Amor E Caos... escrita por Bel Russeal


Capítulo 15
Admita




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Narração Duda:

Antenor vestia sua calça enquanto eu procurava sua camisa por algum lugar da sala. Depois do acontecido durante a noite e a madrugada, eu e ele ainda não trocamos nenhuma palavra a respeito. E além da camisa dele, eu procurava a minha sanidade porque eu também havia perdido por eu ter transado com Antenor Grayson e o mais estranho que eu estava quase admitindo a mim mesma que havia gostado.

_ Ah achei! - Antenor disse.

_ Onde? – Ele aprontou para a luminária no teto e eu não me lembrava de como ela havia parado ali.

_ Você jogou ontem para o alto e deve..

_ ta, ta e ta.. Eu já entendi. – Disse envergonhada e sentei no sofá. Antenor dava alguns pulos para o alto até conseguir pegar a camisa.

_ Sabe que vamos ter que falar sobre ontem não é? – Ele disse dando uma leve risada e abotoando a camisa.

_ Olha, não era pra acontecer aquilo. Mas foi a única e a ultima vez.

_ Não foi a única, sabe teve aquela outra vez na madrugada, na cozinha quando...

_ Não importa se foi uma ou duas vezes. – Disse alto e depois afundei a minha cara no travesseiro.

_ Olha essa ressaca moral logo vai passar e ...

_ Nos ainda nos odiamos ta? O que aconteceu foi apenas um erro no percurso.

_ Tipo inimigos com benefícios? – Ele disse rindo.

_ Quase isso.

_ Ta, eu tenho que ir, preciso chegar cedo na escola para o treino. – Ele disse pegando as chaves do carro.

_ Ninguém pode saber disso, Antenor. – Falei nervosa.

_ Tudo bem. Eu concordo. – Ele disse estendendo a mão e demos um aperto de mãos;

Ainda com as mãos dadas, nossos olhares se cruzaram e minha mão formigava. Afastei minha mão imediatamente da dele e ele deu um leve sorriso de lado e saiu. Fechei a porta e respirei fundo, tudo que eu mais precisava era de um banho, chocolate e muita distração para não pensar no ocorrido da noite passada.

...

Fui mais cedo para escola, já que não tinha Cezar para me dar carona, fui caminhando, encontrei Jorge e tivemos uma breve conversa, mas depois de alguns minutos já estava no campus do colégio. Passei no refeitório e comprei o suco mais gelado que tinha e logo depois me encontrei com Gabriele.

_ Nossa que calor, não? – balançava a capa do caderno como um leque.

_ Sério? Pra mim a temperatura do ar condicionado ta ideal. – Gabe disse distraída com seus livros do trabalho que logo teríamos que apresentar.

_ Não acha uma boa idéia ir acompanhar o treino dos meninos? Desejar boas energias para Caio.

_ Não, definitivamente não. – Disse rápida e imaginando encontrar Toni por lá. Passar o dia tendo distrações não incluía assistir Antenor sem camisa suando jogando futebol.

_ Isso é importante para Caio, vem temos que vê-lo. Não vai odiar tanto, Dinho estará lá.

_ Antenor também.

_ E o que tem esse idiota? É só ignorar. – Ela disse me arrastando pelos corredores até chegarmos à arquibancada;

_Vem, vamos nos aproximar. Caio esta bebendo água, dá tempo de desejar boa sorte.

Respirei fundo e acompanhei Gabe. Caio agradeceu a nossa presença e contava o quanto estava nervoso.

_Obrigado, cara. – Antenor apareceu pegando o cantil de Caio e bebendo a água.

_ Esta mesmo bem animado e preparado. – Caio dizia para Antenor.

_ É a noite foi bem revigorante. – Antenor disse e me olhou com seu sorriso mais irônico possível, fiquei boquiaberta com a provocação e Gabe logo percebeu.

_ Que foi amiga? Algum problema?

