P.O.V. Autora

– PAI! Tenho um plano!

– Plano? Você?

– Sim! – Então a ruiva se dirigiu ao ouvido de seu “pai” e contou seu plano.

– Mas você é uma imprestável mesmo hein?! ISSO NUNCA VAI DAR CERTO! – então ele deu um soco na filha, que caiu no chão segurando o choro- Se quiser ir, vá! Mas não volte sem ela e não conte com a minha ajuda.

Meggy saiu daquele lugar no mesmo minuto, só com uma garrafa d’água e um pequeno barquinho. “Mal sabem que Lyxios vive tão perto deles”.

(...)

Ela já estava na metade no caminho, tinha acabado de atracar nas fronteiras do acampamento. Assim que saiu para fora e pisou nas pedras seu pé se virou e uma dor intensa lhe veio.

– Esse dia está cada vez melhor...

Ela arrancou um pedaço de sua blusa (infelizmente branca) e enrolou pelo pé. Provavelmente o havia torcido. “Hoje por acaso é o dia do azar?” . Fez uns movimentos com a mão, que produziram uma bengala de ar. Pelo menos agora ela poderia usar seus poderes sem que o pai falasse que ela estava destruindo a casa.

Entrou na mata. Ela provavelmente estava perdida, sempre que olhava o acampamento bem de onge, via uma minúscula ilha, que tinha a entrada por um lago, mas sem floresta em volta. Realmente, estava perdida. Começou a andar e seu pé doía cada vez mais. Precisava de ir à enfermaria engessar isso logo. Já até via: uma semana com o pé enfaixado.

Já estava escurecendo e nada de acampamento ou sequer uma pessoa. Andou mais ainda e se deparou com uma árvore de maçãs. Estava morrendo de fome, tudo bem que o pé estava machucado, mas mesmo assim ela subiu na árvore com a ajuda de seus poderes. Nem sabia que conseguia, mas fez com que as correntes de ar a levitassem. Chegou perto das folhas e se sentou num galho. Era difícil se concentrar com o pé doendo tanto.

De repente começou a ouvir vozes, alguma coisa haver com uma fonte de chocolate. “Esse acampamento é meio doido?” . Mas ela sabia que precisava de ajuda, e era melhor pessoas doidas do que nenhuma. Ficou em pé no galho esquecendo por um segundo de sua dor, mas lembrou no mesmo instante que o pé encostou no galho e o mesmo se partiu. Ela agora estava toda arranhada e sangrando, com o pé machucado e sem concentração nenhuma para fazer algum feitiço.

– Será que ainda pode piorar? – murmurou tentando se levantar.

Então começou a chover. É, podia piorar. Agora a terra em que estava caída estava se transformando em lama e ela estava ficando mais suja do que nunca. Como alguém pode ser tão azarada? “Os Reis estão me castigando pelo que meu pai fez?”. Levantou-se com muita dor e foi em direção ao local onde tinha escutado as vozes. Avistou uma barraca onde a água não entrava e tentou passar pela barreira, mas estava tão fraca que não conseguia dar mais nem um passo e caiu desmaiada no chão.

(...)

Ela estava tonta, mas acordando. Percebeu que ainda estava suja e machucada, porém, deitada em um colchão confortável. Foi quando ouviu as vozes de novo.

– Mas, quem ela é?

– Shii, ela está acordado!

– Onde? Ãhn... – ela murmurou tentando fazer sua visão voltar ao normal. A dor de seu pé estava aumentando muito.

– Se acalma, qual o seu nome?

– Meggy.