POV DIANA

Eu ainda não conseguia acreditar no que minha mãe tinha acabado de falar. Como eu tinha perdido meus poderes? Por que isso aconteceu? Tanta coisa se passava pela minha cabeça, que eu nem percebi quando Bruce me sentou em uma cadeira e ficou em pé do meu lado, segurando minha mão.

– Conte o que você sabe Hipólita. – disse Bruce indo direto ao assunto.

– Vou contar. Mas pensei que Diana já soubesse, afinal já disse o que isso iria acontecer com ela, quando ela ia se casar com Steve. – respondeu minha mãe.

Bruce me olha, esperando que eu fale alguma coisa. Mas eu não falo, olho para ele e depois para minha mãe.

– Eu não sabia de nada. – digo.

– Diana, a gente já teve essa conversa. Eu disse que quando uma amazona se uni a um mortal, ela perde os poderes. – disse ela calmamente.

E agora eu me lembro. Minha mãe tinha me contado uma vez, que se eu me unisse a um mortal, - que naquela época era o Steve - eu iria perder os meus poderes. Mas eu pensei que eu só perderia quando eu me casasse com ele. Mas como eu não casei, não entendo ainda como eu perdi meus poderes.

– Mas... Como eu perdi? Não entendo. – digo.

– Acho que você entende sim. – diz minha mãe. – O único mortal que você se uniu foi o Bruce.

Fico com vergonha.

Agora eu tinha entendido o que ela queria dizer. Como eu não pensei nisso antes? Que ingênua eu sou.

– Então quando uma amazona se envolve fisicamente com um mortal, ela perde os poderes? – pergunta Bruce ao meu lado.

– Sim. – responde minha mãe.

– E isso já aconteceu alguma vez? – pergunta ele de novo.

– Já... – responde ela fazendo um olhar triste.

– Com quem? – pergunto curiosa.

– Com sua tia. – diz ela.

– Tia? – pergunto surpresa.

Mamãe nunca tinha me contado que eu tinha uma tia.

– Te contarei tudo criança, eu sei que você quer saber. – diz ela dando um sorriso.

Bruce aperta minha mão para me confortar e eu fico grata por ele estar do meu lado.

– A muito tempo, antes mesmo de você nascer, sua tia Antíope e eu erámos muito próximas. Mas com o passar do tempo, ela ficou estranha e eu fui lhe perguntar o que estava acontecendo e ela disse que estava “ doente de amor “. Perguntei por que ela dizia isso e ela me disse que se encontrava com um homem escondida de mim. Ela levava ele escondido para Themyscira e eles flertavam um com o outro. Dei uma bronca nela e disse para ela se afastar do rapaz, afinal, amazonas não podiam manter nenhum contato com eles e nem sentir algo por eles. Homens eram proibidos para nós. Mas Antíope não me escutava, sempre dava um jeito de se encontrar com ele, até que um dia, ela e ele se envolveram fisicamente e isso resultou a perda da imortalidade dela.

– Como vocês descobriram que ela virou mortal? – pergunto.

– Ela dormiu durante um tempo, não acordava de jeito nenhum e quando acordou começou a se sentir diferente, mais fraca, menos disposta. Se cansava rápido demais, ela já não possuía mais a resistência das amazonas. E logo depois, recebemos uma pequena visita de Hera e ela nos contou o que tinha acontecido e Antíope, foi banida de Themyscira.

– Banida?! – pergunto chocada.

– Sim. Ela não era mais uma amazona, foi banida. – respondeu mamãe um pouco triste.

– E ela ficou com o rapaz? – pergunto querendo saber se ela tinha tido ao menos um final feliz.

– Sim. Ela se casou com ele, mas infelizmente não pode ter filhos. – respondeu.

– Por quê? – perguntei.

– Porque ela morreu, depois de uns anos. Pegou uma doença terrível e se foi. – disse.

– Nossa, sinto muito. – digo me levantando e indo abraçar ela.

Ficamos abraçadas por um tempo e minha mãe começa a falar.

– Diana, você sabe que não poderá mais voltar para casa e que agora você irá viver como os humanos. – diz ela.

– Eu sei...

– Eu descobri isso hoje de manhã, Hera que veio até mim e me contou.

– Sinto muito mamãe.

– Não precisa se desculpar. O que importa é que você vai ser feliz agora.

Sorrio para ela e olho para Bruce que me dá um sorriso.

Eu iria viver do lado dele e iria morrer como ele. Não passaria o resto da minha vida, observando ele envelhecer, enquanto eu não mudaria nada. Agora eu envelheceria junto com ele e isso me deixava feliz.

POV BRUCE

Diana agora era uma mortal e uma exilada. Nosso amor teve um custo para ela e não sei o que ela pensa sobre isso. Será que ela tinha se arrependido e querer seus poderes de volta? Tomara que não.

– Vou deixar vocês sozinhos, acho que vocês precisam conversar. – diz Hipólita nos deixando.