_ Nada, nenhum. Eu vou desejar boa sorte ao Dinho. – Disse pegando os biscoitos de chocolate da mão de Gabe e os comendo desesperadamente.

Encontrei Dinho e ele ficou feliz a me ver, me deu um abraço e falava do tal James Crawford, o olheiro que escolheria os jogadores para a faculdade na Espanha e eu tentava me concentrar o máximo nele, mas logo Antenor apareceu esbarrando propositalmente em Dinho.

_ Opa, foi mal mesmo cara.

_ idiota. O que faz aqui? – Dinho soprou as palavras e Antenor deu uma risada.

_ Pensou que eu estaria de ressaca? Bobinho você em! – Antenor deu duas batidinhas no ombro de Dinho - Não perderia essa oportunidade.

_ Não responde as provocações dele, Dinho. – Aconselhei.

O treinador no centro da quadra convidada os meninos para o treino, Dinho amarrou o cadarço da chuteira e logo foi para a quadra. O time dividia-se em com camisas e sem camisas e o treinado se aproximou do Toni:

_ Como vai seu time, Toni? – o treinador perguntou.

_ Sem camisa. – Ele disse me olhando e depois piscou.

Ele logo retirou sua camisa e tentei não olhar para o seu peitoral malhado, inevitável.

_ Gabe, precisamos sair daqui! – Disse alto a procura de Gabriele e Antenor riu.

...

_ Eu sei que ainda não está acostumada com o clima quente da cidade, mas essa é sua terceira garrafa de água.

_ Eu sei, ta um calor hoje não? E eu preciso ir ao banheiro me despedir dessa água toda antes da apresentação do trabalho.

Corri para o banheiro, mas antes me esbarrei em Dinho que saia já do seu vestiário banhado depois do treino.

_ Oi Samantha.

_ Oi Dinho, depois a gente se fala. Tenho que ir ali urgente.

_Espera, eu queria falar sobre ontem. É que você voltou estranha para casa depois da festa, fiz algo de errado?

_ Não, perfeitamente nada.

_ Então porque ta fugindo de mim?

_ Não, eu não to fugindo. É que eu preciso ir ao banheiro.

_ Ahh claro. – Ele disse rindo – Pensei besteira, então que tal gente sair hoje a noite para comemorar por eu ser titular do jogo importante do fim de semana? – Ele dizia animado.

_ Sim, adoraria. Mas se não se importa... – Disse correndo para o banheiro e Dinho deu algumas risadas.

Aliviada, retocava meu batom no espelho do banheiro. E repetia tudo o que eu diria mais tarde na apresentação do trabalho.

_ Nervosa para o trabalho pelo visto. – A voz de Antenor ecoou no banheiro e me fez derrubar a bolsa de maquiagem.

_ Que susto. – Disse recolhendo os objetos – O que faz aqui? Errou o vestiário?

_ Não. Vim te contar a novidade. Serei o titular e ainda capitão do time de futebol do jogo assistido por Crawford. – Ele disse animado. – Não é uma novidade tão surpreendente, já que isso era um fato, eu sou o melhor jogador.

_ Modéstia a parte não é ? – Disse indo em direção a porta, mas ele entrou na frente.

_ Ta suado e nojento. Acho que não devia andar sem camisa assim pela escola. – Disse me afastando.

_ Por que? não gosta? – Ele disse erguendo as sombracelhas.

_Não devia está muito animadinho assim, soube que Dinho também entrou e ele também é um ótimo jogador.

_ Aquela bolsa para faculdade na Espanha já tem o meu nome e serei capitão de um time de futebol por lá também, enquanto Adriano vai seguir os passos do pai e ser um advogado porta de cadeia. Não tenho motivo para temer por algo diferente para o futuro.

_ Não me pareceu isso ontem quando queria retirar ele desse treino.

_Aquilo era para ser uma pequena vingança; - Ele disse me empurrando e colocando seus dois braços paralelos ao meu corpo, me impedindo de sair. – Alias que você estragou.

