Keep Your Hands Of My Girl. escrita por NessAlgumaCoisa


Capítulo 6
Cheers for being real


Notas iniciais do capítulo

Bem, novo capítulo ^^ Espero que gostem... Serei sincera esse capítulo não me deixou muito segura... Sinto que talvez ele não tenha sido muito bem escrito, eu tinha a ideia dele na cabeça mas não sei se foi bem executado... Enfim, espero que gostem ^^
Um pequeno spolier antes de começarem --








O garoto de olhos azuis cobalto aparece *u*



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–Eu não quero sumir Tomoe.- disse ainda em seus braços.

Ele apenas me abraçou mais forte, eu tremia, me sentia cansada com sono, mas tinha medo de se dormir não acordar mais, pelo menos não mais como Nanami.

Eu ouvia algumas coisas na minha mente “você quer ser amada” “Isso dói... Eu compreendo” “ Não se preocupe” “Você grita ME AME” “me ame...”

E quando me dei por conta eu havia adormecido...

Num susto acordei e sentei-me na cama tão rapidamente que cheguei a ficar tonta, passei a mão no rosto e então levantei-me fiz minha higiene pessoal, e então olhei-me no espelho e gritei, senti uma dor aguda no peito, lágrimas escorreram por meus olhos, continuei gritando e chorando, meus soluços eram altos, eu não era mais eu, eu estava tão diferente eu já era outra pessoa, meus gritos e choro eram incessáveis, a agonia que se apoderou de mim era tanta que eu cheguei a pensar em morrer para acabar com este pesadelo, caí no chão desesperada.

Ouvi passos e duas vozes chamando meu nome, provavelmente Tomoe e Mizuki, mas isso não importava, senti um segurar meus braços para trás para que pudessem ver me rosto e então Tomoe ficou de joelhos entre minhas pernas e segurou meu rosto tirando os cabelos de minha face, eu parei de gritar mas chorava alto, estava aos soluços, comecei a tremer, comecei a ver fleches dos meus momentos em que meu coração fora quebrado.

–Nanami! Nanami! Olhe para mim volte para realidade! EU ESTOU TE CHAMANDO NANAMI OLHE PARA MIM!- gritou Tomoe e então tudo sumiu e eu voltei meu olhar para ele.

–Mantenha a calma.- disse firme segurando meu rosto.

As lágrimas aos poucos cessaram, mas aquela agonia sufocante não passava.

–Por favor, mantenha a calma.- disse quase vacilando olhando fundo nos meus olhos pude ver seus olhos cheios de lágrimas mas nenhuma desceu.

–Você poderia ter tido tudo de mim... Eu nunca te machuquei, a culpa não é minha, eu estou machucada, estou em pedaços e a CULPA É SUA!- gritei desesperada, as palavras saiam da minha boca e eu não podia impedi-las.

–Esse coração grita por amparo, mas ninguém consegue ajuda-lo, eu só quero ser mais confiante em mim mesma... Confiar na minha própria pele... Mas NÃO, SEMPRE TEM AQUELE QUE ESTÁ SEMPRE EM PÉ, SEMPRE ALI PRONTO PARA ME MACHUCAR... Nossa chama apagou... Uma chama que só existia dentro de mim e a MALDITA ERA ROXA!

Gritei e me debati com violência, parecia que eu não me controlava, falei tudo o que sentia tudo o que ficara preso.

–Me leve pra casa, não posso viver sem você... Ou posso¿- sussurrei baixinho e deixei a cabeça pender para trás e fiquei encarando Mizuki que estava assustado, e preocupado, e então comecei a chorar novamente.

–Para... Por favor façam Ela parar...- choramingava, agora essas palavras eram as minhas, tomei folego e também o controle de mim mesma...

–Podem me soltar...- sussurrei e eles soltaram.

–Não sabia que era tão intenso o que você sentia por mim... –disse Tomoe um tanto perturbado e triste.

–Esqueça aquilo...Agora me ajudem a levantar.- já de pé olhei-me novamente no espelho.

Meu rosto estava mais maduro, lábios mais grossos, cílios cumpridos, olhos mais finos e alongados, meu corpo curvilíneo... Estava mais alta, quase na altura dos rapazes no mínimo 5 centímetros abaixo deles.

