P.O.V. Lucy

Sinceramente? Eu não quero contar para ninguém. Já é muito o Ryan saber quem eu sou, e além do mais, sinto que se eu contar a todos, Lyxios vai vir atacar o acampamento. Eu não quero que ninguém se prejudique por causa de mim.

Eu decepcionaria também Délia. Eu lhe disse que acreditava que ela era a escolhida, mas agora... O que vou fazer? E se eu me descontrolar e atacar alguém com fogo? Vou precisar de um treinamento, e só uma pessoa pode me ajudar.

ARGH! Viu Ryan o que você faz com a minha vida?!

E ainda tem Luke, que acha que eu tenho um caso com o Ryan. Pelamor! Eu NUNCA ficaria com um idiota que (por acaso) se chama Ryan.

Realmente: Estou em sérios apuros.

– Lucy? – Era Mary entrando no quarto/cabana – Está tudo bem? Não veio ao almoço hoje e...

Ela não terminou a frase, fui correndo abraça-la e logo caí no choro.

– Mary, preciso da minha melhor amiga de volta. – Disse me deitando de volta na cama – Minha vida está uma bagunça.

– Lucy... – Disse ela puxando um banquinho e se sentando do meu lado – Seu que não estamos passando tanto tempo juntas, mas pode contar comigo. O que está acontecendo?

– N-não posso te contar tudo... Mas faz alguns dias ou horas, não sei, estou tão confusa que nem sei mais em que século estamos! Enfim... Ouve um ataque.

– Ah sim, ficamos sabendo.

– E eu e o Ryan tentamos defender o acampamento e ficamos na enfermaria um tempo e... – suspiro – Resolvi ver o Ryan.

– O que isso tem de demais?

– Me veio uma tontura e deitei do lado dele. Luke nos viu.

Mary não disse nada. Ela nunca fora boa de dar conselhos amorosos, mas era bom tê-la ali. Me fazia sentir que não estava sozinha (esse que é o bom de estar triste, você fica filosófica).

– Vamos, está na hora da nossa aula de sobrevivência, e cuidado com certos telescópios por aí.

Dei uma risada. Isso parecia ter acontecido a séculos! Me dirigi a aula e dessa vez seria para fazer dupla com alguém do ar. Me deram um papel que falava que era para eu fazer par com a Katara.

– UHUU! Vamos fazer dupla! O que teremos que fazer?

– Acampar.

**

P.O.V. Autora

Enquanto isso, do outro lado, além do acampamento...

– Eu MANDEI VOCÊ para matar os amiguinhos da Lucy, não aqueles lobos IMPRESTÁVEIS!

– M-mas eu...

– ESCUTE AQUI! Se ei perceber que você está do lado dela, pode dar adeus à sua vida medíocre.

– Pai...

– NÃO ME CHAME ASSIM! Você não provou ser minha filha ainda, agora saia daqui!

A garota, com lágrimas nos olhos, saiu correndo da sala de seu pai (quer dizer, do cara que só será seu pai se ela agir ao seu favor, ou seja, provar que é sua legítima filha).

Foi correndo em direção ao seu quarto e se jogou na cama. Agora deixou suas lágrimas escorrerem livremente. Ela não queria matar ninguém! Que pessoa em sã consciência teria coragem de matar alguém só por diversão? Seu pai. Se bem que ela achava qe ele não estava são. Logo começou a chover e ela se dirigiu à janela. Ela gostava de ficar na janela olhando a água cair, era bom para pensar e aproveitar sua solidão. Quanto tempo que não via outras pessoas a não ser seu pai?

Saiu da janela. Estava ficando deprimida e não aguentava mais chorar. Já fizera isso por anos. Andou pelo quarto e se deparou com a foto sua e de uma amiga que fazia tempo que não via. Era do dia em que ela e a única amiga que teve descobriram que controlavam elementos.

– Ah Délia, não sabe como sinto saudades...

Délia foi a primeira e única amiga da filha de Lyxios. Eram grudadas, até que o pai se revelou e a proibiu de se encontrar com qualquer pessoa existente no mundo.

Mas ela ia provar. Ao seu modo. E ela iria começar seu plano hoje.

P.O.V. Lucy

– Kat! Onde você conseguiu uma fonte de chocolate? Eu pensava que era para acampar com o mínimo possível.

– Ah Lucy, é só uma pequena modificação no formulário.

– Aiai Katara, você é meio doida.

Já estava ficando de noite quando começou a chover. Katara correu que nem uma doida para guardar as coisas, enquanto eu tentava fazer “um campo de força” onde a chuva não cairia. Era a primeira vez que eu fazia isso, e olha que eu não me saí muito mal não! Ficamos lá dentro e Katara inventou de cantar músicas natalinas.

– Kat, nós estamos no meio do ano!

– Ah me deixa e... AHHHHH!

Trovão... nossa, a tempestade está muito forte mesmo. Do nada comecei a sentir alguma coisa, como se alguma pessoa estivesse tentando passar pelo campo. Abri o zíper da barraca e vi uma garota ruiva e arranhada, com o sangue ainda escorrendo. Sua boca também estava sangrando. O que será que ela havia feito?

Eu saí correndo, fazendo com que a chuva que caía em mim não me molhasse. Chegou perto da garota e a levou para a barraca.

(...)

– Mas, quem ela é?

– Shii, ela está acordado!

– Onde? Ãhn...

– Se acalma, qual o seu nome?

– Meggy.