The Best Of Both Worlds escrita por Carol Howard Stark, Liran Rabbit


Capítulo 5
Máquina maluca




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Elena

 

Deixava a janela do carro aberta e observava o cenário borrado que passava, meus cabelos se soltaram com o vento e não me importei com isso, sentia como se eu voltasse a infância.

— 'Tá abelhinha, pode tirar a cara da janela que eu preciso do retrovisor disponível – Elena mandou, puxando-me levemente pela camisa.

— Quantas vezes eu já pedi para não me chamar de abelhinha? – Resmunguei e fechei a janela, ouvindo uma risada de Carmen – Não tem um pingo de graça...

— Foi o papai que lhe deu esse apelido, não tem como eu não chama-la assim – Comentou, rindo fracamente e parando ao notar o que tinha falado – Desculpe, não tive a intenção...

Suspirei e vi que ela mantinha o foco na estrada, logo chegaríamos em casa e ela me mostraria a máquina nova dela e de tio James. O problema dessa máquina é que as anteriores não foram as melhores já criadas por tio James, principalmente por Carmen, da qual não tem nem capacidade para deixar com que um cabo pegue fogo. Que ela não saiba que eu pensei isso...

Estacionando o carro, sai e antes de chegar até a porta, nosso tio surgiu com o cabelo cheio de fuligem e um sorriso idiota no rosto. Só deixando registrado aqui, ele é louco, mas se até tia Alana gosta dele e o mesmo é bondoso com a gente, esse fator não é ruim, só estranho.

— Não sei quem é o homem que lhe ajuda naquele curso no observatório, mas é um gênio como você, minha filha! – Gritou para Carmen e a mesma riu sem graça – O que você fez com o seu cabelo? Ele estava longo quando saiu daqui...

— Eu cortei? – Falou rolando o olhar – Elena comentou o mesmo, James. Vamos? Quero mostrar a máquina para Elena.

— Ela faz muito barulho? – Perguntei, entrando em casa e deixando a mochila em um canto qualquer.

— Isso só vai acontecer se tio James não a tiver calibrado direito – Argumentou, Carmen – E era isso que o senhor estava fazendo, não é? – Conseguia ouvi-la, entrando na cozinha e vendo que tinha Alana segurava uma risada – Não acredito! Você fez o que?

— E voltamos a rotina normal... – Tia Alana parou de rir, olhando meu estado – Vá arrumar suas coisas, sim? Vou deixar as coisas para você mesma preparar seu lanche.

— O.k! – Falei e roubei uma maçã da mesa, saindo da cozinha e indo até o meu quarto.

A gritaria e discussão de tio James e Carmen continuava e eu ri, os dois eram impossíveis. Organizei minhas coisas peguei uma muda de roupas para tomar banho e terminando o mesmo e vestindo-me, liguei a televisão do quarto e deixei no canal de noticias enquanto secava meu cabelo.

Passava algo sobre dois irmãos gémeos terem descoberto algo que revolucionaria toda a física, mas como a mídia adora encher a cabeça dos leigos, qualquer coisa incrível vai revolucionar o mundo. Eram os irmãos Lutece, se tio James estivesse vendo aquilo, soltaria sua raiva e frustração naquilo.

Antes foi o mesmo com os nanites, mas como tudo é possível, não questiono mais as leis da física com tudo que pode ocorrer.

Desliguei a televisão e sai do meu quarto, pulando os degraus da escada e indo até o porão, abrindo a porta e ouvindo lá de baixo o som de algo quebrando, um pedaço de vidro talvez. Ignorei e voltei a andar pelos degraus, notando que haviam duas pilastras de metal separadas de lado, mas com o seu meio separado também, no chão, uma pequena plataforma redonda de metal tinha marcas de arranhões e leves marcas de algo que as tinha queimado.

— Olá querida sobrinha! Olhe só o que realmente é o avanço da historia, não como aqueles Luteces idiotas! – Tio James falou, saindo de trás de algumas caixas e tropeçando nas mesmas.

