Eu Ainda Amo Você escrita por FreddieMcCurdy


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Ois! Então, sei que tô com algumas fics aí, mas quis postar essa one-shot aqui porque tava pronta e eu amo. Então, espero que gostem! Tá meio longa, podem dividir se quiserem :)



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O barulho da porta do elevador se abrindo me fez abrir os olhos, e os arregalar quando vi um nerd de smoking e camisa preta, prestes a bater na porta da Carly, mas que se virou quando me viu e sorriu.

-Tá chique, hein nerd? – falei, depois caminhei e abri a porta antes dele. Pude sentir uma respiração meio ofegante no meu ombro.

-E você está molhada. – uma voz meio rouca e grossa soou atrás de mim, como se ele estivesse dormindo.

-A Carls ainda não tá pronta, vai ter que esperar lá fora.

-Sério? Já passou dessa época, né?

Eu me virei, e o sorriso dele ainda estava lá.

-Fica aí fora. A gente desce depois.

Freddie umideceu os lábios, passando a língua neles, depois deu meia volta e a fechou.

Suspirei. Por que causa, motivo, razão ou circunstância ele tinha que ser tão... gostoso, meu Deus?

Mas tanto faz. Subi os degraus das escadas de dois em dois, depois ouvi uma cantoria vinda do quarto da Carly. Assim que abri a porta, uma morena rodopiando de calcinha e sutiã com um vestido preto estava lá, no meio do tapete.

-Oi, Carls.

Ela meio que se assustou, e olhou para mim cobrindo seu corpo, mas assim que me viu voltou ao seu olhar calmo e brincalhão, e a rodar feito idiota.

-Ah, oi Sam... Minha vida é tão perfeita... – ela se atirou na cama, dando um gritinho irritante.

-Ah, e por que? – falei, me sentando ao seu lado.

Carly deu risada, depois se sentou, me encarando bem de perto.

-Porque é. Preciso de contar uma coisa.

-O que? – o desânimo era perfeitamente aparente na minha voz. Mas parece que ela não percebeu isso. Depois de um suspiro, fez um túnel com as mãos e encostou a cabeça perto da minha orelha, apesar de nós estarmos sozinhas na casa.

Um sussurro entrou pelos meus ouvidos. “Aconteceu com o Dave.”

Aconteceu:  verbo transitivo vago e direto. Aconteceu o quê, meu pai? Carly me encarou com uma risada entre os dentes, depois soltou um grito agudo que poderia ter me ensurdecido.

-Ah, Sam, foi... foi... Mágico! Foi perfeito! Como nos meus sonhos! Nós dois, deitados um do lado do outro.. Num luar perfeito na praia de Beverly Hills... Ele tocou meu rosto – enquanto falava, reproduzia os gestos. – Depois me deu um beijo singelo... Depois segurou no meu pescoço, e nossas roupas foram sendo tiradas, e quando eu percebi, ele estava com seu... – Carly olhou para baixo, vermelha. – dentro de mim! A melhor sensação do mundo!

Era só  o que me faltava. Uma garota que tem vergonha de dizer as palavras “sexo” e “pinto, pau, pênis, bolas, masculinidade, órgão, membro”, ou até mesmo “piu piu” teve sua primeira transa antes de mim!

Não tive muita reação. Eu apenas sorri de um jeito super falso enquanto ela me arrastava para a pista de dança. Meus pés se moviam sozinhos, eu não conseguia acreditar.

Já tinha sido uma vergonha para mim saber que ela tinha menstruado bem no dia do aniversário dos doze anos, quanto eu só vi uma gotinha de sangue (sangue marrom, feio e gosmento) três ou dois meses antes de eu fazer 15. Uma vergonha! Sei que todo mundo fala para não se preocupar com isso, que um dia chega, que cada um é cada um, mas ela não é digna de ter sua primeira vez antes que eu!

Assim que ela me soltou, segurou seus dois seios por dentro do sutiã branco de rendas vermelhas, e me encarou.

-Dave disse que eles são bem maiores do que ele achou que eram. Tem homem mais perfeito? – Carly continuou sorrindo, e suspirou, depos de desfilar olhando para o espelho.

-É.. Parabéns, amiga.

-Ah, obrigada, Sam! Foi mágico... Pena que hoje ele não poderá ir ao baile comigo, senão tenho certeza que ia rolar de novo. Mas sem problema. O Freddie vai ao baile comigo, e isso é bom.

Uma ânsia de vômito atingiu meu estômago e quase saiu pela boca.

-Ele já sabe que...?

-Já. Eu pedi ajuda a ele. Pedi umas dicas de como fazer, já que ele tem experiência. – ela disse, como se fosse óbvio.

-Quer dizer que...?

Balancei a cabeça em forma de negação. O Freddie não era mais virgem? E faz tempo?

-Você não sabia disso? – ela me perguntou, enquanto eu sentava na cama. É, Samantha Atrasada Puckett, você definitivamente está sobrando nesse grupo.

Sei que passo essa mensagem que não ligo pra nada, mas a verdade é que, depois do Freddie ter namorado comigo ano passado, não fiquei com nenhum garoto. Era praticamente impossível para mim ele ter seguido em frente. Mas pelo jeito eu estive errada esse tempo todo. Não faz sentido pra mim.

