Vamos Falar De Amor escrita por ed


Capítulo 8
Vamos falar de mães


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal,desculpa pela demora para postar um capítulo novo. Mas está aí.
Dedico especialmente esse capítulo para a linda da Kat kat, que é a minha maior fã. E que sempre me diz para eu não atrasar a minha fic... e eu sempre continuo atrasando ela. Kat kat, pra você .



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/371690/chapter/8

POV Sophie

Foi tudo muito estranho o que aconteceu noite passada. Eu estava praticamente me declarando para... ou melhor, estava praticamente me jogando para cima do Bernardo. Isso num momento de fraqueza dele, quando sua amada Mariana tinha acabado de partir e quando ela havia acabado de insistir para ele ficar para conversar comigo. De fato, ele estava lá comigo, mas ao mesmo tempo não estava. A cabeça dele, eu tenho certeza e não era difícil perceber isso, estava em outro lugar, estava em Mariana. Pra falar a verdade, é impressionante como é raro achar um garoto igual há ele hoje em dia. Que se importe de verdade com quem gosta, o sofrimento dele era claro em seus olhos... talvez tenha sido isso que me fizera apaixonar-me por ele? Ou pelo menos sentir algo diferente por ele. O fato é, o que eu tinha feito não tinha sido nada certo e muito menos o momento certo para isso. Mas o modo como ele afirmou que ficaria e esperaria por ela, a confiança nela... só fez aumentar o que eu sinto por ele.

Agora eu havia acabado de chegar no meu destino. Tinha chegado a São Paulo capital, e no aeroporto mesmo, pegamos um táxi que nos trouxe direto para Sorocaba. Ao contrário da capital, Sorocaba era lindo, eu realmente gostaria de morar ali. Todos eram muito bem educados, ruas completamente limpas e quando digo completamente limpa, era mesmo. Você não via lixo nenhum na rua, o que me agradava. Lugares que eram cobertos por árvores dando um ar de natureza que você não vê em qualquer lugar. Com toda a certeza eu estaria animada, Sorocaba, viagem, meu amor... Aí eu me lembrava do verdadeiro motivo de estar ali e toda a viagem perfeita ia embora, sendo substituída por um pesadelo onde sempre tem aquela pessoa, que mesmo quando as coisas estão ruins, insistem em piorar elas? Infelizmente não foi diferente comigo.

Chegamos ao hospital. Era imenso, e só de olhar para ele eu me sentia confiante sobre a cirurgia. Era o melhor do Brasil, não poderia esperar menos. A única parte do hospital que ficava aberta eram os fundos, onde tinha vários bancos de madeira, para você se sentar ou se deitar, muitas pessoas faziam isso porque vinham de outra parte do Brasil para se consultar nesse lugar com esperança de uma cura. Havia uma pequena lanchonete. E uma fila enorme, apesar de ser bem cedo, era enorme. Dava voltas, ela saia daquela área reservada para os fundos do hospital. Quanto mais cedo chegasse para pegar sua senha, menos fila enfrentaria.

Não estava disposta para enfrentar aquela fila e nem queria. Então minha mãe ficou na fila pela senha e eu fui aproveitar esse meu tempo para encontrar com ele.

– Gui ? – Perguntou eu ansiosa.

– Hm,é. Você seria ? – Pergunta ele em duvida.

Aquilo me chocou, como assim ele não lembrava mais da minha voz e nem do apelido que eu dei para ele. Prometi a mim mesmo que não deixaria aquilo estragar o nosso encontro.

– Sou eu. Sophie.

– Sophie – Ele pareceu pensar um pouco, tá uns poucos segundos que pareceram longos demais para mim. No fundo achei que ele não lembraria sequer de mim. – Ah, Sophie. Eu lembro, eu , você, nós. Você está por aqui ? – Pergunta ele com uma voz surpresa.

– Sim. Eu tenho umas coisas para te contar. A gente poderia se encontrar ? Se você quiser.. – Pergunto apreensiva.

Sobre me encontrar, ele não respondeu que sim mas também não disse nem que não. Apenas disse o lugar. Que era o mesmo que nós costumávamos ir.

Falei com minha mãe. Prometi não demorar muito, que logo mais seria nossa vez de entrar.

(...)

O parque continuava lindo. Como uma floresta, repleto de árvores que pareciam formar um corredor, e no final havia um pequeno jardim com flores rosas, tulipas e copo de leite. Todas elas levemente misturadas tornando uma paisagem bela e tranqüila de se olhar. Lá que eu estava esperando por ele.