_ Pensei que já tinha superado isso.

_ Superei, depois de ontem acho que nós dois superamos muita coisa;

_ O que você ta querendo dizer?

_ De ontem, Samantha. Não admitiu ainda para você mesma?

_ Eu estava tentando não pensar nisso o dia todo.

_ É complicado uma hora é raiva e outra hora é paixão. – Ele disse se aproximando.

_ Paixão?

_ Eu to apaixonado por você. Eu admiti isso hoje e você quer admitir algo também? – Ele disse me olhando nos olhos e não parecia ser mais de um de seus joguinhos, eu sentia verdade no que ele dizia.

_Eu.. eu ..

Não consegui dizer nada e saí correndo dali, eu sabia o que eu estava sentido, mas admitir a mim mesma que estava apaixonada por Antenor já era difícil e eu havia tentado me enganar disso a manhã inteira, mas eu não sei se conseguiria dizer a ele que eu também estava apaixonada por ele. O que seria de nós se admitisse a ele? Minha melhor amiga o odiava, o melhor amigo dele, Peter, me odiava, nunca aceitariam nós dois juntos.

...

Na sala de aula, Antenor e eu estávamos na frente da sala dando nossa palestra sobre o Islamismo, todos agora batiam palmas para o nosso ótimo trabalho e Toni tinha sido fantástico em sua parte surpreendendo a todos.

_Parabéns, Antenor e Samanta. Tiraram nota 10, realmente me surpreenderam e suponham que já superaram os problemas de harmonia entre os dois anterior ao trabalho não é? Porque a sintonia de vocês na palestra foi fantástica.

_Obrigado, senhor. – Antenor disse satisfeito, mas não animado, o que era no mínimo estranho, ele tinha que se sentir orgulhoso do trabalho.

_ Não ta animado com a nota? – perguntei para Antenor quando o professor e os restantes dos alunos saíram da sala.

_ Ah muito. – Ele respondeu ainda sério e guardando seus livros.

_ Então porque não parece feliz.

_ Porque eu queria realmente que você tivesse superado os problemas de harmonia. – Ele disse largando a bolsa e ficando em minha frente.

_ Como ? – perguntei gaguejando.

_ Porque não admiti que gostou da nossa noite juntos.

_ O que seria de nós se eu admitisse? Nossos melhores amigos o que iriam pensar..

_ Eu não to pedindo para você admitir isso para escola e pra sociedade toda. Quero que você admita isso para mim, quero que seja verdadeira comigo, assim como eu fui como você. – Ele pegou sua mochila e caminhou até a porta.

_ Espera! - Eu disse e ele parou, deu meia volta e olhava para mim.

_ Eu admito, eu me importo com você. E eu só te odeio porque eu gosto muito de você. Eu estou apaixonada por você, Antenor. – Ele tinha um sorriso no rosto que eu nunca tinha visto nele ainda, mas que eu gostava mais dele do que qualquer outro, até do seu sorriso de lado mais sarcástico.

Ele voltou e me beijou, foi um beijo melhor ainda do que todos os que já tínhamos dado, porque nele não havia mais negação, apenas amor.

_ Vem, vamos sair daqui. – Ele disse me puxando e me ajudando com a minha mochila.

_ Ei espera temos aula de historia ainda.

_ Esquece seu lado patricinha CDF e vem comigo. Não quer admitir isso ainda para escola, mas eu não quero ficar nenhum minuto longe de você hoje.

_ tudo bem, eu vou. – Disse o beijando;

Entramos no carro do Antenor sem sermos percebidos por ninguém e ele dirigia até um lugar que eu ainda não sabia:

_ Pra onde vamos?

_ Praia.

_ Mas..

_Hoje é segunda, quase ninguém vai à praia na segunda. Então relaxa, esse caso amoroso secreto esta seguro.

_ Estou me sentindo uma adolescente de 14 anos namorando escondido dos pais pela primeira vez.

