Estou deitada na cama e estou amarrada, alguém está do meu lado quando consigo ver com clareza é ele... Michel só de cueca, me debato tento gritar enquanto ele esta se divertindo e me falando coisas obscenas, pisco uma vez e tudo acontece muito rápido, alguém está lutando com ele deixando-o inconsciente. Mas só consigo ver meu herói quando se aproximou de mim, libertando meus braços e tirando a fita de minha boca... Dean...

Quando acordo estou ofegante e sentada na cama, o relógio marca meio dia e não a ninguém a meu lado. Que sonho foi esse? Lá embaixo ouço Dean e Castiel discutindo, de novo... Levanto rapidamente, tomo um banho, troco e roupa, mas onde está minha pulseira? Reviso o quarto procurando, mas nada talvez Dean tenha pegado finalmente desço.

– Boa tarde bela adormecida.– diz Sammy sorrindo, nossa que lindo.

E percebo que Dean não gostou nada.

– Boa tarde Sammy. – retribuo o sorriso. – Boa tarde amor. – digo a Dean dando-lhe um beijo rápido.

– Como se sente? – pergunta olhando fixamente para os pratos na pia.

– Muito bem.

– Ah é? – finalmente me olha, desconfiado. – Hm.

Droga! Com certeza pensou besteira achou que minha resposta tem haver com Sammy. “Muito bem” eu tinha realmente que dizer isso?

– Olá Nina. – falou Castiel atrás de mim.– Precisamos conversar.

– Claro.

Enquanto eu tomava meu café da manhã, Castiel começou a me contar o que havia acontecido, como Dean havia implorado aos céus para que eu voltasse e todo aquela historia que eu já sabia, também falou de minha ligação com meu cunhado e foi bem claro.

– Não importa o que você faça no final vocês vão ficar juntos.

Fechei a cara e olhei para Dean que olhava para suas mãos entrelaçadas sua expressão era um misto de raiva e dor. Sammy colocou as mãos no cabelo e balançava a cabeça na negativa, essa nossa ligação veio porque eu o ajudei a se livrar de uma maldição dando meu sangue a ele. Também soube de minha missão, treinar incansavelmente para derrotar demônios e principalmente meu pai-demônio.

– E como eu vou derrotar ele?

– Não posso dizer... Não agora.

– Porque não?

– Não tenho permissão, você ainda não é forte o bastante para guardar esse tipo de segredo, se os demônios te pegarem com certeza eles vão fazer de tudo para arrancar esse segredo.

– Como eles farão?

– Tortura de todos os jeitos, torturando você, quem você ama, tortura física e psicologia...

– Tá bom, tá bom... Certo então. – levantei as mãos para o auto e peguei mais uma torrada.

– Nossa! Vocês humanos... Comem iguais a nômades.

– Cara eu estou com fome, me da um desconto acabei de voltar.

– Eu levei um lanche para você ontem se não tivesse dormido, hoje não estaria com tanta fome. – falou Dean com mau-humor, simplesmente levantou e pegou as chaves do carro.

– Dean... – chamei.

– Vou dar uma volta. – e saiu. Respirei fundo.

– Nina eu sinto muito as minhas intenções são as melhores possíveis, eu sei que você ama meu irmão e sabe que eu fico muito feliz com isso. – falou Sammy.

– Você fala isso agora. – disse Castiel com uma pitada de humor na voz. Simplesmente ignorei.

– O que aconteceu ontem? – indaguei a Sammy.

– Ele me acordou, a gente discutiu... – respirou fundo. – Tenho certeza de que a cabeça dele está prestes a explodir com tantas duvidas...

– Ele tem que entender que o destino de vocês dois estão ligados. De um jeito ou de outro... vocês vão ficar juntos. – falou Castiel e na mesma hora perdi o apetite.

– Chega! – gritei batendo as mãos na mesa. – Se você se deu ao trabalho de descer até aqui para infernizar minha vida e de meu namorado, pode batendo suas asas para longe já temos problemas de mais e eu sinto muito, mas sua torcida é em vão Cass pelo menos nessa vida eu garanto. Sinceramente Cass eu amo muito Dean e pelo Sammy só sinto amizade, amor de amigo só isso. Nós dois vamos ter que unir forças para derrotar Lúcifer? Vamos então. Vamos ter que treinar juntos e passar por todo tipo de aprovação juntos? Vamos então, mas meu coração é do Dean e ninguém vai tirar isso dele, ninguém!

Levantei da mesa disposta a ir atrás de Dean e bati a porta quando sai.

– Ela te chamou de Cass? – consegui ouvir Sammy perguntar.

– Chamou?

Realmente chamei, mas por quê? Cass é uma coisa bem intima como sei que esse é o apelido dele? Enfim tenho coisas mais importantes para me preocupar. Eu não sabia onde Dean estava, mas como meus sentidos estavam bem aguçados esperava encontra-lo de alguma forma.

Concentrei-me um pouco e até que não foi tão difícil ouvir o ronco do motor do Impala e sai atrás do som andando rápido. Certo eu até que gostei de dormir com Sammy, mas isso não muda o fato de eu amar Dean incondicionalmente, ao mesmo tempo em que ele é durão e fingi não se importar, ele é meigo e sensível e eu o amo por todas as suas qualidades e defeitos e sei que ele também me ama da mesma forma e me aceita também, pois um de meus medos era que ele não me quisesse já que meu sangue é maldito.

