05 novembro

POV BRUCE

DIANA PRINCE

E

STEVEN ROCKWELL TREVOR

Solicitam a honra de sua presença na celebração de seu casamento.

Quinta-Feira, 3 de janeiro de 2013

Às 19 horas da noite.

239 Woodcroft Ave

NY

Amacei o papel do convite e joguei-o no chão. Ela ia mesmo se casar. Só agora que tinha caído a ficha. Tudo isso era minha culpa.

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07 de novembro

POV DIANA

Os convites tinham sido entregues faz dois dias. Espero que todos possam comparecer. Steve tinha chamado poucas pessoas da família dele e poucos amigos também. Ele não gostava de exposição. Eu por outro lado, chamei todos os meus amigos da Liga, boa parte de minhas irmãs e é claro que chamei minha mãe. Que ainda não tinha aceitado o fato de que eu iria me casar.

Lembro-me do dia que nós tivemos uma conversa séria sobre o assunto...

~Flashback on~

Lembro-me de quando Steve caiu na ilha e minha mãe pensou que nós tínhamos alguma coisa. Mas nós não tínhamos. Éramos dois estranhos naquela época. E agora iríamos nos casar. Uau, como tudo passou rápido demais... Tudo mudou de uns tempos para cá. Antes eu mantinha um sentimento bem forte por Bruce. Mas acho que agora ela está ficando fraco... Ele tinha seguido a vida dele. E eu seguiria a minha, ao lado de Steve. Eu o amava e gostaria de passar minha vida com ele.

Estou me aproximando do quarto de minha mãe e esse corredor me faz lembrar de quando eu corria por aqui, para fugir das minhas irmãs. Eu me escondia no quarto da minha mãe para que ninguém me perturbasse. Saudades desse tempo.

Abro a porta e vejo que minha mãe estava dormindo. Ando até a cama dela e a observo dormir. Tão linda ela era. Sentia muita falta de minha mãe. Queria que ela morasse comigo para ela cuidar de mim...

– Diana? – escuto ela falar.

– Sou eu. – respondo.

– O que você está fazendo aqui minha filha? – disse ela abrindo os olhos. – Aconteceu alguma coisa? – perguntou ela.

– Não. Vim te ver mamãe. – respondi ainda de pé.

– Então venha dar um abraço na sua mãe. – disse ela se sentando na cama.

Vou em direção a ela e me jogo em seus braços. Sentia falta dela, sentia falta de ser sua menina, sentia falta do cheiro dela e de como ela me dava carinho.

– Diana você está bem? – perguntou ela.

– Sim. – respondi.

– Então por que está chorando? – perguntou ela.

Passo minha mão nos olhos e vejo que estava chorando de verdade. Nem tinha percebido.

– Estou chorando de saudades mamãe. – respondi.

– Ah... Minha pequena. – disse ela me puxando para um abraço apertado. – Sinto sua falta. – disse ela.

– Eu também. – respondi ainda em seus braços.

– Venha morar aqui de novo Diana. Todas suas irmãs sentem sua falta. – disse ela a mim.

– Eu não posso. – disse me afastando dela.

– E por que não? – perguntou ela frustrada.

– Porque eu vou me casar. – disse a ela.

– O quê?! – disse ela aumentando o tom de sua voz.

– Eu vim aqui também para te chamar pro meu casamento. – disse a ela.

– Você vai casar com quem Diana? – perguntou ela.

– Com o Steve. – respondi.

– O homem que caiu aqui? – perguntou.

– Sim. – respondi a ela.

Ela deu um riso e mexeu a cabeça.

– O que foi? – perguntei.

– Nada... É que sempre pensei que você iria acabar se casando com o Batman. – disse ela fazendo com que eu congelasse.

– Mamãe! Eu e o Batman somos amigos agora. – disse a ela num tom de reprovação.

– Mas você já gostou dele que eu sei. – disse ela.

– Isso foi no passado. Agora eu gosto do Steve e vou me casar com ele. – disse.

– Tudo bem. Não vamos nos estressar aqui. – disse mamãe.

– Ótimo. – respondi.

– Eu só tenho que te contar uma coisa. – falou ela.

– Que coisa? – perguntei.

– Quando uma amazona tem uma união profana com um homem, ela perde sua imortalidade. Mas no seu caso, os deuses tirarão seus poderes também. E outra amazona será escolhida para ser a Mulher Maravilha. – respondeu ela.

Então eu perderia meus poderes? Quem ficaria no meu lugar? Isso não era justo.

– Mas isso não é justo. – reclamei.

– É um preço que se tem a pagar pelo o amor verdadeiro. – disse ela.

Fiquei em silêncio. Eu não queria perder meus poderes. Eu sou a Mulher Maravilha, mas ninguém poderia ser.

– Você ama o Steve? – perguntou minha mãe.

– Amo. – respondi.

– O bastante para perder seus poderes? – perguntou.

– Acho que sim. – respondi.

– Hum. Vamos pensar nisso depois. – disse ela se levantando. – Vamos passar um tempo juntas.

– Vamos. – concordei dando um sorriso.

~Flashback off ~

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POV BRUCE

Estava vendo um filme com Zatanna em minha casa quando ela começou a falar.