Abaixei a touca molhada, e baguncei um pouco meus cabelos.

-Tá, mas... deixa pra lá. Afinal, você me chamou aqui para escolher o vestido de hoje à noite, não é mesmo?

Minha voz já tinha mudado de timbre. Meio trêmula, como se eu fosse chorar. Mas aquele choro empacou na garganta. Você não vai chorar, Sam. Forte, fique forte.

-É, é sim. Quero dançar muuuuuuuuuuito, hoje! – Carly gargalhou, e me deu os dois vestidos. – Qual você prefere, o vermelho ou o preto? Me diz qual que dá mais cara de mulher, que não sou mais virgem e tal.

Quer dizer qual te dá mais cara de vagabunda?

-Mas você e o Dave não estão namorando?

-Claro que não! Somos ficantes, só. Pra mim, nós estávamos numa relação perfeita. Namorado e namorada. Mas decidi abrir essa relação. Não tá com nada você ficar presa a um cara só. Hoje a noite promete. Esperei tanto por hoje, o dia da minha formatura. E com o Freddie me acompanhando, vai ser mais incrível ainda. Mas me fala, qual é perfeito pra mim?

-O preto. – disse o primeiro que me veio à cabeça. – Tem mais glamour e fabulosidade.

-Ah, é o que eu escolheria também, amiga! Obrigada! Ah, essa vai ser a minha noite... Todos esperando por mim naquele baile incrível. Todos querendo a mim!  – Carls depositou um beijo em minha bochecha, depois pegou o vestido da minha mão e foi se vestindo, cantando uma música qualquer da Nicki Minaj. Eu fixei meu olhar no chão.

-E aí? Tô bonita? – ouvi, depois de alguns minutos. – Quero que tudo saia perfeito. Como se fosse o dia do meu casamento.

Carly estava completamente perfeita. As curvas da cintura, as coxas claras de fora, os seios realçados por causa do decote. E o cabelo se movendo por causa da brisa do apartamento. Suas mechas meio californianas alongavam seu rosto. E o sapato era divino. A maquiagem, nem se fala.

Totalmente perfeita, como se fosse uma princesa.

-Você tá linda. – foi o máximo que consegui dizer. Ela ergueu as sombrancelhas, se olhou no spelho, e sorriu. Pelo jeito, aprovou o visual.

Voltou a desfilar pelo quarto, enquanto planejava coisas sobre a noite. Não ouvi uma palavra. Apenas saí do quarto e desci as escadas, dessa vez de três em três degraus. Preciso de comida.

Ando até a geladeira, sentindo que meus pés poderiam virar e me derrubar no chão a qualquer instante, mas não parei. Coloco os potes de arroz doce em cima da pia, junto com o pão, goiabada, presunto, queijo, bolo de chocolate, glacê, chantilly, um bombom branco, um pouco de strogonoff, catchup, mostarda e ,por último, uma pizza da semana passada.

Aquilo tudo ocupou praticamente a pia inteira, só sobrou espaço para o bacon, que era o que eu queria comer. Mas não consegui mover minha mão para a geladeira. As pernas trombaram, me fazendo cair no chão, meio sentada.

A cabeça desmoronou, batendo no meu joelho. Mas nenhuma lágrima rolou pelo meu rosto.

Por que sou sempre a última? Por que ninguém nunca me quis? Por que sou sempre aquela estranha, agressiva, chata, ignorante que ninguém gosta?

Por que minha melhor amiga tem um par perfeito para o baile e eu não? Por que ela é tão bonita, e eu não? Por que as pernas dela são finas, e os seios levantados? O cabelo preto, tão bonito, e eu não tenho nada disso?

Por que minha vida tem que ser tão ridícula?

Por que eu não tenho o homem dos meus sonhos?

É tão difícil para mim o ver todo dia, e não poder tocá-lo. Saber que ele é apaixonado por ela, e não por mim. Saber que outras o tocaram, que outras o tiveram, menos eu. Entender que eu já tive minha chance, e por conta de orgulho a deixei escapar entre meus dedos.

Você sabe, Sam. Ele nunca será seu. Essa noite mesmo, ele a levará para o baile de formatura do terceiro ano, onde todos que você conhece estarão lá. E você não, estará aqui, comendo pizza e engordando mais.

Entenda, Sam. Você pode arrumar tudo isso. Você pode subir lá e fazer o que quiser para que Carly não vá a esse baile, e não transe com o homem da sua vida. Você pode fazer com ela o que sempre teve vontade de fazer com quem te irrita. Pode dar um simples golpe nela, que vai fazê-la dormir a noite toda. Pode roubar seu vestido. Pode roubar seu par pro baile. Pode roubar sua atenção. Pode roubar o brilho dela.

Pode fazer com que esta seja sua noite, não a dela. Só um gesto, e sua vida pode mudar completamente. É tão simples.

De repente, a náusea, o choro, a dor, tudo desapareceu. Eu me levantei, joguei todas aquelas coisas que tinha pego para dentro da geladeira de novo. E caminhei, com rumo ao apartamento 8-D.