_Você admitiu que esta apaixonada por mim hoje, acho que consegue superar isso também. – Ele disse rindo parando com o toque do seu celular.

_ Ah só um minuto tenho que atender. – Ele estacionou o carro e atendeu o celular.

Depois de um minuto ou menos no celular, Antenor retornou sua atenção a mim:

_ Mudanças de planos. – Ele disse dando meia volta com o carro.

_ Como assim?

_ É que me ligaram avisando que meu pai e minha madrasta saíram de casa, é uma oportunidade perfeita pra eu pegar algumas roupas minha sem encontrá-los por lá.

_ Por que não quer se encontrar com eles ? Você não acha que está na hora de conversar com seu pai.

_ Samantha, é complicado. Toda vez que tentamos brigamos mais ainda. Você se importa se passarmos lá ?

_ Não, tudo bem.

Chegamos à casa de Toni e só havia empregados, menos Jorge que devia ainda está na pracinha cuidando das flores. Entramos na grande mansão e estava bem silenciosa, o que me surpreendia era a quantidade de empregados existentes para uma única casa, tudo bem que a casa dos Grayson era enorme, mas era um exagero de funcionários.

_ Coisa da minha querida madrasta. – Antenor disse me observando.

_ O quê ? - perguntei.

_ A quantidade de funcionários.

_ Sério eu nem notei. – disse rindo.

_ ela gosta de muitos serviçais obedecendo ela constantemente. – Antenor disse com cara de tédio.

_ Então finalmente parou só de observá-la pela janela e resolveu agir? – Uma senhora com um uniforme igual ao de todos os funcionários disse entrando na sala.

_ Becca, que bom te ver. – Antenor disse a abraçando.

_ Não suma mais desse jeito, garoto. – Ela o reprovou.

_Observando pela janela ? – perguntei confusa.

_ Não liga, Rebecca delira às vezes. – Antenor disse rápido. – Vem, vamos subir!

Antenor segurou minha mão, me arrastou para a escada e enquanto subíamos agradeceu a Rebecca por avisar a ausência dos donos da casa.

Entrei no quarto de Antenor e tive uma grande surpresa, confesso que imaginei seu quarto de maneiras diferentes, mas não com uma instante cheia de livros e CDs, e pôsteres de bandas que na maioria delas eram também as minhas favoritas.

_ O que foi? Não gostou do quarto? – Ele disse abrindo o seu closet tirando uma mala e algumas roupas de dentro.

_ Esperava apenas pôsteres de mulheres seminuas e futebol, mas livros e bandas legais ? Isso foi uma surpresa. – Ele riu com minha resposta e depois me puxou para junto dele fazendo com que caíssemos sobre a cama.

_ Tem uma parte de mim que você ainda não conhece, Lorenzzi. – Antenor juntou seus lábios aos meus.

_ Eu estou disposta a conhecer – Disse retribuindo aos seus beijos.

_ Não reclame se depois se arrepender.

_ Ta brincando? Tem pôsteres de Engenheiros do Hawaii aqui, você não pode ser tão ruim assim.

_ Eu sou um idiota quando eu quero. – ele disse rindo.

_ E quando não quer também. – Disse o beijando.

Antenor deu uma risada e me juntou mais a ele, tornando nossos beijos mais quentes e apaixonados. Ele me deitou sobre a cama, com beijos carinhosos ele contornava todo o meu pescoço. Sentou- se sobre mim e retirou a sua camisa e voltou a me beijar ...

_ Antenor, precisamos conversar e... – A porta se abriu e a voz de Sebastian Grayson ecoou pelo quarto.

Empurrei imediatamente Toni para longe que se desequilibrou e caiu no chão, me olhou erguendo as sombracelhas e evitei ao máximo não rir.

_ O velho Antenor está de volta. – O senhor Grayson nos olhou com tom de reprovação.

