Novos Tempos Em Hogwarts 3 escrita por Thiago, Thiago II


Capítulo 17
O ultimo teste de James


Notas iniciais do capítulo

Capitulo novo para vocês...
Espero que gostem.
Para quem estava morrendo de saudades do James, espero que aproveitem.



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James e Fred haviam ido ao apartamento de Dominique naquela manhã. O prédio se localizava em Londres e era o típico lugar que muitas pessoas pensariam ser quase impossível de ter um morador magico, sua fachada era cinzenta e sóbria sem qualquer coisa que pudesse fazê-lo se destacar o chamar a atenção para ele nem mesmo a altura era algo surpreendente sendo apenas de sete andares. Os dois rapazes tiveram de usar as escadas porque o prédio não possuía elevador de tão antigo que era.

Os dois seguiram pelo corredor do quinto andar até pararem em frente a uma porta branca em que o numero pendia quase solto por completo. Após algumas batidas os dois foram atendidos pela ruiva que olhou para ambos com uma sobrancelha arqueada.

Dominique vestia uma camiseta larga cinzenta com uma estampa gasta da bandeira da França atrás da Torre Eiffel e um par de shorts jeans gasto, seus pés estavam descalços e os cabelos presos em um coque malfeito.

_ já não era sem tempo, por que demoraram? – disse Dominique dando espaço para que eles entrassem então fechando a porta atrás deles - esperava que fossem aparatar direto na sala.

_ e íamos, mas fiquei temeroso em fazer depois do que houve sobre o pó de flu – disse Fred e a ruiva assentiu enquanto os rapazes se sentavam nos pufes no chão.

Fred havia contado para James a historia de como a vizinha trouxa em uma visita inesperada ao apartamento da garota havia visto quando o moreno saira da lareira da namorada. A pobre senhora tivera um ataque de pânico e começara gritar apavorada com o que havia visto e os dois tiveram que contê-la. Depois daquilo a ruiva tivera que fazer um obliviate na trouxa para alterar sua memoria e Fred fora mais cuidadoso quando fosse visitar Dominique.

_ certo, eu vou pegar um chá para a gente algum de vocês quer mais alguma coisa? – disse Dominique dando as costas para os rapazes que negaram.

Os dois ficaram olhando para o lugar ao redor deles. James principalmente, era a segunda ou terceira vez que vinha ali desde que a garota comprara o lugar em parte porque os treinos de quadribol diminuíam e muito sua oportunidade de passar mais tempo com os amigos e outra que geralmente os primos é que iam visita-lo em casa.

O apartamento de Dominique possuía um aspecto que fazia parecer que ela havia acabado de se mudar. As paredes possuíam cores diferentes, enquanto uma era vermelha sangue as outras três eram de textura em gesso em todas elas haviam uma serie de quadros pendurados que o rapaz não fazia ideia de quem era o artista, mas os achava excelentes.

Aos fundos havia uma sacada com cortinas transparentes as cobrindo já os moveis eram poucos como umas mesinhas laterais baixas e algumas prateleiras em ziguezague e uma vitrola antiga de latão e madeira com alguns discos organizados em uma pilha ao seu lado, um cabide dourado ao lado da porta era o tinha ali. Mesmo o sofá não havia sendo apenas um par de pufes com estampa de jornal sobre um tapete felpudo vinho.

A cozinha era adjunta a sala de estar, havia apenas um balcão de granito separando-a da sala. Ali havia um fogão embutido na bancada junto com uma pia e armários bem como uma geladeira e micro-ondas ( estes dois últimos eram de uso trouxa, mas bem práticos como Fred uma vez explicara ao ruivo) além de algumas panelas que pendiam em suportes na parede e banquinhos para que se pudesse fazer as refeições no balcão.

_ fiz chá verde, espero que gostem – disse Dominique retornando com uma bandeja de café da manhã com as xicaras e um bule e a chaleira – também trouxe algum café para podermos nos manter acordados.

_ então você começou a estudar sem nós? – disse James indicando os livros e pergaminhos espalhados sobre o tapete e a ruiva assentiu enquanto lhe entregava uma xicara de chá.

_ sim – disse Dominique tomando um gole de seu café – tenho estudado quase o dobro, desde que começamos sempre antes e depois dos encontros, quando vocês forem embora vou continuar a estudar.

Os primos ruivos iriam estudar para os testes teóricos que seriam realizados na manhã seguinte no ministério sendo que naquela mesma tarde ainda teriam que lidar com os testes práticos que o rapaz não fazia ideia de quais pudessem ser. Fred estava ali apenas para dar um apoio aos dois bem como para ajudá-los a estudar.

Eles então começaram com os ruivos comentando sobre as matérias que haviam lido quando estiveram separados e deram uma revisada na da reunião anterior então partido para as que estavam com mais dificuldade. Eles teriam que conhecer as leis do mundo magico e decretos que mandavam pessoas para Azkaban além de efeitos que a Artes das Trevas traziam para as pessoas assim como conhecimento teórico de alguns feitiços tenebrosos e históricos de grandes bruxos das sombras e seus atos. Ainda havia o estudo de caso em que deveriam estudar uma situação fictícia sobre algo e qual decisão deveria ser tomada, entre outras coisas que eles nunca em sã consciência haviam visto antes daquelas ultimas duas semanas.

Do lado de fora o sol ia caindo e a tarde vinha chegando junto com o tempo fechado conforme as horas se passavam e os ruivos devoravam as informações nos livros volta e outra com Fred soltando uma piadinha sobre a má influência que Narcisa estava sendo sobre seu melhor amigo por está-lo fazendo estudar daquela forma ou então algum comentário inteligente ou trechos da matéria que eles tinham dificuldade e o moreno ensinava macetes para lembrar (geralmente de conteúdo improprio, mas que funcionavam geralmente se fixando na mente).

Quando as pálpebras de James pareciam que iam cair de cansaço e seus olhos já não mais suportavam fitas as anotações que possuía ali foi que eles preferiram dar por encerrado os estudos do dia. Pelo menos o ruivo, já que Dominique continuou a ler o livro em silencio.

_ não percebeu ainda senhorita, mas nós dissemos que íamos parar por hoje – disse Fred puxando o livro das mãos da namorada – e é melhor você deixar essa sua mania de querer bancar uma Rose na vida porque isto esta me assustando.

_ bem, talvez seja melhor dar uma parada por enquanto mesmo – disse Dominique com uma voz cansada, e ao olha-la com mais atenção o moreno pode notar pelas suas expressões que ela parecia abatida – o que foi?

_ você virou a noite estudando não é? – disse Fred e a ruiva lhe fitou seria antes de virar mais um gole de café goela abaixo.

_ o que te faz pensar nisto? – disse Dominique rindo nervosa antes de pousar a sua caneca ao seu lado e o moreno continuou a olhá-la seriamente – eu estou preocupada com o fato de que pode ser que eu não passe no teórico, sou péssima em testes escritos.