Estamos juntos há quase cinco meses e para falar verdade não sei muito sobre ele, sobre seu passado, quantas namoradas teve, como foi sua infância, onde estão seus pais, quantos monstros já matou, se ele gostaria de ter outra profissão caso não fosse caçador... Nesses quase cinco meses nunca paramos para lembrar que no dia vinte e sete fazemos meses de namoro, tudo sempre gira em torno de meu sangue maldito, de poderes psíquicos, de matar Lúcifer e outras coisas sobrenaturais e de tentar proteger quem eu amo. Pensar nisso me deixa triste e também me da muita raiva, sinto uma necessidade imensa de correr como se isso fosse me ajudar a me livrar de meus problemas.

Quando me dou conta estou em uma floresta, o barulho dos carros já não esta tão forte, mas o cheiro de Dean sim. Ando mais um pouco e o vejo sentado em uma pedra olhando para o horizonte cinza perdido em seus pensamentos. Ando até ele.

– Como me achou? – perguntou com os olhos arregalados quando sentei ao seu lado.

– Digamos que voltei diferente, minha força, visão, te achei pelo seu cheiro.

Ele força um sorriso.

– E o cheiro é bom?

– É o melhor que já senti. – sussurrei.

– Você disse que voltou diferente. – assenti. – E os sentimentos por mim, estão diferentes também?

– É claro que não e é exatamente por esse motivo que vim atrás de você, esse lance de ligação com Sam, isso não tem nada haver eu te amo!

Ele levantou e eu também.

– Ontem à noite quando voltei para o quarto você estava dormindo nos braços dele, como você acha que me senti?

– Se sentiu péssimo eu sei, por favor, me desculpe... eu estava com frio e ele se ofereceu para ficar um pouco comigo... eu... – gaguejo.

Nesse instante ele esta de costas para mim, posso ouvir sua respiração acelerada e o coração também, vejo como esta contraindo o corpo e ouço um gemido baixo de dor. Isso corta meu coração.

– Eu te amo Dean, desde a primeira vez em que vi você no restaurante onde trabalho, a primeira vez que você me abraçou e disse que iria ficar tudo bem, a forma como você me ajudou a me livrar daquele demônio que me possuía... nossa primeira vez... De...

Lágrimas correm pelo meu rosto e me falta voz para continuar, o que preciso fazer para ele acreditar que eu o amo? Bruscamente ele se vira, me jogando contra uma árvore, dói um pouco mais nada comparado à dor que sinto em meu coração, e me beija ferozmente segurando meu rosto bem forte com as duas mãos enquanto eu seguro sua cintura e o puxo para mais perto. Um beijo repleto de amor e sinceridade, mas também de dor e lágrimas.

– Só não me deixe, por favor. – sussurra com os lábios junto aos meus.

– Nunca! Eu sei que vacilei, mas isso não vai mais acontecer sei que o fato de eu ter estado confusa ontem e com frio não justifica, mas acredite em mim eu não sinto nada mais pelo Sam além de amizade...

– Tudo bem, anjo, tudo bem eu acredito em você. Eu te amo tanto não quero perdê-la. Estava morto por dentro até que você chegou, você encheu minha vida de felicidade deu um sentido a ela...

– Ah Dean... Minha vida se encheu de felicidade desde a primeira vez que eu te vi você me deu esperança me trouxe paz, me libertou de meus demônios do passado... eu não vou te deixar e também não quero que me deixe...

E continuamos ali nos beijando, nossa ele está extremamente lindo barba feita, calças jeans escuras, uma camisa de frio cinza um pouco apertada no corpo, delicioso. Depois ficamos curtindo um pouco da paz do local que era lindo e seria mais ainda se houvesse sol. Acho que ficamos horas ali o que foi muito bom, conversamos, fizemos juras de amor, curtimos um ao outro e prometemos a nos mesmos voltar naquele lugar novamente.

– Você pegou minha pulseira?

– Sim, ela estava um pouco suja decidir limpar. – tirou-a do bolso, estava brilhando mais do que nunca, e colocou em meu pulso.- Pronto, onde deve estar e nunca sair.

Beijou minha mãe e eu me derreti por dentro, como pode ser tão perfeito?

– Você dormiu comigo ontem... depois que discutiu com Sammy?

– Ah... eu... não, não dormi. Nem com você nem com ninguém, fiquei acordado a noite toda até que Castiel veio e usou seu abracadabra para que eu dormisse.

Assenti. Decidi ignorar isso e dar o assunto por encerrado.

– A pulseira está ótima.

Mas como tudo que é bom dura pouco estava na hora de ir embora. Dean como um bom Motorista Sexy de Impala Reluzente abriu a porta do carro para mim e antes que eu entrasse nos beijamos demoradamente e durante todo caminho fiquei admirando aquela beleza de homem ao som de uma musica muito boa.

– Quem está cantando? – perguntei.

– Lynyrd Skynyrd, Simple Man.

Sorriu para mim daquele jeito “derrete coração” e aumentou o volume.

– O que foi?

– Você é lindo.

– Ah, assim eu fico tímido.

Rimos...