Um Amor Arranjado escrita por Summer Deschanel


Capítulo 11
Sentimento de Ódio ?


Notas iniciais do capítulo

Ahaha, oi. Aqui está o capítulo, recheado com um pouco de tudo o que vocês me pediram. Quero agradecer a todos vocês que leem, e também aqueles que comentam. Muito obrigada mesmo. Beijos.



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Shaoran se sentou ao lado de sua mulher a observando confuso. Em um gesto comandado pelos seus sentimentos, direcionou sua mão para a da jovem a qual se encontrava trêmula. Segurou-a ansiando reconforta-la como se isto fosse uma necessidade. Sakura abriu seus olhos abruptamente deparando-se com um chinês preocupado.

– O que há? – questionou Shaoran franzindo sua testa. A jovem pôde sentir o calor daqueles dedos entrelaçando-se aos seus, e a entregando a confiança e a calma que faltara.

A flor tentara explicar-se, mas a falta de oxigênio provocara grande confusão em suas palavras. Shaoran a olhou apreensivo compreendendo a situação. – A senhorita tem problemas de asma? - Sakura assentiu ofegante.

– Perdoe-me, não precisa se preocupar, volte a dormir. – disse a garota pausadamente enquanto tentava inalar uma grande quantidade de ar. O rapaz desviou o olhar ruborizando-se.

- Não é que eu me preocupe, eu só... Eu só. – precipitou-se o chinês a explicar-se recolocando a sua fria mascara e não encontrando as melhores palavras. Logo fora interrompido com leves arfadas realizadas pela flor de cerejeira, provocando uma expressão de preocupação por parte do seu marido, contrariando as suas últimas palavras.  Sakura sentiu sua mão sendo apertada de maneira nervosa. Olhou para o jovem, deixando-se brotar um leve sorriso amarelo em seus lábios.

Shaoran a puxara para seus braços, de forma que seus corpos ficassem colados. O rapaz estremeceu com a aproximação, sentindo seu coração palpitar fortemente. – Tudo bem, tente me acompanhar. – disse segurando a mão de sua flor, ainda colados. O chinês inalou o ar e depois o expulsou de suas narinas certificando-se de que a jovem notara o que fez por sentirem o corpo um do outro por meio do forte abraço. Sakura assentiu tentando ao máximo acompanhar os movimentos do tórax de seu marido, subindo e descendo.  Procurou acalmar-se escondendo seu rosto no peito do mesmo. Era de fato aconchegante.

Sakura sobressaltou-se em um pequeno pulo com a vinda de um trovão. Shaoran percebera o medo que sua esposa sentira por estes. Levantou o queixo de sua jovem flor com o dedo, fitando-a nos olhos.

- Esqueça o que se encontra lá fora. – Sakura confirmou observando os olhos de seu marido brilhar com as luzes dos trovões e dos relâmpagos afora. Apenas preocupou-se em controlar sua respiração, porém encontrava-se ainda em total inquietação. O chinês passara sua mão para as costas de sua mulher, alisando-a delicadamente. A jovem sentiu-se amolecer diante do carinho nos braços do jovem Li. A calma pairou sobre seu coração, logo o ar adentrou ao seu pulmão. Pôde sentir a doce fragrância do homem que a acolhia. Esqueceu-se da guerra que se encontrava no céu, apenas inalava aquele delicioso cheiro. E pela primeira vez em dias, pôde sentir-se segura.

Os olhos da flor pesaram demonstrando derrota e cansaço. Shaoran deu fim as suas carícias ao perceber os doces e típicos suspiros que deslizavam pelos lábios de Sakura. Pegou-a em seu colo com cuidado dirigindo-se a cama, e deitando-se em seguida ainda com sua esposa em seu colo. Não ousou desfazer aquele abraço, sentia-se em estado de êxtase com o aroma da jovem, com a sensação de sentir aquela pele tão branquinha e macia, com o que tudo aquilo que lhe proporcionava de maneira violenta e admirável, sensações que nunca sentira antes. 