_ Pai, eu achava que não estava em casa. Passei somente para arrumar algumas coisas e..

_ Me poupe de suas explicações, Toni. Te espero lá embaixo, precisamos conversar. – O pai de Antenor saiu batendo a porta e Antenor levou sua mão no rosto e arfou.

_ Eu termino de fazer a sua mala. –Falei pra ele enquanto vestia sua camisa.

_ Esta bem, te espero lá embaixo. Agora eu vou lá encará-lo, me deseje boa sorte. – Ele disse saindo, antes mesmo do meu ‘boa sorte’.

Narração de Antenor:

Fui surpreendido com a chegada de meu pai em casa e agora no escritório da mansão o mesmo me encarava sentado perto de sua mesa, depois de discutirmos novamente a minha partida e não chegar a lugar algum.

_ E o que você pensa? Vem escondido aqui me evitando e traz mais uma para transar aqui dentro de casa. E quer que eu pense que você mudou.

_ Não é qualquer uma pai, é a Samantha Lorenzzi. –Protestei.

_ Eu sei, a nossa vizinha. Filha do meu funcionário da empresa e até onde eu sei vocês dois viviam como cão e gato, o que você tem na cabeça?

_ O que? Vai opinar mesmo com quem eu me relaciono? Porque o motivo de eu ter ido embora de casa é por opinar em seu casamento, lembra?- levantei irritado.

_ Lembro, mas não é só esse. Você foi embora porque é irresponsável e tornou o clima daqui intolerante. Aqui você tinha todas as suas vontades e eu errei por permitir isso, Ana tinha razão, eu dei muito liberdade para você.

_Ana nunca tem razão, pai. –disse inquieto.

_ Essa garota que estava no seu quarto é filha de um funcionário importante e amigo meu, não quero que você se envolva com ela.

_ Eu gosto dela de verdade, pai.

_ Quer que eu realmente acredite nisso? Quantas meninas eu já vi você magoando Toni, quantas camisinhas e pós noites já presenciei na beira daquela piscina. Você virou um garoto incontrolável, pensa que eu não sei de suas aventuras na escola ? Irritando e passando trotes, humilhando seus colegas. – Ele dizia tudo àquilo de forma convicta e fria.

_ Ainda bem que sua mãe não esta viva para presenciar o que você se tornou, Antenor. – Sebastian Grayson finalizou seu discurso com aquela frase que saiu de sua garganta cortando mais ainda nossa relação.

O escritório ficou em silencio por alguns segundos, até eu conseguir levantar da cadeira depois da pior frase que meu pai poderia ter dito para mim.

_Se minha mãe estivesse viva eu não teria me tornado em algo em que você mais odeia. – Pronunciei e logo depois bati a porta do escritório.

Encontrei Samantha já descendo a escada com um pouco de dificuldade com as malas e a ajudei, levei a mala até o carro sem trocar nenhuma palavra.

_ Não quer conversar sobre o que rolou entre você e seu pai ?

_ Não, agora não. Nesse momento eu só quero esquecer.

_ Eu também tenho muitas coisas que quero esquecer e caminhar em uma pracinha aqui perto ajuda, vamos? – Ela disse estendendo as mãos e eu as segurei.

...

_ Então o que vai fazer quando o prazo do aluguel do seu apartamento vencer? – Samantha me perguntava enquanto mexia nas rosas perto do banco da praça.

_ Não sei ainda, estou ficando sem dinheiro. E meu pai não vai me ceder nada, ele quer que eu volte para casa com o rabinho entre as pernas.

_ Mas Caio não ofereceu a casa dele? Pode morar lá por um tempo.

_Eu contratei um novo advogado e se tudo der certo vou conseguir antecipar a herança da minha mãe.

_ Com que dinheiro? – Ela disse agora arrancando uma rosa e sentando ao meu lado.

_ Você gosta mesmo de flores não é? – Disse dando um leve beijo em seu pescoço.