Vou dizer ao Freddie que Carly está doente, que ela não pode ir. Vou dizer que, se ele quiser, eu posso ir no seu lugar.

É, isso que vou fazer.

Meus pés caminhavam sozinhos, e minha mão deu três leves batidas na porta. Olhei para  baixo, e meus seios pareciam maiores, como se... Como se eu fosse a Carly. Como se eu fosse aquela que todos amavam. Fiz questão de puxar a regata mais para baixo, os deixando maiores ainda.

Como Freddie não ia gostar de me levar ao baile com ele? Como ele poderia recusar uma relação sexual com uma loira atraente como eu?

Não ia recusar. Essa é pra ser a minha noite perfeita, de mais ninguém.

Logo, a porta se abriu. Um homem, de músculos definidos, com seu cheiro de colônia masculina apareceu na minha frente. Freddie estava completamente perfeito. As bochechas rosadas, com uma leve curva nas sobrancelhas. E, assim que me viu, seus lábios tomaram a forma de um projeto de sorriso, como sempre fez. O nariz, levemente arrebitado.

Ele se recostou na parede, ficando meio inclinado. Segurava um pote de brigadeiro, provavelmente seu lanche da noite antes da festa. Nem conseguia ver sua barriga. Ele estava sem seu casaco, só com a camisa cinza com as mangas dobradas pouco antes de chegar no cotovelo, deixando à mostra seu braço, nem peludo nem sem pelos, totalmente definido.

A calça jeans estava um pouco justa, como ele gostava de usar. E um volume excessivo onde estava seu membro, que me chamou a atenção. As coxas quase pulando para fora do tecido.

Não pude ver o tênis, provavelmente um All Star preto, sua voz me acordou para meu real motivo de estar ali.

-Veio aqui me secar ou...? – sua voz continuava mais grossa que o costume. Talvez não fosse devido a ele ter acabado de acordar. Talvez sua voz tenha engrossado mesmo.

E, pela primeira vez desde que cheguei, encarei o mais fundo que consegui seus olhos. Cor de chocolate com mel, como se fosse um marrom melancólico. Eles me fitavam, com um brilho diferente. Freddie conseguiria o que quisesse se me olhasse com esses olhos frequentemente. Uma sensação que não dá para explicar. Parecia que ele queria resposta com aqueles olhos profundos. Resposta, não. Como se ele esperasse que eu o beijasse ali, para que assim eu satisfizesse seus desejos.

-Posso ajudar?

Eu arregalei meus olhos, dessa vez voltando realmente para a realidade. Tinha me inclinado para frente, e minha boca estava totalmente aberta. Como um susto, eu a fechei e dei um passo para trás, balbuciando alguma coisa. E o leve barulho de sua risada contagiou o corredor vazio. Ele ria de mim, enquanto comia outra colherada de brigadeiro.

-O... que foi?

-Como assim o que foi? – soltou uma gargalhada. – Você bate aqui em casa, e quando eu abro a porta fica aí, catatônica, olhando para mim toda admirada, como se eu fosse uma peça de jóia valiosa e incomum. Espera que eu entenda alguma coisa?

Dessa vez, eu ri. “Jóia valiosa e incomum”. Essa é sua descrição para mim. Você é como se fosse uma jóia valiosa e incomum, realmente.

-L-Larga de ser imbecil, Freddie. Eu só... Pensei ter visto um fiapo de barba. É, foi isso. – minha voz voltara a ser trêmula. Que merda, Sam. Pára de gaguejar!

-Hm, sei sim. – ele riu, e me fez rir também. Depois sua mão puxou meu ombro, para a mesma distância que antes. O toque em mim quase me derreteu.

Por que você tem que ser tão perfeito, meu Deus?

-Mas o que foi? Por que veio aqui?

De alguma forma, aqueles olhos de anjo tiveram um efeito estranho sobre mim. Me embriagou completamente. Toda minha mente foi esclarecida. Não pareceu justo arruinar assim uma ocasião especial para a Carly. Eu não ia ter mais coragem de tirar dela a chance de ser olhada com aqueles olhos de chocolate, de tirar dela a chance de ter a noite perfeita com o par perfeito. Era pra ser a noite dela. E não a minha. Ela tem que dançar com Freddie. Tem que aproveitar tudo isso com ele. Tem que ter sua chance de ser amada. De ter sua segunda vez mais decente que a primeira, que foi breve e sem sentimento.

Se é pra ser com o Freddie, o meu homem, vai ser. A Carly merece isso, não eu. Uma egoísta sem caráter. Eu quase estraguei tudo. Quase estraguei a noite perfeita da minha melhor amiga. Que ela esperou por tanto tempo.

Apertei meus olhos, e balancei a cabeça.

-E-Eu... v-vim aqui...

Não consegui olhar para ele de novo. Apenas fitei o chão, sem perceber que sua mão ainda pousava no meu ombro, suavemente. Pigarreei, mandei as pernas pararem de tremer e a voz parar de gaguejar.

-Eu vim aqui só pra avisar que ela já tá pronta. Vocês podem curtir a noite.