Eu estava agachada acariciando as flores quando eu avistei ele e aproximando de mim. Pele morena, olhos claros, cabelos negros que caiam sobre seu rosto, ele não era forte demais porém não era magro demais, tinha as medidas perfeitas, apesar de ser magro tinha o corpo definido e não completamente musculoso. Guilherme, ainda possuía a mesma aparência pela qual me apaixonei, só que melhor. Ele vestia uma calça jeans escura, e uma jaqueta de motoqueiro também escura.

– Sophie, é bom te ver. Mas eu não tenho muito tempo. – Se apressou a dizer ele.

– Mas... eu pensei que tivesse vindo me ver. – Falei me erguendo do chão.

Lembram quando eu disse que sempre tem uma pessoa para piorar as coisas ? O que aconteceu nos minutos seguintes, foram o suficientes para eu querer... para eu querer estar longe daquele lugar.

– Muitas coisas mudaram desde quando você se foi. – Afirmou ele.

Ele estava diferente, querendo ou não eu já sabia o que aconteceria, só não sabia que precisasse acabar desse jeito.

– Eu sei que mudaram. – Disse com uma voz mais baixa. – Mas você prometeu me esperar, assim como eu te esperei.

– Claro que eu tentei e queria te esperar. Mas quando se está longe nem o maior dos amores pode resistir há tanto tempo assim. Pelo menos o nosso não resistiu.

– Ainda amo você Gui... espera, você tem outra ? – Falei com a voz trêmula.

– Eu amo outra Sophie. – Disse ele sem hesitar. – Estou disposto a amar ela mais do que há amo agora, para conquistar ela e esperar por ela o tempo que for. O amor que sinto por ela é completamente diferente do que eu sentia por você.

– Você ta me trocando por alguém que você não tem a certeza que vai te amar da mesma maneira que eu te amei ? Por alguém que você não tem certeza que vai estar com você quando precisar, está trocando alguém que sempre te deu tudo, por uma pessoa que está tirando o que no passado, já foi o seu tudo . O deixando sem nada agora ? – Pergunto tentando me manter com a voz calma. –

Ele se aproxima mais de mim, sem responder a minha pergunta. Se abaixa e pega uma rosa, e começa a girar nos dedos. Ele arranca o colar que ficava em meu pescoço, com um anel. O que era a prova de que eu estive sempre esperando por ele.

– Não é necessário que você o use mais. – Disse ele friamente.

– Fique comigo. Pelo menos agora, quando eu mais preciso de alguém ao meu lado. Estou cega de um dos olhos, vim até aqui para fazer um transplante. Você não pode me deixar sozinha agora, por favor. – Implorei há ele com as lágrimas escorrendo. –

– Você está cega. Não posso ficar ao lado de uma pessoa que vai perder completamente a visão. Sinto muito, não posso mais ficar ao seu lado. – Disse ele calmamente. Como se fosse a coisa mais simples do mundo para se dizer – Veja essa rosa. Ela pode ser a ultima cor que você verá, porque em breve você não verá mais nada. – Guilherme pega a rosa e coloca nos meus cabelos e depois disso vai embora. Sem dizer mais nada.

Caí ajoelhada nas flores, não acreditando em nada do que tinha acontecido. De fato, ele era o mesmo Guilherme que um dia eu gostei, porém não era o mesmo pelo qual me apaixonei. As palavras que ele disse ficaram cravadas na minha cabeça. ‘ A ultima cor que você verá’

Mas do que tudo, eu me arrependo por ter brigado com Bernardo. Mesmo longe ele me ajudaria e ficaria realmente preocupado comigo. Mas agora era tarde, eu perdi o Guilherme, não sabia se voltaria a falar com Bernardo e eu tinha minha consultada marcada. Não tinha tempo para perder chorando ali, sozinha.

POV Bernardo

Minha cabeça não parava em um único pensamento. Tantas coisas haviam acontecido noite passada que parecia ter sido tudo um sonho, e era o que eu gostaria que fosse. Decidi ir passear com Zeus para organizar meus pensamentos e afinal, ele precisava sair um pouco. Coloquei a coleira nele e assim que abri a porta para sairmos, minha mãe estava se preparando para tocar a campainha.

Uma mulher de estatura mediana mais com aquele salto, parecia uma gigante perto de mim. Cabelos que caiam até sua cintura e completamente escuros. Sua pele era branca e seus olhos castanhos. Unhas grandes e feitas, o que mostrava que ela ainda tinha esse vicio de ir no salão praticamente todos os dias. Essa era minha mãe, Monique.