_ Adoro, mas não me respondeu. – Ela disse retornando o assunto.

_ Vou vender o meu carro.

_ Esta mesmo desesperado, você adora esse carro. Acho que não precisa vender, Toni. Posso ligar para minha mãe e posso ajudá-lo..

_Nem pensar, Samantha. Esse problema é meu, não quero seu dinheiro. Por favor, me deixa resolver isso da minha maneira.

_ Tudo bem. – Ela me deu um selinho e depois colocou um leve sorriso em seu rosto.

Samanta levantou e voltou a regar as flores que tinha por ali, com um cuidado maior com as tulipas.Ela gostava de tulipas, mas era alérgica a elas. E por mais que houvesse tantas rosas, gardênias e cravos, ela sempre se pegava observando e apreciando o mal que a fazia tão bem.

...

Depois do reto da tarde junto com Samantha, retornei para o meu apartamento. Apesar do clima péssimo com o meu pai e de todas as palavras que ele me disse, estar bem com a Sam era revigorante.

Deitei sobre o sofá e tentei relaxar um pouco, mas tive que levantar ao som da campainha soar, fui atender a porta e não vi nada que me agradara.

_ O que você ta fazendo aqui? – perguntei a Dinho que me encarava na porta do apê.

_ Então é essa a espelunca que chama de casa agora. – Ele disse rindo e me empurrou entrando para dentro do apê.

_ Sim e é onde você não é bem vindo, cai fora Mané.

_ Sabe quando dedurei tudo o que você fazia na escola para seu pai, principalmente sobre o acordo da herança que estava fazendo, imaginei que ia balançar muito a relação de vocês, mas ele te colocar para fora de casa, foi esplêndido. – Ele disse se sentando no sofá.

_ Eu sai de casa por vontade própria. Mas creio que veio aqui para fazer algo mais que exibir o seu feito.

_Sim, eu vim buscar a minha braçadeira de capitão do time. – Ele disse convicto.

_ O quê? – comecei a gargalhar muito com o delírio do pequeno Garcia.

_ Eu sou o novo capitão do time, Antenor.

_ Só nos seus sonhos, eu fui ao treino hoje e o treinador me manteve, você fumou um ópio muito forte não é? – Disse rindo.

_ Então ligue para o treinador se tem duvida. – Ele disse colocando as pernas sobre a mesinha de forma despreocupada.

...

Depois da ligação ao treinador ficou confirmada a história de Adriano, mas sem nenhuma justificativa, eu havia sido tirado do cargo de capitão do time para que Adriano assumisse sem mais e nem menos.

_ O que você fez? – perguntei ao desligar o celular furioso.

_ Já ouviu falar de chantagem, todos tem medos de que seus segredos sejam expostos, até mesmo o nosso treinador.

_ Garcia, você não sabe com quem ta se metendo.

_ Eu sei e não tenho medo. Agora se me der licença, tenho um encontro com a Samantha Lorenzzi. – Ele disse se levantando.

_ Samantha?

_ Sim, aquele que o detesta tanto quanto eu. Por isso formamos um casal perfeito.

_ Acho que está enganado, não pode ter um encontro com ela.

_ Claro que posso e estou atrasado. Marcamos de comemorar porque serei titular no jogo com o Crawford, imagine quando contá-la que sou o mais novo capitão do time. – Ele disse se gabando.

_Divirta-se sozinho, ela não irá. – Disse me jogando no sofá e rindo.

_Por que tem tanta certeza, Grayson ? - Ele perguntou intrigado;

_ Nenhuma mulher agüentaria sua companhia por uma noite inteira.

_ Lhe conto como foi o meu encontro amanhã. – Ele foi em direção a porta, mas antes com que ele saísse o avisei:

_ Você se acha bom em jogo sujo, Adriano. Mas você esta se metendo com um especialista.


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Notas finais do capítulo

Obrigado a todas que vem comentando e espero novamente a opiniões de vocês. xoxo ;)



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