido de uns tempos pra cá de como eu gostava de estar com Dean de sentir ele perto de mim, de como eu tinha me apegado a Sam, mas tudo era inútil ele era bem mais forte do que eu, a única coisa que fiz foi rezar e pedir a Deus para que aquilo não durasse por muito tempo.

 Como um choque, eu voltei ao normal, estava amarrada em uma cadeira, a mesma de Dean havia cochilado.

 - O que aconteceu? – perguntei.

 - Falamos com ele – disse Sam enquanto me desamarrava – não tem jeito ele esta querendo te levar junto com ele.

 - Não vou deixar que isso aconteça. – disse Dean, enquanto eu sentava na cama.

 - Espera ai, meu pai todas as noites escrevia em um diário, acham que pode ter alguma coisa nele?

 - Acho que sim, sabe onde esta? – perguntou Sam.

 - Sim, esta no em seu quarto Sam, umas caixas em cima do guarda-roupa.

 - Vou pega-la e já volto.

 - Como se sente linda? – perguntou Dean.

 - Por incrível que pareça estou bem, não estou com tanta dor.

 - É eu imaginava, enquanto estávamos conversando, ele disse que estava curando você por isso você só gritava no subconsciente.

 - Realmente eu senti muita dor, mas quando não estava quase conseguindo aguentar eu rezei, pedi para Deus tirar aquilo de mim e alguns segundos depois deu certo ele saiu do meu corpo.

 - Você rezou e ele saiu?

 - Acredito que sim, foi praticamente instantâneo, a Fé movi montanhas, eu me afastei um pouco de Deus, na verdade muito desde que essas coisas começaram a acontecer, mas isso não vai mais acontecer. Deus é a resposta pra tudo Dean.

 - Achei essa caixa em que estão escritas, coisas do papai. – disse Sam entrando com a enorme caixa.

 - Obviamente está ai. – disse Dean e começamos a procurar.

 Lá havia livros, algumas camisas que eu mais gostava troféu e medalhas de quando praticava natação, fotos entre outras coisas.

 - Beleza! Aqui está. – eu disse – Ele escrevia toda noite nesse diário.

 - Vamos vê-lo então. – disse Dean, sem querer bocejei – Vá dormir e descansar Sam e eu vamos analisar isso, quando você acordar já teremos uma resposta.

 - Está bem então, boa noite meus amores.

 E assim o fiz eles foram para a cama de Sam para investigar o diário enquanto eu embarcava no mundo dos sonhos. Naquela noite sonhei com meu pai, não foi bem um sonho, foi mais um aviso, ele dizia:

 - Quero que preste atenção, eu sei como podem acabar com essa coisa que vem te atormentando; peça para seus amigos pegarem uma arma com grande potencia, depois faça um feitiço de ligação com as balas da arma, o sangue de Sam e um pouco de água benta. Na hora certa eu estarei ao seu lado, e a ajudarei a matar essa coisa.

 - Que feitiço é esse? Porque sangue do Sam? Quando isso vai acontecer?

 - Tudo vai acontecer no momento certo não se preocupe, mas por enquanto para evitar que esse demônio de apodere de você, dentro daquela caixa tem um crucifixo, este tem um compartimento, vá ate a igreja e coloque água benta e use-o, ficara protegida ate o dia em que tudo acabar.

 - Pai eu estou com medo, assustada. – e como num passe de magica, consegui abraça-lo, eu podia senti-lo.

 - Não fique assim meu amor, eu te amo tudo vai dar certo eu prometo.

 E lá se foi ele, eu acordei assustada ofegante tinha que contar a ele o que havia sonhado. Quando olhei para a cama ao lado, os dois estavam dormindo um sobre o outro com livros, computador e o diário do papai de baixo deles, tentei tirar aquelas coisas com o máximo de cuidado para não acorda-los, por fim cobri os dois, olhei no relógio eram oito horas da amanha, lembrei-me do sonho que tive, eu precisava de agua benta. Vasculhei a coisa e achei uma caixa com um lacinho vermelho abri a caixa e lá estava o crucifixo embaixo dele havia um bilhetinho dizendo “para minha princesinha” obviamente era pra mim, deixei-a em cima da cama junto com a roupa que escolhi para ir ate a igreja, tomei banho não estava com muito tempo para secar e passar chapinha no cabelo, então resolvi deixar meus cachos respirarem um pouco, troquei de roupa e fui ate a igreja.