Fui pro colégio só pra dizer à  Maggie que não iria assistir aula já que estava mal. Ela me entendeu, foi super compreensiva e me deu aquele dia de folga do ensaio. Depois do colégio fui dar uma volta no shopping pra esfriar a cabeça. Quando cheguei em casa já de tarde, me taquei na cama. Não conseguia sair dela, só pensava nele. O que ele devia estar pensando de mim depois de me ver com o Paul?

No dia seguinte meus pais viajaram cedo. Era o dia da festa. Os convites já estavam entregues, mas eu não tinha ânimo pra festa. Maggie chegou cedo pra me ajudar com a preparação da festa.

M: acorda menina. Não pode ficar assim por causa de homem. – disse tentando me animar. Eu estava esparramada no sofá toda triste.

E: mas eu me sinto culpada...ele pensou que eu beijei o Paul por que queria, entende?

M: esquece ele. Se ele gostasse de você de verdade ele não iria dar as costas. Falaria com você pra esclarecer.

E: acho que não.

M: Emily, você deu tudo por ele. Quis abrir mão do seu sonho por ele, teve
coragem de abrir o jogo e contar pra mim que estava com ele, logo o cara que todas nós odiávamos, você foi corajosa por ele minha filha. O que você acha que faltou fazer por ele? Faltou nada. Ele que não merecia tudo isso. Você contou pra ele e veja só, ele nem ligou. Nem te agradeceu.

E: é... – concordei em meios.

M: então, sorria. Vamos curtir. Vamos esquecer os homens por que eles só
servem pra gente curtir e pronto. Se apaixonar não está no mandamento.

E: acho que você tem razão. Eu já fiz tudo que tinha que ser feito. Agora é por conta dele.

M: isso, está me entendendo agora?

E: vamos à festa.

Mais tarde minha casa parecia uma boate de tão cheia, não tinha nem espaço pra se andar. Eu corria de um lado a outro tentando salvar algumas coisas dos meus pais que o pessoal cismava em cutucar. Estava ficando nervosa e desesperada com tanta bagunça. Parei e fiquei pensando no que tinha feito quando pensei em fazer uma festa grande daquela, foi quando Maggie apareceu me cutucando atrás de mim.

E: maggie, to desesperada.

M: não ligue, no final da festa te ajudo a arrumar.

E: serio?

M: amigas são pra essas coisas. Agora vamos até lá em cima.

E: Pra que?

M: vem e deixa de perguntas.

Subimos e entramos no quarto da minha mãe onde havia algumas pessoas, uns cinco casais e Natally e Jane encostadas num canto.

E: maggie, esse é o quarto dos meus pais. – falei nervosa.

M: eu sei, calma, ninguém ta tocando em nada.

E: por que estão todos aqui?

M: vinte minutos no céu. – respondeu ela com um sorriso cínico.

E: por que me trouxe aqui? – perguntei já sabendo qual era a intenção dela.

M: o casal já está de saída. Você é a próxima.

E: não Maggie, eu não.

M: relaxa. Você tem que se distrair.

E: transando com qualquer um?

M: com o Paul.

E: ta louca? Eu não quero nada com o Paul.

M: então trago outro cara bonito pra você.

E: eu não quero transar com ninguém.

M: não precisa transar, quem disse que essa brincadeira é só sexo? Você pode só conhecer e dar uns beijinhos.

E: Maggie não.

M: para de bobagem Emily. Você não quer esquecer o esquisito?

E: quero, mas não desse jeito.

M: divirta-se Emily. Por favor, só hoje, por mim. – disse ela me olhando
suplicando.

E: mas eu não vou transar.

M: mas vai dar beijinhos.

E: talvez.

M: ótimo. Vou te arrumar o maior gato da festa, não vai se arrepender. – dizia dando pulinhos de alegria. Enfim o casal saiu do banheiro ainda ajeitavam suas roupas no corpo. Eu olhei pra Maggie que me olhava com um sorriso cínico. – sua vez. – e me levou até o banheiro. Eu entrei e fiquei olhando pra ela com um pouco de medo do que ia acontecer depois daquilo. – aguarda só um pouquinho, já sei até quem chamar.

E: ta. – e ela fechou a porta. Me encostei na pia e olhei em volta pro banheiro e vi um monte de camisinhas jogadas no chão. – que nojo. – peguei um papel e comecei a recolher com nojo as camisinhas e joga-las no lixo. Foi quando a porta atrás de mim se abriu, me levantei e olhei pra quem seria o meu “par”. 

[ Visão do Gerard ]

eu tinha que falar com ela. Liguei inúmeras vezes na sexta e ela não me atendeu. No sábado o telefone permaneceu desligado o dia todo.  Resolvi aparecer na festa na casa dela então, mesmo que sozinho. Quando cheguei a casa dela que era bem calma quando entrei pela primeira vez, agora estava a maior bagunça. Baderneiros por todos os lados gritando, dançando, bebendo, sujando tudo, quebrando as coisas. Olhei em volta buscando ela no meio da multidão quando vi Maggie conversando com um menino, ela não estava com ela. Olhei pra escadas e vi as duas que falavam de mim no recreio, (referindo-se à Natally e Jane), as duas desciam as escadas. Parei em frente a elas pra perguntar sobre Emily.