– Você recebeu o convite? – perguntou.

– Convite de quê? – perguntei.

– Do casamento da Diana. – disse ela.

– Recebi. – disse.

– E você vai? – perguntou.

– Não sei. – menti. Na verdade, eu não iria. – Você vai? – perguntei.

– Vou se você for. – disse ela.

– Até lá a gente decide. – disse a ela.

Ficamos em silêncio por um tempo. Não tínhamos o que conversar. Não queria falar de Diana e nem sobre o casamento dela.

– Vamos passear pela cidade? – perguntou Zatanna.

– Vamos. Aonde você quer ir? – perguntei.

– Só quero andar por ai com meu namorado. – disse ela com um sorriso no rosto.

– Vamos sim. – disse.

Hoje era o nosso dia de folga na Torre. E Gotham estava calma esses dias. Um dia sem patrulhar, não faria mal a ninguém. Fomos até a garagem para pegar o carro.

– Vamos de moto? – perguntou ela.

– Você não acha perigoso? – respondi com outra pergunta.

– Gosto de correr o perigo com você. – disse ela me dando um beijo assim que me aproximei dela. – E gosto de beijar você também. – disse.

– Eu também gosto. – respondi olhando para baixo.

– Vamos? – perguntou ela.

– Vamos. – respondi.

Subimos na moto e dei partida. Dirigi até a o centro da cidade. Estacionei minha moto perto ao parque.

– Vamos nos sentar um pouco ali? – perguntou Zatanna enquanto apontava para um banco que estava vazio.

– Vamos sim.- respondi enquanto começamos a andar.

Zatanna pegou minha mão e não soltou mais. A sensação era boa, mas ao mesmo tempo era diferente. Sentamos no banco e vimos às criancinhas brincarem nos brinquedos.

Por um instante eu me imaginei como seria a sensação de ser pai. Devia ser uma sensação muito boa ter que cuidar de um filho e lhe ensinar tudo para que ele consiga ser alguém na vida. Lembro-me de quando meu pai me trazia nesse parque. Ele sempre brincava comigo, deixando todas as crianças com inveja. Saudades do meu pai, da minha mãe. Eu sentia muita falta deles...

– No que está pensando? – perguntou Zatanna me fazendo voltar a realidade.

– Estava pensando nos meus pais. – respondi.

– Ah... Bruce... – disse ela.

– Eram coisas boas. Sempre penso em coisas boas sobre eles. – disse.

– Sinto muito. – disse ela.

– Eu também. – disse.

– Bom, eu vou comprar alguma coisa para beber. Você quer alguma coisa? – perguntou ela.

– Vou querer nada. Obrigado. – disse.

– Tudo bem. Eu já volto. – disse ela enquanto me dava um beijo na bochecha.

Logo depois ela se afastou. Fiquei observando as crianças por mais um tempo, quando uma moça com um bebe se senta ao meu lado.

– Me desculpa, mas esse lugar já está vago. – disse.

– Vai deixar uma mulher com filho no colo em pé Bruce? –perguntou a moça.

– Eu te conheço? – perguntei.

A mulher tirou os óculos escuros e o chapéu. Mostrando quem era.

– Selina? – perguntei surpreso.

– A própria. Só que com nome diferente e com um novo visual. – disse ela sorrindo.

– Como vocês estão? – perguntei.

– Estamos ótimos. – respondeu ela.

– O que está fazendo aqui? –perguntei.

– Vim passear um pouco com ele. E eu queria sair um pouco de casa. – disse ela.

– Está ainda agindo como Mulher Gato? – perguntei a ela.

– Meu Deus! Quantas perguntas! Não estou. Por enquanto... – disse ela dando um sorriso.

– Selina, você tem que cuidar do seu filho. Esquece sua antiga vida. – disse a ela.

– Eu não me chamo Selina. Me chamo Irena ainda. – disse ela me deixando surpreso.

– Hum. – respondi.

– Então quer dizer que você está com a Zatanna? – perguntou ela.

– Estou. Mas isso não é da sua conta. – respondi.

– Frio como sempre... Isso nunca vai mudar não é? – perguntou ela.

– Não. – respondi a ela.

– Pensei que você gostasse da Amazona. – disse ela.

– Eu ainda gosto. Mas ela seguiu em frente eu também. – disse.

– Vocês vão ficar juntos um dia. – disse ela a mim.

– O que disse? – perguntei.

– Vocês vão ficar juntos um dia. Só que eu percebi isso tarde demais. – disse ela.

– Acho que você está enganada. Nós não vamos ficar juntos. Ela vai se casar. – respondi.

– Mas ela pode desistir ou se separar. – disse ela.

– Duvido. – disse.

Zatanna estava voltando e Selina estava pondo os óculos e o chapéu de novo.

– Foi muito bom te ver Bruce. Mas eu tenho que ir. – disse ela se levantando.

– Foi bom te ver também. E vê se cuida dessa criança direito. – disse.

– Eu cuido. – disse ela.

– Tchau. – disse.

– Adeus Bruce. Seja feliz. – disse ela indo embora.

Ser feliz. Eu estava tentando...

Continua...