O Estranho Mundo De Nami escrita por Estressada Além da Conta


Capítulo 4
Lembranças


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! o/



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Lembranças

- Ei, você está com fome? – Um garoto de cabelo negro, olhos também negros, um sorriso enorme e uma cicatriz debaixo de um dos olhos, indagou para a menina de cabelo curto e laranja que estava encolhida perto de uma árvore.

- Q... Quem é você? – Nami questionou de volta, mas sua barriga roncou, fazendo-a responder – Sim, estou com fome. Não como nada faz três dias.

- TRÊS DIAS? – O menino exclamou, exaltado – E como você ainda está de pé?

- Não sei, apenas estou. – Mais um ronco.

- Venha, vou pegar uma fruta para você! – Ele puxou a mão dela, a fazendo levantar, e correu até uma árvore.

- Essa árvore é enorme! – A ruivinha exclamou – Você vai subir?

- Vou! Você está com fome e maçãs são gostosas.

- Não precisa fazer isso por mim... – Ela começou a dizer, porém o gesto do menino de erguer a mão e acariciar lhe a face fez com que a pequena se calasse.

- Não posso te deixar com fome. – Fez mais um afago na bochecha dela, se voltou para a árvore e começou a subir. Algum tempo depois, ele jogou uma fruta vermelha para ela.

- Obrigada. – Nami agradeceu e começou a comer – Eu me chamo Nami. Qual é seu nome?

- Eu sou Lu...

- NAMI! O CAFÉ ESTÁ PRONTO? – Nanami berrou.

- Sim, Nanami. – Nami respondeu e levou o bulhe cheio de café até a "irmã". Ela não sabia por que estava se lembrando do que acontecera dez anos atrás. "Eu nunca me lembro do nome do menino...", pensou.

"Talvez você devesse parar de tentar se recordar e recordar.", aquela voz comentou de novo.

"O quê? Agora vai ficar me perseguindo? Não posso falar com você.", Nami respondeu em seus pensamentos.

"Você já está falando comigo. Ou melhor, pensando.", a outra rebateu.

"Quem é você? Por que pode ler meus pensamentos? Ou melhor, o que é você?"

"Uma amiga antiga."

"Oh, por favor! Não vai doer me dizer isso, okay?"

"Você ainda não está pronta. Ainda não acordou como princesa de Fabulus."

"Eu não sou uma princesa. Sou a Nami. Só Nami."

Aquelas vozes já estavam irritando a ruiva. Não sabia o que ou quem eram e porque diabos falavam com ela. E não saber das coisas a deixava irritada. Muito irritada.

- Nami, Nanami e eu vamos ir para a cidade. – Silver informou – Aqui está sua lista de afazeres. – Entregou-lhe uma lista enorme – Vamos, princesa? – Questionou Nanami, que terminava de tomar café.

- Claro, papai. – De propósito, a Kamakiri derrubou a xícara de café, que ainda continha algum líquido, na mesa, sujando a toalha branca – Opa, sinto muito, Nami. Eu me distraí.

- Sem problemas, Nanami. – A outra respondeu. "Vá para o inferno, Nanami, e leve esse projeto de ser inacabado com você!", mas, ao que parece, a sua mente discordava das atitudes de seu corpo – Divirtam-se.

- Pode apostar que vamos. – Kamakiri comentou com maldade, levantou-se, saiu da cozinha e foi para o quarto – Vou pegar minha bolsa, papai.

- Sim, vou ligar o carro. – Ele disse e murmurou para Nami – Tente não quebrar nada. – Saiu do cômodo.

"Vamos, seus dois idiotas! Saiam logo!", Nami exclamou em pensamento, ouvindo a porta da frente sendo trancada e o carro dando partida. Finalmente, sua "família" saiu e só voltaria daqui a umas quatro ou cinco horas.

- E os anjos cantam: ALELUIA! – Ela exclama assim que se vê livre daqueles dois – Agora vamos ver... – Pegou a lista e começou a ler – Antes de tudo, preciso lavar essa toalha de mesa. Depois vou lavar a louça, varrer a casa, tirar o pó... Enfim, arrumar tudo.

"E por que você vai fazer isso?"

- Bem, infelizmente eu estou à mercê deles. Uma vez, fiquei quase uma semana sem almoço.

"Vai simplesmente abaixar a cabeça e obedecer?"

- E eu lá tenho cara de escrava? Sabe que Nanami é alérgica ao sabão em pó? E o sabão em pedra sumiu misteriosamente. – Sorriu de modo travesso – Não posso me vingar de verdade, mas isso não me impede de fazer alguma peripécia.

"Tem razão."

- Bem, vamos lavar isso! – Tirou a toalha da mesa e foi lavá-la, não percebendo a gata negra que observava tudo da janela.

"Precisarei fazer... Aquilo. Espero que ela se lembre de tudo logo.", Robin comentou em seus pensamentos, e umas mãos apareceram na pia cheia de louça suja, "Se não pode com eles, tire-os do caminho, deixe-os de lado ou simplesmente ignore-os. Como as duas últimas opções estão indisponíveis...", os braços começaram a trabalhar.

O0o0o0o Algum tempo depois o0o0o0O

- Agora, vamos ver a louça... MAS O QUE DIABOS...? – Nami praticamente berrou ao ver que não havia nem mesmo rastro de louça suja na pia. Na verdade, a cozinha estava tão limpa que até um cego enxergaria o brilho.

"Eu resolvi ajudar."

- V... Você está aonde? – A ruiva caiu sentada no chão, sem acreditar.

"Bem do seu lado. Siga meu dedo.", e uma mão morena brotou do chão e apontou para o lado.

- U... Uma mão saiu do chão!

"Se isso te impressionou, então vou ter muito trabalho pela frente.", a menina virou a cabeça de modo vacilante, apenas para encontrar o grande gato negro de olhos azuis.

- R... Robin? M... Mas como? O que é você?

"Não se exalte tanto, ou vai desmaiar. Eu já te disse, sou uma velha amiga. As outras perguntas eu respondo depois, no tempo certo. Agora, vamos até o jardim."

- M... Mas... Eu...

"Não se preocupe, seu trabalho será feito, mas não por você.", a gata se levantou e começou a andar até o quarto da ruiva, "Você vem?".

O0o0o0o Alguns minutos depois, no Jardim o0o0o0O

- Então... Você não é um gato. É uma humana, assim como eu. – Nami disse – Eu sou a princesa perdida de Fabulus, e aquelas vozes em minha cabeça são os outros habitantes de lá? O que é Fabulus? Por que eu?

"Tudo ao seu tempo. Primeiro você precisa acordar, princesa Nami."

- Okay, você já falou isso. – Bufou – Robin, isso é um narciso?

"É. Por quê?"

Nami ficou calada, apenas relembrando.

- Ei, por que está chorando? – Um menino de cabelo negro, olhos cinza e pele morena questionou para a menininha de cabelo laranja.

- Meu padrasto me bateu... – Ela começou a chorar novamente.

- E sua mãe?

- Não tenho.

-... Não chore. – Ele pediu e estendeu uma flor branca – Tome, é um narciso. A lenda diz que ele é assim por causa do herói que morreu se olhando na margem do rio, mas eu acredito que ele só abaixou a cabeça porque não pôde vencer a sua beleza com a dele e se envergonhou.

- Obrigada. – Ela agradeceu, limpou as lágrimas e sorriu – Sou a Nami. E você?

- Prazer, Nami-ya. Eu sou La...

- Por que eu não me lembro?


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Notas finais do capítulo

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