Colocou-a sobre seu corpo, alisando seu cabelo castanho claro. Sorria largamente a cada suspiro dado pela jovem Sakura. Logo caiu em sono profundo, dessa vez fora de encontro aos seus sonhos.

Logo o sol decidiu aparecer entre as grandiosas montanhas, e mostrar o seu reflexo nas águas límpidas. Sakura acordou-se olhando para todos os lados do quarto, esperançosa.  Mas não havia mais ninguém no local.

Retirou-se, rumo à sala principal. Sentiu seu estômago roncar indo de encontro à mesa. – Bom dia, Sakura-Chan- cumprimentou Chun radiante.  - Bom dia, Chun-san. – disse Sakura sorrindo e sentando-se em sua cadeira.

- Ah bom dia, senhor Li. – disse Chun com a aproximação de seu patrão.

– Bom dia.

Shaoran sentou-se em frente à Sakura sem ditar uma única palavra. Em puro silêncio. Atreveu-se a levantar seus olhos por um segundo, deparando-se com esmeraldas o fitando de maneira curiosa. Suas bochechas coraram instantaneamente, recordando-se da noite passada.

- Shaoran, sobre a noite passada...

- Não diga nada, esqueça o que houve. – anunciou o chinês, olhando-a com desdém. Sakura abaixou seus olhos com uma dor aguda em seu peito, uma leve pontada de decepção.

- Ah, tudo bem. Só gostaria de agradecer. – sussurrou constrangida. Shaoran pôde sentir seu coração oscilar diante da reação de sua esposa. Vasculhou a sua mente em busca das palavras certas, porém antes que pudesse argumentar fora interrompido.

- Senhor Li, o senhor Hiiragizawa o aguarda em seu escritório. – disse um dos seus criados dirigindo-se ao jovem. – Tudo bem. Senhorita Kinomoto, acompanhe-me, por favor.

Sakura o acompanhou em passos hesitantes, enquanto seus olhos fitavam apenas o chão.

– Senhor Hiiragizawa, bom dia. – disse Shaoran, formalmente. – Bom dia, senhor Li. – sorriu Eriol educadamente. Antes que Shaoran os apresentasse seu amigo fora mais rápido, dirigindo-se a jovem flor enquanto pegava sua mão e a depositava com um leve beijo.

– A senhorita deve ser Sakura Kinomoto. É um prazer conhece-la. – o chinês deparou-se com o seu coração efervescente por conta de sua raiva ao visualizar aquela cena. Sakura apenas sorriu timidamente.

– Tudo bem Eriol, chega. – falou Shaoran, arrastando seu amigo para longe de sua esposa. – Acalme-se Shaoran-kun, não irei arrancar pedaço. – o jovem Li bufou, virando seu rosto para um canto do cômodo.  

- Então senhorita Kinomoto, soube que aprecia livros. – Sakura assentiu, com um leve brilho em suas esmeraldas.

- Sim, eu os amo de fato. Sempre...

– Ah, ótimo! – exclamou Eriol jogando uma grande quantidade de livros nas mãos da pobre flor.

- Não entendi. – disse confusa. – Ah bem, livros é uma ótima forma para cativar a fuga da ignorância, porém também serve como grande fonte de equilíbrio e postura. – respondeu Eriol sorrindo largamente.

 – Continua sem compreender, não é mesmo? – questionou o inglês observando a confusão estampada em sua face. A jovem assentiu sem jeito. Eriol posicionou-se em frente à flor recolhendo os livros de sua mão e os colocando sobre a cabeça da mesma.

- Tente caminhar sem derrubar nenhum livro. – Sakura concordou respirando fundo.

Deu seu primeiro passo derrubando todos os livros e provocando doces gargalhadas do Shaoran. A jovem sentiu suas bochechas se avermelharem, em uma mistura de raiva e vergonha.

