Contos Inacabados escrita por Ghefrentte


Capítulo 4
Capítulo 4 - LaddoWare


Notas iniciais do capítulo

O capítulo é um relato de um ex-funcionário da LaddoWare, empresa de GHE 9000, versão alternativa-futurística de Ghe.



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Fita de Texto redigida à partir de uma gravação de entrevista com um ex-funcionário da LaddoWare.

- Sente-se. – Diz o entrevistador.

- Obrigado. – Respondeu o entrevistado.

- Dr. John Smith entrevistando o paciente 642.

- Peço para não ser identificado, por favor.

- Tudo bem.

- Obrigado.

- O paciente 642 foi um dos funcionários que trabalhava na nave das Corporações LaddoWare, cuja a nave-mestre foi auto-destruída na última quinta-feira, levando junto GHE 9000, antigo Ghe Laddo, o criador da empresa, e grande parte dos funcionários.

- Você está gravando isso?

- Sim, para uso posterior com outros depoimentos sobre à LaddoWare.

- Oh. Aí, tudo bem.

- Posso lhe fazer umas perguntas?

- Claro.

- Certo. Como e quando você entrou para a LaddoWare?

- Após a 3ª Grande Guerra do Club Penguin, perdi tudo. Meu iglu, família, amigos... foi aí que conheci o Ghe. Sabe, ele me acolheu naquela taverna dele. Nunca entendi por que ela parecia maior por dentro e tinha um andar subterrâneo, mas naquele andar subterrâneo, ele mantinha um laboratório. “Esse é o futuro, cara!”, dizia ele. “Vamos reavivar a economia dessa Ilha.”, dizia ele. Topei ser sócio dele, e depois disso as coisas foram acontecendo de forma bem rápida. Ele arranjou outros sócios, que investiram dinheiro na ideia, e logo, a LaddoWare era o maior laboratório de desenvolvimento e pesquisas científicas do Club Penguin pós-guerra. Graças à nós, o Gary e sua EPF foram à falência, pois ninguém mais usava a tecnologia deles. Tinhamos um grande edifício que ficava no lugar do velho Farol. Aquela belezura tinha 16 andares. Foram os anos mais felizes da minha vida.

- Quando foi que tudo começou à dar errado?

- Ghe e eu estávamos começando à ficarmos velhos, sabe... sequer nascemos nesse século! Digo, pelo menos eu. Eu não sei muito sobre o passado do Ghe. Acho que, pensando bem, ninguém sabe. A tecnologia da LaddoWare estava começando à ficar muito avançada. Ghe sugeriu para fazermos implantes mecânicos em nossos sistemas cardio-vasculares, para prolongar nossas vidas. Eu, ingênuo, aceitei. Estávamos brincando com a vida, Dr. Depois de algumas décadas, fomos ganhando cada vez mais dinheiro, e o Programa Espacial do Club Penguin estava ali. Ghe, ambicioso como ele só, decidiu lançar a LaddoWare para o espaço. E não deu outra: Construímos uma nave do tamanho de uma cidade, e saímos do planeta.

- Até aí, tudo parece muito bom, não?

- Na teoria? Sim. Mas é agora que chega a parte ruim...

- Antes de tudo... aceita mais café?

- Oh, sim. Isso seria muito bom.

- Aqui está.

- Obrigado.

- Continue, por favor.

- Ahh... sim. Sabe, a base de operações da LaddoWare passou à ser na nave, que foi batizada de LaddoWare Enterprises, e tudo era produzido lá e enviado por teletransporte para o planeta.

- Teletransporte, você disse?

- Sim. Método de viagem revolucionário, inventado pelo Ghe.

- Sim, sim... inventado por ele. Sei. Continue.

- Depois de algum tempo, me aposentei da parte de produção e passei à ser o contador da empresa. Quem me passou de cargo foi o próprio Ghe. Ele viu que eu estava velho, que eu não tinha mais pique pra esse tipo de coisa... Ele colocou um pinguim mais novo no meu lugar. Um jovem, um tal de Azul. Oh, eles eram inseparáveis. Andavam juntos de cabo à rabo da nave, inspecionando tudo minuciosamente. Depois de alguns anos, Ghe foi cansando-se de andar, e decidiu implantar uma prótese robótica em seu olho, para que ele pudesse ter acesso à todas as câmeras da nave.

- Como a nave era controlada?

- Ghe sempre foi muito apegado àquela nave. Ele controlava-a diretamente por um programa que o próprio instalou em seu cérebro, ou seja, enquanto ele estivesse vivo, a nave estaria funcionando.

- E nós sabemos o que aconteceu com ele e a nave.

- Sim. Sabe, depois daquele processo de instalar os comandos da nave em seu cérebro, ele mudou muito.  Abandonou o nome de Ghe Laddo. Agora, ele era GHE 9000.

- Interessante. E ele tinha algum hobby, ou coisa do tipo?

- Seu hobby era inspecionar a produção. Exigia cada vez mais dos trabalhadores. “Esforce-se mais, produza mais, tenha um ritmo mais rápido, não procrastine nos segundos iniciais após o fim do intervalo”. Fora isso, ele gostava de um jogo de xadrez. Convidava todo mundo para jogar com ele, acho que ninguém nunca ganhou dele.

- Excerto ele mesmo.

 - É, isso é complicado... enfim, ele também conversava bastante com aquele Azul. Mas, tirando isso, ele não fazia mais muita coisa em seus dias finais. Inclusive, ficava bastante trancado em seu próprio quarto. Raramente era visto pessoalmente vagando pela nave, mas estava sempre presente pelas câmeras. Isso até ELES chegarem. Aí, ele fez questão de aparecer pessoalmente...

- Entendo. Obrigado, paciente 642.


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