_ tudo bem, não vou dizer nada sobre isto apenas que você deveria relaxar depois de irmos embora e tentar manter a cabeça fria para o teste de amanhã – disse Fred então se voltando para o ruivo que concordou.

_ é para você... E também tem que relaxar um pouco – disse James dando um soquinho no ombro da prima – é a garota mais esperta que já conheci, é logico que vai se sair dessa muito bem...

_ você tem razão – disse Dominique se levantando – então, o que vamos fazer? Dar uma passada no Caldeirão Furado para comer algo já que eu não tenho a menor vontade de cozinhar algo.

_ ainda bem, meu estomago esta se recuperando da sua ultima tentativa de fazer algo para nós – disse Fred fazendo o primo rir.

_ por esta razão mesmo Frederick, escolha aonde iremos comer do contrario seu estomago sensível terá de se contentar com pipoca de micro-ondas – disse Dominique sarcasticamente.

_ pede comida chinesa por telefone ou uma pizza quem sabe – disse Fred se largando no pufe – vamos apresentar ao senhor ex-jogador de quadribol profissional aqui um pouco das delicias do mundo trouxa.

_ por que não faz isto então? – disse Dominique e o moreno riu levemente.

_ e tirar os privilégios de você ser a nossa anfitriã – disse Fred – nem pensar, a casa é sua querida não minha a menos que esteja me convidando para morar aqui.

_ bem, deveria se sentir em casa afinal você passa muito tempo aqui – disse Dominique – e sobre vir morar, eu adoraria que isto acontecesse até já te fiz a proposta – ela se levantou e foi até a cozinha com a bandeja de café.

_ e por que você não se mudou? - disse James para o primo que deu de ombros.

_ sabe o que nossa família pensa disto não é? Eles acham que somos imprudentes e que estamos indo rápido demais na nossa relação então nem me atrevo em vir para cá definitivamente – disse Fred colocando os braços atrás da cabeça – a maioria deles ainda tem esperança que o que eu e a Dommy temos seja apenas uma aventura.

_ mas não é – disse James achando aquilo um absurdo – vocês se amam.

_ é, isto é verdade – disse Fred sorrindo levemente encarando a ruiva que discava o telefone e esperava a chamada.

Dominique havia ligado para um restaurante pedindo comida chinesa enquanto Fred buscou entre os discos algum que o agradasse e colocou na vitrola. Ele colocou um antigo de uma banda bruxa que fizera mais sucesso entre os trouxas do que para seus próprios iguais, o nome era The Beatles.

A comida chegou e após a ruiva ter pagado o entregador com dinheiro trouxa que James não fazia a mínima de como funcionava foi que os três se reuniram para comer. Eles o fizeram na sala de estar mesmo, os rapazes sentados no pufe enquanto a garota estava de pernas cruzadas sobre o tapete. O ruivo teve dificuldades com os pauzinhos além de achar aquilo muito estranho, o que fez o primo soltar alguns comentários engraçados sobre aquilo que fizeram Dominique rir.

Eles conversaram por um tempo, antes de o disco terminar de tocar e Fred ter que se levantar para troca-lo. Desta vez o moreno colocou uma música mais animada e atual, ao que parecia aquela escolha havia agradado a namorada que começou a cantar a letra no ritmo.

James então entendeu porque a casa possuía poucos moveis, era para que tanto Dominique quanto Fred pudessem fazer o que bem quisessem como quando o moreno se levantara puxando a ruiva para dançar mesmo que o que fizessem com o corpo não fosse bem o que poderia ser chamado de dança. O ruivo riu enquanto meio que deitado sobre o tapete, terminava de comer aquela comida que nem ao menos sabia pronunciar o nome.

Por alguma razão se lembrou de sua namorada que estava muito distante dali. Narcisa estava naquele momento em Amsterdã treinando na Academia de Aurores ao lado de sua turma sendo que um dia ele estaria lá ao seu lado se desse bem nos testes finais que iria prestar no dia seguinte no ministério.

Ele não evitava se preocupar com a garota mesmo que ela estivesse tão distante fisicamente, o ruivo sempre lhe mandava cartas e quando podia recebia a resposta da loira. Não se preocupava com a demora das respostas dela antigamente, agora cada dia que passava sem ter pelo menos uma noticia de que ela estava bem era horrível.

Eles permaneceram por ali mais um tempo, até que decidiram ir embora, se despediram de Dominique e aparataram da sala dela reaparecendo num beco no lado de fora do prédio em que a garota vivia. Ali fora eles sentiam uma brisa correndo por seus cabelos e roupas enquanto caminhavam pelas ruas lado a lado.

_ então, o que quer fazer agora? – disse Fred surpreendendo o ruivo que não esperava por uma pergunta destas - não me diga que prefere ir para casa do que passar um tempo comigo.

_ não é que, você não teria que voltar para a loja de Hogsmeade? Quero dizer, não pode apenas decidir quando vai trabalhar ou não – disse James para o primo que revirou os olhos para o comentário – você não deveria deixar apenas a sua irmã cuidando das coisas sem você.

_ nem a Roxanne deve estar lá, deve ter tomado uma chave de portal para ir encontrar com o namorado na Bulgária – disse Fred tentando não ter a imagem de sua irmãzinha com o professor de voo de Durmstrang – e qual é, faz tempo que não temos um tempo só entre nós dois.

_ entendo – disse James – bem, dependendo de onde fomos devemos retornar cedo porque tenho que estar disposto para os testes amanhã.

_ sem problemas, venha vamos pegar as motos – disse Fred e ambos pegaram miniaturas de motocicletas dos bolsos e colocaram no chão e após um movimento de varinha, ambas começaram a crescer até o tamanho real.

Fred havia construído para ele um projeto semelhante se não idêntico ao de James. A motocicleta do moreno fora recentemente desenvolvida a partir dos esboços e anotações que ele havia feito enquanto consertava a Six agora até onde se tinha noticias eram apenas duas como aquelas que podiam voar o que na concepção dos primos era algo realmente importante afinal eram únicas e desta forma especiais.

Os primos pegaram os capacetes que estavam presos nos guidões e colocaram em suas cabeças enquanto passavam a perna se sentando nos bancos. O ruivo ainda encarava o primo que afivelava o capacete enquanto ligava a moto fazendo o motor de sua motocicleta rugir. Juntos os dois pegaram a estrada saindo do beco e pilotando um do lado do outro.

James seguia o primo que os guiava em direção ao local que ele ainda não perguntara qual era. Logo se viram atravessando a cidade em meio ao transito, aquilo era uma boa sensação pelo ponto de vista dele que merecia relaxar após toda aquela loucura que estava fazendo.

Às vezes James pensava em tudo que estava fazendo. Ele realmente não queria ser um auror, mas achava que o treinamento era algo importante e que deveria ser feito, não era mais vingança que ele queria e sim estar preparado caso acontecesse de novo poder proteger as pessoas e além do mais o treino iria o deixar mais forte do que é atualmente.