Diana se aproxima de minha e descansa suas mãos envoltas do meu pescoço. Boto minha mãos em sua cintura e a puxo para mais perto de mim.

– Me diga o que está pensando. – pergunta ela.

– Estou pensando em tudo o que sua mãe acabou de falar. – digo.

– E... – faz sinal para que eu continue a falar.

– E quero saber se você se arrependeu. – digo por fim.

Diana me olha confusa e depois entende o que eu quis dizer.

– Bruce, eu não me arrependo de nada. Perdi meus poderes, mas isso não me importa tanto, do que passar a minha vida do seu lado e envelhecer junto com você. – diz ela.

Como eu amo essa mulher.

– Eu te amo demais. – falo par ela que sorri.

Beijo ela delicadamente e logo depois começamos a nos beijar mais intensamente. Quero ela só para mim, sem que ninguém nos interrompa. Mas está meio difícil, afinal alguém bate na porta e nos interrompe.

Diana sorri e vai até a porta e eu fecho a cara. Detesto que me interrompam, principalmente quando eu estou com ela.

Quando ela abre a porta, Clark está lá do lado de fora, com uma cara estranha.

– O que houve? – pergunta Diana.

– É a Shayera. – responde nervoso.

– O que te ela? – pergunta Diana nervosa.

– Ela vai ter o bebe! – grita ele.

Diana sai correndo pelo corredor e eu vou atrás dela, seguido por Clark que corre um pouco mais devagar. Chego no salão e todos estão ao redor de Shayera, que grita coisas que eu não consigo entender.

– Shayera! – diz Diana indo se se ajoelhar ao lado dela.

– Diana... Como é bom ver você. – fala Shayera.

– Fica calma, que vai dar tudo certo. – diz Diana tentando acalmar ela.

– Precisamos de alguém que saiba fazer um parto. – diz John ao lado de Shayera.

Nunca vi ele desse jeito, ele parece estar com medo.

– Tire essas pessoas daqui. – digo autoritário.

– É pra já. – diz Wally.

Wally, Clark e J’onn começam a esvaziar o salão e eu saio em busca de materiais para fazer o parto. Pego uma toalha na dispensa, vou até a cozinha e esterilizo uma tesoura e encho uma bacia com água morna. Acho que isso vai servir. Volto o mais rápido que eu posso e Shayera continua gritando.

Me ajoelho e abro as pernas dela. Preciso me concentrar para não fazer nada de errado.

– Você sabe fazer isso Bruce? – pergunta Diana.

– Não deve ser difícil. – respondo.

– Respira Shayera e faz força. – digo para ela que obedece.

– Vai sair um ovo ou um bebê? – pergunta Wally do meu lado.

De onde ele tirava essa ideia?! Mas não pude deixar de querer rir.

– Para de rir Bruce! – advertiu Diana.

– Desculpe. – me concentro de novo e peço para que Shayera faça força.

E se nascesse um ovo e ela tivesse que chocá-lo? Não queria nem pensar nisso. Espero que sai um bebê dai de dentro.

– Mais força! – digo.

– Não consigo mais. – diz ela gritando.

– Consegue. – digo a ela.

– Vamos amor, você consegue. É fácil, só empurrar. – diz John para ela.

– FÁCIL?! VOU TE MOSTRAR O QUE É FÁCIL! CALA A BOCA JOHN! – gritou ela para ele, que ficou com cara de idiota.

Me seguro para não rir e peço que ela faça mais força.

– Estou conseguindo ver a cabeça. Vamos, mais força Shayera. – digo a ela.

Ela grita, fala palavras estranhas, mas minutos depois, nasce Rex. Um lindo bebezinho moreno de asas cinza. Uma mistura dos pais. Enrolo ele na toalha e entrego para Shayera que começa a chorar. John fica todo bobo e faz carinho no bebê.

– Ele é tão lindo. – diz Shayera emocionada.

– Muito lindo. –diz Diana.

– Lindo igual a mãe. – diz John.

Shayera sorri e o beija.

– Bom trabalho Shayera. – digo para ela que sorri.

– Obrigada Bruce. – responde.

Me levanto e vou até a cozinha me lavar, estou todo sujo de sangue.

Enquanto lavo minhas mãos, sinto alguém se aproximar. Olho para o lado e é Diana. Ela sorri para mim e me dá um beijo na bochecha.

– Não sabia que você fazia partos. – diz ela.

– Nem eu. – digo a ela.

Seco minhas mãos e puxo Diana para perto de mim, gosto de sentir seu corpo contra o meu. Ela me da um beijo na boca e depois fala:

– Acho que quero um bebê. – diz ela me deixando tonto.

Um filho? Ela queria um filho?

– Agora? – pergunto.

– Agora não, mas a gente podia tentar fazer alguns por enquanto... – diz ela maliciosamente.

– Gostei da ideia. – sorrio para ela, que me beija.

– Eu te amo Bruce Wayne. – diz ela me fazendo feliz, cada vez que dizia isso.

Continua...