Então ela me dizia que eu não prestava pra nada, que eu não fazia nada além de atrapalhar a vida dela. Mas e ela o que fazia pra mim? Humilhava-me, ofendia-me na frente de quem quer seja e por cima de tudo tinha nojo de mim assim como eu tinha de mim mesma.

Mas o pior não foi isso, o pior foi a ver gastar todo o dinheiro do meu pai. Ele já não estava mais aqui pra ver isso, porém mesmo assim doía em mim.

E eu fui me levando pela dor. Primeiro foram às notas baixas na escola, depois as bebidas e por fim o cigarro.

Minha mãe não ligava nem um pouco por ela eu estando viva ou morta não fazia nenhuma diferença. Eu queria mudar, mas ela sempre vinha com aquela conversa de “Katniss você não tem jeito” ou “Olhe pra si mesma, está morta-viva” e isso ia me afundando cada vez mais.

Pensar em morrer eu penso todos os dias, mas não poderia. Tenho Prim ainda e em hipótese alguma iria deixar ela aqui com minha mãe.

Já estou cansada de me olhar no espelho e ver um borrão, ver um imenso vazio e não ter ninguém ao me lado pra responder o porquê disso.

Porém agora eu iria mudar e seria por conta própria. Eu não sei como começar e com quem começar, mas tentando de alguma forma pra mim já era suficiente.