Ele não disse nada. Nós continuamos parados lá, um na frente do outro, por alguns minutos. Aos poucos, sua mão abandonou meu corpo, e segurou o brigadeiro de novo. Com meu olhar periférico, vi que ele não encarou meu corpo. Não olhou meu decote exagerado um segundo.

-Só isso mesmo?

-É, só isso. Bem... – já estava me sentindo ridícula. Puxei a regata mais para cima e fechei a blusa, colocando a touca novamente. – Espero que vocês tenham uma noite épica. A Carly esperou muito por hoje. Não a desaponte, eu sei que não vai. Você tem sorte de tê-la como acompanhante, e ela mais ainda.

Arregalei os olhos. Por que diabos você falou isso, Samantha?!

-Quer dizer, ela mais ainda porque... Porque... Ah, esquece! Tá legal?

Eu apertei minhas mãos como se fosse socar alguma coisa, e dei as costas, entrando na casa da Carly novamente e fechando a porta.

Burra, burra, burra! Idiota! Acabou de estragar a chance de ter um “encontro” perfeito com o Freddie!

Me larguei no sofá, sentindo algumas coisinhas descerem pelo meu rosto.

...

Assim que abri os olhos, o lugar estava meio escuro. Parecia uma televisão.

Eu me sentei um pouco, coçando meus olhos. Talvez aquela dor de cabeça tenha sido por causa de um sonho ruim ou sei lá. Assim que olhei em volta, não era um sonho. Ainda estava na sala da Carly. O relógio marcava nove e quarenta e cinco, vinte e cinco minutos depois de eu o olhar, antes de falar com Freddie.

Que ótimo. Os dois provavelmente agora estão lá no baile de formatura, se divertindo, rindo, e na pior das hipóteses, se comendo. Tudo lindo e perfeito.

Estralei meu pescoço, depois de espreguiçar um pouco, e levantei daquele sofá duro e desconfortável. Minha cabeça doía pra caramba.

Assim que olhei em volta, tive vontade de vomitar. Estava meio tonta, meio estranha. Talvez um remédio para dor de cabeça meu estado. Funguei, tentando segurar o ranho de tanto que chorei.

Outra coisa maravilhosa, chorei sem estar trancada num banheiro.

Abri o armário de remédios da cozinha. Camisinha, anticoncepcional, uma coisa estranha parecida com pílulas de laxante, mas nada de dipirona ou Advil, que legal, hein.

Minha noite tá cada vez melhor. E agora, onde vou arrumar um remédio pra cabeça?

Provavelmente aquela louca da sra. Benson deve ter. Pensei em procurar na casa dela, mas talvez ela esteja lá e me mate a facadas se eu invadir. Sem problema, já deve ter chegado minha hora mesmo.

Os pés faziam barulhos enquanto andavam, meio desgovernados. Assim que fechei a porta da Carly, vi o corredor totalmente vazio. Só de pensar nos dois agora na festa me dá vontade de vomitar.

Abri a porta do 8-D, e encarei uma sala com a luz apagada e a cozinha meio iluminada por conta da luz da lua cheia. A noite estava bela. Quando fixei o olhar no céu pela janela, vi que haviam muitas estrelas no céu. Tudo perfeito.

Mas talvez tenha sido melhor desse jeito. Eu suspirei novamente, e fui ao armário de remédios da cozinha. Quando abri a portinha, vi quase a mesma coisa: camisinha, anticoncepcional e laxante, mas esse tinha uns outros comprimidos estranhos, provavelmente para cuidar da loucura da velha, e uma dipirona perdida lá no meio. Peguei o comprimidinho, e o depositei na pia.

Alcancei um copo de vidro, muito bonito, no escorredor de louças, enchi de água, abri o comprimido, coloquei no fundo da língua e meti água para dentro. Tudo calmamente. Parece que toda aquela tempestade era mais uma neura do que qualquer coisa. Talvez stress.

Fitei umas gotinhas que caíam da torneira, enquanto batucava com a unha do dedo no copo de vidro. Pensei em coisas banais. Mas sem querer lembrei-me do perfume do nerd. Aquele perfume perfeito, que ele usava em ocasiões especiais. Um perfume especial. Um perfume que ele estava usando hoje.

Pela primeira vez, abri um sorriso enorme no rosto. Um sorriso sincero, que sempre aparece quando penso nele. Que me faz esquecer de tudo. Que me faz lembrar de tudo. Que me faz lembrar que a vida é pra ser vivida intensamente, mas lentamente. Que cada instante que estou perto dele vale a pena.

-O que faz aqui?

Minhas pernas tremeram, e o copo se espatifou no chão, fazendo um barulho horrível. Os olhos se arregalaram com a voz, e me fizeram virar para trás na hora.

Freddie estava com o smoking aberto, e pela primeira vez, quando me viu não sorriu. Pelo visto, também tinha se assustado com a minha presença. Quando vi que era ele, apenas coloquei miha mão no coração, como geralmente faço quando me assusto, e suspirei de olhos fechados.

-Que susto, moleque! Quer me matar? Mas que droga! – bati na pia, me escorando nela.

