Desesperado, Will tentou retirar a mancha com a água da torneira, mas todo seus esforços eram em vão, a mancha parecia ter sido impregnada na pele, após algumas dezenas de tentativas ele desistiu e continuou sua caminhada pela cidade.

A destruição havia tomado conta de toda a cidade, as pessoas estavam erroneamente incinerando os móveis para conseguir iluminação, Will já não conseguia mais respirar normalmente pois a fumaça havia tomado conta da atmosfera local, conforme foi avançando, mais escuro o local estava se tornando até que após algumas quadras ele já estava sem conseguir enxergar um palmo a sua frente, seu coração começou a bater mais forte e mais rápido e Will começou a suar, antes mesmo de ele notar, já estava tomado pelo medo.

Vultos começaram a aparecer nos becos entre os prédios, ele continuou a andar com as mãos e pernas tremendo, os olhos vermelhos pareciam luzes dançando na escuridão, uma corrente de ar frio passa pela perna de Will, ele para e quase grita, de repente cinco pares dos olhos vermelhos o cercam, sua respiração ofegante deixava obvio que o alimento daqueles  seres estava no auge, o medo com o qual eles se alimentavam estava pronto para ser extraído, ao pensar nessa possibilidade as pernas de Will se enrijeceram e ele se ajoelhou e colocou as mãos no rosto para tentar conter as lágrimas que vinham a tona, as lágrimas que demonstravam sua fraqueza perante seres tão fortes, as lágrimas que mostrava o quão um humano poderia ser covarde perante o medo.

A Primeira besta estava avançando lentamente entre suas quatro patas, Will escutou o barulho dos passos e começou a se arrastar para trás, ele notou quando as pernas traseiras da besta se ajeitaram para o pulo, então sem notar ele já havia pulado para o lado e desviado de um ataque que poderia ter sido mortal, então as outras quatro bestas vieram em conjunto, com seus andares sincronizados, elas correram em direção a Will, quando ele notou que já estava tudo perdido, se ergueu e abriu os braços dizendo:

- Não tenho mais medo, apenas sei que vou morrer!

Uma das bestas pulou com a boca aberta em direção do braço de Will, quando o rosto dela passou em frente a mancha os dois pontos verdes se iluminaram e um brilho veio a  tona aos olhos das bestas.

Will abriu os olhos como se tivesse dormido,eles estavam pesados e grudentos, quando finalmente conseguiu abri-los ele viu uma cena que o chocou, as bestas estavam com as cabeças e membros arrancados, então ele começou a correr, depois de dez quadras ele parou achando que estava cansado e notou que seu corpo não tinha demonstrado sinal nenhum de fadiga, foi ao olhar para o chão que ele ficou mais confuso, o chão parecia estar mais próximo, ao olhar melhor que ele notou que não era o chão que estava mais próximo e sim que eles estava mais baixo que o normal.

Desesperado com a nova forma ele tentou correr para casa, sua velocidade estava fora dos limites humanos, sua respiração apesar de rápida era efetiva e trazia cargas enormes de oxigênio, seu peito estufava e esvaziava como um balão sendo estourado, ao passar em frente a um espelho que ele realmente viu o que havia se tornado, logo após ter olhado para o espelho ele se sentiu tonto e desmaiou.