- Ela é uma verdadeira estabanada. – disse o chinês contendo o seu riso. – Fiquei quieto, Shaoran. É tudo uma questão de prática. – retrucou Eriol virando-se para o amigo. Sakura sentiu vontade de aplaudir as suas palavras, mas controlou a si mesma.

- Tudo bem, minha flor. Tente novamente. – falou o inglês gentilmente. A jovem assentiu seguindo com pequenos passos. Abriu um largo sorriso ao perceber que só derrubara dois livros de sua cabeça.

- Muito bem, senhorita Kinomoto. Ótimo progresso. – aplaudiu Eriol.

Passaram-se longos minutos daquela forma, caminhando sempre em caminho reto. Shaoran podia enxergar a determinação nos belos olhos verdes de sua mulher. De fato, as primeiras tentativas foram desastrosas, na maioria das vezes se resumiam com a pobre Kinomoto desequilibrando-se e indo de encontro ao chão. Porém, no final das contas conseguira realizar o trabalho, para a alegria do jovem inglês, feliz por ser algo a menos para se preocupar. No fim de suas tentativas, Shaoran pôde ouvir aquela bela risada que soava como uma doce canção.

- Muito bem, Sakura. Agora vamos tentar caminhar por este cômodo inteiro, tudo bem? – pediu Eriol. A jovem arregalou os olhos com espanto, porém assentiu destemida.

Caminhou delicadamente, respirando fundo. Sem derrubar um livro sequer no chão, e tendo grande orgulho de si mesma. Galgou concentrada próxima a um Shaoran sentado a observando atentamente. Logo a linha de concentração da jovem fora desfeita, tropeçando em seus próprios pés e derrubando todos os livros no colo do Li com grande violência. Shaoran a fitou furiosamente. – Não sabe fazer nada direito?

- Ah meu Deus, perdoe-me. – replicou a flor, com suas mãos sobre os lábios. 

- Shaoran-kun, deixe de ser rabugento. Só foram alguns livros. – disse Eriol gargalhando com toda a situação.

- Tudo bem, só foi uma grande quantidade de livros pesados, jogados violentamente contra as minhas partes baixas, no qual agora não consigo senti-las. – vociferou levantando-se. Sakura revirou os olhos com tamanho o drama.

- Não faça um escândalo tão desnecessário, foi um acidente, perdoe-me. – retrucou a jovem.

- Ah, claro senhorita Kinomoto. Qual será o próximo acidente? Uma faca pressionada contra o meu peito? – disse aproximando-se da pequena flor.

- É uma ideia tentadora.

- Kinomoto, não brinque comigo. – contrapôs o jovem abaixando sua cabeça aproximando seu rosto ao de sua esposa, encarando aquelas esmeraldas amargamente.

- Chega por hoje. Esqueçam o ocorrido. – interrompeu Eriol rindo nervosamente. Sakura não desviou os seus olhos daqueles âmbares nem por um minuto, o encarava com o mesmo rancor. Pôde sentir a respiração do seu marido por estarem tão próximos um do outro. Sentia o agradável cheiro de seu chinês quase causando a perda de sua compostura.

- Afastem-se. – interrompeu o inglês em uma tentativa de pôr-se ao meio.

- Juízo, Kinomoto. – aconselhou Shaoran dando as costas e retirando-se. 

Sakura suspirou fundo fechando os olhos, em busca do seu controle. – Não se preocupe com o Shaoran-kun, ele é assim mesmo. – disse Eriol docemente. Sakura fitou o chão sorrindo amarelo.

- Venha, temos que providenciar roupas para a senhorita. – falou segurando a mão da jovem e a guiando para fora. Sakura assentiu com medo do que poderia vir a seguir.