-O que faz aqui, Sam?

-Eu estava com uma dor de cabeça e vim para cá tomar remédio, só isso. – coçei a nuca, e um “plim” soou na minha cabeça. Ele também não deveria estar aqui. – Mas e você, hein?

Freddie, de repente, sorriu e deu uma risada fraca.

-Eu moro aqui.

-Disso eu sei, anta. Quero saber por que não está no baile com a Carly. – praticamente gritei, mas logo parei de falar alto, e peguei outro tanto de água.

Ele também coçou sua nuca, depois bagunçou um pouco seus cabelos, dando um passo ao lado.

-Não sei, apenas não tive mais vontade de ficar lá, então vim embora.

-Não devia ter feito isso. – tomei um gole d’água, e me virei completamente para o olhar, com a mão ainda segurando na pia por trás. – Ela queria sua companhia. Queria estar tendo uma noite perfeita.

-E a sua noite? Como está? – ele me perguntou, fazendo seu olhar de dúvida, e colocando aquela ruga na testa.

Eu me calei, tomando outro gole de água. Depois de alguns segundos, achei a resposta.

-Não importa. O que importa é que você a deixou sozinha e...

-Não me culpe. Antes de sair, arrumei outro par para ela. Gabe, do segundo ano. Eles devem estar entre quatro paredes agora.

Freddie me encarou, e eu assenti. Tomei mais um pouco da água.

-Como está a sua noite? Você não me respondeu.

-Respondi sim. Disse que não importava.

-É sua resposta final? – um leve sorriso se formou nos seus lábios.

-É. – falei, chacoalhando o copo.

De repente, ele veio andando em minha direção, e segurou o copo de água que estava na minha mão. Quase congelei com seu toque. Freddie estava bem perto de mim, com seu hálito sendo exalado pela respiração, e o corpo comprimido contra mim. Ele pegou o tal copo, e o depositou em cima da pia novamente.

-Não quero que acabe com a minha prataria.

Sua risada chegou perto da minha orelha esquerda, me fazendo estremecer por dentro. Eu mordi o lábio inferior, e ele me encarou, com o sorriso ainda. Olhou rapidamente para o chão, depois em meus olhos, fazendo aquele olhar de antes para mim.

-Não faz isso.

-O que? – ele perguntou, sinceramente sem saber do que essa louca estava falando.

-Isso, esse seu sorriso bobo, e esse olhar todo misterioso e cheio de persuasão.

A ruga voltou à sua testa, enquanto ele ainda me encarava.

-Não sei de que olhar você está falando.

-Esse, ué! Que você aperta os olhos e faz esse sorrisinho todo sem graça, e respira perto de mim, me deixando embriagada com seu cheiro. – a frase saiu automaticamente da minha boca. – Você deve fazer de propósito, achando que todas caem aos seus pés por você. Mas não dá certo, ok?

-Não é isso que parece. – ele sussurrou, praticamente, em meu ouvido. Eu tremi, literalmente, apertando a pia.

-O... q-que você tá fazendo, Freddie? – eu disse, sem perceber que mordia o lábio de puro nervosismo.

-Minha distância de você a incomoda?

-Claro, com certeza. – falei, rápido. Ele riu.

Depois disso, apenas se distanciou de mim, andando um passo para trás e bebendo um pouco da minha água, que agora estava na mão dele.

-Posso terminar de beber a água e voltar para a casa da Carly, por favor? – minha voz soou como uma ordem. Ele me encarou, e bebeu mais da água, até acabar com tudo. –Que ótimo, agora fiquei sem nada.

Me virei para pegar mais da torneira, esticando a mão com outro copo limpo, mas em poucos segundos senti seu nariz no meu, e seu corpo colado nas minhas costas, com seu membro roçando em minha bunda.

Um leve suspiro saiu de minhas narinas, enquanto ele ria e relava os lábios em meu pescoço. As mãos rodearam minha cintura, a apertando suavemente. O coração só faltava sair pela boca, mas não poderia mais aguentar isso.

-Pára, por favor.

Me virei de frente para ele, e encostei minha mão fechada em sua barriga, o impedindo de chegar mais perto. Sem entender, ele apenas enrugou a testa.

-Mas qual é o prob....

-Você é meu problema! Acha que pode fazer tudo isso, toda essa sensuaização para qualquer garota, e no fim acabar conseguindo sexo com ela! Você deve fazer isso com todas, não é mesmo? Mas, adivinha: eu não sou como elas. Eu não tive minha primeira vez ainda. E eu ligo para minha virtude. Não vou quebra-la com alguém que não está nem sequer apaixonado por mim. Nós deveríamos primeiro trocar gestos de carinho, você roubaria um beijo ou dois de vez em quando e, depois de um encontro numa pizzaria famosa, você me levaria em casa, eu te convidaria para entrar, nós sentaríamos na mesa de jantar e, enquanto eu falasse, você me interromperia e falaria a mim que eu tenho maravilhosos olhos verdes da cor do oceano, e que sempre fica hipnotizado com eles. Eu ia sorrir, e você diria que se apaixonou por mim por causa do meu sorriso. E... e...