Vestia um pijama de seda roxa, a blusa tinha um decote um pouco grande de mais e bem eu nunca tive muito seio e agora eu tinha bastante, eu estava me sentindo mal... Parecia que estava entrando numa depressão, e eu precisava me concentrar em alguma coisa estar em movimento caso contrário teria alucinações.

–Vou me trocar, nos vemos lá fora onde são dadas oferendas.- minha voz estava diferente também... Mais grave e sedutora, era uma voz macia.

Eles assentiram com a cabeça saíram.

Vesti um jeans desgasto e uma blusa vermelha aveludada, soltei meus cabelos longos, agora ainda mais longos, ainda mais sedosos e volumosos, tinham um cheiro incrível, amarrei-os num coque alto, respirei fundo e tentei manter a calma, ainda tinha vontade de gritar mas não poderia perder o resto da sanidade que me resta.

Ao sair pude ouvi-los conversando, eles não tinham me notado.

–O que faremos Mizuki... A culpa disso é minha não é mesmo¿- Tomoe perguntou amarrando os cabelos num rabo de cavalo alto.

–Bem é sim... Ela te ama... E muito, sabe as pessoas mudam ainda mais quando a razão é um coração quebrado.

–E como conserta isso¿- perguntou.

–Não conserta... E você mesmo sabe disso.- disse Mizuki

Ele suspirou e agarrou a cabeça e soltou um grito de raiva.

–Calma, agora não adianta perder a cabeça, caso contrário não recuperamos nossa sanidade.- disse sentando-me entre eles.

–Mizuki, já ouviu falar sobre alguma coisa assim¿- perguntei deitando-me no chão encarando o céu azul.

–Pior que não Nanami... Nunca ouvi falar de uma transformação assim...

–Será que não é a deusa¿- perguntei

–Que deusa Nanami¿ Você é a força influente do amor aqui nesta terra.- disse Tomoe.

–Não sou não, e você sabe disso, todos nós sabemos que nem eu, nem Mikage era um deus do amor... Tem muita coisa que não sabemos...

Os dois deitaram-se no meu lado e então ficamos ali, olhando para o céu azul, aquela imensidão sem fim...

–Olá¿- uma voz a nossa frente disse e nos levantamos rapidamente.

Senti uma onda de eletricidade passar por cada molécula no meu corpo, senti uma dor aguda no peito novamente, aqueles olhos azul cobalto encontraram os meus e ficamos calados por um tempo encarando um ao outro.

–Você...- dissemos em uníssono num sussurro um tanto melancólico.

–Encontrei-te novamente, dama de vermelho.- sorriu e se ajoelhou, ele tinha uma flor de lótus linda em mãos e ele estava pondo-a no meu colo quando gritei e me joguei pra trás, Tomoe pegou a flor e a queimou com sua chama roxa e Mizuki sibilou para ele como cobra.

–O que foi isso¿- disse assustado recuando.

–D..Desculpe... Mas preciso que vá embora... Não posso mais te ver... –disse sentindo o peso daquelas palavras.

–Como assim¿ Nem nos conhecemos direito para você me dizer isso, eu só estou trazendo oferendas a este templo, sei que você é uma presença divina e esta aqui para curar os machucados, e foi por você que fiz tudo isso... Desde aquele dia ainda sinto o calor de seu toque aqui.- disse ele tocando no próprio coração.

Lágrimas brotaram em meus olhos.

–Desculpe, mas você não pode mais fazer isso, não pode acreditar nisso, não acredite nisso, não é real eu não sou real, eu não existo, agora vá...- disse levantando-me e encarando-o da maneira mais dura que pude.

Seus olhos azuis cobalto ficaram perigosos.

–Então me diga como posso me apaixonar por algo que não é real, eu sei distinguir a realidade da imaginação, não queira me enganar. - disse ele se aproximando subindo no chão de madeira.

Tomoe já ia detê-lo, mas Mizuki o deteve.

–Isso deve acontecer. - disse ele.

–Saia, não vai ser bom para mim nem para você. - disse encarando aqueles olhos, eles estavam me chamando, era como se fossem imas.