Logo chegaram ao núcleo da cidade. O comércio. Um local de diversas opções, e uma grande quantidade de massa humana. Um verdadeiro escarcéu de pessoas. Já o material do comércio era variável. Sakura sentia-se perdida em um local como aquele, mas Eriol sabia onde encontrar o melhor material para consumo e uso.

- Senhor Hiiragizawa, meus pés estão doloridos. – queixou-se a jovem após horas de caminhada. – Tudo bem, Sakura-chan. Só mais está loja. – a flor assentiu suspirando.

Sakura olhou-se no espelho, absorta nos detalhes do belo vestido que vestira. – Está belíssima, Sakura-chan. Ah e, por favor, me chame por Eriol. – pediu o inglês sorrindo amigavelmente. Sakura confirmou com suas bochechas vermelhas.

O vestido fora comprado, porém ao saírem da loja Eriol encontrava-se pensativo. – Ah, não temos um vestido para a festa que haverá.

- Festa? – questionou Sakura confusa. – Oh sim, Shaoran não a avisou? – a flor balançou a cabeça negativamente.

 – Receio que deva ter esquecido, contudo, haverá uma festa de boas vindas para o tio do jovem Li. – disse caminhando ao lado de Sakura.

- Mas não me sinto preparada, Eriol-kun. – falou a jovem em desespero.

- Oh minha querida, por isso estou aqui. – disse o rapaz cheio de si. Porém não houve resposta da flor, a mesma encontrava-se a fitar uma humilde casa amarela. – Sakura?

- Eriol-kun, por favor, vamos entrar. – suplicou retirando-se de seus pensamentos. - Claro. És amiga do dono?

- Sou. - disse sorrindo sinceramente. – Vamos!- exclamou indo de encontro à porta da casa amarela e batendo em sua porta. A porta fora aberta, mostrando uma bela Tomoyo alargar o seu sorriso ao ver aquelas belas esmeraldas novamente.

-Sakura-chan!- exclamou a abraçando forte.  - Tomoyo-chan, é muito bom revê-la. – a jovem dos cabelos pretos assentiu, sorrindo exageradamente.

  – Sakura-chan, não devemos demorar. Ainda temos que comprar o vestido. – disse Eriol.

- Vestido? – questionou Tomoyo. Ambos assentiram.  - Por favor, deixem-me fazer.

- Ah, Tomoyo-chan. Não quero ser incomoda.

- Não irá incomodar. Será um grande prazer. – disse por fim, desviando o rosto e deparando-se com olhos azuis a observando com admiração.

- Oh sim, este é o Eriol. – disse Sakura apontando para o inglês. Eriol pôs-se a frente, pegando delicadamente a mão de Tomoyo e a beijando.

– É um prazer conhece-la, senhorita Tomoyo. Quando ao vestido, tenho certeza que ficará perfeito.  – falou, provocando certo rubor ás bochechas da pobre moça.

- Ah bem... – balbuciou as palavras incertas, - por favor, entrem. - pediu aos sussurros.

Sakura entrou sem hesitar, enquanto seus olhos percorriam pela sala em busca da pequena garotinha que achara encolhida na rua. Tomoyo percebera sua aflição, adiantando-se a falar.

 – Sakura-chan, a pequenina está bem. Encontra-se em seu quarto.

- Será que eu poderia ir vê-la? – questionou timidamente.

- Mas é claro. Suba as escadas, é o primeiro quarto à direita. – Sakura subiu apressadamente. Logo encontrara o quarto, passando sua mão pela maçaneta e a abrindo devagar. Sorriu ao encontrar a pequena garota sentada em sua cama, acompanhada com uma boneca em seu colo.

- Tenho permissão para entrar? – questionou Sakura retirando a criança absorta em sua boneca.  A pequenina apenas assentiu.

Aproximou-se avaliando o estado da criança. Não era o mesmo que da última vez que a encontrara. Usava um vestido roxo de flores, apresentava-se ser uma criança saudável, com belos cabelos castanhos e olhos azuis.