Ao seu lado estava meu irmão. Gustavo, com 11 anos ele ainda jogava um game boy que um dia já foi meu. O único jogo que ele jogava mesmo era Pokemon, ele já tinha zerado inúmeras vezes porém não cansava de jogar esse jogo. Ele diz que quer ser um treinador tão bom quanto eu fui e vai ser bom ele estar ali.

Assim que ele viu Zeus ele correu para passar as mãos nele ignorando completamente minha presença. Claro que entre um irmão que eu já conheço e um cachorro lindo, que ele nunca viu,a escolha dele era mais que obvia.

– Eu posso ir passear com ele ? – Pergunta Gustavo com um sorriso no rosto.

– É claro que você pode. Ele vai te proteger se algo acontecer, o nome dele é Zeus.

Ele pega Zeus e sai para passear com ele. E foi ótimo porque eu precisava mesmo conversar a sós com minha mãe. Desde aquele dia, eu não me dava bem com ela e tanto faz pra mim conviver ou não com ela. O que ela fez, eu nunca faria e nunca esqueceria também. Mas eu estava com saudades do meu irmão, e se meu irmão vem a minha mãe vem de brinde.

Assim que meu irmão se retirou eu fui direto abraçar minha mãe. Pois prometi que tentaria tratar ela bem e não liga muito para o passado. Abracei ela, mas ela não retribuiu meu abraço como qualquer mãe faria, então rapidamente eu a soltei, permitindo que ela entrasse em casa.

Quando nos sentamos, um clima tenso se instalou ali. E a primeira coisa que ela me disse não me agradou nada.

– Eu preciso de dinheiro. – Afirmou ela.

– Hã ? O que eu posso fazer ? – Falei com uma voz risonha.

– Você mântem contato com ele, eu sei. – Falou ela decidia.

– Tá, mas eu não posso simplesmente chegar e pedir dinheiro pra ele, dizendo que é para dar para você. – Digo por fim. – Sua visita aqui foi apenas para pedir dinheiro ?

– Não se engane meu filho, eu realmente estava com saudades de você. Seu pai ganha muito bem, não vai se importar de me dar nada e ele tem um bom coração e apesar de tudo o que eu fiz para estragar a carreira dele. Ele nunca fez nada para me prejudicar. – Admiti minha mãe.

– Não sei. Eu posso falar com ele, mas não posso garantir. Para que você precisa de dinheiro ? – Pergunto desconfiado.

– São muitas coisas.. – Começa ela . – Mas eu preciso do dinheiro, é completamente urgente, e pode haver riscos que não quero que aconteçam...

– Riscos ? Quem poderia est... – Bateu um desespero em mim como se eu já soubesse da resposta. – Gustavo. Como ele poderia estar em risco ? O que você andou fazer ? – Perguntei eu com a voz mais elevada. –

– Eu sinto muito. O que aconteceu, é que eu passei por um momento difícil e fui obrigada e pegar dinheiro emprestado. Mas não foi um empréstimo qualquer que se pega em um banco... Foram com uns caras barras pesada, eu não posso mais atrasar o pagamento . Eles me ameaçaram, e ameaçaram ao seu irmão também. Eles dizem que estão observando tudo o que ele faz. Por favor, eu não sei o que fazer. Não posso deixar nada acontecer com meu filho. – Revelou minha mãe.

Estava sem saber o que dizer diante daquilo. Gustavo sendo ameaçado, talvez isso explique a visita repentina da minha querida mãe.

– Mas , pra que você precisou pegar tanto dinheiro? Você vivia muito bem com a pensão que meu pai paga. O que aconteceu ? – Perguntei olhando fixamente para ela.

– Você não pode saber de tudo Bernardo. – Diz ela.

– Tem razão, na verdade eu não quero saber nada vindo de você. Estou apenas preocupado com meu irmão e só.

– Você deveria ser mais grato por quem já salvou sua vida. – Diz Monique

– Salvou minha vida em troca de gratidão ? – Pergunto pra minha mãe.

– Salvei sua vida porque sou sua mãe. – Admite ela.

– Não, você salvou minha vida e tirou uma vida também. – Falo perdendo a calma .

– Tente me entender, não havia como eu salvar os dois. Ou era você, meu filho ou a outra criança. – Se defende ela.

– É claro que dava para você salvar as duas crianças, você não salvou simplesmente porque é má e tinha inveja da Angeline pelo simples fato de ela ter duas meninas como filhas o que você nunca teve e por ser sempre o que quis ter. – Disse com raiva.

– Bernardo. Você está me ofendendo. Pare com isso agora. Você acha que eu deixaria uma criança morrer por simples inveja ? Me poupe meu filho. Realmente você não me conhece. – Respondi ela.