De perto seu rosto era lindo, ele era magro, vestia uma blusa de mangas cumpridas preta, jeans azul escuro, seus olhos brilhavam, a cicatriz em sua bochecha era funda, mas isso o fazia ainda mais belo, os cabelos negros bagunçados e meio encaracolados... E seu cheiro era maravilhoso como uma brisa de verão.

–Se você não é real, então eu também não sou, somos apenas uma fonte de energia vazia que vaga por aí sem rumo, mas sei que eu agora sou real por que posso fazer isso.- disse ele segurando meu rosto e encostando meus lábios no dele.

Aquele fora um beijo de verdade, com sentimento, um beijo tão bom quanto doce, aquele fora meu primeiro beijo real...

–Meu nomo é Dhiren Nomura, tenho 18 anos, busco a verdadeira felicidade, meu coração já foi quebrado muitas vezes, mas sinto que está se reconstruindo aos poucos por sua causa. - disse depois de separar seus lábios nos meus, ele me encarou nos olhos bem fundo enquanto dizia isso.

–Me encontre hoje no mesmo horário em que nos conhecemos em frente à galeria de arte moderna e então eu vou te mostrar que somos reais. - disse e acariciou meu rosto e passou por Tomoe e Mizuki como se não estivessem ali, Tomoe parecia um animal, pronto para avançar nele.

–E...Eu preciso ficar um tempo sozinha.- disse finalmente depois de um tempo e corri para parte de trás do templo e entrei no bosque, queria ficar longe de tudo por um tempo... Quem sabe pra sempre... Precisava analisar e captar tudo o que acontecia a minha volta.

Autora POV’s

–Eu vou atrás dela. - disse Tomoe depois de Mizuki tê-lo largado.

–Não, deixe-a ela precisa de um tempo, pense em tudo que ela têm passado.

Tomoe socou a parede mais próxima e gritou.

–Eu vou matar aquele cara.- esbravejou.

–Não você não vai, precisamos conversar vamos a sala de ensaio.- Mizuki estava misterioso, vestido numa Yukata verde água com partes em branco, os cabelos estavam totalmente bagunçados e com profundas olheiras, parecia um louco, mas era apenas uma noite em claro que passara.

Subiram as escadas do templo e ao entrarem na sala de ensaios sentaram-se nas almofadas e acenderam um incenso.

–Acho que sei o que está acontecendo com a Nanami...- disse cabisbaixo.

–Então por que não disse antes¿- indagou nervoso.

–Pelo fato de não querer que ela se desespere.

***

Nanami corria entre as árvores tropeçando e caindo, mas levantando-se e voltando a correr, correu como se estivesse fugindo... Precisava correr era sua única opção...

Quando chegou numa clareira, plantas altas amareladas cobriam o chão junto de pedras altas e grandes, ela subiu em um dos montes de pedras e sentou-se ali... Como se agora estivesse longe o suficiente do mundo...

–Pare com isso... Eu quero ser a Nanami de novo... – murmurou entre prantos.

Abraçou os próprios joelhos deixando as lágrimas caírem e quando o choro cessou começou a pensar no seu encontro desta noite, lembrou do beijo, lembrou de como sentiu-se melhor com aquele contato, com aquele afeto, ainda sentia seus lábios formigando, ao lembrar daquele contato físico sentiu seu coração aquecer.

Fechou os olhos e se imaginou de volta no templo em seu quarto e quando os abriu lá estava ela.

–Roupa... Roupa... Ele gosta de vermelho...- pensava alto.

Algo para se distrair era isso que precisava, precisava de um conforto a mais e sabia quem podia proporciona-la isso.

Pegou um vestido que estava bem no fundo do armário quase mofando, ele era vermelho, com decote cruzado as duas alças um pouco largas, tinha um cinto que prendia na cintura e então o tecida descia solto e tinha duas pontas mais cumpridas na frente e atrás, depois de um banho quente vestiu-o e ficou perfeito, o vestido ia até um pouco acima dos joelhos, colocou uma meia-calça preta, botas pretas de cano mediano e um casaco cinza de lã mais cumprido que o vestido, usou-o aberto e deixou os cabelos soltos apenas com parte da franja presa para trás, não colocou maquiagem, seu rosto já era perfeito dessa maneira, ainda tinha traços de garotinha, ainda tinha partes que pertenciam a Nanami...

