Scarf escrita por Anny Taisho


Capítulo 1
Parte I


Notas iniciais do capítulo

Dedicada a minha querida Evellyn-chan!!! Uma leitora muito especial para quem eu ainda não havia tido o prazer de dedicar uma fic!!!
Kisskiss
Boa Leitura



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Scarf

“Se a verdadeira natureza da magia é a escuridão, que assim seja...

E se for a luz, que assim seja, tembém.

A magia está viva!

Seu papel muda com o tempo, ela cresce, ao nosso lado.

Todas as pessoas tem sua versão do que seria a ‘magia’...

Cada um pensa sobre ela de uma maneira diferente...

Ela pode ser a luz, ou a escuridão... vermelha ou azul...

A Fairy Tail vive ao lado da liberdade!”

Makarov ensinou a seus filhos a mesma coisa que um dia aprendeu com Puherito e suas crianças para seu orgulho cresceram com corações fortes. E intimamente cada um deles tinha sua própria definição do que seria a magia única, ou simplesmente, magia. Naquele dia, em um dos dias nebulosos durante a batalha contra a aliança Balan, a senhora das cartas viu repetidas vezes o desfecho da última batalha e seu coração se partiu.

Previu a morte da pessoa que ela mais amava no mundo.

Logo após a última batalha, quando todos achassem que o perigo tinha ido embora. Às vezes odiava ter ampliando tanto sua capacidade de prever o futuro. Mas estava ali, claro e se repetindo, não importava quantas vezes lesse o futuro. A sombra da morte estava no encalço de Laxus.

E o pior de tudo é que não podia fazer nada a respeito.

Existem coisas que são mutáveis e outras que representam pontos fixos no futuro. A morte de alguém naquele campo de batalha era um ponto fixo. Se impedisse poderia alterar o futuro de maneiras inimagináveis.

Olhou ao redor vendo todos que se juntaram para tentar salvar o mundo da magia que conheciam. Todos juntos em uma unidade em prol do bem maior. Makarov ficaria orgulhoso se ainda estivesse vivo e Polyusca provavelmente odiaria um pouco menos a humanidade.

Sentiu um corpo tomar o lugar próximo ao seu e um braço musculoso envolver seus ombros. Quando o queixo quadrado tomou um lugar sobre o topo de sua cabeça, sentiu vontade de vomitar.

- Hey... Eu já disse para parar de ficar tentando prever o futuro nesse baralho... Vamos viver um dia de cada vez!

Ele iria morrer.

Ele iria morrer...

Ele iria morrer e não podia fazer nada para mudar isso.

- Eu não sei o que viu aí, mas se foi ruim, ignore... Nada é tão ruim que não possa ser corrigido.

Lágrimas amargas começaram a escorrer e sem notar seu corpo começou a tremer. Como viveria dali em diante sem ele? Como conseguiria seguir em frente? Como acordaria sem nunca mais estar em seus braços? Seria mesmo capaz de passar o resto da vida sabendo que poderia ter impedido aquele fim? Seria capaz de lidar com qualquer consequência se impedisse?

- O que foi, Cana? – sentiu-se sendo acolhida pelos braços masculinos, o que só a fez sentir-se ainda pior –

Como odiava sua magia naquele momento.

***

Por alguma ironia do destino foi colocada na linha de frente juntamente com ele naquela que seria a batalha final. Havia uma infinidade de coisas acontecendo ao seu redor, mas era como se o mundo estivesse vazio. O silêncio lhe feria as entranhas e o coração já estava despedaçado, mas não podia contar. Sabia que Laxus não aceitaria sobreviver ao custo de alguma outra pessoa.

A roda da fortuna começou a girar quando deram o primeiro passo a caminho do inferno das grandes magias. A vitória viria e o homem da cicatriz de raio pereceria ao final da batalha. Os inimigos vieram, as lutas aconteceram, todos lutaram até não conseguirem mais ficar em pé. Os inimigos eram muito mais numerosos e não lutavam limpo. Todos os presentes estavam tentando alcançar o amanhecer...