Sakura sentou-se na beirada da cama a observando. – Me reconhece?

- Sim, a senhorita salvou a minha vida. Serei eternamente grata. – disse timidamente.

Sakura sentiu o seu coração apertar-se comovida. Seus olhos estavam prontos para expressar suas emoções, mas a jovem repreendera as lágrimas.

- Não há de que, minha pequenina. – falou alisando os cachos castanhos da garota. – Qual é o seu nome?

- Shiyu, e o seu? – questionou a criança com a boneca em seu colo.  - Sakura. – respondeu sorrindo.  - Quer brincar comigo, senhorita Sakura?

- Por favor, me chame só por Sakura e sim eu adoraria. - respondeu docemente.

A jovem flor não soube ao certo quanto tempo ficara a brincar com a criança, mas divertia-se com as reações da pequenina. Ora expressando timidez, ora sendo espontânea.

- Tenho que ir, Shiyu-chan.

- Já, Sakura-chan? – perguntou tristemente. Sakura apenas assentiu cabisbaixa. – Até logo, minha pequena. – despediu-se ao ir em direção à porta, rumo à sala do andar de baixo.

- Ah, perdoem-me. Estou atrapalhando alguma coisa?  – questionou observando Eriol segurar a mão de Tomoyo sobre a mesa.

A jovem dos olhos violeta levantou-se em um pulo, completamente corada. – Oh, não está atrapalhando nada.

- Ah bem, podemos ir Eriol? O sol está quase se pondo.

- Claro, não tive noção do tempo.

- Entendo. – sussurrou Sakura sorrindo. – Tudo bem, vamos. – disse Eriol corado ao arrastar Sakura para fora da casa.

O caminho de volta fora silencioso. Sakura percebera que o jovem inglês encontrava-se em um momento de reflexão, preferiu manter-se quieta. Ao chegarem à mansão, Eriol direcionou-se rapidamente para dentro, deixando para trás uma Sakura encantada com a beleza do esplêndido sol a se pôr.

- Com licença.

Sakura volveu seu corpo em direção à voz, deparando-se com um Yukito a sorrir. – Oh, Yukito-san. – respondeu corando.

- Como está? – questionou o jardineiro com um semblante preocupado.

- Estou bem. – sorrio.

- Estive pensando muito na senhorita nos últimos dias. – Sakura arregalou os olhos em resposta, sentindo suas bochechas queimarem. – Sakura-chan, és especial pra mim. – disse aproximando-se.

- Ah, Yukito-san. Digo o mesmo. – falou a flor, abaixando sua cabeça. - Sakura-chan... – pronunciou-se Yukito, mas não pôde terminar sua fala.

- Atrapalho? – interrompeu Shaoran aproximando-se com passos fortes. – Ah, senhor Li. – reverenciou Yukito.

Shaoran o ignorou, - atrapalho algo? – questionou novamente direcionando-se a Sakura que revirou os olhos. – Não, senhor.

- Senhorita Kinomoto, volte à mansão.

- Como é? – falou Sakura franzindo a testa.

- Estou mandando que volte. – respondeu Shaoran sério.

- Não pode me obrigar. – disse Sakura cruzando os braços.

- É mesmo? – riu o jovem chinês indo em direção da pequena flor que assentiu em resposta. Levantou-a, colocando em seus braços e a pondo em seu ombro.

 – Solte-me, seu louco. – esbravejou a jovem debatendo-se. Shaoran pôs-se a rir exageradamente, enquanto ia em direção a sua mansão.  - Solte-me, seu bruto.

Em certo momento, o jovem Li perdeu seu equilíbrio, caindo sobre uma poça de lama junto com a inocente flor. – Eu não acredito. – murmurou a jovem.

- Culpa sua. – confrontou Shaoran apontando para o rosto da moça.

- Minha culpa? O senhor quem me segurou contra a minha vontade.