Eles então ao dobraram uma rua deram de cara com um túnel e o rapaz percebeu naquele momento pelo caminho que ia qual era o destino deles. Eles entraram pela passagem e os faróis se acenderam magicamente, pois o interior do túnel não era dos melhores em questão de iluminação.

Uma vez daquele lugar, ambos aceleram e Fred usou um de seus truques que não havia na moto de James, fazendo com que o moreno fosse capaz de pilotar no teto do túnel como se não houvesse qualquer espécie de gravidade para puxa-lo para baixo enquanto no chão tentando acompanhar o primo o ruivo murmurava para si mesmo algo como exibido. Antes de chegarem a saída James inclinou a moto e deu salto aparatando sobre um ônibus e acenando para o primo ao ver que havia o passado.

_ hei, como esta o tempo ai em cima? – disse James para o primo que agora pilotava na lateral do túnel ao seu lado – deveria parar de se exibir,

_ olha só quem fala – disse Fred sarcasticamente, a voz dele bem como a de seu primo tinham que ser em um tom mais elevado quase como se gritassem por conta da velocidade em que se encontravam – deveria tomar cuidado com a cabeça – ele apontou para frente com um aceno.

James então encarou a direção que o primo apontava. O ruivo percebeu a boca do túnel se aproximando e antes que desse de cara com a borda da saiba o rapaz com um novo estampido aparatara surgindo atrás do ônibus que até a poucos segundos estava por cima ao mesmo tempo em que Fred surgia do seu lado e ambos deixavam o túnel.

Não deixara de pensar se os trouxas os viam que espécie de problemas eles poderiam acabar tendo com o ministério, por sorte o moreno projetara um feitiço anti-trouxa que os impedia de visualizarem as motocicletas quando eles utilizavam algum de seus truques mágicos do contrario não estariam se arriscando tanto. Eles saíram do túnel e após algum tempo se viam em um novo desafio para eles, ou melhor, uma nova oportunidade de diversão, os primos agora pilotavam em uma rua de mão dupla.

Eles agora tinham que desviar dos carros que vinham no sentido contrário dos dois, suas maquinas eram tão rápidas que às vezes James duvidava que pudessem ser percebidos pelos ocupantes dos carros como mesmo eles eram apenas borrões para os motociclistas. Ambos tinham de fazer curvas fechadas para não serem derrubados ou bater em um dos veículos, os trouxas nos carros buzinavam para eles apenas quando já haviam passado.

Então pegaram uma rua menos movimentada quase que deserta e seguiram por ela numa corrida entre ambos até uma ponte. Quando já se aproximavam do meio dela, a ponte começou a se erguer para que um barco pudesse passar por debaixo de modo que Fred tivera que aparatar para o outro lado em pleno ar. Enquanto James apertara um botão de seu guidão sentindo o escapamento da moto rugir em seguida e liberando uma grande chama como a de um dragão que deu a dele impulso suficiente para que chegasse ao outro lado.

_ O que me diz disso? – disse James parando próximo ao primo dando um meio circulo marcando-o no asfalto, o moreno parecia não estar muito impressionado apenas voltou sua moto e juntos continuaram o caminho.

Logo haviam chegado ao lugar que era seu destino, um beco na periferia londrina que poderia parecer nada demais a primeira vista mesmo porque nunca para ninguém ali que realmente esperasse encontrar algo pelo menos era assim com os trouxas já que com os bruxos era diferente. Logo a parede pichada com a placa de sem saída começou a tremer e abriu uma entrada com escadaria para baixo.

Os primos desceram das motos e com outro aceno as duas retornaram a suas miniaturas enquanto ambos começavam a descer os degraus com as pontas das varinhas acesas. Logo os dois rapazes se viram nas ruas de um vilarejo tipicamente irlandês e o ruivo iluminou a placa de bronze que havia sobre a boca do túnel em que se lia:

Clover’s Luck

Fundado em 2 de outubro de 1560

Fundadores: Marvin Lynch e Connor Skeeter

Eles continuaram andando pelas ruas do lugar. Há tempos o ruivo não vinha àquela vila subterrânea irlandesa, mas as coisas continuavam da mesma forma que se lembrava, não demorou muito para que chegassem ao pub que ficava localizado no final da rua que fora tão familiar para James em sua adolescência quando sempre ia ali com os amigos agora era apenas mais um sentimento nostálgico que tinha de quando as coisas eram mais simples em sua vida.

Eles desceram as escadas que levavam ao interior do pub, e o ruivo abriu um sorriso discreto ao perceber que o lugar parecia não ter mudado desde sua ultima visita ali.

O interior do bar possuía paredes feitas de pedra lisa dando um ar cavernoso aquele lugar, o chão era de madeira de carvalho, o assoalho brilhava muito como se acabasse de ser limpo, tinha alguns barris deitados em uma pilha em um canto. Havia mesas de bilhar, e depois delas havia algumas mesas redondas simples de madeira escura, um pequeno palco aos fundos e finalmente o balcão, e atrás dele prateleiras e armários com vidros esfumaçados, dentro dele havia varias bebidas e um grande espelho retangular comprido. O mesmo Duende Irlandês de sempre, pensou James enquanto ele e o primo se encaminhavam para uma mesa num dos cantos do lugar, entre o balcão e os barris empilhados.

_ hei rapazes, o que vão querer para beber? – disse a voz de uma garçonete ambos a encararam e encontrou com o rosto conhecido de uma das filhas de Seamus Finnigan.

_ olá Amélia, como você está? – disse Fred para a garota que sorriu para seu ex-cunhado, ambos se davam bem, mas haviam se afastado quando a irmã dela terminara com o moreno – eu vou querer uma cerveja amanteigada apenas.

_ certo – disse Amélia, então se voltando para o ruivo – e quanto a você James?

_ vocês tem alguma bebida sem álcool? – disse James que tentou ignorar o olhar que a garota lhe lançara, afinal estavam em um pub não era como se ele esperasse encontrar ali algo menos forte do que uma cerveja amanteigada.

_ acho que posso arranjar um suco de abobora para você – disse Amélia sorrindo para o rapaz após ter se recuperado do choque - no geral usamos ele numa batida com Whisky de Fogo, mas trago puro para você.

_ obrigado Amélia – disse James sorrindo enquanto a garota desaparecia.

_ quer jogar um pouco de bilhar enquanto a bebida não chega? – disse Fred indicando as mesas e o ruivo deu de ombros se levantando seguido do primo e ambos caminharam então até próximo das mesas.

Havia uma banda no palco canto uma canção triste sobre um amor perdido enquanto algumas pessoas bebiam no balcão ou sentados em algumas mesas no geral eram pessoas sozinhas ou com apenas alguns amigos ao seu lado. Era uma segunda feira, por conta disto o movimento estava tão pouco, a maioria das pessoas somente aparecia por lá no final de semana e em sua véspera.

