O Elmo Roubado escrita por Jota a


Capítulo 19
Éris, o desafio final.


Notas iniciais do capítulo

Essa é a parte que tem um pouco de ação. Eu não sou muito boa para escrever coisas do tipo, mas espero que tenha ficado boa. E espero que gostem (:



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NICO

Quando passamos pela porta nos deparamos com o terraço. O Sol estava se pondo. Éris parecia como Jully descrevera. Estava sentada em uma mesa acariciando o Elmo. Um cara esguio estava sentado ao seu lado, deveria ser Lete.

– Até que enfim. Nico di Angelo. Estava a sua espera. – A deusa sorriu mostrando os dentes perfeitamente brancos.

– Por que você roubou o Elmo? – apertei minha espada em minha mão.

– Para causar a discórdia. Dã! E, aliás, eu não roubei. Meus servos roubaram.

– Servos não, mamãe, filhos!

– Calado, Lete. Enfim... os deuses não estavam me dando atenção. Tive que inventar algum modo de faze-los olhar para mim novamente. E perceberem que eu estou dominando o mundo!

– Dominando o mundo? – Jully disse.

– Claro! A discórdia está em todos os lugares. Olhe à volta, querida. O mundo está um caos. Graças a mim, é claro.

– Se já conseguiu o que queria, poderia me devolver o Elmo? – a minha pergunta soou mais idiota do que eu pensava.

– Claro que não! Quero que um deus venha pessoalmente busca-lo. Vou captura-los e usa-los como isca. – ela gargalhou – eu sou brilhante! Lete, pegue-os.

– Sim, só espere eu me lembrar onde coloquei minha espada, mamãe.

Vi Jully pousar a mão sobre o anel e ficar invisível. Lete havia achado sua arma e se aproximava de mim.

– Ué, não tinha mais um aqui? Ah, esqueça. – Ele levantou a espada e gritou – Ai! Alguma coisa me beliscou. Ah, me lembrei, ela pode fazer isso. - ele bateu com a parte lateral da espada o ar até atingir alguma coisa. Meu coração gelou. Lete olhou para mim novamente. Fui caminhando para trás com a minha espada empunhada. Lete tentou me golpear no peito e eu dei dois passos para trás. Esse foi o meu maior erro.


JULLY

Quando me recuperei do golpe de Lete me levantei e coloquei a mão onde havia sido atingida. Não havia sangue, mas doía muito. Procurei por Nico e o vi se defendendo de um golpe de Lete. Ele deu um passo para trás e caiu em um buraco.

– NÃO! – eu gritei e Lete olhou em minha direção.

– Você ainda está aí, mocinha?!

Prendi a respiração e rezei para Hazel e Frank aparecerem logo. Frank poderia se transformar em um dragão e voar para ali facilmente.

Ao contrário disso, vi um camundongo branco subir pelas calças de Lete enquanto ele tampava o buraco em Nico caíra com uma tampa de bronze. Nesse momento perdi as esperanças. Nico estava preso em um calabouço há sabe-se lá de quantos metros de profundidade. Agachei-me e pedi para meu pai me ajudar. Um grito agudo me chamou atenção.

Lete tinha um tubarão preso à cintura. Sorri ao perceber que o tubarão era Frank. Éris levantou da mesa, soltou um palavrão e correu para ajudar o filho. Queria correr para salvar Nico. Ele não tinha sementes de Romã para ajudá-lo como da primeira vez em que ficara aprisionado. Mas eu não tinha forças suficientes para remover aquela tampa de bronze. Precisaria de Hazel com seus poderes e ela ainda não havia aparecido ali.

Corri em direção do Elmo. Assim que o toquei voltei a ficar visível. Éris olhou para mim e começou a correr em minha direção. Alguma coisa atingiu a deusa por trás. Era um pedaço de bronze do tamanho de uma tampa de bueiro e em cima do bronze estava Hazel segurando uma foice.

– Hey, Ju! Acho que vai precisar disso. Mais um presente do seu pai! – ela lançou a foice para mim e assim que ela entrou em contado com minha pele me senti mais poderosa. Lancei o Elmo para Hazel e avisei a ela sobre Nico. Ela disse que iria resgatá-lo.

A deusa estava se levantando. Pôs-se de pé e me olhou furiosa. Seus olhos seguiram até a foice. Ela tremeu.

– Ícelus! Eu te odeio! – disse e me atacou.

Eu tentava golpeá-la, mas ela era mais rápida e melhor lutando que eu. Eu não tinha chances.

Ela me acertou no braço e uma dor intensa tomou conta de meu corpo. Sangue pingava de onde a espada havia acertado. Pressionei o ferimento e pedi mais uma vez para meu pai me ajudar.

Vi Frank e Lete lutando. Hazel suando tentando levantar a tampa de bronze. E Éris me golpeou na perna. Caí sentindo uma dor percorrer toda minha perna. Olhei para ela e não havia sangue. Mas minha perna estava dobrada em uma posição anormal. Reprimi um grito de dor. “Por favor, pai. Só dessa vez”.

Pelo menos eu estava distraindo Éris. Talvez essa fosse minha função nessa missão. Talvez eu devesse me sacrificar para salvar meus amigos – aqueles que eu amava.

A dor havia tomado conta de mim. Eu não conseguir me pôr de pé nem movimentar minha perna. Meu braço estava ficando dormente.

A deusa se aproximou de mim e ergueu sua espada.

– Adeus, filha dos pesadelos!


JULLY


Uma luz preta e vermelha surgiu no céu. O cara que havia me dado o anel no aeroporto pulou dele e bateu no chão.

– Olá de novo, filhinha! E aí, Éris! – Ele levantou a mão em um “toca aqui”, mas a deus o ignorou. – Grossa! Filha precisa de ajuda para mandar essa deusa malvada para o Tártaro?

– Ícelus, saia daqui! – Éris gritou.

– Fica caladinha, querida. – ele ergueu a mão para a deus em sinal de “pare” -Filha me empresta sua lança?

Em um simples golpe, Ícelus acertou Éris que gritou até se dissolver em pó. Antes de se dissolver completamente ela disse:

– A discórdia nunca vai acabar! Ela faz parte do ser humano!

Meu pai olhou para mim, estalou ou dedos novamente e se desfez, sorrindo.

Sangue ainda jorrava de meu braço e minha perna doía absurdamente.

Vi Hazel remover a tampa que prendia Nico. Lete pular do quinto andar para o chão. Frank se transformar em uma águia e tirar Nico de dentro do buraco.

Nico foi colocado no chão e ele caiu do joelho. Tossiu algumas vezes e eu pude ver que a barra de sua calça e seu sapato estavam molhados.

Pontinhos pretos começaram a aparecer em minha vista. Vi Nico correr até mim, mas tudo ficou preto antes que ele chegasse.


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Notas finais do capítulo

Mereço comentários? :D