Encontro do Destino escrita por kaka_cristin


Capítulo 7
Capítulo 7




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[visão da Emily] 

No dia seguinte cheguei no colégio, estava desanimada por causa da “briga” que eu tive com o Gerard. Não queria perde-lo, gostava muito dele, mas também não podia perder minha oportunidade de continuar no grupo das líderes de torcida, aquilo era minha vida, eu adorava dançar. E ninguém poderia saber que Gerard e eu estávamos tendo algo por que ninguém gostava dele. Eu tinha que evita-lo por causa da Maggie que não queria mais que eu falasse com ele. Minha vaga no grupo de torcida estava em jogo. Aquilo estava me matando.


Chegava em frente ao colégio quando senti alguém tocar em meu ombro o que me fez dar um pulo de susto.

 

P: calma gatinha.


E: que susto.


P: pensou que fosse quem? Gerard o maluco?


E: é... – concordei desanimada em ter que concordar com aquilo. Inventei pra eles que Gerard vinha falar comigo pois gostava de mim e me perseguia insistindo pra que eu ficasse com ele.


P: não precisa ter medo, sou eu. – e me abraçou e eu me desvencilhei de seus braços.


E: Paul, isso não.


P: calma, é apenas abraço de amigo.


M: agora? – de repente apareceu maggie com outras três do grupo saindo do colégio. – está atrasada faz vinte minutos.


P: lá vem ela, que saco. – comentou Paul baixinho.


M: e então? Por que o atraso? Se reconciliaram pelo caminho e esqueceu da hora?


P: quem me dera.


M: bem que você queria não é Honey? uma pena não prestar...


E: eu acordei tarde e me atrasei. – me meti no papo antes que os dois começassem uma discussão pro causa de mim.


M: E que não se repita ouviu?


N: mas o campo nem está aberto ainda, por que brigar com eles? – se intrometeu Natally a que nunca falava nada.


M: não estrague minha autoridade imbecil. – disse Maggie cruzando os braços. – ok, o campo ainda não abriu, o professor ainda não chegou. Você se safou dessa. – disse olhando pra mim. Às vezes ela dava no saco.


P: então deixa de ser tão autoritária viu gata? – disse ele apertando a bochecha dela que deu um tapa na mão dele fazendo cara de nojo.


N: olha só. – Natally deu uma cotovelada em Maggie que olhou pra onde ela olhava. Olhei também e lá vinha Gerard com seu irmão Mikey.


M: o esquisitinho e o bobão.


P: muito nerd esse moleque que vem com ele. Só podia ser irmão do esquisito. Não parece um morceguinho? – e olhou pra mim esperando uma resposta. Quando vi, todos olhavam pra minha cara esperando o que eu ia responder.


E: é. – concordei e abaixei a cabeça. Olhei pro lado e Gerard passava naquele momento do meu lado e eu virei a cara tentando me esconder atrás dos cabelos. Me senti péssima tendo que fazer aquilo com ele.


M: olha, eu juro que por um momento pensei que você e ele estavam juntos. Seria um desastre. – e todos começaram a rir. Eu forcei uma risada também pra não ficar mal. – adorei o apelido Paul, mais um morcego na sala. E por coincidência é amigo do morcego desprezível. 


P: o seu ex?


M: sim, mas nem me lembre que um dia dei chance a ele. Veja bem Emily, sou um exemplo vivo, nunca se misture com morcegos, são totalmente desprezíveis.


 

Por dentro eu me repreendia mais que tudo por ter agido desse jeito com o Gerard o evitando.


[visão do Gerard]

 

Tenho certeza de que quando passei do lado dela ela me viu, mas não falou comigo. Fingiu não ter me visto. Quando ela chegasse no pátio eu ia ter uma conversa com ela séria. O pessoal da turminha começou a sair do campo e vir pro pátio, por fim veio Maggie junto de uma menina morena dos cabelos negros até a cintura. Fiquei olhando pra ver se vinha mais alguém e ela não apareceu. Enfim, ela se salvou dessa vez.

 

Quando foi de tarde o telefone tocou novamente e era pra mim, mas eu não tive nem o trabalho de atender e ter que engolir as explicações dela. Desci peguei o telefone e botei no gancho sem falar um ai. Subi pro meu quarto e continuei o que fazia, desenhava ela, Emily. Apesar de estar com raiva dela, era tudo o que eu conseguia desenhar, ou pensar, ou sonhar, ou falar...Emily, Emily, Emily...ai Emily....