Fred acertara as bolas com o triangulo sobre a mesa, enquanto o ruivo buscava o melhor taco para que pudesse jogar a partida. O moreno logo escolheu seu taco e ambos começaram a partida com James a iniciando ao se curvar para acertar a bola branca que desfez o triangulo e espalhou as coloridas pela mesa e o rapaz se preparava para a sua segunda jogada.

_ Quer falar sobre algo não é? – disse James enquanto se curvava para mirar e se preparava para a jogada e a fez, mandando sua primeira bola para a caçapa do canto.

_ eu não posso simplesmente querer sua companhia sem que você pense que há algo de errado comigo? – disse Fred rindo enquanto marcava a ponta de seu taco com giz e se curvava para jogar fazendo a bola branca quicar em uma das quinas e mandar uma para dentro da caçapa do meio.

_ foi por isto que me trouxe aqui – disse James encostando-se a lateral da mesa desocupada ao lado deles - eu sei que algo te incomoda... Você é meu melhor amigo consigo ver isto com clareza mesmo que tente disfarçar.

_ é sobre esta historia toda de vocês serem aurores – disse Fred dando uma tacada, mas não conseguira acertar nenhuma bola, ele então se erguera para encarar o primo – eu não sei se gosto de toda esta ideia.

_ como assim não gosta? – disse James rindo secamente como se fosse uma piada sem graça, mas o moreno não o acompanhara.

_ eu não sei se posso aguentar ficar sem vocês dois por perto – disse Fred parecendo levemente sem jeito – você é meu melhor amigo desde que éramos crianças Jay, e a Dommy é a mulher da minha vida e eu não gosto nem um pouco de ver que vocês vão me deixar para trás.

_ deixa de bancar o tolo sentimental Weasley – disse James rindo enquanto se curvava para jogar e mandava mais duas bolas para a caçapa - não vou deixar você para trás nem a ruiva vai fazer isto porque por mais que você não acredite é uma pessoa muito importante para nós dois.

_ é eu sei... Não estou realmente preocupado com isto sabe? É apenas o menor de meus problemas – disse Fred suspirando enquanto o primo jogava novamente – digo, posso conviver com isto... É que eu apenas estou preocupado com o que pode acontecer com vocês, eu ouvi dizer que o treinamento não é fácil e estou com medo pela Dommy...

_ hei, isto é brincadeira? Só pode ser – disse James rindo levemente enquanto o primo se curvava para jogar e com a tacada mandava duas bolas quicando na quina para caçapas diferentes – sei que é sua namorada, e que isto é natural, mas relaxa nada vai acontecer ainda mais com ela.

_ como você pode ter certeza – disse Fred se erguendo para encarar o primo – não há como estar 100% certo sobre algo, e por mais que você diga que estou errado em me preocupar tanto... Eu não ligo, pois isso faz parte de mim.

_ Fred, eu não estou dizendo que você esta errado em se preocupar – disse James erguendo as mãos em sinal de rendição – mas ser pessimista é algo tão desnecessário, tem que ter confiança nela.

_ eu tenho e muito – disse Fred se curvando para jogar novamente, mais uma jogada sem pontos apenas fez as bolas se espalharem mais pela mesa – acredito que ela realmente possa ser grande um dia quando se tornar auror.

_ então? – disse James cruzando os braços enquanto o primo encaçapava duas bolas novamente voltando a se erguer para encará-lo.

_ porque eu a conheço melhor que todos – disse Fred - ela pode parecer durona e forte, mas eu já a vi desmoronar em varias ocasiões, ela tenta ser forte e a maioria das vezes é... Mas... Eu não sei, ainda tenho medo que ela possa se decepcionar ou pior se ferir gravemente de alguma forma.

James ficou em silencio após aquelas palavras. Fred tinha situações em que agia e dizia coisas de forma tão seria que parecia não ser ele mesmo apesar das palavras escaparem de sua boca, mas era natural sua mente estar lotada de incertezas e medo de que algo pudesse acontecer com a garota que amava. James sentia em seu peito a mesma coisa por Narcisa, de forma que compreendeu o sentimento do rapaz.

Quando Dominique havia participado do torneio tribruxo ela se ferira gravemente na segunda prova e o rapaz quase enlouquecera por conta da preocupação era como se um dementador de repente tivesse se instalado dentro de si e sugasse sua felicidade.

Agora ela ia se arriscar novamente. Fred não suportaria passar por tudo aquilo novamente, James sabia o quanto seu primo apesar de parecer muito racional às vezes era a emoção que o comandava suas ações. O ruivo caminhara até o melhor amigo e depositara uma mão em seu ombro fazendo o rapaz o encara-lo nos olhos.

_ eu te prometo que nada acontecera com Dominique – disse James – e a protegerei de todo o mal – ele tocou sua mão com um sorriso leve em suas feições.

_ você não é obrigado – disse Fred fazendo o ruivo rir levemente.

_ está brincando por acaso? – disse James – ela é minha prima e uma das amigas mais próximas que possuo, não é como se eu não desse a mínima para ela.

_ é eu sei – disse Fred sem jeito, ia pedir para que o ruivo fizesse aquilo por ele mas parecia que o rapaz lhe surpreendera novamente.

_ cuidarei dela para você isto eu garanto que posso e vou fazer – disse James – tudo que por possível para que ela fique em segurança.

_ obrigado Jay – disse Fred fazendo o amigo sorrir e se afastar tornando a voltar o olhar para o jogo se inclinando para mirar a bola branca que disparou contra algumas fazendo com que uma descesse gingando um dos buracos - eu faria o mesmo por você, sabe disto não é?

_ sei, agora se acabou com o sentimentalismo temos um jogo para terminar – disse James num tom maroto – a menos que queira desistir antes que eu te faça ter uma derrota muito feia.

_ só o dia que dementadores começarem a distribuir barras de chocolate – disse Fred rindo enquanto preparava seu taco para uma nova jogada ao passar giz azul na ponta dele – espero que curta sua copa mundial Potter porque você não é páreo para o papai aqui.

Eles jogaram partidas de bilhar por mais algumas horas até que o pub anunciou que estava fechando e depois disto cada um retornou para sua casa para uma merecida noite de sono. James se jogou em sua cama aquela noite e adormeceu acordando na manhã seguinte.

James se levantou de sua cama, ele adormecera ainda usando as calças jeans da noite anterior, com o peito nu e pés descalços enquanto se encaminhava para a janela puxando as cortinas para poder admirar aquela manhã sendo que demorou algum tempo para que o ruivo pudesse fazer isto até se acostumar com a luz.

O céu de Godric’s Hollow amanhecera límpido de qualquer nuvem estando um belíssimo dia como se lhe estivesse convidando para uma partida de quadribol. James se lembrou dos treinos de que participara, ele realmente adorava voar em um dia como aquele, mas agora não havia mais praticas ao ar livre de quadribol pelo menos para ele isto havia acabado.