— Você não tem o direito de reclamar dos Lutece quando não calibrou nem a fusão de protons! – Carmen falou, limpando a cara suja de gracha – O que? Tem algo na minha cara? – Indagou e eu acabei rindo.

— Vocês dois são uma piada. Dois nerds, para ser exato – Falei enquanto ria, vendo Carmen sujar meu cabelo e se afastar quando tentei dar um soco no seu braço – Jogo sujo, irmã.

— Literalmente – Rebateu – Então vamos ver se essa belezinha funciona... – Murmurou ansiosa e puxei uma cadeira para outro canto, afastada do show de nerdice de Carmen – Tio, não seria melhor deixarmos a entrada compactada num manuseio menor?

— Tipo algo potátil?

— É... Não quero explodir nada aqui no porão... – Falou próxima a uma alavanca.

— Pergunta idiota aqui! – Chamei a atenção de ambos – Vocês tem autorização para fazer algo assim?

Era meio assustador o fato de que nenhum policial tinha batido na porta de casa até hoje ou que ninguém da SWAT ou CIA tivesse quebrado as janelas ou arrombado a porta, até mesmo a providência deixou tio James fora dos seus sistemas e o que ele fazia, o que acaba agravando minha preocupação.

— Não precisamos de autorização alguma, vivemos num país livre – Tio James resmungou e pegou uma caixa de metal – Elena, pegue papel aluminio na cozinha e Carmem, traga o grande botão vermelho – Falava enquanto subia as escadas.

Encarei Carmen, confusa e ela deu se ombros, pegando o que foi mandado e eu fiz o mesmo, subindo as escadas e pegando o papel aluminio dentro do armário, ouvindo até o questionamento de tia Alana e falando “James”, dando a entender o que era.

Uma coisa favorável em ter uma casa enorme como aquela e assustadora era o tamanho do terreno por trás da mesma, parecendo um jardim um pouco cuidado e agradável, sem atrair olhares estranhos e tortos dos vizinhos.

Pelo céu alaranjado, a noite logo cairia e arrumando as bugigangas que minha irmã e James tinham trazido, fiquei segurando o que foi pedido até se darem conta de que o mesmo faltava.

Minha barriga roncava depois dos contáveis minutos que eles arrumavam aquilo e quando eu pensei que iria dormir no meio do gramado, a voz de Carmen gritou de felicidade, me chamando.

— Funciona? FUNCIONA! – Tio James gritou e eu levantei com uma ajudinha de Carmen, notando uma rachadura em vertical com uma imagem em preto e branco – Chupa providência!

— Isso vai explodir? – Perguntei e recebi como resposta um abraço de urso de James – Espero que isso seja um sim... – Murmurei e no instante seguinte a rachadura sumiu, sendo que o que a mantinha ligada se desligou.

— Não! Droga! Estávamos quase lá... – Carmen choramingou, dando um gritinho de raiva – O que deu errado? – Perguntou.

— Talvez seja o fato de não termos mais nanites – Esbravejou, James que chutou a caixa de metal e pulou resmungando num pé só a dor de tê-lo feito.

— Já falamos disso... Só existe uma pessoa com nanites no planeta – Carmen falou, virando-se para mim e me encarando séria – Esse alguém é o perigo em potêncial que Elena conheceu na escola.

— Ele estuda na mesma escola que nossa pequena Elena? O que o diretor tem na cabecinha dele? – James indagou, sério – Elena? Quando iria contar isso para mim?

— Eu não sei... Pensei que não interessasse para você – Falei nervosa.

— Esse pirralho é uma bomba relógio, e sim, você deveria ter me contado já que até sua irmã sabe.

— Ele é legal – Argumentei.

— Eu também sou legal e olhe como estou – Sorriu amargo – Sou um homem louco... Venha, vamos entrar... – Falou fracamente, seguindo caminho para a porta dos fundos.

— Mas e as coisas da máquina? – Carmen perguntou.

— Deixe-as ai. Não vão fazer nada já que não funcionam.


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