 

No dia seguinte cheguei e não havia ninguém na porta do colégio como da outra vez. Quero dizer, havia um monte de gente, mas não Maggie e seu grupinho e a Emily. Na aula, Emily não apareceu de novo. Eu realmente não entendia aquilo, elas perdiam as aulas, e como faziam prova? Só se tivessem aulas particulares depois e foi o que eu descobri com Frank já que tinha bastante experiência no assunto já que namorou a chefona do grupo, a poderosa Maggie.

 

Nós conversávamos na hora do recreio e eu olhava atento por portão de saída do campo pra ver se via Emily.


F: eu não entendo por que ela está agindo assim. Ela nunca foi desse jeito.


G: só pode estar com vergonha de mim Frank.


F: não cara. Ela não sentiria isso. Ela sempre se deu bem com todos.


G: eu acho que sim, ontem ela virou a cara pra mim quando falei com ela.
Falar é uma coisa, agora ficar...


F: olha lá, estão saindo. – novamente saíram todos com exceção de Emily. –
o que vai fazer? – perguntou ele quando me levantei.


G: algo que já devia ter feito faz tempo. – me levantei e entrei no tal do corredor e sai no campo que não havia ninguém, andei pelo lado esquerdo do campo que era coberto de telha e tinhas algumas salas abandonadas. Vi o banheiro feminino e entrei, depois de andar entre alguns armários pude vê-la de costas sentada no banco perto dos chuveiros, enrolada na toalha e com os cabelos molhados. Ela parecia triste e chorar.


G: Emily. – ela levantou num pulo e se virou me olhando assustada.


E: o que faz aqui? É banheiro feminino. – disse enxugando os olhos.


G: eu sei. Por isso entrei. Sabia que te encontraria aqui.


E: não pode entrar no banheiro feminino.


G: não é a primeira vez que eu faço isso.


E: o que você quer aqui? As meninas podem chegar e vão chamar a diretora.


G: dane-se. Não to nem ligando.


E: por que veio até aqui?


G: vim falar com você já que anda se escondendo de mim.


E: eu não estou me escondendo de você.


G: então por que não sai mais daqui? Está se escondendo de mim?


E: estava no banho, está calor...


G: Emily, eu tenho cara de idiota?


E: por que a pergunta?


G: Por que acho que tenho ou você pensa que sou algum tipo de bobo de acreditar nessas suas palhaçadas?


E: não são palhaçadas eu já disse.


G: fala a verdade Emily, já saquei tudo. Tem vergonha de mim?


E: não. – disse parecendo incrédula com a minha pergunta.


G: só por que ando de preto? Ou por que sou calado e não me misturo? Ou por que o pessoal tem medo de mim...ou por que sou apontado como o louco da arma que quer matar todos do colégio metralhados...?


E: não Gerard, eu não penso isso de você.


G: mas eles sim...seus amigos pensam assim. E é por isso que está me evitando na frente deles.


E: não me importa o que eles pensam.


G: doeu muito quando fingiu não me conhecer naquele dia.


E: que dia?


G: ontem.


E: mas eu não te vi.


G: você olhou pra mim Emily, como não me viu?


E: juro que não te vi.


G: se for pra ser assim, acho melhor pôr um ponto final nessa historia toda. Não quero ficar com você às escondida.


E: não Gerard. – disse com lágrimas nos olhos. – por favor, não faz isso comigo, só...me dê um Tempo pra botar tudo no lugar e eu prometo tratar melhor você. Ando ocupada, me entenda...


G: vamos logo acabar com essa palhaçada...


E: Eu gosto de você Gerard. – e ela pegou no meu rosto que eu virei e ela tirou as mãos delas. – por favor, não faz isso comigo. Eu te peço, me dê mais uma chance. – suplicou. Olhei pra ela e não resisti aos seus olhos que suplicavam a mim.


G: ok. Vou tentar acreditar em você. Só mais uma chance.


E: eu prometo não vacilar. – ela agarrou meu rosto de novo e me beijou. – eu gosto de você...muito. – e me beijou de novo.


M: Emily eu estive pensando... – Emily deu um salto pra trás me largando e olhei pra trás e Maggie nos olhava espantada. – o que estava acontecendo aqui?


E: nada.


M: eu vou chamar a diretora. – disse ela indo pra porta.


E: não Maggie. – gritou Emily. – não faz isso. – e depois olhou pra mim. – sai daqui Gerard. SAI! – gritou ela com lágrimas em seus olhos e eu sai emburrado passando por Maggie que me olhava com nojo.