James foi para o banheiro e tomou um banho frio, depois de sair do banheiro e ainda usando seu roupão com os cabelos ruivos úmidos. Desceu os degraus da escada de pés descalços podendo sentir o cheiro do café da manhã que seu elfo domestico havia preparado para ele, mas ao chegar a sala de jantar encontrou uma pessoa sentada a mesa e por alguns segundos o rapaz pensou que estava sonhando.

Monstro estava em pé próximo a mesa em uma conversa entusiasmada com uma garota que James teve um choque quando notou que era Narcisa Malfoy. O ruivo quase não podia acreditar que ela estava ali sentada numa cadeira próxima da cabeceira, a loira degustava as panquecas com chocolate enquanto bebia suco de abobora enquanto falava com o criado da família de seu namorado.

_ ah, bom dia Jay – disse Narcisa sorrindo para o garoto que sorrira com o cumprimento, despertando de seu estado de descrença de que aquilo era uma visão – eu já ia subir para acorda-lo é melhor tomar seu café da manhã do contrario vai se atrasar.

_ o que faz aqui? – disse James se sentando de frente para a garota sem nem ao menos se dignar a disfarçar sua ansiedade por revela – você não tem dado noticias já faz semanas.

_ os treinos têm sido bem puxados – disse Narcisa com um tom de voz casual como se já esperasse aquela reação do namorado – tivemos um especial de sobrevivência em condições extremas e fomos acampar nas montanhas para ver como resistiríamos ao frio do lugar... – ela partia a panqueca e comia – acabo de retornar, então decidi vir para cá te ver e desejar boa sorte.

_ bem, obrigado – disse James sorrindo levemente enquanto começava a se servir do café da manhã pegando torradas e um pouco de suco – então, onde exatamente foi este teste de sobrevivência?

_ Hã... Em alguma parte da Rússia, não sei certo o nome, mas era um lugar bastante frio – disse Narcisa – ele fazem isso todos os anos, soube que uma vez deixaram os recrutas na selva amazônica e eles foram atacados por criaturas locais acho que o nome era caiporas, não tenho certeza só sei que tivemos naquele ano um grande numero de desistentes depois desta.

_ então, vocês tiveram problemas? – disse James nervoso com a ideia de ter que fazer missões como estas quando estivesse fazendo seu treinamento pensando que do jeito que tinha sorte seu esquadrão ia ser mandado para algum lugar ainda pior.

_ apenas os que poderiam surgir neste tipo de missão – disse Narcisa sorrindo antes de levar seu copo a boca, ela percebera que se entrasse em mais informações talvez fizesse com que o garoto ficasse apreensivo e preocupado sem ter muita necessidade – e as novidades por aqui?

_ não muitas até onde sei, eu e a Dommy temos praticado juntos duelos e estudado a matéria para a prova teórica – disse James com a boca cheia – as coisas ainda estão um pouco doidas para a Ordem e o ministério da magia, sabe o mesmo de antes de você partir.

_ vejo que sua perna melhorou... Isto é bom o teste físico iria ser um problema caso ela continuasse daquele jeito – disse Narcisa sorrindo levemente para ele enquanto ambos tomavam café da manhã juntos.

_ sim, eu sei... – disse James sorrindo feliz consigo mesmo, estava se sentindo ótimo sem precisar daquela bengala e mancar enquanto andava, os dois permaneceram em silencio enquanto comiam olhando um para o outro – eu fiquei preocupado com você... – ele falou de repente soltou aquilo que estava preso dentro de sua garganta a muito tempo.

_ eu senti sua falta também – disse Narcisa sorrindo levemente – depois do que houve, tenho pensado muito em você e realmente é difícil ficar longe por muito tempo então tive que dar uma escapada para vir te ver.

_ espero que não tenha quebrado regras para isto – disse James fazendo a loira sorrir levemente negando com um aceno de cabeça – eu me sinto da mesma forma sem ter noticias suas Cissy, deveria procurar pelo menos mandar alguma carta para que eu saiba que ainda esta viva.

_ tentarei fazer isto – disse Narcisa enquanto o ruivo se levantava – você não terminou de comer nem metade do que costuma no café da manhã.

_ estou sem fome – disse James – e tenho que me trocar para ir encontrar com Fred e Dominique, nós queremos chegar cedo ao ministério para não correr risco de haver mudanças inesperadas no horário dos testes.

_ acho que isto não iria acontecer – disse Narcisa se levantando também – você quer mesmo isto? Seguir esta carreira, porque eu realmente não consigo ver futuro para você nisto...

_ eu quero – disse James simplesmente – e, por favor, não me julgue apenas estou tentando fazer algo de útil para as pessoas, mais do que capturar uma bola dourada idiota num jogo bobo.

_ você gostava daquilo, eu sei disso – disse Narcisa – não quero que siga num caminho errado, me preocupo com você...

_ você acha que eu não conseguiria aguentar os treinamentos por acaso? – disse James e a garota o encarou como se ele fosse louco em dizer algo daquele tipo.

_ claro que não, eu nunca falaria algo assim – disse Narcisa – eu quero apenas que você seja feliz, e acho que antes você era mais do que agora...

_ o que quer dizer com isto? Continuo o mesmo de antes – disse James tentando sorrir enquanto se aproximava dela para abraça-la.

_ não você não é – disse Narcisa enquanto sentia as mãos do namorado sobre seus ombros - desde que abandonou o quadribol você não é o mesmo.

_ parar de jogar, foi uma decisão minha... Não é algo permanente, só que não é mais o que quero para mim – disse James interrompendo-a antes que continuasse – e eu realmente não me importo tanto com isto, a partida parou de ser divertida quando se torna uma obrigação você ganhar.

_ sabe ao que me refiro... Desde a copa você tem estado diferente – disse Narcisa num tom de voz preocupado enquanto se afastava dele – parece mais frio, mais serio como se algo tivesse sido quebrado.

E foi, pensou James. Seu orgulho havia se despedaçado dentro de si como vidro atingido por uma pedra e agora restava juntar os pedaços e tentar conserta-lo mas não havia como ele permanecer o mesmo. Apesar das feridas externas terem sido curadas, as internas ainda doíam com aquelas lembranças que tinha que guardar para si mesmo. James tinha que parecer forte por fora, mesmo que por dentro não fosse assim.

_ você não estava aqui por todo este tempo, esteve fora como pode saber se mudei ou não se é a primeira vez em semanas que me vê? – disse James grosseiramente fazendo a garota parecer ficar ofendida com aquilo.

_ não é como se eu gostasse de estar longe, e outra acha mesmo que eu sou a única que estou preocupada com você? Não que devêssemos afinal você é um grande ingrato que parece não se importar no modo como suas ações e escolhas afetam os outros – disse Narcisa irritada – não apenas a mim, mas as outras pessoas que se importam com você... Nós sabemos que não quer algo assim...

_ como podem saber o que quero? É algo que eu tenho que decidir sozinho – disse James, não percebendo o quanto já havia aumentado o tom de voz desde o inicio da conversa.

_ ótimo, faça isto não irei me importar mais com você – disse Narcisa começando a andar para trás – só espero que quando perceber o seu erro não seja tarde demais.

