Talvez passar dois dias dirigindo não havia sido a melhor escolha que Jeniffer havia feito, mas precisa chegar a tempo de encontrar com Johnny, em demônio com quem mantinha contato a bastante tempo, não confiava 100% nele mas era ele que tinha as informações sobre caçadores, criaturas, ele sabia de tudo . Mas nunca nada era de graça, em troca das informações a caçadora arrumava alguns objetos e chegou até a matar alguns caçadores que estavam atrás dele, não que gostasse, mas era necessário fazer.

   Haviam marcado num bar no meio da estrada, nada grandioso, muito pelo contrário, era um local antigo, mas ali não teriam risco de encontrar com nenhum caçador ou nenhuma criatura e nem de serem reconhecidos por ninguém.

      19:00hrs em ponto Jeniffer chegara no local, passou pela porta deu uma olhada pelo local e não o encontrara, sentou no cadeira próxima ao balcão e pediu uma cerveja e ficou o esperando, e como de costume algum babaca havia sentado no lugar ao seu lado e a ficou encarando por alguns instantes...

– Perdeu algo aqui? – Perguntou a caçadora ainda encarando para frente e deu um gole na cerveja
– Hm, desculpe – Respondeu – Primeira vez aqui? Não que eu esteja insinuando algo, mas, uma mulher bonita como você nunca veio aqui

– Primeira e nunca – murmurou para si

– O que disse?

– Nada

– Está acompanhada? – Continuou a perguntar mesmo sabendo o desinteresse da mesma

– Sim - Respirou fundo para responder

– Não vejo ninguém aqui – Era persistente, não sairia dali – O que acha de darmos uma volta, para conversar...

– Entenda...- A caçadora virou para o homem ao seu lado e o agarrou pela gola da camisa – Não quero nada e nem quero briga, agora saia daqui ou fique, mas finja que não me conhece. – O homem iria abrir a boca para tentar responder a caçadora mas fora interrompido – E não quero te conhecer também...

– Poxa Jeniffer, temos tanto a conversar...- Deu um pequeno riso o homem – Vai mesmo recusar a nossa conversa?
– Johnny, é você? – O soltou surpresa – Não reconheci nesse novo corpo, outra pessoa de novo?

– Fui reconhecido no outro – Ajeitou a sua gola e pediu mais uma cerveja – Achei que você acharia mais atraente – a Caçadora revirou os olhos – Mas vi que não

– Vamos aos negócios – Disse interessada

– Calma gatinha – Disse com um leve sorriso – Estou sabendo de algumas coisa, sabe?

– O que?

– Salvou a vida dos Winchester e ainda os ajudou numa caça? – Não conteve o sorriso – Você? Uma heroína? Preocupada com o próximo ? Ainda dois caçadores? Quando ouvi não acreditei, tenho que ouvir de você

– Sim, eles precisavam de ajuda – Respondeu – Porque a surpresa? Caço coisas como você e mesmo assim não te matei e ainda fazemos negócios...

– Sim... mas sabe quem são o Winchester? Dean e Sam ? – Disse com um leve sorriso – Não sabe da maior...

– Já ouvi algumas historias sobre eles – Deu um gole na cerveja e sorriu – Mas vamos ao que interessa...

– Hum...tenho uma grande historia para te contar, mas o que ganho....?

– Depende da informação, você sabe muito bem o que eu quero

– E você sabe que eu te quero, daríamos uma bela dupla. Não sabe o que está perdendo – Disse sorrindo

– Não me leve a mal, mas prefiro morrer do que ficar com você. – Deu um leve sorriso e fechou a cara novamente – Anda, o que sabe?

– Resolvi a sua história – Sorriu e encarou a caçadora – Seu noivo foi morto por caçadores, alguma coisa haver com algum plano que teriam que impedir, e ai que vem a melhor parte...sabe quem o matou?

– Quem?

– Os Winchester...- Disse com um olhar triunfante – E Crowley apareceu na hora e bem, o resto você sabe...

– Impossível? Quem te deu essa informação?

– Com a própria fonte, Crowley – Disse

– Ele não é confiável assim como você....

– Depois de tanto anos trabalhando em equipe, você ainda desconfia de mim? – Fez um cara triste, seguida de uma expressão bem irônica

– Presta bem a atenção...- Disse encarando o demonio – Vou checar a veracidade da sua informação, se estiver errado, não adianta mudar de corpo, pode virar o Vin Diesel que eu vou te caçar e vou te matar. – Disse levantando e jogando o dinheiro na mesa

– Mas se eu estiver certo...

– Fale

– Vamos passar uns dias no México, señorita...- Disse rindo

– Nem nessa e nas próximas vidas...- Respondeu e sai do bar, precisava falar com alguém.

Pegou as chaves e entrou no carro, e dirigia o mais rápido possível no meio da estrada, Jeniffer não sabia ao certo onde estava indo, apenas dirigia. Cada vez mais ela acelerava o carro, estava com raiva e descontava no carro.

Não acreditara no que tinha escutado, se realmente fosse verdade, ela os tinha ali na sua mão, matá-los seria extremamente fácil. Mas algo não fazia sentido nessa história e ela teria que tira a limpo e precisava encontrá-lo urgentemente.
Depois de ficar umas 2 horas dirigindo, finalmente parou o carro num imenso campo, não estava com tanta raiva como antes mais ainda não estava no seu estado mais sano.

