A Garota Solitária Dos Fones De Ouvido escrita por tiny


Capítulo 3
Capítulo 3 - Contigo


Notas iniciais do capítulo

"Uma Garota Diferente" Este capítulo vai para você, eu espero que goste ♥



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Cinco de Abril.

 

Já se passava duas semanas desde que eu ajudei a Alicia, e desde então tem sido mais falante comigo. Mesmo assim, ainda sentia que a mesma me evitava na maioria das vezes, talvez ela ache que eu vou contar paras as pessoas o que ela faz, mas eu nunca faria isso com ela. Eu estou tentando me aproximar dela, e não me afastar.

 

Hoje. Plena Segunda Feira, um dia chuvoso. Corri para entrar logo na escola e logo após fechar o guarda chuva, olhei ao meu redor, procurando Daniel ou Cleber. Não encontrando nenhum dos dois, eu subi para a sala e encontrei eles lá.


Já estava todos lá... Ou quase todos, ela não estava. Desde de quinta feira ela vem faltado, sei lá, talvez ela esteja doente, já que está frio mesmo.
Logo o professor chegou e todos se sentaram em seus lugares, era duas aulas dele, e a matéria dele era Matemática... Chato.

 

Por Deus as duas aulas passaram rápido e logo foi a aula de história, mas a professora tinha faltado, então, ficamos de aula vaga.

 

Eu falava normalmente com os meus amigos, mas minha cabeça estava em outro lugar, ou melhor... Em outra pessoa, eu queria ter a chance de vê-la outra vez e dizer que eu não me importo o que ela faz, eu só quero estar com ela e ajudá-la.

 

Olhei para o céu cinza e fiquei imaginando o que ela estaria fazendo agora.

 

— Ei, cara?...Você tá bem? - Perguntou uns dos meu amigos.

 

Saí dos meu pensamentos e encarei ele.

 

— Sim estou... Eu só estou com sono. - Menti, mas claro que eu não iria dizer que estou preocupada com a garota solitária dos fones de ouvidos.

 

Bom o resto das aulas passou normalmente e agora eu estava me preparando para ir pra casa. Me despedi dos meus amigos e segui o meu caminho. As ruas estavam úmidas por causa da chuva, e não tinha quase ninguém nas ruas. Claro, as pessoas preferem ficar em casa no frio.

 

Logo cheguei em casa e minha mãe não estava lá. Dei de ombros e subi para o meu quarto. Liguei o computador e entrei no facebook. O Daniel já estava online.

 

Addan:

— Fala cara! - Eu mandei uma mensagem .

Daniel :

— Fala aí, sonhador... Não sabe da nova.

Addan:

— Qual?

Daniel:

— Aquela garota solitária que vive com os fones de ouvidos, sabe? Então, ela foi internada. Todo mundo estão dizendo que ela está com câncer.

Addan:

— O que?

Daniel:

— Isso aí cara! Acho que a vida da coitadinha não pode piorar mais.

Addan:

— Sabe qual hospital ela está?

Daniel:

— Acho que é aquele do centro...

Adda:

— Falou... Tenho que sair, minha mãe está me chamando. - Menti, eu só queria tirar aquela história a limpo

*-*

Não tinha creditado no que eu tinha acabado de ler.

 

Câncer? Como assim? Me levantei da cadeira do PC e saí do quarto. Desci as escadas correndo , logo cheguei na sala e depois na cozinha, Saí e tranquei a porta.

 

Fui correndo para o ponto de ônibus, sorte que nem demorou cinco minutos e o ônibus que vai para o centro chegou, entrei no mesmo e sentei no banco do fundo.

 

E se isso foi apenas um boato inventado por invejosos. E se ela só estivesse resfriada. Mas e se... Se ela realmente estivesse doente? O que aconteceria com ela? Ela iria morrer?

 

Balancei a cabeça tentando tirar esses pensamentos da mesma. Olhei pela janela e eu ainda estava no meio do caminho. Fechei os olhos tentando não imaginar a imagem dela naquela cama de hospital, mas foi difícil, abri os olhos e fiquei olhando pra fora do vidro do ônibus. Acho que demoraria mais do que esperado.