_ tarde demais para que? – disse James indo atrás dela que caminhava em direção a porta da casa – não consigo entender o quer dizer com isto.

_ não consegue, ou finge que não consegue? – disse Narcisa se voltando para ele, sua voz estava raivosa como o urro de um animal feroz – você não esta fazendo isto apenas porque enjoou do que fazia, quer estar preparado para quando topar com comensais da morte novamente...

_ e se eu quiser, há algo de errado com isto? – disse James abrindo os braços e brandindo furioso - Esta com medo que eu machuque sua irmãzinha adorável quando eu encontrar com ela novamente por acaso? – seu tom de voz era sarcástico como a muito tempo não utilizava.

_ estou perdendo meu tempo com você – disse Narcisa com uma voz fria e cortante enquanto colocava a mão na maçaneta e girava.

O ruivo caminhou lentamente até a porta enquanto via a garota descendo os degraus da varanda e com passos rápidos cruzando o jardim da frente sem olhar para trás. James a viu aparatar assim que cruzou o portão da propriedade, então o rapaz retornou para dentro de casa passando pea cozinha e dando uma olhada na mesa do café da manhã que os dois haviam compartilhado e ao olhar de relance para a porta que levava a cozinha pode ver um par de olhos escuros e miúdos junto com um nariz comprido o olhando com atenção.

Quando percebeu que seu mestre os descobrira, Monstro desapareceu antes que o ruivo tivesse tempo de repreendê-lo o que não iria fazer de qualquer modo. O rapaz subiu as escadas para se trocar e logo estava partindo com a moto aparatando com ela nas ruas de Londres e pilotando até o Caldeirão Furado onde seus primos já o aguardavam sendo que nenhum deles fez qualquer pergunta sobre as feições serias ou o fato de James parecer tão zangado com algo.

Com Dominique na garupa de Fred, os três seguiram até o ministério da magia. Eles desceram até o nível que se encontrava o escritório dos aurores e foram reunidos ao lado dos que haviam sido classificados para os exames teóricos em uma sala que parece ter surgido magicamente ali para conter os candidatos. O moreno ficou para trás aguardando na antessala ao lado dos parentes dos candidatos, enquanto os dois primos entraram na sala terrivelmente branca e clara com fileiras de carteiras individuais tomando os lugares que haviam sido marcados para cada um.

Ron Weasley logo surgiu à frente da sala com suas vestes de auror e saudou os candidatos que se encontravam ali fazendo um discurso que explicava aquilo que já havia sido dito nos folhetos e James conhecia de modo que não se importou muito em prestar atenção nas palavras do tio.

_ comecem – disse Ron dando permissão para os alunos virarem seus pergaminhos e iniciarem o exame.

James lia as questões, mas ao que parecia sua mente não conseguia focar muito tempo naquilo. A maioria era baseada em textos que ele tinha que ler e interpretar mas não conseguia fixar ou compreender o que lia por ainda ter a discussão que tivera com a sua namorada fresca em sua mente.

Ele continuou, tentando se focar e deixar seus problemas pessoais de lado afinal o que era realmente importante naquele momento era conseguir marcar uma boa colocação na parte teórica. James deu uma olhada para as pessoas a sua frente podendo localizar a prima numa carteira afastada da sua numa fileira mais adiante, a ruiva prendera seus cabelos num rabo de cavalo feito as pressas para que ele não a atrapalhasse enquanto lia.

Dominique possuía uma pena na mão e praticamente estava debruçada sobre a prova com o nariz quase tocando no pergaminho enquanto corria o dedo pelas linhas de palavras escritas.

James então voltara os olhos para sua prova que ainda não havia começado e com a ponta da pena foi respondendo as questões mais fáceis que eram de múltipla escolha deixando as que ele achava difíceis como as que possuíam textos e respostas em que era necessário escrever para o final.

Quando terminara a prova fora encaminhado com os outros alunos para uma sala adjunta a aquela em que estavam sendo que o ruivo poderia jurar que não havia qualquer porta ali antes que levasse aquele lugar.

Era uma espécie de sala de descanso, era uma espécie de jardim meio que zen com um gramado e arvores de folhas verdes assim como uma pequena cascata cuja agua cristalina caia em um poço de pedras. Havia uma mesa com comidas leves e saudáveis tais como frutas e saladas, pães e queijos assim como sanduiches naturais.

James comeu um pouco enquanto aguardava a prima terminar sua prova, logo a ruiva aparecera ali e ambos se reuniram algum tempo próximos do riacho para conversarem. O rapaz ficou preocupado pois a prima tirara os tênis e colocara os pés dentro da agua do pequeno circulo de pedras que formava uma espécie de piscina ou banheira.

_ então, como acha que foi? – disse James para a ruiva que o encarou dando de ombros enquanto dava uma grande mordida numa maçã verde.

_ poderia ter sido pior, para falar a verdade nunca pensei que fosse fazer uma prova tão tranquila como esta – disse Dominique dando uma nova mordida – sabe, acho que não precisei chutar nenhuma questão o que é realmente espantoso.

James sorriu, sua prima realmente queria ser auror e pelo modo confiante que falava parecia como se já estivesse certa de que iria conseguir isto. Ambos permaneceram ali por mais um tempo em silencio porque o ruivo não via necessidade de falar sobre o seu teste apenas respondendo quando perguntado que achava que tinha se saído bem fora isto nenhum dos dois dissera mais nada.

Eles permaneceram naquele jardim até que foram chamados por uma voz invisível que dizia para seguiram a próxima porta. Que como a primeira surgira magicamente os levando para a próxima sala.

A terceira sala era uma espécie de ginásio, era enorme e cinza não possuindo qualquer espécie de janela nas paredes sendo teto feito de vidro que demonstrava um céu nublado. Pelo espaço havia espalhados ali equipamentos para a parte física do teste, tais como plataformas circulares flutuantes, barras de ferro, uma ponte suspensa, correntes presas a suportes no teto, um conjunto de alvos, uma pista de corrida com obstáculos e uma parede de escalada enorme. As instruções foram passadas por um auror grande e loiro de tom de voz meio esnobe que se identificou com Zacharias Smith.

_ atenção candidatos a aurores, a prova física será realizada da seguinte maneira: cada um de vocês irá começar com o tiro ao alvo onde iremos testar a apontaria e domínio de cada um com a varinha – disse Smith – seguiremos então para a corrida de obstáculos cujo objetivo é chegar ao final independente dos modos que possam utilizar o que vale lembrar que é proibido nessa circunstancia usar feitiços de voo e que possam ser considerados como prejudiciais a outros competidores, uma vez terminado esta corrida vocês devem usar as barras de ferros e utiliza-las para chegar àquela plataforma... Neste trecho das barras não devem utilizar magia apenas as mãos, bem uma vez na plataforma existira as correntes que usa-las para se balançarem em direção a outra então andarem sobre a ponte até a base da parede de escalada que terão de subir até onde conseguirem, não é obrigado a chegar até o topo até porque apenas quatro pessoas tiveram esta sorte – ele se voltou aos candidatos – alguma pergunta sobre o que terão de fazer?