 


[ visão de Emily]

M: o que estava havendo aqui? – perguntou ela me olhando de braços cruzados. Eu me virei enxugando as lágrimas.


E: ele veio mais uma vez pedir pra ficar comigo. – menti.


M: ele te fez alguma coisa? Te agarrou...?


E: não.


M: tem que ter cuidado com esse esquisito. Ele pode querer te matar, não viu o lance da arma? Acho melhor eu avisar o Paul pra dar uma lição nele.


E: não, o Paul não. Não mete ele nesse assunto.


M: por que não me deixou chamar a diretora? – ela cruzou os braços e me olhou desconfiada.


E: por que não, ele já está na mira dela, deixa ele. Aliás, não aconteceu nada. – tentei ser o mais convincente possível.


M: e daí que ele está na mira dela? Se importa com isso? to achando que quer proteger ele.


E: não é nada disso, eu só tenho...pena dele. – disse me castigando por dizer isso. – Maggie, me prometa que isso não vai sair daqui.


M: *ela ficou me olhando ainda com os braços cruzados por um bom tempo e mesmo contra sua vontade acabou concordando * ok.


E: ótimo. Eu vou me trocar pra continuar o ensaio. – e eu passei por ela indo pro meu armário pegar minha roupa.


[visão do Gerard]
 

Tudo veio à tona naquela hora no banheiro do campo da escola. Então tudo o que eu pensava era verdade. Ela estava mesmo com vergonha de mim. Não queria que as amiguinhas soubessem do nosso caso. Como fiquei puto com tudo isso. Estava nervoso e não conseguia parar de pensar naquela situação ridícula do banheiro.

 

Eu estava na cozinha comendo alguma coisa quando a campainha tocou e como estava só em casa atendi.

 

E: Gerard. – era ela. Estava com o rosto cheio de lágrimas e marcado com a maquiagem borrada.


G: o que está fazendo aqui?
E: me desculpa. – ela saiu invadindo minha casa com as mãos no bolso da calça, parecia bem nervosa. – eu tive que fazer aquela cena...
G: pra ela não perceber que estávamos juntos?
E: não! Não foi por isso!
G: então foi por que?
E: foi pra te proteger. Eu sabia que se continuasse a Maggie ia chamar a diretora e você ta mal com ela... – disse agarrando meus braços que eu fiz questão de arrancar as mãos dela deles.
G: é mentira Emily.
E: não, não é mentira. Acredita em mim. Por favor.
G: acabou Emily. Você provou tudo que eu temia. Tem vergonha de dizer as amigas que está comigo.
E: Gerard...
G: por que Emily? Me responde! Por que? – ela abaixou a cabeça soluçando de tanto chorar. – responde Emily. Por que?
E: por causa da equipe de líderes de torcidas... – disse sem me olhar.
G: continua.
E: eles não gostam de você e se eu dissesse que estávamos ficando seria expulsa do grupo. – ela então me encarou com as lágrimas escorrendo pelo seu rosto.
G: agora sim! obrigada por dizer a verdade. – fui até a porta e a abri. -  Agora pode ir embora.
E: Gerard, não.
G: você me magoou com tudo isso, não tolero que me façam de bobo assim. 
E: mas eu gosto de você.
G: quem gosta não age assim.
E: eu conto. Hoje mesmo vou na casa da Maggie e conto tudo, mas por favor, me perdoa.
G: esquece. Sei que não terá coragem de dizer a verdade pras suas amiguinhas.
E: não me deixa, eu prometo...
G: vai embora Emily. Por favor, vá. – ela tentou me beijar, mas eu segurei os braços dela pra que não me beijasse. Então ela foi embora.  

Eu a ignorei a partir desse dia então...fiquei quase duas semanas sem olha-la, atender aos telefonemas e as visitas dela. Mikey teve que ser meu mensageiro e dizer que não queria vê-la ou inventar que eu não estava em casa ou estava dormindo...

 

Não conseguia parar de pensar nela. Sentava de frente pro computador e olhava nossas fotos que tiramos no dia em que ela veio trazer o computador. Se pegava uma folha de papel, escrevia músicas melosas ou então desenhava fotos dela. Nem nos ensaios estava me saindo bem. Ficava distante de todos e ela não me saia do pensamento.