 

Coloquei os fones , tentando ocupar a minha mente , mas tudo que eu fazia , eu me lembrava dela.

 

Não sei por quanto tempo fiquei viajando na música, mas quando dei por mim já tinha passado o meu ponto de descida, então eu desci no outro ponto e voltei a pé. Não era difícil encontra o Hospital Central, ele era enorme. Entrei no grande prédio e fui falar com a mulher da recepção.

 

— Oi posso ajudar? - Perguntou a mulher.

 

— Pode! Eu estou aqui pra fazer uma visita a uma amiga. - Disse meio nervoso

 

— Nome da paciente? - Perguntou ela.

 

— Alicia. - Disse.

 

— Alicia do quê? - perguntou ela

 

— Não sei o sobrenome dela - Disse, e a mulher me encarou e depois abaixou a cabeça olhando uns papeis lá.

 

— Tem uma Alicia internada na área Leste. É pra aquele lado, no sexto andar No quarto 154 - Disse ela e eu fui seguindo as coordenadas da mulher, peguei o elevador e logo cheguei no sexto andar. Fui para o corredor e comecei a procurar o quarto da suposta Alicia.

 

Parei em frente a porta que em cima tinha o número 154. A porta estava meia aberta, então eu entrei.

 

A visão que eu tive foi: De uma Alicia muito magra e pálida , quando ela me viu a mesma arregalou os olhos ficou me encarando. Eu caminhei até ela e fiquei em frente a cama dela . Acho que ficamos uns dois minutos nos encarando com a droga do silêncio no local.

 

— Alicia...- Disse.

 

— Eu vou morrer logo... Não vou? - Perguntou ela.

 

— Vai. - Disse, senti meu olhos arderem e meu rosto ficou quente... Eu estava chorando.– Mas, Eu vou ficar com você até o último dia de sua vida. - Disse segurando a mão dela, ela abaixou a cabeça pra que eu não veja ela chorar . Abracei a mesma e ela retribuiu o abraço.

 

— Você me encontrou. - Ela disse, limpando as lágrimas com a outra mão. - Mesmo que eu não tenha dito nada, você me encontrou. Assim como na última vez que me ajudou.

 

— Eu sempre vou te encontrar. - Disse

 

— Porquê?

 

— Porque você é a pessoa que eu gosto.

 

Por que com ela? Aparentemente ela era uma pessoa normal e pouco sociável , mas mesmo assim, porquê?

 

— Eu não vou viver muito tempo, então porque gostar de alguém que é doente? - Ela disse

 

— Alicia... - Eu não soube o que dizer para ela, mas eu segurei firme sua mão e encostei minha testa na sua.

 

Naquele dia eu descobri que o mundo não é uma lugar perfeito. Ver Alicia deitada naquela cama me fez perceber como fui cego para o mundo exterior, eu sequer podia imaginar que alguém da minha idade poderia ter seu mundo despedaçado por uma maldita doença, mas Alicia teve.

 

O fato dela ter aguentado tudo sozinha, calada. Sem se importar com que as pessoas diziam dela, mesma que fosse de um modo solitário, ela guardou para si.


Naquele dia, quando vi a menina que eu gostava deitada em uma cama de hospital, doente. Eu soube que ela não aguentaria sozinha, o fato de Alicia ter cortado os pulsos só prova o quanto ela está com medo. E naquele dia eu decidi fazer os seus seguintes dias inesquecíveis.

 

Eu faria de tudo que estivesse ao meu alcance para poder ajudá-la. Tudo isso por que eu estava apaixonado por ela.

 

Eu realmente era um garoto inocente, mas daquele dia em diante eu passei a ver o mundo de um jeito diferente. De um jeito mais... Triste e sofrido. Depois e alguns anos, quando Alicia se foi, esse modo de ver o mundo ainda permaneceu em mim. Esse modo de ver o mundo, era os olhos de Alicia sobre o mundo, foi o mesmo modo que me fez amadurecer.

 

Alicia realmente era um anjo.


*-*


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Notas finais do capítulo

Capitulo reescrito e repostado. Espero que gostem. Kisses

OBRIGADO PELAS DUAS RECOMENDAÇÕES



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