G: viram a Emily?

J: quem é você?

G: você sabe quem sou. O mesmo que você falava com sua amiga na fila da cantina.

N: ó meu Deus você ouviu! – disse com um olhar de desespero.

G: sim, e não conto nada se me disserem onde ela está?

J: maggie a levou lá pra cima.

G: valeu.

J: está no banheiro do segundo quarto à esquerda. – gritou ela pra mim
quando eu subia.

Entrei no quarto e alguns casais se agarravam e não pararam nem quando eu entrei no quarto. olhei em volta do quarto e vi uma porta, devia ser o tal do banheiro que Jane tinha falado. Quando abri a porta Emily estava agachada recolhendo alguma coisa no chão e se virou na hora e quando me viu abriu a boca custando a acreditar em me ver.

E: Gerard? – perguntou ela assustada.

G: oi. – e fechei a porta.

E: não sabia que seria você quem Maggie traria...

G: e ela não me trouxe, vim sozinho.

M: você não vai se arrepender, ela é linda. – Maggie chegava no quarto, estava acompanhada de um menino.

N: Maggie, não abra. – disse Natally entrando na frente dela.

M: o que está fazendo?

N: já tem gente.

M: como? eu acabei de escolher.

N: outro cara entrou.

M: quem?

N: Gerard.

M: o que? Ele não podia...

N: sai Maggie, deixa os dois conversarem.

J: é isso aí Maggie, deixa eles. Emily gosta dele.

M: estão me desafiando?

B: olha Maggie, foi mal, mas to caindo fora.

M: não Bob. – e depois falou com as duas. – vão se ver comigo amanhã. – e correu atrás do tal do Bob. 

E: por que veio? – disse encostando-se à pia.

G: temos muito que conversar.

E: não temos Gerard.

G: descobri que não teve culpa no acontecido com o Paul.

E: mas é claro que não. Você sabia que eu não o suportava, e nem veio conversar comigo. Tirou suas próprias conclusões.

G: e o que você queria que eu pensasse? Mas agora sei da verdade Emily. Fomos vítimas de uma cilada.

E: do que está falando?

G: caímos na armadilha da sua amiguinha Maggie. Ela e o Paul armaram tudo isso.

E: claro que não. Pirou?

G: eu ouvi tudo quando as meninas comentavam. Paul te agarrou quando me viu, esse era o esquema dele com a Maggie pra nos separar. Maggie morre de ciúmes de você. Não quer perder a amiga no grupo por causa de mim.

E: mas ela sabe que não tem nada a ver, eu expliquei que continuaria.

G: ela não acreditou Emily.

E: não pode ser verdade.

G: estou dizendo a verdade Emily.

E: a Maggie é minha amiga.

G: talvez nem tanto quanto você pense.

E: tem certeza que ouviu certo?

G: é claro. Por que eu mentiria pra você?

E: nossa! Eu vou conversar com ela agora sobre isso. – disse querendo abrir a porta, mas eu a puxei de volta.

G: espera.  – e me aproximei tocando em seu rosto e ela fechou os olhos como se gostasse. – eu gosto muito de você. Corri atrás de você pra conversarmos. Acho que to me apaixonando... – ela então abriu os olhos e me olhou com os olhos arregalados. – não consegui parar de pensar em você nem por um minuto.

E: é sério?

G: muito.

E: que bom por que...também to sentindo o mesmo. – disse me olhando com receio.

G: vem cá. – me aproximei dela e a beijei. Ela depois me empurrou e olhou pra mim.

E: sabe o que está rolando aqui não é?

G: não...- respondi curioso.

E: se chama vinte minutos no céu. Os casais entram num banheiro e tem vinte minutos pra...você sabe...

G: e você topou participar?

E: é, mas não ia fazer nada. só topei entrar aqui por insistência da Meggie. Olha só que sujeira no chão. – disse apontando pra algumas camisinhas jogadas no chão. – eu nunca iria participar desse troço, eu ia conversar com o garoto e ele entenderia tudo, ficaríamos esperando um tempo aqui até acabar o tempo da brincadeira.

G: impossível um cara estar com você e não querer nada.

E: Gerard...

E: que bom que você veio me ver. Não sabe como fico feliz em estarmos juntos de novo. – disse me abraçando.

G: relaxa... – e a beijei.

Vinte minutos depois alguém bateu na porta avisando que tinha terminado.

E: não sei o que fazer, como vou tirar todo mundo daqui? – dizia com ar de desespero.

G: eu te ajudo.

