Quando viramos as costas de Leo analisamos o estrago, as chamas não causaram nenhum dano, mas a pedra...

Eu e Jon arrastamos Leo, e nos enfeamos em uma fenda de uma rocha, mandamos Vinicius pegar Dim e se proteger também . Ao olhar para as graves feridas de Leo senti um mal pressentimento.

Nem o néctar podia curar aquilo tão rapidamente, a ferida era enorme,quase dava para ver os ossos de sua coluna.

Meus olhos encheram de água más eu tentava não chorar, um nó que se formara na minha garganta, já me impedia de falar normalmente. Eu falei gaguejando

– ele... Você acha que ele vai...

Jon falou

– não, você pode salva-lo. Use os poderes de Anput.

Eu falei chorando

– eu ainda não fazer nada! Só causo problemas para as pessoas! Você tem como curar ele?

Jon limpou lágrimas de meu rosto e segurou meu queixo

– mantenha a calma, não se desespere, você tem capacidade de fazer isso, basta tentar.

Ele soltou meu rosto e pegou minha mão colocando sobre a barriga de Leo

– pense somente em curá-lo esqueça do resto do mundo.

Fechei meus olhos e pensei em tudo que Leo já tinha feito por mim, como ele era legal, fui lembrando dês da primeira vez que o vi, correndo atrás de um cilindro de bronze, todo atrapalhado e sujo de graxa. Quando conversamos a tarde inteira na praia, eu tentando me matar afogada e ele me salvou.Quando eu o acordei de madrugada para irmos à procura de Vinicius, só porque eu tive um sonho maluco onde eu tinha visto meu irmão, e mesmo assim ele confiou em mim.Também quando eu fui sequestrada, ele e Vinicius me salvaram de uma GRANDE encrenca, e a nossa volta para o acampamento, foi tão engraçado, os dois me empurrando no carrinho de supermercado, com duas cobras feiosas...

ao lembrar disso meu choro só fez piorar, Leo em uma semana foi meu herói varias vezes e eu nem agradeci... E agora ele está todo arrebentado porque tentou me salvar, de novo.

eu não conseguia entender, porque ele se sacrificou tanto por uma pessoa que conheceu a apenas uma semana, talvez as pessoas no acampamento levassem muito a serio essa historia de meio parentes e faziam tudo para proteger uns aos outros.

Eu tinha que pelo menos dessa vez ajudá-lo, me concentrei e coloquei na minha mente, ‘’EU VOU SALVAR ELE, EU POSSO, EU DEVO’’.

Quando voltei a abrir os olhos, o tronco de Leo estava todo enrolado em faixas, parecia uma múmia, as fitas brilhavam e eram levemente quentes.

Jon olhava maravilhado

E eu falei

– sim... Isso não está ajudando, eu só fiz merda, agora ele vai morrer como uma múmia!

Jon falou

– menina você é marrentinha em??! tenho certeza que ele vai ficar bom em alguns dias.

Passei a mão da testa de Leo tirando os cachos dos olhos.

Jon viu o suor escorrendo da testa de Leo e falou colocando a mão em seu rosto

– ele esta queimando de febre! Temos que resfriá-lo se a temperatura aumentar o sangue ferve e...

Eu felei

–deixa, ele é assim... QUENTE!

Outras explosões aconteceram, os cadáveres agora queimavam em toda a montanha. se continuássemos ali seriamos queimados vivos

As pessoas da aldeia estavam se aproximando da montanha tentando nos matar para talvez depois ver que era.

 Eu já tinha feito alguma coisa legal hoje, como tentar usar meus poderes egípcios, porque não...

Uma ideia insana passou pela minha cabeça

Fui para o topo da montanha onde as pessoinhas da aldeia pudessem ver. Pequei um machado de um cadáver e levantei para o céu.

Mais rápido do que eu pensava as nuvens começaram a fechar formando uma bela tempestade, continuei encarando   o ‘’inimigo’’, então escutei o som que faria meu plano dar certo, um barulho estridente e um clarão, atrai um raio que bateu certinho no machado de metal, foi um estrondo horrível, mas pude ver a cara de abestalhados do povo na base da montanha.

Eles então caíram de joelho,nos reverenciando, Vinicius saiu de trás de uma rocha falando

– plano genial, agora eles devem achar que você alguém importante

Eu respondi

– foi essa a intenção, ou você acha que eu vou... meu corpo estava tão mole, uma dor de cabeça... mas tinha que me manter firme

O povo ainda não identificado subiu a montanha rapidamente, nos ajudaram a descer. Lá em baixo pude ver melhor o lugar, as casinhas de pedra com grama no teto, as grandes fornalhas,eram retângulos de pedras e no meio eles tocavam fogo, enfiados em galhos ou lanças os porcos e as ovelhas eram assados inteiros, outras mulheres lavavam um tipo de couro, crianças brincavam, correndo para todos os lados

Um dos caras , gordo musculoso, ruivo com umas amarrações loucas nos cabelos nos guiou para uma casinha falando.

–estávamos esperando por vocês há anos já estava começando a achar que eram um mito.

Eu estava com pressa de ver Leo bem então nem liguei para o que o senhor ruivo falou.

Uma menina, morena (depois que observei , foi a única morena que eu vi em toda a aldeia, as outras mulheres eram ruivas ou loiras) ela tinha cabelos castanhos ondulados na altura do ombro, seus olhos eram verdes ela aparentava ter 16 anos

Ele veio correndo e deu um longo abraço em Jon.

Ele a abraçou e começou a girar fazendo o corpo dela sair do chão

Não vou mentir, senti uma ponta de ciúme, mas ela logo falou

– então esses são os nossos primos? Os casos complicados...

Ela deu um tremelique como se tivesse sofrendo de calafrio, olhou para Leo e falou

– vamos, tragam ele aqui. Pude ouvir ela murmurar - ... mesmo ele sendo um dos ‘’outros’’...