- Crowley! Crowley! – Gritava o mais alto possível, estava no campo e sozinha, nenhuma criatura humana estava ali e não a acharia louca – Apareça! Eu sei que você está por perto! – Continuava a gritar, cada vez mais alto – Eu sei que está me acompanhando desde quando salvei os Winchester e sei que estava no bar...- Olhou para trás e o viu, ele estava ali com o seu terno preto e com um leve riso no rosto

– Jen, Jen, Jen – Disse rindo – Vejo que ainda não esqueceu o que lhe ensinei sobre como saber onde estão os demônios

– Sei que era você na lanchonete e vi quando você ficou bem interessado na minha conversa com Johnny – Respondeu – Mas não é isso que vim falar com você.

– Sobre seus pais e seu noivo certo? Oops! Seu ex-noivo morto? O que quer saber?

– Foram os Winchester que os mataram?

– Minha cara...- Foi se aproximando da caçadora e começou a dar voltas no corpo da mesma – Foram sim. E deixa eu ver, você está com essa vingança a anos e quando teve duas oportunidades dadas simplesmente não a concluiu. Patética.

– Esteve comigo durante anos e me fez acreditar que demônios haviam os matado, nunca me disse que caçadores nenhum.

– Você nunca perguntou - Gargalhou

– Você me treinou para matar demônios e outras coisas sobrenaturais, o que esperava que eu pensasse? – Respondeu

– Me diga, como queria matar caçadores? Se nem segurar uma arma você sabia? Lembra quando matou seu primeiro demônio, o quanto que você chorou? – Disse sorrindo – Tive que te treinar para saber matar, saber torturar. Agora, graças a mim está mais que apta para matar qualquer coisa...

– Mas porque eles fariam isso? Meus pais? Meus noivos?

– Impedir que você se torne uma caçadora...- Respondeu encarando fixadamente os olhos da caçadora – Primeiro Jonh Winchester com seus pais e logo depois os irmãos Winchester com seu noivo
– Se ele queria impedir que me tornasse caçadora, por que não meu matou também?

– Eu te salvei – Respondeu em tom de orgulho – Quando cheguei ele foi embora. No final de contas eu não sou tão mal assim – Ajeitou seu terno e continuou – Mas parece que o que eles fizeram só te empurraram cada vez mais para esse mundo.

– Co...como? – Sua voz estava fraca, controlava para não chorar ali mesmo, não daria esse gostinho para Crowley – Mas nos conhecemos quando Nathan morreu

– Raciocine minha querida...eu te salvei, e cuidei de tudo para que você fosse morar com sua tia na Carolina do Norte, possui algumas pessoas matei outras, detalhes. – Respondeu revirando os olhos – Tomei conta de você, lembra quando você tinha uns 10 anos e quase foi atropelada? Então, te salvei...

Jeniffer mantinha-se estática diante de toda a sua descoberta, estava desconcertada.

– ... para no final você me dar as costas

– Você me enganou...Esperava o que? Que eu continuasse a te seguir apesar de tudo?

– Está falando sobre o que aconteceu com o Cooper? – Dava gargalhadas da situação – Ficou triste por não ter tido seu final feliz com ele? Você quem escolheu, vingança ou amor...e você escolheu a vingança

– Você o possuiu, quase me fez matá-lo...

– Isso foi engraçado. Sua cara foi ótima quando soube que era eu – Encarou a caçadora nos olhos – Mas estamos desviando do assunto, se está apta a completar a sua vingança, agradeça a mim. – Sua voz tomou um tom mais sério – Satisfeita?

Jeniffer não sabia exatamente como estava agora, era uma mistura de ódio, por tudo o que fizeram com ela, e felicidade por ter descoberto com era o assassino de sua família e assim finalmente conseguir completar a vingança.
– Mas tudo isso não saiu de graça, certo? – A caçadora conhecia Crowley dos pés a cabeça, sabia que mais cedo ou mais tarde ele cobraria por tudo o que fez, e no caso, pelo o que disse – O que você quer?

– Que feio da sua parte achar que eu faço tudo por interesse...- Respondeu e viu Jeniffer revirar os olhos – Pois bem, está certa. – Soltou um leve sorriso e logo em seguida seu rosto tomou um tom bem mais sério – Não quero nada demais, apenas a garantia de que você não pode me matar...

– Como?! – Indagou Jeniffer, seu rosto fora tomado por uma expressão de dúvida

– Não pode me matar. Vai lá saber o que acontece e do jeito que você é, além de matar os Winchester pode querer me matar também – Revirou os olhos e estendeu sua mão – só por garantia...

– Medo de morrer Crowley? – Jeniffer sorriu e o demônio revirou os olhos como dissesse que não tivesse medo – Certo, mas o que acontece comigo se eu te matar?

– Bom, você vai para o inferno – Deu gargalhadas quando os olhos da caçadora tomaram um tom de medo - Sua tão esperada vingança estará completa e depois faça o que bem entender, quero apenas garantir que você não tentará nenhuma gracinha para mim – Jeniffer estava meio incerta, temia se mesmo sem querer pudesse matar Crowley – Anda logo, minha mão está cansando!
– Feito! – Respondeu a caçadora quando aproximou-se do Crowley o beijou, selando o acordo
– Bom, boa sorte na sua vingança, Jen, se precisar é só gritar – Disse Crowley quando sumiu no meio daquele campo, deixando a caçadora só.

Jeniffer olhou para os céus, nunca esteve tão perto de acabar com tudo aquilo, nunca esteve tão perto de finalmente pode olhar para os assassinos de sua família e acabar com a vida deles, da mesma forma que fizeram com a sua, 2 vezes.

Jeniffer sorriu para si mesma, colocou as mãos no bolso da calça e pegou as chaves do carro, seguindo para a direção do mesmo...

– Logo no veremos Winchester – Disse para si mesma – Me aguardem.