Depois que terminou chamou um táxi e ao chegar na galeria de arte moderna as 11:40 bem na hora em que se conheceram lá estava ele a esperando, usava jeans preto, uma blusa azul cobalto de mangas cumpridas e um casaco preto por cima, calçava um par de coturnos e os cabelos encaracolados estavam levemente bagunçados, aqueles olhos se encontraram com os dela e como um ima ambos foram se aproximando.

–Oi...- disse ela um tanto confusa.

–Você ainda não disse seu nome.- disse ele encarando-a.

–Nanami...- ela parou por um tempo e pareceu confusa... “Meu sobrenome....” Pensou ficando desesperada “Não lembro meu sobrenome!”.

–Nanami...- repetiu avaliando o nome. – Belo nome agora venha quero lhe mostrar um lugar e então poderemos conversar melhor.- disse estendendo o braço o qual Nanami enganchou o seu e ambos se dirigiram para um bar ali perto, era bem moderno, tocava música alta e parecia ser um bom lugar para dançar um pouco e se divertir.

Nanami hesitou um pouco ao entrar.

–Não se preocupe só vamos beber algo e conversar, pode não parecer mas esse lugar é ótimo.- sorriu tranquilizando-a.

–Tudo bem...- suspirou.

Entraram e tinha pessoas dançando, outras rindo e conversando nas mesas espalhadas pelo local, outras beijavam-se intensamente nos sofás e outras bebiam na bancada do barmen.

–Você bebe¿- perguntou ele.

–Nunca bebi...- disse um tanto hesitante em aceitar algo com álcool.

–Se não quiser beber nada tudo bem podemos ir para outro lugar.- disse Dhiren um tanto preocupado em estar pressionando-a.

–Sempre tem uma primeira vez certo¿- disse tomando coragem. Ele riu e pediu duas bebidas ambas eram azuis e vinham num copo redondo, fino e alto.

–Essa é a melhor bebida que existe.- disse ele olhando-a.

–É azul... Que bonitinha nem da vontade de beber.-disse Nanami olhando para a bebida azul.

Ele riu.

–Nanami. – Começou dizendo mais sério.

–Eu sei precisamos conversar...- disse melancólica.

–Não sei se sente o que eu sinto mas... Parece que temos um ima, algo que nos puxa um para próximo do outro... Acho que ambos já tivemos o coração machucado... E acho também que você pode ser algo do tipo... Uma “deusa do amor” ou algo parecido ou uma representação dela na terra... Andei pesquisando sobre o assunto e bem... Eu acho que seja isso... Mas não me importa... Por que eu tenho certeza que quando olho pra você quando estou com você que estou aqui, vivo, sinto que meu coração bate... Sinto que sou real.

Nanami ficou assustada por um tempo, nunca alguém disse palavras tão bonitas assim para ela, seu coração falhou algumas batidas, não importava se essa tal de deusa estivesse mudando sua aparência, ela ainda era a Nanami... Pelo menos mentia para si mesma dizendo que ainda era a Nanami que sempre foi... Apenas um pouco mudada afinal... As pessoas mudam ainda mais quando a razão é um coração machucado...

Quando ela estava com aquele rapaz dos olhos azuis cobalto ela sentia que estava tomando controle de si mesma... Sentia ser real...

–Então o que me diz de agente se encontrar um dia desses e ter um encontro de verdade¿- propôs ele.

–Acho que... Seria ótimo.- sorriu e pegou o copo.

–Um brinde.- propôs ela.

–Um brinde por sermos reais.- disse ele e então bateram os copos e viraram o líquido azul.


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Notas finais do capítulo

Isso aí ^^ Espero terem gostado, sabe essa ideia de "Um brinde por sermos reais" veio de uma conversa que tive uma vez com um amigo... E estávamos bebendo coca cola e então ele disse isso depois e eu fiquei muito tocada e sempre que eu bebo coca cola lembro disso... Bem comentei isso por que achei que seria legal saberem a origem do assunto >< Nada á ver mas okay ¬¬ Kissus até o próximo capítulo!