Eu senti algumas lágrimas rolarem pelo meu rosto, enquanto fitava o chão e dizia tudo aquilo. Mas não consegui mais dizer nada. As palavras travaram noi fundo da garganta.

-E eu pegaria na sua mão. – ele segurou de leve nos meus dedos gelados em cima da pia. – E na sua cintura. – e recostou sua mão em minha cintura. Ia reproduzindo todos os gestos enquanto pronunciava as palavras. Seus olhos transmitiam uma ideia de dúvida e alegria. – E diria que você é a mulher pelo qual eu vivi todos os dias da minha vida. E eu respiraria seu perfume lavanda, que você passa todos os dias que acorda e vê que a chuva estragou o dia. E eu beijaria de leve seu pescoço, enquanto você apenas deixa escapar um fiapo de voz, uma voz fina. E nós andaríamos até seu quarto, e eu te colocaria sentada na cama, enquanto peço permissão em silêncio para te tocar. E você... assentiria. E eu, enfim, começaria tirando suas peças de roupa, enquanto digo como você é linda e quantas vezes mentalizei isso na minha cabeça.

Freddie, de repente, parou de falar, e apenas me olhou. Nós ainda estávamos naquela cozinha escura e sem vida, aquele sonho tinha ido ao longe. O único som que se ouvia era das gotas batendo no fundo da pia. Mas sua mão estava segurando firme a minha, enquanto a outra apertava minha cintura.

-Eu não faço esse olhar para qualquer uma, Sam. Eu apenas correspondo o seu olhar. Seus olhos de diamante. Seus olhos verdes da cor do mar. Seus olhos, a porta de sua alma, que é pura e totalmente sentimental. Eu nunca te usaria por uma noite para te largar, como você pensa. Eu prezo a você mais do que a mim mesmo. Eu estou perdidamente apaixonado por você, Sam. Não irei mentir, não sou virgem. Mas todas as garotas que já satisfizeram-me, foi por pura luxúria. Foi por curiosidade. Foi porque me acharam bonito, e nem me conheciam direito. E, em cada uma delas, eu só vi seu rosto. Seu sorriso. Seu corpo. Sua alma. Eu pensei em você, Sam. Pensei que nunca poderia tê-la, então imaginar não seria ruim. Pensei que você transava com outros por diversão, e que nunca se apaixonaria por mim. Hoje, eu ia te convidar. Mas o que faltou foi apenas coragem. – Freddie umedeceu os lábios com a língua. – Então convidei a Carly, e ela aceitou de primeira. Mas quando te vi aqui, quando você bateu em minha porta, e me encarou de cima abaixo – confesso que corei quando ele disse isso. – eu senti que o que tinha entre nós era mais que isso. Era amor. Que você sentia o mesmo por mim. Não sei porquê, mas senti. E eu te amo, Sam. Te respeito, te quero pra mim. Te acho a mulher mais madura e perfeita que existe. O jeito de andar, de falar, de morder o lábio quando está nervosa. O seu jeito me cativa. E se você quer esperar a hora certa para ser minha, ou mesmo se você... não sentir o mesmo por mim, eu entendo. Se quer que nós troquemos toques, depois beijos, depois irmos a encontros e que eu te leve em casa, eu farei. Eu farei tudo que quiser.

Assim que ele pronunciou a última sílaba da palavra, eu apertei meus lábios e segurei em sua mão mais forte, entrelaçando meus dedos. O encarava, sem dizer muito. Não que fosse necessário.

-Não importa o dia, nem se for depois de um encontro ou um jantar. Só precisa ser com você. É o que peço.

Freddie sorriu, e se aproximou um pouco de mim. Eu assenti, meio que dando permissão para que ele chegasse mais perto ainda.

Mas quem tomou a iniciativa, no caso, fui eu. Peguei minha mão livre, e a repousei em seu pescoço, enquanto me aproximava lentamente. Quando nossos lábios se tocaram, senti algumas borboletas no estômago, e uma tensão estranha. Mas foi bom. Senti aqueles doces e umidecidos lábios de novo, e o gosto de Freddie impregnados nele. Ele movimentava sua boca sem pressa, como nas outras vezes. Talvez por mais experiência que eu.

Sua mão não hesitou em me acariciar um pouco lá na cintura, que ia descendo e subindo, meio que me seduzindo um pouco. O beijo estava calmo demais, na minha opinião. Eu tinha que fazer alguma coisa, se quisesse hoje.

Aos poucos, fui pedindo passagem para a língua, e ele concedeu. Explorei cada canto de sua boca, e ele foi me acariciando de leve por cima da roupa, enquanto eu me aproveitava a desfrutar seus fios escuros de cabelo. Freddie conseguia me seduzir inteira e plenamente, me fazendo pedir por mais, se isso fosse possível.

Mas não seria tão fácil assim. Ainda sou Samantha Puckett.

Me virei para a pia, apoiando minhas mãos e forçando um pouco. Apenas senti seu corpo fazendo pressão em minhas costas, suas mãos me rodeando e uma respiração ofegante.

-Onde está sua mãe? – um fiapo de voz saiu da minha garganta.