 

O mais difícil era ter que vê-la no colégio todos os dias na sala de aula, no recreio, do lado de fora do colégio. Às vezes nos esbarrávamos no corredor, na porta do colégio ou até na rua indo embora. Era constrangedor e ao mesmo tempo me deixava super mal. Pois eu voltava a pensar nela.

 

Então chegou uma Quinta-feira e quando eu fui tomar o café da manhã na cozinha e vi um envelope na mesa e era pra mim. Era da Emily, o peguei ameaçando rasga-lo, mas antes parei pra pensar se rasgava ou lia. Resolvi ler então. Abri e comecei a ler a carta onde ela pedia desculpas e dizia sofrer com tudo aquilo pois gostava muito de mim e que tinha contado tudo pra Maggie, tudo o que sentia por mim. Dentro do envelope eu encontrei também uma foto em que nós dois estávamos juntos que tiramos no dia do cinema no celular dela. Eu joguei a carta na mesa e apoiei meus cotovelos na mesma afundando minha cabeça nas mãos. Fiquei pensando no que fazer. Resolvi ir pra aula e assim conversar com ela. Passei por mikey que descia as escadas.

 

M: ué, resolveu ir pra escola?


G: pode indo.


M: te espero.


G: ô sombra.

 

Entrei no meu quarto e me arrumei depressa. Peguei minha mochila e corri pro andar de baixo e mikey que ainda me esperava saiu comigo.

 

Eu pensava no caminho como ia fazer pra falar com ela, o que eu falaria, como seria nossa conversa, então quando chegava no colégio vi um casal se beijando e conforme ia chegando mais perto, mais eu reconhecia aquela pessoa.

 

M: não é a Emily? – disse mikey apontando. Eu parei e fiquei só olhando pros dois. Emily e Paul, então ela empurrou ele e quando deu as costas pra ele me viu. Paul ria sarcasticamente atrás dela e ela me olhava desesperada, não falou nada e saiu correndo indo embora dali passando pelo meu lado. Eu cerrei os dentes com raiva e encarei Paul que ainda ria se divertindo com a minha cara. Continuei minha caminhada e entrei no colégio, fingindo não ter esquentado com tudo aquilo.

 

Emily vagabunda...pensava. o que ela pensa? que é pra ficar me enganando desse jeito? Pensou que eu fosse uma marionete e poderia me manipular como quisesse? Agora simplesmente adeus Emily da minha vida. Me enganei ao pensar que ela fosse diferente das outras. Agora tudo tinha mudado, só conseguia sentir raiva dela e quando cheguei em casa rasguei a foto e a carta que ela havia me mandado. Estava decepcionado com ela.

2 AM and I'm still awake, writing a song (Acordei as duas e fui até a cozinha…)
If I get it all down on paper, its no longer

inside of me, threatening the life it belongs to (…tentava pôr todo meu sentimento nele…)

And I feel like I'm naked in front of the crowd

Cause these words are my diary, screaming out loud (…deixei algumas lágrimas caírem em meu rosto…)

And I know that you'll use them, however you want to
Cause you can't jump the track, we're like cars on a cable,
And life's like an hourglass, glued to the table

No one can find the rewind button now (…se eu pudesse controlar o tempo e voltar tudo…)

Sing it if you understand.
(…nada disso teria acontecido...)
and breathe, just breathe

woah breathe, just breathe,

oh breathe, just breathe.
(…respirei fundo e voltei pro meu quarto). 


No dia seguinte cheguei no colégio desanimado e com olheiras no rosto por não dormir. Na hora do recreio, quando fui na lanchonete pro Frank e pra mim, fiquei atrás de duas meninas que vi que faziam parte do grupo de torcida já que estavam de uniforme. As duas conversavam e riam muito na fila, dava-se pra escutar toda a conversa delas.

 

J: olha, eu realmente não acreditei quando ela contou. – disse ela enquanto ria.


N: pois é Jane, acho que somos as únicas santinhas do grupo.


J: e o pior não foi isso, o pior foi o tipo de cara que ela ficou. Aquele estranho o tal do morceguinho é horroroso, parece um defunto do clipe do Michael Jackson. 


N: pois é. Mas eu não falo nada, já gostei do amigo dele, mas a Maggie atacou primeiro.


J: gostou daquele outro morcego? Não creio.


N: é sério. Mas até que ele não é nada feio não é?


J: é, dá pro gasto sim.


N: mas eu fiquei meio triste ao ver a Emily daquele jeito. – Emily? O que tem ela nessa historia? Comecei a aprestar mais atenção no papo das duas. – ela gostava do cara, a Maggie não podia ter feito isso com ela.