Saímos do banheiro expulsando todo mundo. Maggie ficou com bastante raiva ao me ver com o Gerard, mas eu não dei importância. O problema com ela eu resolveria depois. Agora tinha outros problemas pra resolver: expulsar todos e arrumar tudo. Continuei expulsando todos de casa. Depois Gerard e eu nos encontramos na maior bagunça. Ficamos horas arrumando o andar de baixo. Depois subi pra olhar os quartos e quando abri a porta do meu quarto me deparei com um casal dormindo na minha cama. E eu comecei a gritar com o susto que levei. Logo Gerard apareceu e expulsou o casal de lá. Fiquei no corredor esperando eles saírem, logo os dois passaram por mim correndo. Olhei da escada pra confirmar se eles iam sair mesmo e os dois saíram porta afora.

Voltei pro quarto e terminamos de arrumar meu quarto. ainda faltava o quarto da minha mãe, os banheiros e o quarto de hospede. Mas eu poupei o coitado do Gerard.

E: valeu Gerard. Você já fez muito, agora deixa por mim mesmo.

G: cansativo em?

E: é, amanhã eu continuo com a arrumação. Nunca mais faço festas. – e rimos.

G: nem eu depois de ver isso.

E: não quero nem olhar pra piscina. vou ter que trocar toda a água. O pior são os enfeites quebrados, será que sumiu algo?

G: provavelmente.

E: isso me deixa mais tranqüila sabia? – disse sarcasticamente. – se eu soubesse que daria tanto trabalho uma festa assim tão grande, nunca teria feito...

G: é verdade...

E: esquece isso hoje. Só penso numa coisa agora: dormir.

G: vai dormir sozinha hoje?

E: é, meus pais viajaram.

G: não tem medo?

E: já estou acostumada. Desde que tinha 14 eles viajam e me deixam sozinha.

G: tem certeza que não tem problema dormir só?

E: juro.

G: ok, então já vou. Amanhã se precisar eu venho te ajudar.

E: vou precisar sim, mas não pra me ajudar, vou precisar de você comigo. – ele se aproximou e nos beijamos, depois ele foi embora.

Enfim, tudo voltou às boas. Tudo perfeito, exceto pela casa suja.

[ Visão do Gerard ]

Emily e eu voltamos às boas. Agora só faltava ver na escola como nos sairíamos. Eu passei pra busca-la em casa então fomos juntos pro colégio. Chegamos de mãos dadas e por onde passávamos, atraíamos olhares. Entramos na sala de aula e Paul nos olhava junto de Maggie sem acreditar naquilo que via. Maggie me lançava um olhar ameaçador. Nos separamos e demos um beijo rápido e eu fui sentar no fundão como sempre. Cumprimentei o Frank e me sentei. Logo, Maggie e Emily saíram de sala. Fiquei com vontade de sair da sala pra saber pra onde iam as duas, mas logo o professor entrou.

Quando chegamos Paul e Maggie nos olharam indignados. Eu não liguei pro que eles pensavam, o que importava era que eu gostava do Gerard. Gerard e eu nos separamos e eu sentei na minha carteira de sempre, na primeira fileira. Foi então que Maggie chegou e pediu pra conversarmos e saímos da sala e fomos pro banheiro, lá ninguém ia nos mandar pra sala de aula.

E: e então...? – disse me sentando na pia do banheiro.

M: olha Emily, eu estou muito chateada com você.

E: é mesmo? Que coincidência, é recíproco.

M: e por que? Quem tem que estar chateada sou eu.

E: eu já sei o que você fez Maggie. Não precisa mais mentir.

M: e o que foi que eu fiz? O que seu namoradinho querido disse pra você?

E: foi você que armou tudo pra nos separar.

M: calunia!

E: não me engane mais Maggie, foram as próprias meninas que disseram.

M: mas não é verdade.

E: Maggie por favor. Fale ou vou te botar frente a frente com todo mundo.
Vai ser pior.

M: ok, eu admito. – e ela me deu as costas colocando a mão no rosto. Quando se virou ela chorava. – eu menti, eu armei tudo, mas foi por ciúmes. você é minha melhor amiga desde que...desde que tínhamos nove anos. Eu te adoro demais Emily. Não queria te perder por causa de um babaca...um morcego como aquele outro que me feriu. Não quero te ver sofrer de novo.

E: ele não é babaca. E outra: ele me ama, não vai ser que nem o Paul. E você Sabia que eu continuaria sua amiga. Nada ia mudar.

M: é mentira.

E: Maggie não faz assim.

M: faço, você desacreditou em mim e acreditou nele. Um cara que você conheceu nem faz um mês. Um cara que apareceu do nada...

E: mas você própria admitiu que fez.

M: me perdoa Emm. – e ela me agarrou me abraçando. – fiz isso por que te adoro. Me perdoa.

E: ok. Vamos esquecer isso. – acabei ficando com pena dela e não consegui dizer não.