– Gratidão era o mínimo que eu mereço, não acha ? – Pergunta minha mãe

– Não se faça de santa mãe. Eu sei o que você fez naquele dia, e sei também que não salvou ela porque não quis. Não precisa mentir sobre isso quando eu já sei da verdade.

– O que você quer de mim ? – Pergunta ela com a voz trêmula.

– Sabe, eu passei todos esses anos tendo que amargurar o sentido que é ser odiado pelos pais da Mariana, que acham que foi culpa minha. Aguentar a culpa quando ela não é sua e quando você sabe de quem ela é, não é fácil. – Digo olhando nos olhos dela – Mas eu fiz isso por você, por amor e não esperando receber gratidão...

– E eu te agradeço muito por isso meu filho. Poderia der dado muito mais problema se descobrissem que a culpa foi minha e não sua.. – Interrompo minha mãe sem deixar ela terminar. –

– Não pense que vou conviver sempre sendo o culpado. Eu vou contar toda a verdade. – Afirmo para ela.

– Você não pode fazer isso comigo... – Mas uma vez, corto minha mãe na hora de falar. –

– Você não podia ter feito o que fez, não me venha dizer o que devo ou não devo fazer agora. A vida é minha e farei o que quiser. Já te protegi de mais. Você não tinha aquele direito... – Desse vez foi minha mãe que me interrompeu, porém não apenas com palavras. –

Apenas senti o estalo que o tapa fez em meu rosto e logo em seguida o lado que ela bateu começar a esquentar. Me segurei para avançar sobre ela e bater nela, confesso que essa era a minha vontade, bater nela por tudo que ela me fez passar. Mas acima de tudo, ela ainda era minha mãe e parecendo ou não, eu respeitava ela. Fui abrindo aos poucos minha mão que estava fechada preparada para acertar ela. Aos poucos fui ficando mais calma e tentando me controlar.

Minha mãe parada na minha frente, sem dizer nada. Por fim decidiu falar.

– Acho que o Gustavo está demorando muito. Irei ver por onde ele anda. – Afirmo ele sem expressão.

Concordei com a cabeça e vi ela fechando a porta, até cair no sofá e começar a pensar em Mariana e como ela me ajudaria agora.

POV Sophie

Quando voltei para o hospital, estava cabisbaixa e triste. E fui direto encontrar com minha mãe na sala. Ela já estava lá na porta da sala apenas esperando eu chegar. Dentro da sala, se encontravam dois médicos. O doutor e seu assistente. Nos sentamos assim que entramos e minha mãe se apressou a tirar todos os exames que eu já havia feito, tudo que explicasse minha situação. Os médicos analisaram os exames todos, sem darem uma palavra sequer. Nem quando nós entramos. Até por fim começarem.

– Meu nome é Dr. Rafael. E esse é o meu assistente. Quantos anos tem Sophie? – Perguntou ele.

– Eu tenho 19 – Minha mãe me interrompe respondendo minha idade.

– Ela tem 19 anos. – Respondi minha mãe.

– E o que você quer fazer Sophie? – Pergunta Dr. Rafael me encarando.

Uma pergunta a se pensar. Ninguém nunca tinha me perguntado sobre qual era a minha vontade sobre esse assunto. A visão era minha, mas eu não decidiu nada sobre ela, quem fazia isso era minha mãe. Por isso, pensei um pouco para responde.

– Viemos marcar o transplante dela. – Se antecipa minha mãe

– O que você quer fazer Sophie? – Pergunta Dr. Rafael ignorando minha mãe.

– Bom, eu acho que... acho melhor deixar os médicos tomarem essa decisão por mim. – Digo por fim.

– Nós não podemos fazer o transplante nela. – Diz o doutor.

– E por que não ? Ela está cega de um olho. Quer esperar ela perder as duas visões para fazer ? – Se exalta minha mãe.

– Olha, ta certo que ela perdeu uma visão. Contudo a visão que ela ainda tem, é boa. O aconselhável é estabilizar ainda mais a visão direita dela. Para mais tarde ela fazer o transplante apenas no olho esquerdo.

– Não . Nós viemos para o transplante e vamos faze...

– Ela é nova. Corre muitos riscos. – Interrompeu o doutor.

– Riscos para ela fazer vai ter em qualquer idade. A filha é minha e nós vamos fazer agora sim. – Disse minha mãe irritada. Ela já estava em pé no meio da sala do doutor de um lado para o outro.