J: nem fale isso pra ela, senão tu ta fora em.


N: eu sei, mas...fazer com que os dois terminem só pra que a Emily desista do morcego e fique no grupo foi horrível. Me sinto um pouco culpada por saber de tudo e estar meio que participando desse joguinho sujo... Imagina? Ainda mais com o Paul metido na historia, a Emily teve que beijar o crápula do Paul depois de tudo que passou com ele. O Paul agarra-la a força não foi nada legal. Se a Maggie queria que Emily largasse o morcego, podia ter arrumado outro jeito. – então o morcego era eu? – e eu sei que a Emily não largaria o grupo por causa do homem, ela ama isso. Ela mesma deixou claro que a dança é a vida dela.


J: é...você tem razão. Mas a Maggie sempre pensa nas piores das situações. Acharia mais justo ela chegar e conversar com a Emily.


N: viu como a coitada chorava hoje? Ela nem olha mais pra cara do Paul. Bem feito pra ele. Depois ficou se fazendo de coitado, fala sério.


J: é... mas mudando de assunto, aquele passo de hoje foi sinistro, como é que era mesmo? Assim? – a tal da Jane se desequilibrou e caiu pra trás esbarrando em mim, quando as duas olharam pra trás e me viram ficaram com cara de quem tinham visto um defunto e saíram correndo dali e ainda pude ouvi-las “cochichar”. – será que ele ouviu?


N: tomara que não.


J: acho que não deu pra ele ouvir.


N: será? – e as duas foram se afastando e não deu pra ouvir mais nada.

  

Voltei pra onde o Frank estava e entreguei o salgado dele e o refrigerante.

 

F: não vai comer não?


G: não. – disse com as mãos na cintura planejando algo.


F: que cara é essa?


G: foi tudo armação.


F: do que está falando?


G: ouvi as meninas conversarem que Maggie armou pra me separar da Emily, Paul a beijou a força.


F: tem certeza que falavam de você?


G: tenho. Falavam de Emily e um tal de morcego que depois descobri que foi um apelido carinhoso que eles me deram.


F: morcego é? Então era você mesmo. – olhei pra ele irritado ¬¬ - não pense mal de mim. É que elas me chamavam assim também.


G: tchau.


F: vai pra onde?


G: atrás da Emily.


F: eu também vou.

 

Ele se levantou e me seguiu. Cheguei no campo e algumas pessoas do grupinho de líderes de torcida estavam sentados no gramados conversando e rindo. Quando me viram ficaram me olhando espantados. Maggie saiu do banheiro e parou na minha frente me olhando e me impedindo a entrada no banheiro.

 

M: o que faz aqui? Não é bem vindo.


G: foda-se.


M: fora daqui ou chamo a diretora.


G: chama. – dei com os ombros. – cadê a Emily?


M: ela não veio hoje.


G: sai da minha frente.


M: o que vai fazer? Invadir o banheiro feminino de novo?


G: sai da minha frente. – repeti ameaçadoramente.


M: ela não está aí.


G: sai. – a empurrei e abri a porta do banheiro e foi aquele alvoroço. meninas nuas se escondiam atrás de toalhas ou roupas nas mãos.


F: estou no paraíso. – olhei pro meu lado e Frank ria abobalhado olhando pras meninas quando viu minha cara de irritação desfez o sorriso. Andei até o chuveiro e não vi Emily. Ela definitivamente não estava ali. Me virei e Maggie estava parada me olhando de braços cruzados.


M: te avisei que ela não estava aqui.


G: onde ela está?


M: ela não veio hoje.


G: mentira. Ouvi as meninas dizendo que ela apareceu.


M: cinco minutinhos e foi embora, estava passando mal e pediu pra ser dispensada.


G: merda... – falei pra mim mesmo.


M: ta ferrado seu tarado. A diretora vai adorar saber sobre isso.


G: conta, depois você vai se ver comigo. – disse olhando ameaçadoramente. Fiz uma arma com as mãos como se atirasse nela o que a deixou com os olhos arregalados de espanto. Resolvi usar minha reputação de matador naquela hora pra ela não contar nada pra chata da diretora. Saí do banheiro e Frank me seguia, mas não deixando de aproveitar e olhar pras meninas nuas espantadas se escondendo.

 

No final da aula fui direto pra casa da Maggie, mas ninguém me atendeu.

 

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