Conforme combinado na noite anterior, Sakura foi encontar Tomoyo na Biblioteca.

Não tinha sentido mais nada em relação à presença misteriosa.

Sakura: Boa tarde Tomoyo. Tudo bem?

Tomoyo: Tudo bem sim Sakura. Boa tarde.

Sakura: Josh ainda não chegou?

Tomoyo: Ainda não. Ele vai chegar daqui a meia hora. Queria que você viesse antes.

Sakura: Por quê?

Tomoyo: Porque tenho que te contar algo sobre ele.

Sakura: Ai! Que mistério!!!! Por que não me ligou?

Tomoyo: Ia dar no mesmo. Mas eu quero ver sua reação.

Sakura: Mas que enrolação. Fala logo!

Tomoyo: O Josh ficou interessado por você.

Sakura: O QUÊ?

Tomoyo: Não precisa gritar. Estamos na biblioteca!

Sakura: Por que está dizendo isso?

Tomoyo: Porque ele me disse.

Sakura: Que horas? Porque ficamos nos falando até quase às dez da noite...

Tomoyo: Logo que nós desligamos, ele me ligou. Começou enrolando para saber a que horas tínhamos marcado aqui e no final das contas, perguntou se você tinha namorado.

Sakura: Ai, ai, ai, ai, ai. E agora mais essa.

Tomoyo: Falou que você era atenciosa, carismática e muito bonita.

Sakura: E ele reparou isso num dia só? Pra quê você foi me contar? Não vou conseguir mais agir naturalmente com ele.

Tomoyo: Não se preocupe. Eu disse a ele que você está num “caso” não resolvido, e ele pareceu entender. Porque logo depois desligou.

Tomoyo começou a rir das caras e bocas que Sakura estava fazendo.

Sakura: Tomara que tenha entendido mesmo. Você sabe da minha situação.

Josh: Boa tarde meninas. Que situação estão falando?

Sakura e Tomoyo se olham envergonhadas e disfarçam.

Sakura: Não é nada não. Apenas uma situação que aconteceu na minha casa. Não tem importância.

Josh: Então, trouxeram seus cadernos? Porque tenho muita coisa para colocar em dia...

Tomoyo: Trouxemos sim. Mas porque você veio para o Japão Josh?

Josh: Minha mãe é japonesa e meu pai é americano. Quando nasci, eles combinaram que ficaríamos vivendo nos Estados Unidos até que eu completasse 15 anos. E depois viríamos para o Japão.

Sakura: Então você tem 15 anos?

Josh: Sim. Até semana que vem na sexta-feira.

Tomoyo: Que legal. Então vamos ter que providenciar uma festa!

Josh: Não vai precisar. Não se incomode com isso.

Tomoyo: Claro que sim. Vai ser bom para você fazer novas amizades no colégio.  Onde você mora?

Josh: Eu não vou poder receber ninguém. Meus pais estão fora da cidade.

Sakura: Como assim? Você está sozinho?

Josh: Eles chegam semana que vem. Estão cuidando da mudança. E aí eu vim na frente.

Sakura e Tomoyo se entreolham achando aquilo um pouco estranho. Que tipo de pais deixa o filho de 15 anos sozinho num país estranho?

Tomoyo: Não tem problema. Cedo minha casa pra você fazer uma festinha.

Josh: Mas não vai ser necessário...

Tomoyo: Eu insisto.

Sakura: Vai aprender que ninguém pode com a Tomoyo quando ela coloca algo na cabeça. Pode parar de argumentar. Ela vai fazer.

Josh suspira.

Josh: Então tá Tomoyo. Pode organizar.

Tomoyo: Oba! Adoro festas! Posso fazer um traje para sua festa?

Josh: Como? Traje?

Sakura: Tomoyo.... Menos! Ele pode usar a própria roupa.

Tomoyo: Então? Vamos colocar sua matéria em dia?

Josh: Claro!

Na hora de tirar os cadernos da mochila, Josh encostou em Sakura. Ele havia sentado ao lado dela. Muito próximo. Sua mão deslizou pela dela na hora de abrir a mochila. Sakura se assustou e puxou as mãos e as colocou em seu colo. Ele a olhou e sorriu. O sorriso mais lindo que alguém podia dar. E Sakura ficou muito envergonhada. Tomoyo olhou a situação divertida. No decorrer da tarde, não aconteceram mais incidentes deste tipo. Josh foi o primeiro a ir embora.

Tomoyo: É! O negócio está ficando interessante.

Sakura: Muito estranho.

Tomoyo: Nada de estranho. Apenas alguém que se interessou por você. Normal.

Sakura: Mas não posso me interessar por ninguém. Eu amo o Li.

Tomoyo: E ele? Deu sinal de vida?

Sakura: Não. Estou ficando muito preocupada. Às vezes acho que Kero tem razão. Ele deve estar casado a esta altura, com alguém que a família dele escolheu.

Tomoyo. Claro que não. Liga pra ele.

Sakura: Não sei se devo.

Tomoyo: Claro que deve. Alguma resposta você vai ter. Liga para a Meilin.

Sakura: Talvez você tenha razão. Talvez eu vá fazer isso a hora que chegar em casa.

Tomoyo: Talvez não! Você vai fazer. Ele tem que te responder de alguma maneira. Porque sua fila de pretendentes está longa....

Sakura. Para, sua boba! Fila nenhuma. Vamos embora? Que tal um sorvete?

Tomoyo: Ótima ideia! Vamos