Absence escrita por Thalita Moraes


Capítulo 46
Flashback 08


Notas iniciais do capítulo

Quem sentiu falta do Gajeel levanta a mão o/ Ele voltou para aplacar o choro da Lucy!


Boas notícias (tanto pra mim quanto para vcs): Minha net voltou !! Aleluia!!



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Então passou-se duas semanas.

E Lucy ainda estava lá.

E Lucy não tinha pressa de voltar. Ou melhor dizendo, ela não queria voltar.

O motivo já ficou claro desde o começo. Um certo rapaz de cabelos rosa que ela não se dava ao luxo de citar o nome. Ela acreditava que, se não o visse por um tempo, se não pensasse nele por algum tempo, talvez o sentimento que ela tinha por ele sumiria. Se ela se ocupar com qualquer outra coisa, forçar sua mente a focar noutra coisa, Lucy não pensaria nele. E assim, ficaria livre da tortura de vê-lo com outra, quebrando seu coração a cada vez.

E, de certa forma, Yoshiaki a ajudava nisso.

Sim, ela continuou a vê-lo.

Quase todos os dias, quase na mesma hora. De tanto visitá-lo naqueles mesmos bosques, Lucy acabou se acostumando com a paisagem. Ela aprendeu o caminho, memorizou os troncos retorcidos e galhos caídos. Tudo isso, para chegar naquele mesmo lugarzinho onde ele estava sempre sentado nas folhas mortas, esperando por ela.

Eles não só conversavam. Em alguns momentos, quando se puxava o assunto, Yoshiaki ensinava um ou dois truques para Lucy. Tudo de acordo com o que ele aprendeu de um certo livro de magia. Às vezes, quando ele explicava alguma magia, parecia até que ele estava recitando o livro que ele sabia de cor.

E então, quando se passou exatos quatorze dias desde o momento em que Lucy saíra da Fairy Tail, o trem chegou.

Numa promessa falsa de nunca mais pisar num trem novamente, Gajeel saiu cambaleando até conseguir sentar num banco. Parou e respirou o ar puro enquanto sentia sua tontura esvanecer ao expirar.

Então, se voltou ao leste e começou a caminhada de sete minutos que teria de fazer para chegar à vila onde Lucy faria sua missão.

— Lucy. — Spetto-san a chamou enquanto esta voltava da floresta, onde desaparecia todos os dias. Mas Spetto-san nunca dizia nada. Nunca falava nada. — Eu vou preparar a janta. Você pode estender as roupas para mim?

— Claro.

E foi essa a cena que Gajeel se deparou quando chegava à vila. No momento em que viu um monte de casinhas, caminhara um pouco mais depressa. Mas quando viu uma loira num quintal, Gajeel começara a correr.

Ele esperava encontrar Lucy sofrendo com alguma coisa, machucada, ferida, suada. Mas não. Ele se deparara com ela estendendo roupa.

Se você perguntasse, Gajeel não saberia responder porque ficou tão aliviado quando viu aquela loira estendendo a roupa no varal.

— O que está fazendo? — Ele disse, sua voz ressoando no silêncio de tal forma que pareceu um trovão. Lucy se assustou e quase derrubou a peça em suas mãos.

Lucy gaguejou. Por um segundo, um nervosismo tomou conta de si, ela não tinha pensado nessa conversa, ela não sabia o que ia responder. Como ela se explicaria, ficando duas semanas fora de casa, sem mandar nenhuma notícia? É claro que ficariam preocupados. Tão preocupados que mandaram Gajeel buscá-la.

Houve uma pontinha de decepção quando ela não viu que não era Natsu.

— Lavando a roupa. — Lucy disse, gaguejando um pouco. Ela ainda segurava a mesma blusa vermelha que quase derrubara mais cedo.

Eles se encararam por um tempo. Gajeel aliviado por tê-la encontrado viva, Lucy decepcionada por não ser Natsu.

— Porque você está aqui, Gajeel? — Lucy disse, irrompendo o silêncio embaraçoso que houve entre eles.

— Eu vim te buscar. — Gajeel disse, colocando uma mão na cintura.

Lucy então sorri, desajeitada.

— Desculpa. Eu acabei preocupando vocês, não é? — Ela pendurou a camisa vermelha na frente de seu rosto, não querendo transparecer a tristeza de seus olhos para ele. Porém, sua voz denunciou mais que seus olhos. — Eu vou esperar minha roupa secar e já vou.

Gajeel sabia da história.

Sabia o porquê da tristeza em sua voz. Sabia porque ela estava escondida atrás da camisa vermelha, numa vila perdida no meio do nada. Por isso, suspirou antes de dizer:

— Talvez você não precise voltar agora. — Lucy o olhou, confusa. — Deixe-os se preocupar. Eles podem não ter percebido ainda, mas quando perceberem… Aí eles virão te buscar. Vamos ver quanto tempo vai demorar para eles perceberem que você sumiu.

Gajeel disse aquilo usando pronomes vagos, mas Lucy sabia que ele estava falando de Natsu. Então Natsu ainda não tinha percebido... Ela não se importava muito com os outros e sim com Natsu. Aquele que a ignorara o tempo todo, aquele que a substituíra.

— Obrigada, Gajeel. — Lucy disse, num sorriso genuíno. Gajeel corara um pouquinho, virando seu rosto.

— E-Eu não estou fazendo isso por você... — Gajeel gaguejara. — Eu só quero ver a cara do Natsu quando ele me ver aqui com você.

— Já é o suficiente.

Gajeel corara mais ainda e, dessa vez, virara seu rosto para Lucy. Ela sorria docemente para ele. Antes que pudessem dizer mais alguma coisa, Spetto-san apareceu na porta.

— Lucy, a janta... — Ela se interrompeu quando percebeu a presença de Gajeel ao lado de Lucy. — A janta está pronta. Chame seu amigo para vir comer também.

Então a porta se fechou. Lucy ficou um pouco embaraçada. Não sabia direito se podia chamar Gajeel Redfox de seu amigo.

— Vamos entrar?


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Notas finais do capítulo

Então, amanhã, dia 1, começa o NaNoWriMo e estou super animada. Para quem não conhece, é National Novel Writing Month, um mês onde milhares de escritores pelo mundo se reúnem para tentar escrever 50.000 palavras num mês, o tamanho de um livro.

Bom, não trago nada de novo com essa notícia, vou continuar postando diariamente em intervalos de quatro em quatro dias. Só queria contar isso para vocês :)