- Isso não teria acontecido se a senhorita não estivesse debatendo-se sobre meu ombro. – retrucou. – Sua tonta. – disse por fim, cruzando os braços.

- Me chamou de tonta? – Shaoran assentiu.

- Ora, seu... – começou Sakura jogando uma quantidade de lama no rosto do Li. Shaoran a fitou boquiaberto, enquanto seus tímpanos absorviam a risada da flor. O jovem encheu sua mão de lama e a esfregou no rosto de Sakura. Irritada com o ato do marido, retrucou sujando a camisa do mesmo com toda a lama que suas mãos puderam recolher. E fora declarada a guerra, ambos sujando um ao outro da cabeça aos pés.

- Oh meu Deus, o que é isso? – gritou Chun assustada com a situação que seus olhos viam sem acreditar. – Chega vocês dois, chega!

Aproximou-se tentando separar o casal que se enrolava na lama. – Parem agora. – esbravejou em um tom autoritário chamando a atenção de ambos os jovens.

- Vão para o quarto, agora! – Sakura assentiu assustada, enquanto levantava-se desajeitadamente e procurava formar sua compostura. Shaoran fez o mesmo.  - Chegarei lá depois com as toalhas. O casal deu rumo aos seus passos em total silêncio.

Um tempo depois se encontravam em seu quarto, com as toalhas brancas sobre a cama enroladas caprichosamente. – Você é um besta. – começou Sakura colhendo uma toalha.

- Eu sou o besta? A senhorita quem começou. – retrucou Shaoran pegando uma toalha. Sakura suspirou exasperada. – Tudo bem, chega de brigas por hoje. – o jovem chinês a fitou compreendendo e assentiu abaixando a cabeça.

- Tire a camisa.

- O que? Está louca? – Shaoran questionou arregalando os olhos.

- Não seja tolo. As suas vestes estão imundas.

- Isso é só uma desculpa para a senhorita me atacar, sua tarada. – disse o Li, jogando suas mãos para o alto. Sakura bufou. - Tire logo para eu te ajudar a se limpar, deixe de drama. – disse sem nenhum tom de malicia. Shaoran rendeu-se, retirando sua camisa. Botão por botão.

Sakura percorreu seus olhos pelo corpo do rapaz. Teve que aceitar que de fato era belo, formado por músculos e algumas cicatrizes. Balançou a cabeça, retirando-se de seus devaneios.

- Aproxime-se, irei ajuda-lo.

Shaoran se aproximou sem hesitar enquanto Sakura molhava levemente a toalha em suas mãos, em um balde.

A jovem pôs delicadamente a toalha sobre o rosto do Li, penetrando seus olhos esmeraldas nos âmbares do rapaz. Shaoran fechou os olhos, aceitando os movimentos de sua esposa como uma doce carícia. Era tranquilizador.

O seu marido aproximou-se mais, dando fim ao pouco espaço que havia entre eles. Sakura desceu a toalha até chegar ao seu peito, roubando um leve suspiro dos lábios do jovem Shaoran, que colou os seus braços ao redor da cintura da moça.

Sakura o fitou em estado de espanto. Porém nada fora dito, apenas aceitou. Sentia-se quente nos braços do rapaz. Colocou suas mãos em seus ombros as descendo devagar, enquanto seus dedos deslizavam sobre os músculos dos braços do rapaz, como se estivessem os desenhando de forma graciosa. Pôde sentir a forte respiração do seu marido, deixando-a ofegante.

Shaoran aproximou o seu rosto do pescoço da cerejeira, inalando seu doce e hipnotizante cheiro.  Observou os lábios cheios e rosados de Sakura o convidando para encostar os seus. Aproximou-se mais, fechando os olhos. Já não havia mais o controle, apenas a ansiedade de alimentar os seus desejos.  Aproximavam-se cada vez mais, alienados pelo estranho sentimento.


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