Freddie não pareceu ter escutado. Seu corpo roçava no meu, com voracidade e desejo. Já é hora, pensei. Ele passou suas mãos no meu cabelo molhado, e deixou rastros ferventes com seus lábios umidecidos no meu pescoço. Aos poucos, suas mãos pararam de me alisar e tiraram minha jaqueta, a jogando do outro lado da sala. Enquanto ele me despia, continuei na mesma posição de antes, sem mover um músculo.

-Onde está sua mãe? – minha voz já tinha tomado forma novamente.

-Não importa agora. – o soar grosso e rouco bateu no meu ouvido, junto com o hálito impecável de hortelã e menta. Aquilo me fez estremecer. – Eu preciso de você.

Então, com uma rapidez inexplicável, ele me virou novamente, e me levou ao sofá perto da janela. Nós dois parecíamos crianças de dois anos, não sei o porquê. Não conseguia tirar os olhos dos dele, um experiente em sexo. Na verdade, não sabia o que fazer. Apesar do nervosismo, eu estava aparentemente excitada. E se eu fizesse um movimento errado?, era a pergunta que sempre rondava na minha cabeça quando nos imaginava numa praia deserta à meia noite nos amando.

Mas Freddie não me deixava ficar tão nervosa assim. Ele transpassava muita segurança, naturalidade. Como se já tivéssemos transado antes. Ele era como um deus, que controlava todos os meus movimentos.

-Relaxa, Sam. – o ouvi dizer, enquanto beijava meu pescoço, um dos lugares que ele provavelmente mais gostava de saborear. – Tudo vai ficar bem. Seja minha essa noite.

Uma curva de leve em seus lábios me apaziguaram. Quase como um sorriso. Assim que fitei os olhos nos dele novamente, percebi outra coisa. Não era serenidade, dúvida ou desejo. Eram todas essas emoções juntas, que só mais tarde conseguiria desvendar.

Freddie puxou meus punhos para cima da minha cabeça, e me deitou naquele enorme sofá. Eu, involuntariamente, soltei um barulho indescritível de minha boca, e apertei meus olhos, procurando um pouco de serenidade e que meu nervosismo, que voltara assim que ele se pronunciou, abaixasse.

Por um instante, senti o nariz de Freddie roçar na minha regata, mais precisamente na barriga. Ele subia e descia, e eu continuava com meus olhos inteiramente fechados. As enormes mãos dele subiam por baixo de minha blusa, e a ponta dos dedos relaram no meu seio esquerdo. Um suspiro mais alto da parte dele me deixou confusa, já que ele era tão expert assim. Estaria Freddie nervoso em me tocar?

Mas a dúvida desapareceu pelo homem que veio a seguir. Freddie puxou com agressividade a blusa, revelando meu detestável sutiã preto, com algumas rendas vermelhas. O mais velo que tenho, quando ganhei de minha tia aos dezessete. Dois anos depois e eu continuo o usando. Por um instante, abri meus olhos, e Freddie me encarava com um sorriso aparente.

-Você é linda. Demais.

Ri. Sou mesmo?, pensei em perguntar. Mas não o fiz. Em seguida, ele desabotoou minha calça jeans surrada, e a abaixou sem menos da metade da dificuldade que eu tenho para tirá-la. Foi em segundos, e a calcinha foi junto. Me senti completamente nua em sua frente. Freddie não se incomodara. Ele acariciou de leve minhas coxas, uma por vez, depois deu um leve beijo em cada uma. Assim que os lábios subiram e foram chegando mais perto de minha “feminilidade”. E o nervosismo subia.

Freddie franziu o cenho, ainda sorrindo. Essas expressões aleatórias eram indecifráveis para mim. Seria isso desprezo? Desapontamento? Mas ele continuou a sorrir, e me encarou por algum tempo. Tirou, de leve, uma mecha de cabelo que estava espatifada no meio do meu rosto, e o beijou. Nessa hora, o tal conforto havia voltado.

Parecia que, de algum jeito, ele setiu que eu tinha ficado mais tensa de uma hora para outra.

E então, me deixei levar. Como se tivesse relaxado. E assenti para que ele prosseguisse com o que quisesse. E o fez. Senti, de olhos fechados um prazer indescritível dominar todo meu corpo. E só depois fui perceber que sua língua tomava meu clitóris, e me penetrava, e sugava todo o líquido que saía de mim. Já era tarde, eu não ia mais aguentar.

-AH, FREDDIE!

Meu grito tomou conta de toda a casa, e ele não parou. Continuou com seu movimento sem parar, me experimentando, me satisfazendo. Não, não, já chega disso. Era a minha vez de dar a iniciativa.

Com uma mão só, me sentei em cima dele, que agora estava deitado no sofá inteiro. Entrelacei as pernas em seu corpo, depois de estourar todos os botões de sua camisa. Assim que vi aquele – gostoso! –  abdômen sarado e maravilhoso, mordi com força meu lábio e passei minha mão de cima abaixo. Mas aquela parte não me interessava. Eu precisava saber o tamanho do brinquedinho que vai entrar em mim.