Pensou inúmeras vezes em desistir, mas que tipo de pessoa seria se abandonasse os amigos quando precisam de qualquer um que pudesse defender os ideais pelos quais foram criados? Não, não podia abandoná-los agora. Tinha que lutar até o fim. Lutaria pelo futuro das próximas gerações, pelos ideais que aprendeu...

Não importava naquele momento quem era seu pai, se tinha muito ou pouco poder, ou se veria o sol nascer solitária com o coração destruído. A Fairy tail estava ao lado da liberdade, não importava nada além disso, era um elo tão pequeno perto da cadeia. Tirando forças de onde não sabia que tinha para lutar e defender os amigos.

Usaria sua magia para proteger.

E foi quando o véu da ignorância caiu...

***

O sol despontava no horizonte quando o mestre da aliança Balan caiu.

Laxus Dreyar, Jura Neekis e Orga conseguiram. Os outros abriram caminho para que pudessem chegar até o líder com o menor número de danos possíveis. Os viu comemorando todos quebrados e cansados e sorriu... Bem que aquela história podia terminar assim.

Tirou uma carta da bolsa e era justamente a carta que não queria ver.

A morte.

Olhou para o loiro sentindo que não poderia deixa-lo ir assim, da mesma maneira que não podia jogar ao vento qualquer possibilidade de futuro.

Amava demais, amava de uma maneira que nunca achou que seria capaz, amava a vida que tinham juntos, amava ser parte da guilda, amava aquilo tudo acima de sua própria vida. Sentiu uma força correndo em suas veias... Algo que jamais havia sentido.

Era sua magia, grande ou pequena,  não importava mais. Simplesmente estava recebendo a resposta da magia viva que cultivou durante toda uma existência, a escolha correta a ser feita. Não era uma maldição prever o inevitável, era a chance de fazer a escolha correta.

Gildarts assumiu a guilda da ausência de Makarov, mas todos sabiam que ele só o fez porque Laxus era muito jovem ainda. O grande amor de sua vida era grande, estava destinado a grandes feitos, lutar outras guerras pelo ideal que acreditava... O garotinho que queria crescer por si mesmo estava ali...

As amarras foram se quebrando a cada passo que dava, o poder fluindo, crescendo e aumentando... O amava e era isso. Não existia em um mundo sem ele. Não era ninguém. Se aproximou com um abraço, sentindo pela última vez cheiro, calor e vida...

- Eu te amo...

Sussurrou antes de jogá-lo para longe de si.

E numa última tentativa de causar dor e sofrimento, o líder da aliança lançou uma última magia. Num último segundo tentou lançar um escudo, mas não foi o suficiente. Magia contra magia. Ideal contra ideal.

Morrer era tão fácil... Depois da dor excruciante os sentidos começavam a nublar um a um. Primeiro a audição, já não ouvia mais o barulho das comemorações nem os gritos dos magos. Depois o olfato, o cheiro dele sumiu. O paladar foi perdido pois já não sentia o gosto de ferrugem do sangue. A visão a abandonou sem que pudesse olhá-lo pela última vez... Melhor assim, não queria vê-lo sofrendo. E por fim o tato... A essa altura já não existia consciência... Talvez um pensamento... Tinha feito a escolha correta.

Desabou sobre uma poça de seu próprio sangue com um sorriso nos lábios.

Continua...?


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Notas finais do capítulo

Olá pessoas... Eu sei que nesse momento vocês devem estar querendo me matar, então, essa fic é uma twoshot, mas o final depende da opinião de vocês. E se ninguém me falar o que quer terei que fatalmente usar minha imaginação e o final pode não ser lá dos mais felizes. A sorte foi lançadas mokonas queridos!!

Kisskiss, Anny Taisho