A vida de Blaine não foi exatamente como ele planejava. Mas quem diria que uma certa latina apareceria em sua vida, não é mesmo?

O que Blaine queria era simples: Ir para New York, entrar na NYADA e aproveitar a vida fazendo o que mais gostava, cantar, atuar e dançar.

Mas aí Santana Lopez aconteceu.

Mas vamos voltar um pouco, antes de Blaine ser o que é agora. Vamos falar de quando ele chegou em Detroit.

Blaine não era feliz lá. Pelo menos não como era em Lima. É claro que ele tinha amigos, mas nenhum deles eram como Kurt e Santana. Cooper percebia isso, mas não podia dizer nada, não ajudaria nada de qualquer forma. Rose também percebia, mas ela sempre era positiva e dizia que tudo ia melhorar. O pai era o único que não percebia nada.

Quando Cooper se formou, foi uma choradeira vinda da mãe, orgulho do pai e um pouco de tristeza de Blaine. É claro que estava muito feliz e orgulhoso do irmão, mas a formatura significava que a mudança dele estava próxima. E então seria apenas Blaine, Rose e Peter.

No mês seguinte da formatura, Cooper já estava de malas prontas e família já estava no aeroporto. Cooper deu seu último adeus, prometendo que iria visitá-los sempre, porém disse aquilo mais para Blaine. O mais novo não queria que Cooper fosse embora, e o abraçou forte antes de deixá-lo ir.

Da janela do aeroporto, viram o avião decolar e partir em direção à Los Angeles.

E então, eram somente Blaine, Rose e Peter.

Cooper voltou para Detroit algumas vezes, mas não muitas pois o voo não era exatamente barato. Voltou para o Natal, para o aniversário de Blaine e de Rose (deu a desculpa que estava muito ocupado com a faculdade e o trabalho em Los Angeles no aniversário do pai, que não deu a mínima pelo filho não estar presente), e para a formatura de Blaine.

A única coisa que Blaine não entendia muito bem era porque sempre que falava sobre ir visitar Kurt ou Santana ou qualquer um que estivesse em Lima, seu pai dizia que não iriam e ponto final. Mas nunca discutiu com os pais sobre isso.

Outra coisa importante. É claro que Blaine já teve namorados. E uma namorada. Teve uma péssima experiência com a namorada e decidiu que não as achava nem um pouco atraentes. Quer dizer, sim, claro, eram lindas, porém não era o que ele queria. E com os namorados também não teve a mesma sorte.

Quando Blaine se formou, ele já sabia o que queria. Iria para NYADA, em New York. E foi o que ele fez, menos a parte de entrar na NYADA.

Estava em New York tomando um café quando olhou para o lado e viu uma certa latina com um vestido um tanto curto. Estava de costas, então não conseguiu ver seu rosto. Mas até que ela se virou, e estava com uma expressão emburrada. Olhou para a cafeteria que Blaine estava e parou o olhar nele. Ela estreitou o olhar por um momento até que arregalou os olhos e entrou na loja correndo.

- Blaine? Blaine Anderson? – Ela perguntou com uma pista de um sorriso nela.

- Sim... – disse Blaine, confuso. Quem era ela? – E você é...? Espera, Santana?! – Completou, surpreso. Aquela era mesmo Santana?

- Isso! Meu Deus, Blaine! Eu achei que nunca mais ia te ver! – Ela disse colocando as sacolas de compras no chão e correu para abraçar o amigo de infância.

Depois disso, conversaram um pouco, e sempre se viam.

Com o passar do tempo, Santana convenceu Blaine a ir até uma empresa de modelos com ela para ela tentar ser modelo. Ele não tinha nenhuma intenção de ser um modelo, mas Santana resolveu dizer à secretária que Blaine estava lá para o teste também.

Ele não queria deixar a NYADA de lado, mas realmente gostou da ideia de ser modelo.

Quando foi aceito, Santana e Blaine passaram a morar juntos. Os dois concordaram que seria melhor dividirem as contas, e não seria de muito trabalho, afinal os dois tinham o mesmo emprego.

Enfim. Encurtando a história, lá estava Blaine em um carro, indo para seu primeiro ensaio fotográfico depois de um tempo aprendendo como ser um modelo. A empresa que fazia parte, Pierce Models, havia gostado muito de Blaine. E agora estava indo para Fabrummel Photos, no carro da Pierce Models.

Estava ansioso. Era uma empresa muito bem falada e conhecida. Não conhecia nenhum dos fotógrafos, mas tinha certeza de que eram ótimos.

Chegando lá, uma moça chegou e se apresentou. Seu nome era Samantha. Ela o conduziu até uma sala com câmeras, e deduziu que seria ali onde tiraria as fotos.

- Certo, aqui é onde as fotos vão ser tiradas. Mais tarde, se sentir fome ou quiser beber alguma coisa, temos uma lanchonete aqui no andar de baixo. Sua fotógrafa era para ser Tiffany Smith, mas ela teve uma emergência. Seu novo fotógrafo vai chegar daqui a pouco, o nome dele é Kurt Hummel. Fique à vontade, ele já chega. – Disse rapidamente e foi embora.

Ela falou tudo tão rápido que Blaine ficou meio perdido, mas assim que escutou “Kurt Hummel”, arregalou os olhos ligeiramente e imaginou se fosse o mesmo Kurt.

Mas é claro que não seria.

Ele nunca teria se transformado num fotógrafo profissional, ele vivia dizendo que seria cantor ou trabalharia com moda.

Certo?

Não teve muito tempo para pensar nisso, pois outra mulher o chamou para colocar o figurino do photoshoot. Era um terno preto muito bonito. Não fazia ideia sobre o que seria o ensaio, diriam na hora, mas gostou muito do terno. Colocou a roupa e esperou.

Enquanto esperava, olhou o pessoal da iluminação trabalhar. De repente escutou o barulho de alguns passos e se virou para ver quem havia entrado. Provavelmente era o fotógrafo, Kurt. Ele o olhou e viu que tinha o cabelo castanho e roupas muito bonitas. Percebeu também que ele era mais alto. Sorriu imaginando que loucura seria se aquele realmente fosse o garoto que conheceu na escola.

Ainda de costas para Blaine, escutou ele falar:

- Bom dia, senhor Anderson. Pode ficar à vontade, quando começarmos eu digo onde você precisa ficar.

Blaine percebeu que ele tinha a voz fina.

- Tudo bem. – Ele respondeu.

Continuou observando o fotógrafo trabalhar em sua câmera, até que ele se virou e olhou para ele rapidamente e voltou para a câmera. Blaine estava perto o suficiente para ver seu rosto.

E foi aí que ele congelou.

Reconheceria aqueles olhos em qualquer lugar.

O mais alto pareceu perceber a mesma coisa e olhou para Blaine novamente, dessa vez com mais cuidado.

Blaine chegou mais perto e viu que o outro estava abrindo e fechando a boca, como se procurasse palavras para dizer. Blaine não aguentou mais esperar, e disse em um sussurro:

- Kurt?