Reyna Ernsta escrita por Claray


Capítulo 1
Unico


Notas iniciais do capítulo

É sobre uma personagem de uma história-rascunho minha (Conto de Phenice). Não sei se vou escreve-la, mas se um dia for... xD
Ela não seria a personagem principal, na verdade ela nem iria aparecer direito, mas escrevi em um momento de tédio na aula de Física (seeeempre física) e resolvi aprofundar um pouco.
Enfim, boa leitura (R)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/371652/chapter/1

Ela é um anjo, mas também um demônio. Ela é a mocinha e a vilã. Ela é pobre, porém rica.

—Sua falsidade não tem limites, Lady E.”

Ela é tímida, porém selvagem, e seus olhos são negros, azuis, verdes, castanhos, cinzas – as cores variam de acordo com o que ela está sendo.

“—Penso se estou delirando...

 -- Se estiver falando do gosto do vinho, penso a mesma coisa -- Riu a moça que bebia a taça inteira de uma única vez, sem modo algum, fazendo o aristocrata remexer-se incomodado. Ela pareceu não notar, e se notou ignorou.”

Ela pode ser a louca que fará você querer desesperadamente fugir ou a doce mulher que o entorpecerá com a droga do amor ao ponto de desejar que aquele momento dure para sempre. Mas nunca dura.

“—O que você é, afinal? Pare de me confundir, criatura das trevas! – Apontou para a jovem, que inflava o peito e erguia o rosto orgulhosamente.

  -- Você terá uma confusão muito pior, Montez. Cruze esta porta novamente e verás! – Ameaçou, batendo com o punho sobre a mesa de madeira, fazendo o móvel tremer levemente”.

 Seus passos são silenciosos, seus olhos ferozes assustam enquanto os róseos lábios tornam a atrair a presa.

Reyna Ernsta é tudo, mas também não é nada. Ela não é o final feliz, assim como não é o final trágico. Ela também não tem um começo sofredor, nem uma historia inocente – sua historia é a maldade refletida por uma criança esquecida nas profundezas da mente.

“—Senhor Adams? Por que o senhor segura uma faca? – Perguntava inocente, os olhos que lembravam as águas esverdeadas do mar encarando o homem curvado e tremulo que dilatou as pupilas, encarando-a de volta com um brilho quase maníaco.”

Ela é a primeira e única garota-soldado dos dois reinos de Jolly e Amadur. Ela é a cicatriz que lhe atravessa o rosto pálido. Ela é a amante dos lobos. Ela é apenas a capitã da tropa norte de Jolly – que não passava de um grupo pronto para defender Amadur de o que quer que fosse.

“—Tudo que tem que fazer é matar e não ser morta. Não é complicado. – Resumiu o general Karl, impassível.

-- Que coisa inútil... – A filha do general, Liese, que estava sentada na cadeira de balanço tricotando um cachecol enquanto sua dama de companhia penteava seus longos cabelos ruivos, torceu o nariz.

-- Acha que tem chances de eu me tornar uma grande representante da bandeira de Jolly? – Perguntou com um brilho quase invisível nos olhos escuros.

-- Não seja tola, mulheres não podem servir ao exército... – Zombava a ruiva.

-- Nunca se sabe. – O general apenas abafou o riso enquanto a jardineira voltava-se às flores, envergonhada.”

Mas Reyna Ernsta também é a mão que segura a de Dachs Lott e os lábios que o amam em silencio, assim como ele é os olhos que a amam sem medo.

Ele é também os olhos violetas vendados e o sorriso encantador. Ele é o marido apaixonado que está pronto para defender sua amada. Ele carrega flores nunca antes vistas. Seu coração não existente pertence à ela.

—Eu não me importo com o que eles falam. Para mim você existe e os únicos loucos são eles. - Dizia aos quatro ventos, se enrolando ainda mais na pele de urso enquanto tentava ignorar o vento frio que batia contra seu corpo impiedosamente – Por favor, apareça!”

Ela é a figura desbotada e solitária. Ela é a mulher insana e a sonhadora esposa. Ela carrega adagas, armas e tira flores do nada. Toda sua vida é dedicada à ele.

Ele gosta de ver os olhos tenebrosos que contém o brilho das estrelas. Ela simplesmente gosta de vê-lo.

Ela é criadora, ele é imaginação, e não importa para ela se dizem que o chamado Tigre de Fogo é apenas sua imaginação, pois eles diziam o mesmo sobre a dor -- e não há ninguém que saiba mais que a dor é real do que ela.

“ – Deveria parar de me assustar assim, pode acabar com uma faca no pescoço. – Repreendia a jovem loira agachada perto de uma fogueira, empurrando a mão que segurava a flor laranja e azul próxima ao seu rosto.

-- Quanta violência! – Ria.

-- Estou falando sério. Ora, se você soubesse quantos de Jolly querem me matar me daria razão! – Cerrou os lábios, jogando mais alguns galhos no fogaréu e erguendo-se. – Creio que isso seja o suficiente para espantar as raposas, se é que ainda assusta. Aqueles ladrõezinhos em quatro patas parecem cada vez mais atrevidos. – Comentava indignada.

-- A culpa não é das raposas se as galinhas são saborosas – Dessa vez gargalhou, puxando a jovem para si e envolvendo sua cintura.

-- Portanto que não comam a que preparei hoje e fiquem a roubar apenas as pessoas que não tenho simpatia não vejo problemas. – Sorriu, puxando-lhe delicadamente pelo colar com um dente de tigre na direção da pequena casa. Seu sorriso não era como o mexer de lábios doces das demais jovens, pelo contrário: mais parecia um masculino sorriso de provocação do que de felicidade.

Um pouco longe dali, uma jovem balançava o rosto fino de um lado ao outro em sinal de reprovação, assim como uma senhora de idade grunhia enquanto observavam a jovem loira de pele pálida que parecia dar-lhe o efeito de assombração naquele fim de tarde e com uma estranha deformação que ia desde um lado do maxilar até o meio da testa em um corte paralelo e de aparência antiga.

- Os Ernsts não tiveram mesmo sorte com os filhos! Os dois meninos que tiveram nasceram com problemas e foram abandonados nas margens do Gyll, enquanto a menina virou uma louca desvairada que sai falando sozinha. – balançou a mão no ar - Fora essa história de guerrear na tropa norte. Sinceramente... – Falava a senhora, por fim entrando na casa feita de madeiras, assim como todas as outras, acompanhada da jovem de cabelos negros como o bréu.

- Os falecidos devem estar dando pulos no túmulo! Me pergunto que tipo de pecado grotesco cometeram por terem tido tamanha infelicidade...  – Concordou, fechando a porta atrás de si.”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Digno de um review? c: