Novos Tempos Em Hogwarts 3 escrita por Thiago, Thiago II


Capítulo 8
Limpando o Sangue Derramado.


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, como estão vocês?
Novo capitulo como podem ver, mas devo admitir que não gostei muito do retorno do ultimo pela quantidade menor de reviews que recebi. Alguns leitores meus desapareceram na ultima postagem, e isso não foi muito legal.
De qualquer forma, espero que neste capitulo seja melhor.
Como o anterior trás algumas cenas de violência, então se considerem avisados.



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James sentira o sangue escorrer por sua boca após receber um novo soco proferido pelo comensal da morte encapuzado. O ruivo havia perdido a varinha, e tentava recupera-la tateando pelo chão frio apesar de saber que era inútil. Sentira seus dedos pisados por um dos bruxos e um grande golpe certamente um chute atingindo seu rosto com brutalidade e a dor fulminante de um nariz quebrado e sangue lavando sua face.

Sua vista estava embaçada e zonza fitava o teto de concreto do túnel dos vestiários, os vultos negros circulavam ao seu redor não podia saber quantas pessoas eram ali talvez três ou seis comensais da morte não tinha certeza. Só sentia o som dos golpes, chutes e socos vindos da escuridão, risos e gargalhadas dos bruxos que se divertiam em torturá-lo.

Ele começara a rastejar, suas vestes de quadribol já se encontravam destruídas. Sua capa havia sido rasgada e agora e somente se encontrava com a blusa do time da seleção mesmo assim está já se encontrava imunda de sujeira, seu sangue e suor. O rapaz começara a rastejar sentindo dor a cada movimento que fazia, suas costelas haviam quebrado a algum tempo por conta dos chutes e certamente havia se partido algum dos ossos em sua perna que queimava.

_ tão patético - disse um dos comensais da morte quando vira ele se arrastando para longe tentando escapar - fugindo como um rato imundo.

_ está com medo Potter? – disse uma outra voz rindo – onde está a sua coragem, hein? Por que não se levanta e nos enfrenta.

_ não parece tão confiante quando está sozinho longe dos seus amigos ou da sua família para te proteger não é? – disse a voz de outro comensal da morte.

_ vão para o inferno – disse James berrando.

Um novo chute fora dado com força. James sentiu seu joelho ser atingido não apenas uma, mas duas e três vezes até que ele sentiu com espanto uma dor descomunal e a sensação de sua perna ter se invertido. O joelho dele havia sofrido tanto que acabara por ir à direção contraria. E agora, lagrimas de dor corriam por seu rosto enquanto ele tentava continuar fugir se arrastando com mais dificuldade que anteriormente a cada movimento sentia seu corpo quase cedendo com sua respiração pesada que fizesse cada centímetro de seu peito queimar.

_ isto são lagrimas nos olhos em seus olhos Potter? – disse uma voz em deboche – vai chorar mesmo, vamos chore pode chorar seu fraco, se entregue a dor e ao medo que sei que está sentindo.

_ eu não estou com medo – disse James com a voz embasbacada – e não sou fraco, vocês que são... Vocês que são covardes demais para mostrar os rostos e covardes demais para me enfrentar de igual para igual.

_ fala como se alguma vez tivesse enfrentado alguém sozinho realmente – disse uma voz que por um estranho motivo pareceu familiar ao ruivo – sempre tinha alguém ao seu lado, sempre tinha alguém para te ajudar e proteger.

_ eu conheço você? – disse James sem entender parecendo prestes a desmaiar pela dor que sentia em sua perna.

_ não sei, tente encontrar a resposta você mesmo – disse o comensal de voz familiar então recebendo um chute em seu ombro ferido que o fez urrar em dor – isso, gosto de te ouvir gritando...

_ você está levando isto para o lado pessoal – disse uma voz da única mulher no meio dos outros homens – isso é errado, melhor você parar.

_ cala a boca, eu sei o que estou fazendo – disse o comensal da morte – vamos ver até onde este idiota suporta a dor.

_ vocês estão se comportando como trouxas – disse a comensal da morte com repugnância – por que não resolvem isso como bruxos de verdade e usam a maldição cruciatus nele?

_ se não gosta do jeito que agimos, por que não vai embora? – disse uma voz bruta de um dos comensais da morte não obtendo resposta para a pergunta, a bruxa havia ficado calada.

Então o ruivo sentiu seu corpo sendo erguido e arremessado contra a parede com violência o bastante para saber que não havia sido puxado ou erguido por algum daqueles bruxos havia sido um feitiço que eles usaram apesar de não poder escutar afinal suas gargalhadas estridentes ainda lhe atingiam os ouvidos.

Ele se sentia escorregar, seu ombro doía parecendo deslocado completamente. Uma corrente intensa corria por todo o braço enquanto ele tombava para o lado. James tentara se erguer, mas ele novamente caira após tentar apoiar a perna ferida no chão.

_ vamos lá campeão, você não pode estar desistindo – disse um dos comensais da morte – onde está a ousadia grifinoria, hein? – o ruivo sentira um chute em sua ferida que o fez urrar de dor e se dobrar ao meio tentando proteger o local que doía com as mãos.

_ seu verme miserável, tão deprimente – disse uma outra voz em meio a risadas – o que diriam seus fãs ao verem a decadência do seu fabuloso ídolo.

Alguém então o colocara de pé, desta vez pode sentir os dedos da pessoa quando seus cabelos foram puxados com selvageria e seu rosto sendo esfregado contra as paredes ásperas de concreto, então sua cabeça foi batida contra a superfície de pedra.

_ ser o melhor do quadribol não ajuda em nada neste momento, não é mesmo? – disse um dos comensais da morte – apenas um rostinho bonito não é isso que dizem de você Potter? Pelo menos é o que consigo ver, você é uma fraude... Uma vergonha.

_ não se preocupe, em breve você não será nada – disse a voz familiar do comensal da morte e sentiu o primeiro soco lhe atingir o rosto.

Não soube ao certo quantas vezes, mas sentia a sua testa abrir em um profundo corte e alguns dentes lhe escaparem da boca quando ele tossira após ser arremessado novamente no chão.

_ parem, vocês vão matá-lo assim - disse uma voz vinda da escuridão, ele ergueu seus olhos ao reconhecer a voz de quem pertencia - por favor, parem...

Uma luz da varinha apareceu na escuridão iluminando duas figuras, garotas parecidas, mas ao mesmo tempo diferentes entre si. Luciana estava atrás da irmã mais nova, sua faca prateada a mesma que tirara a vida de Eduard Zabini estava rente a garganta da ex-grifinoria enquanto a varinha iluminava o local e a imagem do rosto de ambas.

_ Narcisa - disse James, sua voz estava embasbacada pelo sangue que lhe tingia os lábios de vermelho e pingava de seu queixo - eles te feriram? Ela te fez alguma coisa?

_ que fofinho seu namorado maninha - disse Luciana puxando os cabelos loiros da irmã para trás - ele se preocupa tanto com você, é realmente adorável.

_ Luciana, por favor... - disse Narcisa - deixe-o ir, não é a ele que você quer.

_ oh, errado novamente Ciça - disse Luciana rindo - muito errado benzinho, seu namorado precisa de uma lição assim como toda a família dele...

_ eu sou de vocês, façam o que quiser comigo - disse James se mantendo apoiado com os cotovelos encarando as garotas - faça de mim o que quiser... Eu não ligo, não me importo com nada além de... Nada além da segurança da Narcisa, que ela fique bem.

_ implorando pela vida sua vida, viu só que ato de coragem do seu namoradinho pequena Ciça? - disse Luciana sorrindo - tão corajoso, um herói de verdade não é mesmo? - ela dera uma pressão mais forte de seus cabelos - agora, você vai ficar olhando James... - ela se voltara para o ruivo caído -  enquanto meus colegas aqui se divertem com minha irmã. 

_ não, por favor... Você não pode fazer isso - disse James entre as lagrimas - ela é a sua irmã, você não é um monstro a ponto de deixar que algo tão horrível aconteça com ela... Não por favor, eu lhe suplico...

_ segure-a - disse Luciana arremessando a irmã nos braços de dois comensais da morte que a seguraram, um grito rompeu da garganta do apanhador quando um deles ergueu a varinha para antigir Narcisa - não ouse - a loira caminhara até o cunhado e se agachara proximo dele analisando a sua decadência - você tem razão, não poderia machucá-la, não fisicamente... Mas me diga, será que ela toleraria que eu o matasse? Ela não suportaria a dor de eu tirar dela, o homem que ama...

A comensal da morte então fizera algo que realmente o rapaz não esperava, a loira colara seus lábios aos seus em um beijo leve que ele nem mesmo correspondeu mantendo a face na mesma de antes do beijo, e a loira olhara sobre o ombro para encarar a face espantada da irmã. No rosto de Luciana havia algumas manchas de sangue de James que ela limpou com os dedos.

Narcisa e James trocaram um olhar rápido antes de ver a irmã se por de pé quando se preparava para apontar a varinha para o ruivo, mas algo acontecera seus olhos se estalaram e algo a fez recuar e puxar a manga das vestes. O ex-grifinorio teve uma visão rápida da marca negra incandescente em seu antebraço, ele pode ver os outros comensais fazendo o mesmo movimento que a loira havia feito a segundos atrás.

_ parece que é seu dia de sorte James Potter - disse Luciana sorrindo - parece que vai viver mais um dia - ela então se voltara para seus colegas das trevas - o que fazem parados, soltem-na e vamos sair daqui agora - ela se desfez em fumaça negra e escapou na velocidade de um jato em direção a saída. 

Os dois comensais da morte que seguravam Narcisa a arremessaram no chão com brutalidade enquanto se transformavam em fumaça assim como os outros bruxos das trevas faziam em seguida voando em direção a saída do túnel pelo mesmo caminho que a loira havia feito.

Narcisa se arrastara para próximo de onde o ruivo estava e o abraçou, a loira chorava muito enquanto apertava o corpo do namorado contra o seu o fazendo gemer de dor por conta dos ferimentos que possuía então ela se deu conta disso e diminuiu o aperto se afastando um pouco para encará-lo.

_ oh, merlin olhem para o que eles fizeram com você - disse Narcisa rasgando um pedaço da manga de sua blusa e usando para limpar o sangue que escorria pelo rosto do namorado.

_ você está bem, ela te machucou? - disse James enquanto sentia o pano lhe limpando os lábios ainda feridos e contorcendo a face em dor.

_ me desculpe, não deveria ter deixado você para trás - disse Narcisa ainda chorando - eles teriam te matado James se aquela marca negra não os estivesse mandando partir... Mais um segundo e...

_ não pense nisto, eu estou bem - disse James - não se preocupe comigo.

_ como não me preocupar? - disse  Narcisa espantada - olhe para o estado que você está - ela olhara ao redor como se esperasse que alguem fosse surgir a qualquer momento - vou buscar ajuda - ela fizera menção de se levantar, mas fora impedido.

_ não, por favor... Fique...  - disse James a pegando pelo pulso a fazendo se agachar novamente ao seu lado - eu preciso de você.

_ tudo bem, mas alguém tem que vir logo - disse Narcisa se sentando no chão enquanto envolvia o ruivo em um abraço e ele repousava a cabeça em seu colo - eu tive tanto medo... Tanto medo que...

_ não fale mais, não diga nada - disse James beijando suas mãos - apenas fique ao meu lado.

Albus ainda não sabia o porquê de continuar vivo. Pelo pouco que conhecia de comensais da morte sabia que eles não hesitariam em matá-lo pelo simples fato de ele ser filho do homem responsável por matar seu líder e mandar a maioria deles para Azkaban, mas ao que parecia não era bem assim que todos pensavam. Pelo menos, era isso que parecia afinal qual seriam os motivos para que Rodolphus Lestrange manter-lo na mira de sua varinha estando ele desarmado e vulnerável a um ataque direto do bruxo das trevas.

_ surpreso em me ver garoto? – disse Rodolphus Lestrange.

_ o que você quer Lestrange? – disse Albus seriamente fazendo o homem sorrir de canto.

_ olhar frio bastante forte, não desviou seus olhos de mim em momento algum e se tom de voz é firme – disse Rodolphus rindo levemente – já vi outra pessoa com um olhar parecido sabe há muito tempo era um auror, certamente um dos homens mais corajosos que conheci.

_ o que fez com ele, o matou por acaso? – disse Albus de modo áspero.

_ antes o tivesse feito, teria sido menor o sofrimento pelo que ele passou – disse Rodolphus – mas não é dele que quero falar.

_ e sobre o que é afinal? – disse Albus grosseiramente – diga logo sem mais enrolação.

_ deveria ter mais respeito com quem tem uma varinha apontada diretamente para você – disse Rodolphus – não há ninguém para protegê-lo caso eu queira me divertir um pouco se é que me entende.

_ então é isso, vai me torturar? – disse Albus – ótimo, vá em frente.

_ nossa, quanta coragem se vê de longe que mesmo sendo sonserino ainda há sangue grifinorio correndo nestas veias – disse Rodolphus e o garoto sentiu a varinha apertando ainda mais contra seu pescoço.

_ a coragem não pertence apenas aos grifinorios, ela não é apenas de uma casa – disse Albus – é as pessoas que tem coragem, ela está dentro de si.

_ palavras bonitas – disse Rodolphus - sabe garoto, eu poderia acabar com você se quisesse.

_ e por que não o faz afinal? – disse Albus então sentindo a mão do comensal pegar abaixo de seu queixo e o fazer se erguer do chão para encará-lo – o que você quer de mim?

_ porque você é valioso demais, pode não entender agora mais futuramente ira gostar de estar vivo para poder cumprir o que foi planejado para você – disse Rodolphus – eu deveria matá-lo, esta foi uma missão dada a mim, mas não irei fazer.

_ isto não faz sentido algum – disse Albus se sentindo sufocado.

_ eu sei que não faz, mas um dia fará – disse Rodolphus soltando o sonserino que deu alguns passos desajeitados para trás – ele tem planos, até onde sei e não há tempo para falar deles.

_ planos, que espécie de planos?  – disse Albus sem entender.

_ esteja pronto quando à hora chegar – disse Rodolphus puxando a manga das vestes e encarando a marca negra, ela latejava incandescente estava sendo chamado – e tente descobrir o que os outros escondem de você sobre a sua verdadeira missão.

_ como saberei quando chegar a hora, alias o que devo fazer? – disse Albus, ele nem conseguia acreditar que estava caindo nas palavras ditas por aquele bruxo, como podia saber que não era uma espécie de truque ou algo do tipo.

_ quero que dê um recado ao seu irmão, um recado meu – disse Rodolphus já voltando às costas – diga a ele que a divida foi quitada, que eu poderia ter matado você, mas que por conta do que fez a mim decidi poupa-lo – ele então olhou por cima do ombro – a propósito, agora você é que me deve uma hein pirralho... Espero que retribua quando eu precisar.

_ você não respondeu minha pergunta Lestrange – disse Albus pegando a varinha dele que estava no chão e apontando para as costas do bruxo que apenas riu.

_ isso porque, é você que deve descobrir sozinho – disse Rodolphus – como aquele moleque descobriu antes de você, não será difícil eu te garanto que não será apenas busque as pessoas certas em quem confiar.

Albus pensara em dizer algo, questionar que aquilo não fazia sentido algum como ele poderia buscar algo se nem sabia do que se tratava e se preparar sem saber para que o devesse fazer, mas não dissera nada, pois naquele momento escutara uma voz de alguém o chamando gritando por seu nome em meio toda aquela confusão.

Subindo os degraus da escadaria vinha a seu encontro seu pai que ao olhar para Rodolphus Lestrange parecera surpreso em ter-lo ali apontou a varinha para ele e começara a se apressar a subir os degraus enquanto lançava vários feitiços sendo inútil porque o comensal da morte assim como tantos outros havia aparatado. 

_ Albus – disse Harry caminhando até o filho e o abraçando, em seu tom de voz podia se ver o quanto estava aliviado – você está bem?

_ estou pai – disse Albus se soltando – estou bem, não se preocupe.

_ me preocupar, Albus você tem idéia de quem era aquele comensal da morte que estava aqui a momento atrás? – disse Harry ainda atordoado olhando para o ponto em que o bruxo havia aparatado – mas isso não importa agora – ele abraçara novamente o filho - venha, vamos para a enfermaria... 

Eles desceram o restante dos degraus em direção ao campo, ao que pareciam todos os comensais da morte haviam fugido após o termino do ataque com exceção dos mortos que se espalhavam pelo chão. Albus e o pai tiveram que saltar alguns cadáveres e contornar outros que se encontrava pelo caminho, ele olhou para o cadáver do comensal que havia caído após ter-lo desarmado e para espanto do moreno descobriu que o conhecia.

A mascara havia se partido, revelando o rosto de um jovem oriental magro e de feições leves que lembravam uma boneca de porcelana de tão belo, mas parecia quebrado apenas pelo profundo corte que havia em sua boca manchada de sangue.  Tinha o cabelo longo e despenteado pelo vento da queda a poucos metros se encontrava um par de óculos escuros redondos destruídos certamente pisoteados pelas pessoas em pânico e ele não teria prestado tanta atenção nele se não soubesse que pertencia ao comensal da morte.

Roccato Yanthoshi era o nome do jovem de dezessete anos de idade. Albus o conhecia pelo fato de o japonês estar em seu sétimo ano na sonserina e ser um dos artilheiros do time de quadribol. O apanhador havia convivido com o rapaz por dois anos desde sua transferência da escola japonesa e nunca havia percebido qualquer traço que mostrasse que ele pudesse estar envolvido com a arte das trevas.

 _ Ele pertencia a Hogwarts, estava no ultimo ano... Eu o conhecia – disse Albus pesaroso indicando para o pai o corpo do rapaz morto, ele pode ver o auror encarando o corpo do comensal caído parecendo neutramente serio.

_ maldição imperius – disse Harry e seu filho o encarava surpreso sem entender – olhe os olhos dele filho, eles estão brancos opacos como acontece com quem esta sobre esta maldição por muito tempo.

_ então ele estava sendo obrigado a fazer estas coisas? – disse Albus e o pai assentira – ele morreu sem nem ao menos estar sobre o controle do próprio corpo, era tão inocente quanto às outras vitimas dos comensais da morte.

_ não se preocupe – disse Harry pegando nos ombros do filho e o guiando para longe do cadáver – nós vamos cuidar disso.

Os dois continuaram caminhando rumo a saída quando puderam ver um grande corpo que barrava a saída sendo necessário que eles pulassem por cima,  o cadáver pertencia ao bruxo búlgaro que anteriormente havia recebido seus bilhetes se encontrava caído com os olhos abertos e sangue ainda escorrendo do profundo corte que possuía na lateral do pescoço, o sonserino desviara os olhos da cena quando passara por seu corpo. 

Parecia um cenário de guerra ao olhar por sobre o ombro para o estádio que ficava para trás podia somente ver a sombra do que um dia fora o belíssimo monumento que havia sido parcialmente destruído boa parte dos andares superiores se encontravam desmoronados e além de alguns inferiores pareciam ameaçar ir abaixo, as torres estavam em chamas assim como soltavam fumaças de algumas janelas quebradas e dos grandes buracos de explosões nas paredes. 

Na parte detrás do estádio onde ficavam as barracas da imprensa podia se ver as tendas destruídas e algumas ainda ardiam em chamas com bruxos tentando apaga-las com jatos de água que saiam de suas varinhas. Eles então chegaram a grande tenda da enfermaria e ao entrarem em seu interior puderam ver vários leitos, onde havia pessoas feridas recebendo cuidados médicos e outras em estado de choque que tentavam ser acalmadas pelos medibruxos com poções calmantes.

Albus pode ainda ver o desespero de algumas pessoas quando alguns de seus parentes não resistiam como foi daquele garotinho chinês com a pipa que o grupo havia visto quando andavam pelo acampamento a alguma horas atrás que agora tinha seu corpo coberto por lençóis por uma curandeira enquanto a sua mãe chorava nos braços do pai a perda do filho. 

Harry guiou o filho por entre os leitos, à maioria deles parecia ter sido improvisado com colchonetes e coisas do gênero certamente doações dos bruxos do acampamento. O rapaz pode ver Frank, Fleur e Astoria ajudando os medibruxos com os feridos, mesmo que eles próprios precisassem de cuidados. O Longbottom com um grande olho inchado e um corte na boca naquele momento ele cuidava de um ferimento de Oliver Wood na cabeça, enfaixando-a.

Fleur mesmo com uma tipóia em um dos braços servia chocolate quente para algumas vitimas de dementadores, ao seu lado estava sua filha Victoire que parecia intacta se não fosse pelos cabelos desarrumados e a roupa suja podia-se dizer que nem estivera em uma batalha, ela parecia ótima para uma grávida que acabara de enfrentar comensais da morte. Entre as vitimas de que as duas tratavam estava Lee Jordan que se encontrava ao lado dos filhos e Angelina que estava abraçada com George do seu lado e Fred com Roxanne em pé ao lado dos pais conversando e tentando animar a mãe que ainda parecia um pouco fraca, mas sem qualquer dano serio.

Astoria possuía pequenos arranhões no rosto e tratava de Draco Malfoy que possuía um profundo machucado no ombro possuindo até mesmo o osso exposto como se o braço tivesse sido torcido por alguém que realmente quisesse arrancá-lo do loiro com brutalidade.

Albus então avistou o restante das pessoas de sua família. Ele pode ver Lily deitada com sua mãe a lhe fazer um carinho nos cabelos ruivos da filha, Lysander estava em pé ao lado somente observando assim como também faziam Hugo e Rose sendo que estavam sentados aos pés da prima.

O moreno sorriu levemente, sua irmã parecia bem apenas de ainda estar inconsciente próximos dela no leito a lado do seu estava Lucy que possuía talas e gaze em sua perna ferida com tia Audrey cuidando da filha e a fazendo beber a poção esquelesce que faria o osso se curar e ficar mais resistente com seu tio Percy que mesmo com os óculos trincado e um hematoma roxo em sua testa ainda parecia ter forças suficientes para repreender a filha sobre o que ela fizera ao se envolver em duelos com comensais da morte e como ainda era nova demais para aquilo. Augusta estava sentada ao lado da amiga e mantinha um sorriso leve no rosto enquanto via a amiga parecendo incomodada com a atitude de ambos os pais.

_ tio Harry - disse uma voz que despertou o sonserino da cena o fazendo virar seus olhos para quem estava falando com seu pai, pode identificar Molly que apesar das vestes sujas de poeira certamente de algum dos desabamentos do estádio parecia bem - estamos precisando do senhor, para começar as buscas.

_ você fica aqui - disse Harry para o filho - tenho que fazer meu trabalho.

_ que trabalho? - disse Albus sem entender.

_ descobrir se não vamos ter mais surpresas daquele tipo - disse Harry - seu tio Ron e os outros estão cuidando dos comensais da morte, estamos vendo se alguns dos que ficaram para trás estão vivos e se algum deles permanece escondido no estádio.

_ eu poderia ir com o senhor - disse Albus - ajudar, acho que...

_ nem pensar, perigoso demais - disse Harry - você fica aqui ao lado da sua irmã e da sua mãe, cuide delas e do James quando ele aparecer.

_ como assim quando ele aparecer, ele está desaparecido? - disse Albus sem acreditar do que ouvia do pai, ele pode ver o auror suspirando fundo e fazendo um leve aceno com a cabeça confirmando - mas, isso não quer dizer que ele esteja...

_ nos ainda não procuramos em todas as partes do lugar, pode ter acontecido de seu irmão estar ferido ou talvez preso em algum lugar sem conseguir sair - disse Harry - algumas equipes estão buscando sobreviventes no estádio, e tem trazido os feridos para cá.

Albus ficara em silencio o que fez seu pai considerar que a conversa tinha se encerrado e apenas lhe dado um ultimo abraço antes de virar as costas e partir. O moreno ficara o olhando até desaparecer pela passagem, para então voltar seu olhar para o leito em que Lily estava, ele andara até próximo da irmã e encarara seu rosto ela parecia bastante serena nem parecendo que havia sido torturada.

_ ela está bem, Fleur falou que a maldição não deixou danos permanentes - disse Ginny adivinhando as perguntas do filho - apenas demos um pouco de poção calmante e uma outra para que dormisse – ela então voltou seus olhos para o moreno que se surpreendeu em ver os olhos vermelhos da mãe, ela estivera chorando e ele nunca a vira chorar antes afinal a ruiva era uma mulher forte que não se deixava abater tão fácil - você está bem? Ferido? Alguma coisa que seja preciso algum tratamento? – Albus negou com um gesto de cabeça enquanto recebia um abraço dela – que bom, eu me odiaria se algo de ruim acontecesse com você também – ela lhe dera um novo beijo no garoto – estava preocupada com todos vocês...

_ eu queria ter feito algo para ajudar, evitar que isso acontecesse - disse Albus para a ruiva que havia afrouxado o abraço - mas foi tudo tão rápido, eu estava duelando quando escutei os gritos dela não podia fazer nada para impedir aquele comensal de...

_ não se culpe - disse Ginny encarando-o com seus profundos olhos de chocolate - não era você que estava segurando a varinha que fez isto a ela... Culpe o comensal da morte que fez isto.  - ela pegara o rosto do filho e deslizara os dedos por sua face - ainda bem que você não se feriu querido, ainda bem - e ela o abraçara novamente, o garoto nunca se sentiu tão bem em receber um abraço daqueles por tanto tempo.

_ mãe... – disse Albus apertando mais forte, e se sentindo melhor do que nunca, o simples fato de ter-la ali ao seu lado sentia uma coisa dentro de si como se estivesse seguro como se pudesse chorar no ombro de Ginny, mas não havia lagrimas para que pudesse fazer isso – eu...

_ tive tanto medo, por vocês três – disse Ginny – tanto medo que você e sua  irmã não pudessem se defender ainda bem que...

_ eu fiquei bem – disse Albus interrompendo o discurso da ruiva – mãe, nós tivemos que usar magia – ele trocara um olhar com os amigos ali presentes – todos nós, foi preciso para sairmos vivos de lá.

_ eu entendo, na verdade acreditávamos que iam fazer isto... O momento pedia para que vocês fizessem – disse Ginny passando as mãos pelo rosto do filho – não há problema, o ministério irá entender, vocês não serão punidos.

_ o que aconteceu depois que nós saímos? – disse Albus.

_ Quando conseguimos nos livrar dos comensais do camarote para dar tempo de todos vocês escaparem fomos atrás para ver se conseguíamos encontra-los, mas infelizmente não tivemos esta sorte – disse Ginny.

_ nós fomos à direção contraria a saída – disse Albus – estávamos indo em direção a ala oeste onde ficava a torre de transmissão, o Fred queria ver se conseguia encontrar a mãe pelo caminho.

_ ele me disse isto, foi ele que avisou aos aurores por onde vocês haviam ido – disse Ginny e Albus pareceu curioso para escutar mais, daí a ruiva continuou a falar – alguns segundos depois que vocês saíram – ela suspirou - comensais da morte entre eles Greyback apareceram ameaçando Fred e Dominique assim como os feridos que haviam sobrevivido ao desabamento, eles bem que tentaram e conseguiram se defender a tempo dos medibruxos aparecerem ao lado de George, Bill, Fleur e Draco – ele olhou para o primo que ria ao lado da irmã de alguma das brincadeiras do pai que tentava alegrar a esposa.

_ e o que aconteceu? – disse Albus.

_ não sei dizer o que aconteceu, apenas que sua tia Fleur foi atingida por um feitiço que atingiu seu pulso a fazendo fratura-lo e que Greyback quase arrancou o braço do Draco antes de conseguir escapar, seu tio Bill bem que tentou ir atrás e capturá-lo, mas não adiantou já havia desaparecido quando viu seus colegas sendo facilmente derrotados – disse Ginny.

_ nós perdemos Molly e os outros de vista – disse Albus – eles agüentaram enquanto tentávamos chegar ao fim da escada, estavam dando tempo enquanto duelavam com alguns comensais da morte... Algum deles se feriu, porque não estão aqui?

_ Charlotte teve apenas o nariz quebrado, ao que parece um dos comensais da morte a socou depois dela ter o desarmado está com o pai que parece transtornado e um pouco abalado com o ataque – disse Ginny – e Louis ganhou um corte debaixo do olho nada muito grave já foi tratado, para dizer a verdade os três estão ótimos assim como Fred e Dominique que apenas tiveram alguns aranhões – ela olhou para cada um dos sobrinhos e para os filhos – estou orgulhosa do que fizeram, todos vocês...

_ papai me falou do James - disse Albus quando se separaram, mas sua mãe lhe interrompera antes de continuar.

_ seu pai não deveria ter feito isto, não deveria deixá-lo ansioso e preocupado - disse Ginny, mas o moreno pode ver o quanto a mãe estava tensa - me escute Al, seu irmão é forte e um excelente bruxo.

_ isto não significa nada - disse uma voz e os dois encararam Percy - o ministro também era um homem brilhante, mas isto não impediu Kingsley Shacklebolt de ser morto pelas costas por um Avada Kedavra.

_ é um caso isolado Percy, não havia como impedir que fosse acontecer - disse Ginny agressiva - isto não significa que meu filho esteja morto.

_ o ministro está morto? - disse Rose sem acreditar no que ouvia, Albus teria se surpreendido com a noticia se não tivesse visto toda a cena ocorrendo em sua mente.

_ sua morte foi o estopim para o ataque - disse Audrey - ao que tudo indica, os aurores que faziam a guarda do camarote foram mortos e os comensais da morte abriram a porta e dispararam o feitiço quando todos estavam muito distraídos com o termino do jogo.

_ não entendo o que você refere Percy, sobre o que isso tem haver com o meu filho - disse Ginny grosseiramente - pois não pode ser isto que você esteja sugerindo sobre o modo como Kingsley morreu pode ter sido o mesmo destino do James.

_ eu não quis sugerir uma coisa destas, por merlin Ginny - disse Percy surpreso - apenas estava comentando que o comensal da morte que matou o ministro foi covarde o bastante para não dar nenhuma chance para ele se defender.

_ e acha que aconteceu a mesma coisa com o meu filho? - disse Ginny em tom sarcástico.

_ não estou dizendo isto Ginny, apenas que.. - disse Percy então suspirou - desculpe-me sei que não deveria dizer uma coisa destas, sei que o James vai retornar e estará bem...

_ sim, ele vai - disse Ginny seriamente.

_ eu não deveria ter... - disse Percy, mas foi interrompido.

_ é, não deveria - disse Ginny então se voltando para o filho.

_ vou dar uma volta por ai - disse Albus se levantando.

O moreno lançara um olhar para Lysander e Rose e os dois souberam que deveriam ir com ele, sendo assim os três saíram da tenda da enfermaria e ficaram do lado de fora encarando as outras barracas se desfazerem em cinzas e chamas.

_ onde estão os outros? - disse Albus olhando ao redor percebendo que o lugar estava vazio - não vi todos na tenda da enfermaria.

_ estão no estádio - disse Rose ela possuía um olhar triste como se conseguisse enxergar os corpos estendidos nas dimensões do estádio - papai, mamãe, tio Charlie, tio Bill, Professor Longbottom, Rolf, Molly, Dominique, Teddy e os outros estão procurando por sobreviventes ao lado de outros bruxos voluntários e os poucos aurores que sobraram... - ela suspirou - Scorpius está com eles e a Alice também.

_ está? - disse Albus confuso - mas meu pai me proibiu de ir com ele ajudar, e porque a Alice iria com eles afinal?

_ Alice quis ir com o pai, e você sabe como o Professor Longbottom é flexível – disse Rose parecendo um pouco com inveja – ele concordou que ela fosse desde que ficasse por perto o tempo todo – ela suspirou – enquanto o Scorpius... 

_ ele insistiu para ir, falou que precisava encontrar a irmã - disse Lysander sua voz parecia cansada e pesada - O Sr. Malfoy permitiu que o levassem, deu esta permissão porque ele próprio não poderia ir buscá-la por conta do braço ferido.

_ Narcisa também está desaparecida - disse Albus com pesar, então ele olhou para os dois como se estivesse preocupado com a resposta que sua pergunta teria - quem mais está como desaparecido?

_ muitas pessoas, praticamente todos os nomes daqueles que ainda não tiveram seus corpos identificados ou não tiveram sua morta dado como certa - disse Rose.

_ entre estas pessoas estão minha mãe, Lorcan e Chloe - disse Lysander com um olhar triste - eu teria ido com eles, mas não sei se posso ter coragem para ver caso eles... - o loiro suspirara - não estou preparado, entende? Eu quero ter confiança, mas não sei se posso confiar em algo que vai tanto contra as expectativas.

_ eles estão bem, você achou que eles estivessem na torre quando ela desabou em chamas, mas isto se revelou não ser verdade - disse Albus ao amigo - porque não pode pensar que está enganado novamente?

_ porque eles são a minha família, não consigo ficar calmo e ter esperanças quando sei que pode ter acontecido algo com algum deles - disse Lysander - eu estaria lá ajudando nas buscas se não fosse um covarde...

_ você não é um covarde - disse Rose espantada pelo gêmeo ter dito algo daquele tipo, mas o loiro ficou em silencio sem rebatê-la.

_ qual é a gravidade do ataque? - disse Albus.

_ foi um massacre - disse Lysander - ainda não sabem quantas foram as vitimas, mas o modo como os comensais da morte surgiram e atacaram foi surpreendente... Os que estavam em estado mais grave estão sendo encaminhados para o hospital bruxo mais próximo e qualificado para tratar deles, mas é difícil dizer... A distancia é um pouco grande para não dizer que é arriscada.

_ foi uma brutalidade, uma chacina sem motivos - disse Rose podia se perceber que ela ainda estava espantada pelo que ocorrera a momentos atrás - uma sangria sem necessidade, pessoas mortas, famílias destruídas, vidas tiradas e para que afinal? Apenas matar o ministro da magia, se eles queriam tanto a morte do Shacklebolt poderiam ter escolhido outro momento mais propicio para atacá-lo como em casa ou em qualquer lugar onde não houvesse tanta segurança como aquela, onde não poderiam matar vitimas inocentes.

_ havia uma necessidade para tudo aquilo - disse Lysander - causar medo, era isto que queriam não apenas matar Shacklebolt - ele suspirara - sei que pode parecer loucura o que vou dizer, mas minha mãe acredita que estamos nos aproximando de uma terceira guerra bruxa e devo dizer que depois desta noite eu acredito nisso também.

_ era obvio, não é? Estamos nos encaminhando para isso, desde que aquele louco mascarado tem estado atrás das relíquias da morte - disse Rose - e em meio a isto tudo ele está reunindo um exercito para derrubar o ministério.

_ não vai conseguir, por mais forte que sejam – disse Albus apesar de não parecer estar muito confiante no que dizia – meu pai e os aurores estarão lá para impedi-lo.

_ e se eles não conseguirem, nos não sabemos o quão forte eles são – disse Lysander – e se por acaso, isto que vimos esta noite seja apenas uma amostra de poder... Os aurores estavam aqui Al, eles não conseguiram evitar, no entanto que as pessoas morressem, havia mais comensais da morte muito mais do que havia pessoas para combatê-los, pois a maioria pensou em escapar para salvar a pele de tão apavorados que estavam.

_ ele está certo – disse Rose com pesar na voz.

Albus ficara pensativo sobre o que os amigos falavam. Aurores não haviam sido bastante fortes para derrotar os adversários naquela noite, havia uma grande vantagem numérica por parte dos bruxos das trevas que ninguém esperava. E a maioria das pessoas não estava preparada para um ataque daquele tamanho, mas o que aconteceria no futuro e se continuasse havendo surpresas como aquela em outros lugares?

E se Hogwarts acabasse por ser invadida pelos comensais, afinal aquilo que Rodolphus Lestrange lhe dissera soara como um aviso para que ele se preparasse para o que estava por vir. E se o que estivesse pela frente nos planos dos comensais da morte fosse um ataque à escola de magia e bruxaria no mesmo porte que fora aquele atentado na final da copa de quadribol?

Eram tantos “e se...” que se continuasse a pensar nas possibilidades acabaria enlouquecendo. Albus respirara fundo enquanto encarava o rosto das pessoas ali, de seus amigos próximos a ele que assim como o moreno naquele momento ficaram em silencio cada qual com seus próprios pensamentos privados.

O rapaz pode ver ao longe alguns corpos sendo carregados para fora do estádio e depositados em fileiras num local antigamente ocupado por tendas da imprensa, essa tarefa era feita por alguns bruxos em uniformes certamente alguma equipe organizada pelo ministério búlgaro. Aquela cena o fez ter uma sensação horrível, cada vez eram mais e mais corpos que chegavam se juntando ali deixados para serem identificados mais tarde pelos familiares das vitimas.

Albus então resolvera entrar, não queria ver aquilo por não o fazer pensar nos amigos e em seu irmão que ainda estavam entre os desaparecidos. Era algo que não queria pensar naquele instante, por isso retornara para dentro da tenda ao lado dos amigos que o seguiram.

Dentro do estádio, os grupos de busca haviam sido separados para cobrirem uma área maior dentro do prédio. Bill, Charlie, Louis e Dominique seguiam juntos por entre as arquibancadas ao lado de alguns aurores todos mantinham suas varinhas ligadas em lumus para poderem enxergar o local escuro.

O local estava devastado, não havia nenhum som além dos passos deles ecoando pelo chão e de seus gritos chamando por alguém que estivesse precisando de ajuda. Ninguém respondia, o local parecia deserto sem nenhuma alma sobrevivente.

Aquele clima era horrível, além da paisagem repleta de destruição com restos de pessoas que não haviam tido a sorte de sair daquele lugar. Dominique resolveu aproveitar o momento, sabia que podia estar sendo injusta em usar uma situação como aquela para ter alguma espécie de conversa familiar com o pai até porque Bill não iria se zangar com ela no meio de uma missão daquelas pelo menos era o que esperava. Ela pode ver que o irmão estava bastante concentrado na busca que nem deveria estar escutando o que os dois estavam fazendo.

_ pai, tem uma coisa que quero falar com o senhor a algum tempo já – disse Dominique atraindo a atenção do pai, a visão do rosto cheio de cicatrizes iluminado pela luz da varinha era algo sinistro e assustaria qualquer pessoa que não conhecesse Bill e soubesse quem ele realmente era – já tem alguns dias que eu...

_ vai me dizer mesmo neste lugar, agora que você abandonou seu trabalho no Gringotes? – disse Bill parecendo levemente surpreso pela atitude da filha, mas a ruiva nem reparara isso já que parecia chocada com o que ouvira – não podia esperar por um momento melhor, não sei quando nós estivéssemos em casa com o resto da família?

_ o senhor já sabe? – disse Dominique e seu pai lhe lançara um leve sorriso – mas como pode ser? Achei que não...

_ ora, vamos eu sou um dos diretores daquele banco – disse Bill – acredita mesmo que não seria avisado caso minha filha abandonasse o trabalho? Foi à primeira coisa que fizeram depois de você ter pedido demissão após é claro socorrerem o duende que você azarou, o coitado ainda não saiu do St. Mungus e parece que não tem dia ainda para ser liberado da internação.

_ não me culpe, aquele idiota era um nojento – disse Dominique então percebendo a face do pai continuar a mesma, sem qualquer mudança de humor ou alterações de voz como estava esperando – o senhor não parece irritado comigo.

_ por que acha que deveria estar? – disse Bill achando um pouco de graça com aquilo tudo, ver a garota parecendo um pouco confusa com suas atitudes era algo que realmente não havia visto ainda.

_ não sei, acho que sim – disse Dominique – pelo menos eu esperava um sermão de como te decepcionei ou envergonhei, talvez até questionamentos seus sobre se você é ou não um bom pai... Sabe as coisas de sempre.

_Olha, Dominique você é minha filha e eu me sinto um pouco chateado sim, mas é porque você resolveu tomar esta decisão sem minha autorização – disse Bill suspirando – mas o modo como eu tratava você ficou no passado no exato momento em que você se formou em Beauxbatons e se tornou uma garota independente tendo sua própria vida sem precisar de mim, o que quero dizer é que não devo tratá-la mais como uma criança, você é adulta e sabe o que melhor para você e as escolhas que faz é apenas uma demonstração disto.

_ obrigada pai, sei como é difícil para o senhor nos deixar crescer – disse Dominique abraçando o ruivo que sorriu enquanto a filha se separava dele – sei como queria que algum de seus filhos seguisse a carreira do senhor, como desfazedor de feitiços.

_ sim, adoraria ver, mas isto é coisa de pai que quer ter sempre os filhos do lado – disse Bill – não se preocupe, estarei orgulhoso de vocês sempre e lá para o que precisarem deste velho aqui – ele riu – mas então, o que você vai fazer agora da vida? É melhor arranjar um emprego logo, lembra das condições impostas a você para que tenha o direito de morar sozinha.

_ pensei que fossem nos deixar crescer pelo que você disse há uns minutos atrás – disse Dominique sarcasticamente.

_ vocês crescem, mas não deixam de ser nossos filhos até onde eu sei – disse Bill fazendo a ruiva rir levemente – então, já tem um emprego certo ou simplesmente mandou tudo para o ar sem ter aonde se apoiar?

_ eu tenho uns planos, não sei se o senhor vai gostar deles – disse Dominique hesitante.

_ que seriam? – disse Bill interessado a levar a conversa até o fim.

_ bem, é algo que eu realmente preciso que o senhor compreenda assim como a mamãe que é uma decisão minha, certo? – disse Dominique - Não fui influenciada por ninguém e é algo que realmente consigo me ver realizada e me identifico bastante.

_ vai trabalhar na Gemialidades? – disse Bill - o George te ofereceu um emprego e nem me contou nada a respeito? Grande irmão que ele é...

_ não, não vou – disse Dominique - e não ele não ofereceu.

_ então, me diga o que é – disse Bill – por acaso vai jogar em algum time de quadribol é isso? Ou seu tio Charlie a chamou para trabalhar na reserva de dragões, pois se ele fez isso eu juro que vou ter de ter uma conversa com ele...

_ pai eu vou ser auror – disse Dominique parando de andar enquanto o ruivo continuava, mas ao ouvir as palavras dela acabou por se voltar para a filha com uma face de incredulidade.  

_ como é que é? Você vai ser o que? – disse Bill parando onde estava e encarando a filha com uma expressão de confusão.

_ é isso ai, eu me inscrevi na Academia de Aurores não é incrível? – disse Dominique tentando ignorar a expressão do pai e parecer animada – mas antes, claro tem aqueles testes que o ministério da magia aplica para ver se estamos aptos para o treinamento o que acho que realmente estou capaz de passar se fizer o meu melhor.

_ auror? – disse Bill suspirando – não sei se é uma boa idéia.

_ como assim não sabe se é uma boa idéia? – disse Dominique – é o que quero fazer, e você me falou que me daria apoio e agora vem dizendo que não é uma boa idéia?

_ é uma profissão perigosa – disse Bill – tem idéia de quantos aurores o Harry perdeu esta noite? Como acha que as famílias vão receber a noticia, consegue imaginar? As pessoas vão ficar devastadas, vão sofrer e estes bruxos que morreram perderam suas vidas de um modo trágico alguns nem mesmo tiveram a chance de ter uma vida real.

_ eu não pretendo morrer – disse Dominique.

_ acha que alguma destas pessoas pretendeu morrer por acaso? Dominique você não faz idéia de como é difícil – disse Bill – ser auror é sim uma bela profissão, mas de grande risco e responsabilidade.

_ eu não me importo com os riscos – disse Dominique - Pai, eu quero ajudar as pessoas.

_ seja curandeira ou medibruxa então – disse Bill – sua mãe iria adorar ver a filha seguindo a carreira dela de cuidar das pessoas.

_ apenas me der à chance de tentar – disse Dominique – por favor, prometo que não vou decepcioná-lo, acredite eu lhe darei orgulho pai.

_ não estou lhe proibindo nada, apenas dizendo que não aprovo sua escolha – disse Bill – e eu já tenho orgulho Dommy, de você e de seus irmãos.

_ PAI! DOMMY! – gritou Louis chamando a atenção dos dois para onde estava, ao que parecia eles haviam encontrado algum sobrevivente e os dois ruivos deram uma troca de olhares silenciosa combinando de mais tarde retomar aquela conversa de onde parara.

Quando se aproximaram puderam encontrar uma mulher jovem de pele negra em vestes chiques destruídas, ela estava bem apesar de alguns ferimentos superficiais e está desmaiada. Eles puderam olhar para eu rosto com mais atenção, e a ruiva pode ouvir algum dos aurores sussurrar para outro a suas costas de que aquela era a filha de Kingsley Shacklebolt.

 James e Narcisa haviam acabado de ser resgatados por um dos grupos de buscas que estava sendo liderado por Harry e faziam parte Hermione, Ron, Teddy, Scorpius e alguns outros bruxos voluntários. O chefe dos aurores conjurara uma maca onde o filho fora colocado ao ser constatado que James não poderia caminhar estando daquele jeito, foi difícil para Harry segurar a emoção em encontrar o seu primogênito daquela forma estava quase irreconhecível. 

Com outro movimento de varinha a maca se ergueu flutuando alguns centímetros do chão. Scorpius abraçara a irmã e permanecera com o braço ao redor de sua cintura enquanto caminhava para fora do túnel, a loira parecia cansada, mas não demonstrava os mesmos traços de quem havia sofrido alguma espécie de dano físico grave como era com seu namorado.   

Quando já se encontravam do lado de fora do túnel algo se rompeu de uma das passagens dos camarotes. Um enorme brilho perolado descera em direção ao encontro deles ao se aproximar ficou claro que se tratava de um patrono corpóreo que tomava a forma de uma bela águia. Então o bico da ave se abrira e a voz de alguém conhecido soara, era como se fosse Neville Longbottom falando com eles.

_ Harry, precisamos de vocês – disse o patrono do Professor Longbottom – parece que achamos algo que talvez fosse bom que vissem.

_ levem o James e a Narcisa para a enfermaria para receberem cuidados médicos – disse Harry se voltando para os outros, com seu tradicional tom de liderança que havia adquirido com o tempo serviço como auror – Ron você vem comigo.

