O Elmo Roubado escrita por Jota a


Capítulo 11
O Deus do pecado ouve Justin Timberlake


Notas iniciais do capítulo

As descrições que eu coloquei são fruto de minha imaginação. Não seguem exatamente a mitologia e tal



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NICO

Em poucas horas estávamos andando em Vegas.

– Olhem! – Frank chamou a atenção de todos no carro – o Cassino Lótus.

Fiz uma careta, depois de passar tanto tempo nesse cassino, a última coisa que eu queria no mundo era entrar nele de novo. Hazel pareceu entender minha careta. Seguimos até uma parte afastada de Vegas. Até que nos deparamos com um castelo, idêntico ao dos meus sonhos: vermelho e preto, uma ponte de madeira e cordas que passava por cima de um precipício.

– É serio que essa coisa esteve aqui desde sempre e ninguém nunca reparou que tem um precipício aqui? E um castelo? – Jully perguntou debochando.

– É, é o poder da nevoa – Frank disse como se contasse uma história de terror a uma criancinha de quatro anos engrossando a voz e balançando os dedos. Hazel lhe deu uma cotovelada nas costelas.

– Bem, acho que esse é o castelo de Eros.

– Hã, Eros não é o cupido? – Jully questionou.

– É, para os romanos ele é o cupido. Para os gregos ele é Eros, deus do amor erótico e do desejo. – Respondi tentando não ficar vermelho de novo.

– Oh, entendi porque ele fica em Las Vegas.

Hazel assentiu com a cabeça e então se dirigiu até a ponte e começou a andar por ela – que balançava muito. Frank a seguiu, dei espaço para Jully passar, mas ela parecia relutante.

– O que foi?

– Hã, bem, altura. Quedas. Altura. Não curto muito isso. – dei uma risada fraca e peguei sua mão.

– Vamos lá, você consegue.

Ela realmente apertou minha mão. E eu não esperava que ela tivesse tanta força assim. Quando finalmente chegamos ao outro lado, Jully estava branca como o leite e respirava com dificuldade. Passei um abraço por seu ombro e disse ao pé de seu ouvido.

– Você foi muito bem! – e lhe depositei um beijo próximo às têmporas. Ela corou o que me garantiu que seu sangue ainda circulava.

Aproximamos-nos da porta.

– Sem monstros nem porteiros-monstro? – Frank questionou. De fato, estava fácil de mais.

Hazel se aproximou da campainha e deu um grito

– Eu não vou apertar isso! – Ele abanou as mãos pelo rosto, como sempre fazia quando estava nervosa.

– O que... Ah, nossa, isso é bem – Frank limpou a garganta – instigante?

A campainha era do formato de um órgão íntimo masculino.

– Eros é... gay? – Frank perguntou e eu fiz força para não rir.

– Hã, ou ele só recebe mulheres aqui. – Disse Hazel ainda se abanando e tentava não olhar para a campainha.

– Bem, alguém tem que apertar isso ai, né? – Jully ainda tremia em meu braço. Não queria solta-la. – Frank, pegue alguma coisa e cutuque isso ai! – Tentei não rir, mas a ideia de ver Frank cutucando aquilo era hilária. Soltei uma gargalhada e Frank e Hazel me olharam feio. – Desculpe.

Frank pegou em sua mochila uma espécie de pé de cabra, só que mais envergado. Me perguntei por que ele levava aquela coisa na mochila. Ele pressionou a campainha para baixo e para cima fazendo soar um “OHHH” vindo de dentro da casa.

– Eu não vou entrar ai! – Hazel se abanava com mais força. – Na minha época... ah, nada era assim! Que pouca vergonha!

Olhei para Frank e ele estava vermelho feito um tomate.

– Eu fico aqui com Hazel. – Ele disse, em um tom corajoso de mais para quem estava fugindo do problema. Eu ri e me virei para Jully, que estava parando de tremer.

– Você quer ficar aqui com eles ou quer entrar?

– Eu, hã, quero ir embora daqui o mais rápido possível. Mas, eu vou com você, pra não ter que ir sozinho, eu te devo uma.


O castelo era pura orgia. Jully apertava a cabeça em meu peito a cada casal que víamos. Eu não posso negar que estava gostando de ter Jully perto de mim, mas era incomodo ver aquelas pessoas fazendo uma coisa que é tão íntima, tão abertamente.


– Oh, olá! O casal quer uma cama? Temos as melhores camas do mercado. Ah, e os melhores brinquedos também. Se preferirem, temos quartos com visão da cidade. – Uma mulher semi-nua apareceu, sabe-se lá de onde.

– Hã, na verdade, queremos ver Eros.

– Hum, Eros não está apto para fazer esse tipo de trabalho hoje. Hoje é seu dia de folga.

– Nós.. nós não queremos trabalhar com Eros. – Jully disse corando. Era tão fofo quando ela corava e tentava esconder o rosto com as mãos.

– Hum, vocês tem que marcar horário. Mas, eu posso ver se ele atende vocês.

– Por favor, vá rápido. Esses gemidos... eu quero ir embora! – Jully disse tampando os ouvidos e se escondendo embaixo dos meus braços. A mulher deu um sorrisinho e subiu as escadas.

Jully continuava imóvel em meus braços. A abracei e apertei. Apoiei minha cabeça na curva de seu pescoço, sentindo seu cheiro. Aquele lugar estava fazendo isso comigo, é claro. Tudo naquele lugar instigava ao pecado.

– Eros vai receber o casal. Por favor, me acompanhem.

– Nós não somos um... – Antes que Jully terminasse sua frase, a mulher subiu e nós tivemos que a acompanhar, correndo.

A sala de Eros não era diferente das demais que vimos durante a subida na escada. Vermelho sangue cobria toda a extensão da sala. Quadros de mulheres e homens nus enfeitavam as paredes, juntamente com esculturas de ouro, prata e bronze.

Uma musica tocava pelos sons espalhados pela imensa sala. Acho que era Justin Timberlake.


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