Tomei rumo para sua calça, que a abri e a tirei com a mesma facilidade que ele. Usava um cueca boz vermelha, que definitivamente me excitou mais ainda. Só de ver o volume com mais nitidez, já quase desmaiei de prazer. Eu passei minha unha de leve, fazendo um caminho até a ponta dele. Freddie riu, nervoso, e eu quase senti seu membro latejar. E, aos poucos, eu tirei aquela cueca ridícula.

-Meu Deus. – foi a única coisa que minha garganta me permitiu dizer.

Levei minhas mãos sem querer até ele, e o segurei com firmeza, mas delicada, fazendo movimentos para cima e para baixo, sem perder o ritmo. Eu comecei devagar, e aos poucos fui aumentando a velocidade.Ouvia Freddie gemer, e às vezes ele resmungava “Sam, você está me torturando” ou coisa parecida. Eu ri, e me inclinei para perto de sua orelha, sem soltar seu órgão.

-Adoro como você diz meu nome. – fiz questão de fazer uma voz sexy perto de seu ouvido, e senti o suor ardente descendo de seus cabelos.

O bastante para ele se virar, e ficar por cima de mim, me penetrando sem eu mesmo perceber. 

Claro, não vou mentir que pesquisei muito antes de acontecer. Passei quase dois anos vendo cenas de sexo e naqueles sites de perguntas e respostas obre como fazer. Algumas mulheres disseram que doía. E, puta merda.

Freddie, como um perfeito cavalheiro, fez questão de entrar bem devagar, mas eu estava anestesiada com o prazer. Só me dei conta quando uma dor insuportável tomou conta de minhas pernas, latejando lá embaixo.

-Shhh... Calma. 

Ouvi sua voz. Foi quase como um sonho. Me imaginei numa guerra, na ponta do Titanic e caindo de um avião ao mesmo tempo. Freddie era minha salvação em todas as ocasiões. O prazer, a sor e a sensação de estar fazendo sexo no sofá da vaca de sua mãe, misturados em uma só. Eu estava no olho do furacão, no auge de minha vida, completamente no céu.

Aos poucos, ele ia aumentando a velocidade de suas profundas estocadas dentro de meu corpo. Primeiro, ia devagar, e depois de cinco minutos, Freddie deixava seu suor escorrendo em meus seios. Automaticamente, eu soltava gemidos misturados com seu nome. O que ficava uma língua estranha, que percebi o quanto satisfazia o moreno.

-Freddie, eu não sei... Mas... Acho que estou perto. - falei, meio embolado. Ele assentiu, rindo.

-Cala a boca e goza, amor. - sua voz rouca e grossa rebateu em meu ouvido. Foi o bastante. O meu grito fino ecoou por todo o apartamento, quebrando meus ossos e me fazendo curvar para trás naquela merda de sofá. Estranho, pois Freddie fez a mesma coisa, sem gritar como eu. 

Eu respirava ofegante, mas completamente feita. Incrível. Foi o melhor dia de minha vida.

Delicadamente, ele saiu de cima de mim, e foi se encostando próximo do tapete que estava no chão. Eu fiz o mesmo, mas sem delicadeza. Caí em cima de seu peito, o que o fez rir.

-Tem noção que está nua em cima de mim? - ele disse, com a voz grossa. Eu gargalhei, indo para o chão.

-Sim. E obrigada por me lembrar. - ergui as sobrancelhas, apertando de leve suas bochechas.

-Incrível. Você é incrível.

-Também me acho incrível. - ironizei, sem conseguir guadar lra mim a alegria.

Ele sorriu, olhando para meu corpo nu no escuro, só sob a luz da lua cheia, entrado a claridade pela janela. Eu a admirei por segundos, acariciando seu tórax carinhosamente, sem acreditar mesmo que tinha acontecido finalmente minha primeira vez, com o homem dos meus sonhos.

-Te juro, foi a melhor noite da minha vida inteira. - ele me disse, e eu ri. - É sério, Sam.

-Sou novata, sem experiência.

-Se você não me falasse, nunca ia saber. Você é incrível. E eu te amo.

Tive que encarar seus olhos castanhos. E, finalmente, consegui diagnosticar aquele olhar de antes. Aquele olhar específico pra mim, só pra mim. Era amor. Amor profundo.

-Eu também te amo, nerd.

Ele mexeu nos meus cabelos, molhados pelo suor, mas nem ligou para esse detalhe e os beijou carinhosamente. Depois, tocou os lábios em minha boca, fazendo a noite ficar mais completa ainda. Mas tive que interromper o beijo.

-Só uma coisa. "Calaboca e goza, amor"? - ergui as sobrancelhas, e Freddie gargalhou no tapete.

...


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Notas finais do capítulo

FIM!
Gente, me desculpem todos os erros aí, mas a preguiça é maior de corrigir, e um abraço a todos que leram até o fim porque a fic foi difícil de ser escrita, então... Obrigada! Não foquei muito na cena hot, a fic é mais romântica, mas sei o quanto vocês gostam de Seddie então fiz.
Obrigada de novo, e eu amo todos vocês! Reviews?
TCHAU!