James pode notar que muitas das pessoas ali haviam perdido a cor certamente imaginando todo o percurso que teriam que fazer, o ruivo sabia disto porque era o que estava passando por sua mente. Era algo para quem estava com um bom preparo físico, e ele no caso ficara um pouco relaxado desde que parara de praticar quadribol além do mais ainda não estava confiante se sua perna estava boa o suficiente para tudo aquilo.

Outros pareciam confiantes e como se já esperassem por algo do tipo, sendo que para a surpresa de James sua prima era uma das pessoas incluídas neste grupo. Dominique lhe lançara um olhar acompanhado de um sorriso maroto que ele retribuiu com dificuldade, afinal estava apreensivo. Ele logo reconheceu que a garota estava calma porque no geral eram os testes escritos que mais se dava mal então ainda deveria estar calma por conta de ter se livrado do teórico que nem ao menos se tocara do que teria que fazer no prático.

_ eu tenho uma pergunta – disse o garoto loiro que James reconheceu como tendo esbarrado nele no dia em que participara da entrevista – poderemos utilizar qualquer feitiço, menos aqueles que podem ferir nossos companheiros e se durante a prova acontecer algo com qualquer um de nós, não necessariamente causado por um dos outros... Mas que nos tire da prova, isto é considerado desistência e nós não poderemos tentar novamente ou haverá uma segunda chance?

James olhara para o garoto com o cenho franzido em confusão, aquilo era realmente apenas uma pergunta pois mais parecia uma dissertação de tão rápido que fora dito pelo loiro nem ao menos conseguira entender a maior parte das palavras faladas. O auror a frente deles no entanto parecia ter entendido.

_ no caso vocês não teriam uma segunda chance para esta prova, mas poderiam realiza-la ano que vem novamente o teste só pulando a entrevista mas ainda sendo necessário o teórico e novamente o físico em que falharam – disse Smith e o loiro assentiu – alguma outra?

_ somente será o senhor a nos avaliar? – disse o loiro novamente, desta vez de forma mais direta ao que o auror negou e indicou algumas pessoas que até então nenhum dos candidatos havia visto.

_ são os avaliadores, voluntários qualificados do ministério que estão aqui para analisarem o desempenho de vocês – disse Smith – eles não são aurores, mas saberão observar a atuação de cada um, pois trabalham no departamento de Jogos e Esportes Mágicos – ele olhou novamente para todos ali a sua frente – mais alguma pergunta?

_ não senhor – disse o loiro e as outras pessoas permaneceram em silencio.

_ muito bem, naquele canto há vestiários para se trocarem – disse Smith – preparamos roupas especiais para vocês que não irão prejudica-los nem inibi-los de movimentos como estas que usam... Então o que estão esperando, andem logo.

James e os outros não demoraram muito se trocando, logo estavam novamente no ginásio vestindo seus trajes apropriados que nada mais eram do que um conjunto de vestes esportivas trouxas para corrida ainda haviam ganhado números em suas costas que certamente era para identifica-los.

Então começou cada um dos bruxos e bruxas se dirigiram para os alvos para praticar a pontaria com as varinhas. James logo se viu que era sua vez e puxando a varinha das vestes começou a mirar e mandar feitiços que disparavam flechas de luz vermelha contra os círculos do alvo acertando inicialmente o centro até que as coisas começaram a complicar. A distância certamente era um problema, pois para cada vez que um deles acertava o pedestal em que estava o alvo se locomovia para trás dificultando cada vez mais a precisão dos acertos.

Ele acertava os alvos da sua risca, mas realmente não era muito bom nem fácil mirar em algo que estava indo cada vez mais longe. Quando acertou pela ultima vez, lhe mandaram continuar e ele correu ao lado dos outros que também haviam acabado na competição de pontaria para a pista de corrida com osbstáculos onde se preparou e ao sinal do avaliador partiu tentando conseguir uma boa dianteira.

As coisas, no entanto, não seriam tão fáceis e os obstáculos começaram a surgir. Primeiramente se viu cercado por uma barreira de fogo que fez um semicírculo a sua frente e dos outros e que foi facilmente superado com um feitiço que dissipou as chamas. Então veio em outro ponto da trilha uma grande parede bloqueou o caminho, mas uma garota que ia a frente a destruiu fazendo todos fragmentos voarem de encontro a aqueles que vinham logo atrás fazendo com que o ruivo tivesse que usar um feitiço escudo para se proteger da grande pedra que certamente iria arrancar sua cabeça.

O ruivo olhou para trás para se certificar de que a prima estava bem vira que ela havia explodido uma das pedras por estar coberta de poeira do que sobrara. James reconheceu a garota que detonara a parede como sendo Adanna Shacklebolt, a filha do falecido ministro.

A corrida prosseguiu. Em um dos pontos o chão desapareceu e alguns candidatos caíram em uma vala. James e Dominique usaram um feitiço que fez uma ponte temporária para que eles e os outros pudessem passar, em outra parte foram surpreendidos por um chão movediço que fez alguns candidatos afundarem ficando para trás e em outro tiveram de lidar com coisas que desabavam do teto. Eram objetos realmente ridículos os que caíram como pinhas, ovos, tomates, bolas de neve e balões de agua. Sendo que naquele momento em que se via molhado e sujo o ruivo lembrou estranhamente de Pirraça e as coisas que ele aprontava em Hogwarts aquela parte da corrida era como algo que ele realmente poderia ter planejado.

Ao olhar para cima, o rapaz entendeu porque aquilo era tão familiar às pegadinhas do poltergeist afinal havia pelo menos dois ou três iguais a ele flutuando sobre suas cabeças rindo e apontando. Eles continuaram, teve uma parte em que eles foram atingidos por uma nevasca e alguns dos competidores escorregaram no gelo e em outra tiveram que saltar sobre alguns troncos de arvores tombados e destruir paredes ou pula-las então finalmente chegando ao termino da pista.

James tirou alguns segundos para tomar folego enquanto encarava as barras de ferro que pareciam muito com as utilizadas em parquinhos para crianças trouxas brincarem. Então ele começou seu trajeto subindo verticalmente como se fazia com uma escada então e em seguida passou para a horizontal tendo que colocar toda a força em seus membros superiores e chegar ao final daquilo. Não podia retornar, havia pessoas atrás de si, de modo que quem desistia ali tinha que soltar e cair tendo embaixo deles para proteger a queda algo que parecia um grande colchão inflável.

Ainda nas barras pode ver ao longe Adanna Shacklebolt já se encontrava balançando na corrente para a outra plataforma, ao que parecia ela estava na dianteira de grande parte dos competidores se não de todos.

Aquele trajeto não fora complicado, apesar de ter demorado um pouco devido a distancia do inicio das barras a plataforma e por todos eles terem que ir um atrás do outro em ordem. Então na plataforma o rapaz pegou a corrente que deveria usar para se balançar até a próxima parte do trajeto.