– É, tem razão. A filha é sua. Se fizer um transplante agora e der rejeição, quem vai se sentir culpada por ter apressado a cirurgia vai ser você. Na rejeição quem vai cuidar dela e ver ela perdendo a luz do seu olho esquerdo, novamente, vai ser você. E por fim, por uma pressa desnecessária de uma mãe, as chances do transplante vão diminuindo cada vez mais, porque se der rejeição no primeiro, para o segundo as chances diminuem drasticamente. –Disse de uma vez o doutor – Então não, eu não autorizo o transplante. Fale com o comandante desse hospital se quiser ainda assim fazer. Depois de tudo o que eu disse, se não mudou de idéia e ainda assim quiser fazer o transplante, os riscos são suas responsabilidades.

Minha mãe saiu apressada da sala de tanta raiva e claro, eu fui atrás dela.

Ficamos numa pousada que era na rua do hospital, era bem pequena mais confortável. Depois de almoçarmos, minha mãe disse que iria sair para resolver umas coisas e disse para eu descansar um pouco. E foi o que eu fiz. Apenas me perguntando que coisas seriam essas para ela resolver...

Parecia que minha mãe estava esperando eu acordar. Assim que abri os olhos ela disse.

– Filha, se prepare para o transplante.

Como ? Eu não sei. Depois de tudo que o doutor disse, ela ainda estava com isso na cabeça. Sem mais o que fazer, fechei os olhos novamente para tentar ficar longe daquilo tudo.

POV Mariana

Depois de pousar em Florianópolis e pegar o ônibus que me levava para Joinville. Meus pais já me esperavam lá. Apesar de estar triste por estar longe de Bernardo, estava feliz por estar perto dos meus pais de novo. Abracei forte os dois.

São Francisco do Sul era linda, adoraria morar ali. A tranqüilidade de uma cidade pequena, a beleza. Era perfeito. Nossa casa era enorme. Jardim atrás da casa, garagem, quatro quartos, dois banheiros, sala, cozinha, um grande espaço na garagem que dava para fazer muitas coisas, inclusive para se brincar...

Na hora do jantar eu decidi contar para meus pais que estava namorando com Bernardo, talvez não tivesse sido a coisa certa a e fazer no final de tudo.

– Eu aprecio e acho linda a amizade de vocês, ele é um bom rapaz . Mas tem aquele fato.. – Diz meu pai.

– Mas pai, aquilo não foi ele. Você precisa confiar em mim. – Imploro para meu pai.

– Ele faz você feliz não ? – Pergunta papai.

Fiz que sim com a cabeça já abrindo um grande sorriso. Minha mãe não estava falando nada, o que significava que ela estava com raiva.

– Como você pode apoiar isso Richard ? – Pergunta Angeline séria.

– Não temos provas nenhuma. Oh, Angeline por favor, veja como sua filha está feliz.

– Nós temos duas filhas. E uma delas está morta por causa desse Bernardo. Eu não aceito isso. – Disse minha mãe saindo da mesa.

– Pare de colocar a culpa toda no Bernardo. Ele não fez nada disso. Você só está tentando arrumar um culpado sobre a morte dela. – Falo de frente pra ela.

– Não defenda ele Mariana. Como pode amar ele , que tanto mal nos fez ? – Pergunta minha mãe

– Mãe, por favor,entenda. Ele nunca nos fez mal nenhum, ele tentou salvar minha irmã. Eu também sinto falta dela, e mais do que vocês podem imaginar. Crescer sem ter minha irmã ao meu lado foi o pior tipo de sofrimento possível. Quando cheguei nessa casa e vi esse espaço enorme, logo me lembrei que , se ela estivesse aqui, mesmo na nossa idade . Nós brincaríamos nesse espaço. Suzan queria me ver feliz acima de tudo, mesmo que isso custasse a felicidade dela. Bem diferente de você não é mesmo mamãe? – Digo tudo de uma vez, antes que perdesse a coragem.

– Esse é por achar que não te quero feliz...

Ela encheu a palma de sua mãe e acertou em cheio o lado esquerdo do meu rosto. Fazendo escorrer lágrimas de mim.

– E esse outro, é por ter me desrespeitado ...

Com a mesma mão que ela havia ma atingido no lado esquerdo. Ela fez um movimento que a parte de fora da sua mão atingiu o lado direito do meu rosto. Subi correndo, de longe só escutava meu pai falando com minha mãe.

– ... Acho que você foi dura de mais com ela Angeline. – Afirmou meu pai.

– Ela passou dos limites. – Rebateu minha mãe.

– Quem passou de todos os limites aqui, foi você. – Disse por fim.

No meu quarto eu chorava encolida na cama. Meu primeiro pensamento foi em Bernardo. E de como eu me sentiria segura com ele ali comigo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, entre essas três mães. Qual delas escolheriam? hahaha. Até o próximo capítulo pessoal, isso é tudo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Vamos Falar De Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.