Acordei com suor escorrendo na testa. Tomei banho e fui até a mesa de café. Sentei-me sozinha, o que não me deixou muito animada.

– Bom dia, filha de Ícelus! – Nico sentou-se do meu lado, estava animado. – Vamos aprender a controlar seus poderes?

Ele estava menos pálido que o de costume. Sua pele ainda estava bem branca, e a expressão cansada, mas ele parecia feliz.

– Fiz um estudo sobre os poderes de filhos de Ícelus, sabia que pode ler a mente das pessoas por telepatia e ler suas memórias também?

– Eu, hã, não sabia.

– E também descobri o motivo de as pessoas manterem certa distância de você: sua aura é escura. Como a minha. Talvez por isso, naquele dia, você tenha me chamado atenção.

– Hum, então. Como começamos? – Nico deu um sorriso travesso e me puxou para o campo de treinamento mais afastado que tinha. Quiron estava lá, na sua forma de centauro, com uma campista do chalé de Afrodite, Annita. No fim do dia, consegui ver que Annita pensou na palavra “paixão” ou “paizão”. A primeira alternativa era a correta. Antes da hora do jantar, eu estava em meu quarto. Durante o dia filhos de Hefesto colocaram uma barra e espelhos na sala de meu chalé que era inutilizada. Agora, era minha nova sala de Ballet – o que soou estranho quando contei para Quiron. Coloquei o pequeno som no chão da sala e fui jantar. Havia esquecido do meu sonho da noite passada e, graças aos deuses, nessa noite não tive pesadelos.

NICO

Fiz o possível para dormir. Mas tinha certeza que teria pesadelos novamente. Li que filhos de Ícelus podem criar e espantar pesadelos. Talvez, se Jully estivesse aqui comigo, eu conseguiria dormir tranquilamente.

Sonhei com um castelo. Um castelo com detalhes vermelhos luxuosos. O castelo parecia me chamar. Era irresistível o desejo de entrar nele e ver o que tinha dentro, porém uma ponte precária levava até o castelo. Alguns gemidos ecoavam, pareciam vir de dentro do castelo.

Acordei com o sol nascendo. Hoje Hazel deveria chegar. Todos os campistas tomavam café quando Hazel chegou, bufando e suando, junto com Frank.

– O que aconteceu? – Percy se levantou, tomando contracorrente em sua mão.

– Nada de mais – Ela tentou respirar – Um monstro nos perseguiu por um tempo. Frank estava sem flechas. Tivemos que lutar. Oi, pessoal!

Ela e Frank cumprimentaram os campistas normalmente. Quiron nos convocou para a Casa Grande. Eu, Hazel, Frank, Annabeth, Percy e Jully. Jully estava assustada, parecia não entender o porquê de estar indo para lá com a gente.

– Bem, todos aqui sabem por que estão aqui? Todos sabem sobre o que o Oráculo previu? – A resposta foi o silêncio de todos que estavam ali – Bom quatro campistas deverão ir ao Oeste, não sabemos ao certo onde, mas o oráculo mencionou que ambos os acampamentos deveriam se unir. Dois filhos da Morte – Ele fez um gesto com a cabeça para mim e para Hazel – Um da destruição – Olhou para Frank – e o quarto, os pesadelos controlará – ele olhou para Jully– Sei que ainda não sabe controlar todos os seus poderes, mas Ícelus te reclamou, você pode controlar os pesadelos. É a única que conhecemos até agora. Nenhum campista, em nenhum dos acampamentos, tem os seus poderes. – Jully assentiu com a cabeça, seus olhos demonstravam inquietação. Como se a única coisa que ela quisesse fazer naquele momento era sair correndo dali. – Portanto, – Quiron continuou – a missão deve se iniciar, já que temos todos os membros aqui. Vocês partirão amanhã antes do nascer do sol. Annabeth elaborou um mapa que os levará até uma casa em Nebraska onde uma pessoa poderá os ajudar. Annabeth e Percy vão partir em uma missão para se encontrar com Grover, ele mandou uma mensagem de Íris hoje de manhã e as coisas não parecem estar saindo como o planejado para ela.

– Tudo bem, vamos pegar o necessário para a viagem. Hazel e Frank precisam descansar. Vou ajudar Jully com seus poderes. Nos vemos amanhã. – Disse puxando Jully pelo braço.