James pegou a corrente e tomando impulso se balançou em direção a plataforma, nunca em sua vida se sentira tão inseguro afinal um pequeno deslize ali e desabava de uma altura que ele considerava ser de mais de doze metros. Então ele foi, a sensação era de estar voando sem vassoura, mas nem teve tempo de aproveitar aquilo, realmente não dava a mínima apenas se sentiu aliviado de ter conseguido alcançar a outra plataforma e colocar os pés nela.

Ao se voltar para trás, notou que sua prima era a próxima e que no primeiro balanço a ruiva não tivera sucesso com a corrente nem ao menos a levou até próximo da plataforma. Novamente tentou, ela havia parado na metade do caminho por não ter pegado impulso suficiente a segunda tentativa foi mais satisfatória e logo estava do outro lado.

James pensara em saudá-la, mas a ruiva passou direto por ele como se não o visse, correndo ambos foram em direção da ponte. Era uma ponte tradicional feita de madeira e cordas que fizeram o ruivo pensar se seria resistente o bastante para aguentarem mais de uma pessoa. Então o ruivo começou a caminhar de maneira cuidadosa tendo sua prima a frente quando as cordas pareceram tremer assim como toda a ponte que parecia imitar o movimento de um barco no mar balançando de um lado para o outro.

_ aguenta firme – disse James para a prima enquanto notava atrás dele as pessoas caindo fosse pelos lados ou das madeiras que rachavam – vamos, estamos quase perto.

Eles continuaram até a outra ponta, a tempo de evitar o desabamento das cordas que não suportaram o peso e caíram fazendo com que a ponta da ponte que ligava a plataforma da parede de escalada ser a única intacta.

_ me ajudem – disse uma voz abaixo e quando os dois olharam puderam ver que se tratava do garoto loiro de antes da prova, que agora estava agarrado as madeiras da ponte.

_ suba – disse James – você consegue, só mantenha a calma – o loiro assentira começando a subir a ponte de vagar, até que se encontrava na outra plataforma ao lado dos ruivos.

_ vamos – disse Dominique já correndo em direção a parede de escalada, sendo seguido pelo primo e o outro garoto.

Eles logo começaram a escalada, James nunca havia feito nada parecido antes fora aquela vez na segunda prova do torneio apesar de que naquela ocasião ele tivera a ajuda de uma corda já ali tinha que se contentar com as mãos limpas sem usar magia como todos os outros. Era difícil o trajeto, sua respiração estava pesada por conta do cansaço de ter chegado até ali, mas dentro de si ainda tinha a persistência de querer ir até onde conseguisse. As pedras às vezes se recolhiam na parede fazendo com que ele tivesse que ter cuidado aonde segurava.

Então pode ver, dois candidatos a sua frente desabarem até um deles pisar em uma pedra falsa e cair, o outro tentou desviar e com isto acabou escorregando e por pouco não atingindo Dominique que vinha um pouco acima do ruivo.

James conseguira alcança-la, ficando um pouco abaixo ao seu lado o suficiente para ver o erro dela que aconteceu muito rápido. Dominique puxou uma pedra que abriu um buraco que jorrou agua em seu rosto. Com a pressão do jato de agua na cara da ruiva, a garota foi arremessada para baixo acabando por derrubar o garoto loiro que vinha abaixo deles.

Ao olhar para a parede, James notou que agora eram apenas ele e Adanna Shacklebolt que avançava muito acima dele. A parede parecia escorregadia, ele tinha que pegar firmemente para que seus dedos não deslizassem enquanto avançava cada vez mais para cima sem se atrever a olhar para baixo e ver a altura que se encontrava.

Enquanto subia pode notar que não eram apenas pedras que vazavam agua ou se quebravam o problema, algumas pareciam superaquecer fazendo com que ele sentisse a palma de sua mão as vezes pegar fogo só que ele continuara em frente assim como em uma ocasião ou outra um dos suportes que pusera o pé parecia ter pontas pontiagudas que pode sentir mesmo estando de tênis.

Ele continuou avançando, estava quase se aproximando do topo. Não sabia porque mas se sentiu tentado a continuar até poder tocar o teto de vidro, enquanto seguia seu caminho, ele acabou pisando em uma rocha que se rachou e jorrou agua quase deslizando tendo que aguentar firme até que aquilo passasse.

Alguns metros mais acima de viu próximo o bastante de Adanna que pode notar que por suas feições estava cansada demais, mas mesmo assim persistia em continuar assim como ele, parecia querer conquistar o topo. Então vozes começaram a incentiva-lo a continuar, ao dar uma olhada de canto dos olhos pode notar o quão alto ele estava.

Só conseguiu apenas reconhecer a prima por conta dos cabelos ruivos e por ser a mais gritava para que ele continuasse em frente. James respirou fundo continuando em frente, ao mesmo tempo em que a garota pegara em uma pedra com espinhos e soltara perdendo o equilíbrio e caindo um pouco, mas conseguindo ainda se manter apoiado.

Ela era durona, pensou James. Enquanto continuava a subir ficando ao lado da garota, pensou em perguntou se ela estava bem, mas ao notar seu olhar decidiu por não faze-lo. Adanna prosseguiu em frente com James não muito longe dela, foi assim até que ambos já estavam quase no topo que ao olhar para cima o ruivo podia ver o céu pelo teto de vidro.

Então aconteceu de uma nova rocha que a garota pegou se romper e um jato de agua atingiu seu rosto e a morena ficou firme até que a agua parasse de cair. A agua, no entanto atingiu o lugar onde ela apoiava seus pés e com tudo isto foi inevitável à queda.

Agora era apenas, James e a parede de escalada. O rapaz respirou fundo e prosseguiu em frente, sentia seus dedos doerem ao que parecia as rochas agora só eram pontiagudas ou esquentavam, pois parecia que não queriam que ele chegasse ao topo, suor escorria seus testa e seu coração batia acelerado com os gritos de incentivo das pessoas abaixo dele.

Logo se viu no fim, ele dera impulso e saltara sobre a plataforma. James sentiu o alivio lhe invadir cada parte de seu corpo conforme os batimentos cardíacos retornavam ao normal. Finalmente havia acabado tudo aquilo, ele se esticou sobre a base lisa e fria encarando suas mãos vermelhas enquanto podia escutar o som de aplausos e gritos animados das pessoas lá embaixo.

Ele se ergueu e os encarou, sorrindo para as pessoas ali que o encaravam animados com sua conquista. Ele se sentiu livre e vitorioso pelo seu feito que todos iriam se lembrar dele e sabendo que depois daquilo havia passado naquela ultima prova sem a menor duvida. Seria com toda a certeza, aceito na Academia de Aurores.


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Notas finais do capítulo

Confiram os novos personagens que atualizei no blog.
http://thefanficsthiago.blogspot.com.br/

deixem reviews, até o próximo capitulo.



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