Os dois aurores então seguiram a águia no momento em que ela tornara a voar na direção do estádio fazendo desta vez um caminho que pudesse ser seguido pelos dois bruxos começando pelas escadas e passando pelos corredores devastados. Então quando chegaram ao local puderam encontrar o grupo de Neville, Alice, Molly e Rolf ali.

Ao vê-los o professor de herbologia caminhara até os dois amigos, ambos já possuíam as varinhas desembainhadas observando o lugar, mesmo que grande parte do corredor parecesse ter desabado não havia qualquer ferido ali não entendia porque de todos parecerem estar ali preocupados.

_ nós encontramos alguns – disse Neville enquanto encaminhava com os dois para próximo do grupo. 

Estavam ao lado de alguns elevadores, a porta de um deles estava aberta e pareciam encarar a parte interior podendo ver o poço e a poucos metros abaixo o elevador emperrado.

_ A pessoas presas dentro dele – disse Alice – nós tivemos medo de usar qualquer feitiço e fazer o elevador despencar de vez.

_ a pressão das explosões deve ter desnorteado a magia que era usada neste aparelho – disse Rolf – e então eles estão presos desde então.

_ entendo – disse Harry se ajoelhando próximo do poço e olhando para o ruivo ao seu lado que parecia concentrado em seus pensamentos – devemos tirá-los dai.

_ e como iremos fazer isto? – disse Molly olhando para o poço.

_ eu não sei, acho que deveríamos descer até lá – disse Ron que estava ajoelhado ao lado de Harry e olhando para o melhor amigo – tentar subir com um de cada vez.

_ não podemos tentar atrair-los para cima, com um feitiço convocatório ou algo do tipo? – disse Neville – nós pensamos nisto, mas achamos melhor saber a opinião de vocês para não termos risco.

_ fizeram bem, não sabemos se o feitiço iria funcionar ou mesmo... – disse Harry fazendo uma pausa e então retomando – ou mesmo se ia fazer o elevador cair de uma vez.

_ então o que estamos esperando – disse Ron se levantando – vamos ao trabalho.

Harry e Ron conjuraram um sistema de cordas e roldanas que iria servir para levar um deles para baixo. O chefe dos aurores acabara por ser escolhido para descer, dos adultos que estavam ali presentes ele era o mais leve enquanto os outros iriam puxar as pessoas para cima quando recebessem o sinal.

Ele começou a descer pelo poço a escuridão tomava conta de seus olhos sendo preciso que sua varinha fosse colocada em lumus para iluminar o lugar ao seu redor. Quando enfim sentira o ruído de seus pés atingindo uma superfície metálica e pode escutar o som de vozes que pediam por ajudar, pareciam crianças pelo que pode reconhecer assim como sabia que estavam assustadas.

_ não se preocupem eu vou tirar vocês dai – disse Harry enquanto se ajoelhava no teto do elevador e começava a encontrar um modo de entrada.

Harry acabou por encontrar o alçapão que havia no teto e o puxando, revelando uma grade que dava visão para o interior do elevador onde ele pode ver quatro pessoas ali sendo que as duas crianças que anteriormente ele havia escutado pedindo ajuda, pode reconhecer uma delas.

_ tio Harry – disse o garoto loiro de belos e enormes olhos azuis que estavam iluminados pela luz da varinha da garota ao lado dele – é o pai do Albus, ele veio nos ajudar a sair daqui Chloe.

_ é o Lorcan – disse Harry para os amigos que aguardavam acima deles, pode ver o som de Rolf parecendo comemorar – nós vamos tirar vocês dai, agüentem firme – ele puxara a varinha e a apontara para a grade mas antes de murmurar o feitiço que seria usado para derrete-las se lembrou de dizer algo – há alguém ferido com vocês por acaso?

_ sim, mas é leve, nada que precisem se preocupar – disse uma voz se aproximando das crianças e o auror pode reconhecer Luna, fora alguns arranhões ela parecia estar bem – também temos alguém desacordado aqui dentro, ela foi estuporada.

_ ok, se afastem – disse Harry enquanto uma luz laranja aquecia as grades e ela começava a ficar quente e derreter até não mais existir – venham, vou levar um por vez... Vocês conseguem passar por aqui?

_ acho que sim – disse Lorcan então encarando a garota ao seu lado – você vai primeiro.

_ mas, Lorcan... – disse Chloe parecendo insegura.

_ sem “mas”, vamos... – disse Lorcan e por insistência dele a garota concordou vendo o rapaz lhe dar apoio e com o auxilio do sonserino e do Harry ela já se encontrava do lado de fora.

_ segure-me forte, não me solte – disse Harry e a loira assentiu – agüente firme – ele então olhara para cima – podem subir.

Harry se sentiu sendo inçado, desta vez a subida era lenta por eles estarem fazendo mais força em erguer duas pessoas. Ao chegarem ao topo ele conseguiu passar Chloe pela porta para Alice que a abraçou fortemente, com um imenso carinho e a puxou para longe do poço.

O trajeto se repetira novamente desta vez Harry descera no interior do elevador e tirara o cinto e o guincho que o prendiam começando a passar-lo para Lorcan que o olhou meio confuso sem entender.

_ você é muito pesado para eu erguer você e sua mãe, e também se temos alguém estuporado aqui dentro eu tenho que acordar-la – disse Harry ao que o adolescente assentiu.

Lorcan prendia o cinto e o gancho verificando que estava bem colocado, ele passara pela passagem do teto então o auror ajudou que sua mãe subisse e o loiro a agarrou. Luna e seu filho foram erguidos então até a passagem e chegando lá foram puxados para fora por Ron e Neville. Rolf não conseguiu conter a emoção ao abraçar a esposa e o filho novamente, eles estavam bem e a salvos.

_ quem é a ultima pessoa que estava com vocês? – disse Alice para Chloe quando vira por uma ultima vez o cinto sendo descido pelo gancho e a corda.   

Harry sentira o estomago revirar ao ver a mulher que se encontrava caída nos fundos do elevador. Sua boca se abrira ligeiramente, assim como dera um passo para trás pelo choque. Ele ousou então se aproximar da mulher caída, era de estatura baixa e rechonchuda de cabelos grisalhos vestia vestes negras que não combinavam com um laço rosa já frouxo que possuía em sua cabeça.

Ao virar-la para ele sentiu a cicatriz em sua mão arder às palavras “Não devo contar mentiras” mesmo que não pudessem ser mais vistas parecia tão recente com a visão da sua causadora ali a sua frente. Harry conjurou cordas e a amarrou para ter certeza de que não escaparia caso acordasse. Dolores Umbridge havia estava desacordada e havia sido enfim capturada.


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Notas finais do capítulo

Então seria legal ter reviews de todos vocês desta vez. Ia gostar muito. Até o próximo capitulo.