Lado A Lado - O Amor E O Tempo escrita por Márcia Pelosi


Capítulo 44
Capítulo 44 - Estamos namorando


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal,
Mais um capítulo para vocês! Espero que curtam! Galera, desculpem pela demora em postar!
Grande beijo



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Capítulo 44

Ricardo saiu da casa da amiga pensativo. O rapaz admirava muito a força, a garra, a determinação daquela mulher! Nunca em sua vida conhecera alguém assim! Mas, depois de todo o relato do casal, percebeu que só teria a amizade sincera de Laura. O coração da professora sempre esteve ocupado por Edgar. Com passos firmes, o dono da escola onde Laura lecionava, foi em direção ao seu carro. Precisava ter uma conversa séria e definitiva com Ana. Ela não podia tratar sua amiga assim! Ricardo entrou em seu automóvel e deu partida.

Enquanto o casal conversava com Ricardo, Celinha e Guerra passeavam pelas redondezas. Durante o passeio, o calor aumenta e Celinha abre a sua sombrinha rosa. Guerra dá o braço e Celinha, um pouco envergonhada, segura em seu braço. A moça estabanada não percebe que uma mulher vem em sua direção e a ponta da sombrinha prende nos cabelos cacheados da senhora. Quase que ambos vão ao chão. A tia de Laura comenta.

Celinha: Você viu que mulher estabanada, Carlos?

O rapaz sorri e pigarreia para não contrariar a moça.

Guerra: É...Célia... Eu preciso falar uma coisa...

Ele repara que tem um banco de pedra e o indica para a moça, dizendo cerimonioso.

Carlos: Sente-se, por favor!

A mulher fica curiosa e ao mesmo tempo temerosa com o que vai ouvir.

Celinha: Não... Obrigada... Eu prefiro ouvir em pé se precisar sair correndo...

Ele diz emocionado.

Guerra: Não... por favor... não saia correndo!... Célia... você tem razão... Eu trabalho tanto que não me sobra tempo...para poder ser mais claro a respeito dos meus sentimentos...

Ela titubeia e pergunta.

Celinha: ... Sentimentos...?

Ele continua olhando firmemente nos olhos da moça.

Guerra: É... os meus sentimentos por você... Por esse motivo... Pensei que aqui... na casa que foi de sua família... Bom... tudo o que eu imagino para nós dois...um futuro...talvez eu esteja sendo ousado demais... Talvez um bobo por acreditar que... que...

A moça o incentiva.

Celinha: Continue... Continue...

Ele sorri e fala.

Guerra: Celinha... eu sempre fui um solteirão convicto... eu nunca acreditei que um dia eu iria me interessar por uma mulher a ponto de...

Ela fica impaciente e balança a cabeça em negativa. Depois de um tempo ele continua.

Guerra: ... De pensar num futuro em comum... até conhecer você...

Ela fica encantada com o que acabou de ouvir. Ele fica constrangido.

Guerra: Desculpe... desculpe.. Eu estou tão acostumado à objetividade do jornalismo...Que nem sei fazer uma declaração de amor!

A solteirona fica emocionada. Ela sussurra.

Celinha: Amor???

Ele responde de pronto.

Guerra: É.... Célia eu...

Ele se aproxima cada vez mais da moça e num ímpeto rouba um beijo apaixonado.

A moça fica completamente surpresa e sem palavras. Ela toma fôlego e diz.

Celinha: Eu não pensei que pudesse ser tão bom!

Ele fala não querendo se afastar dela.

Guerra: O que...?

A moça fala entre indecisa e temerosa.

Celinha: ... O beijo...

Quando fala isso quem não perde tempo é ela que rouba um beijo do rapaz. Num rompante, ela se joga nos braços dele e por pouco os dois não tropeçam e caem. A sombrinha da tia de Laura atrapalha o beijo e Celinha, mais que depressa a lança ao chão. Quando o casal termina de se beijar, ambos tomam fôlego e Celinha desabafa abanando-se.

Celinha: Carlos... Controle-se, por favor... Sou uma moça de famíl...

Ela se arrepende e se joga novamente nos braços do rapaz em um beijo apaixonado. Algumas pessoas passam pelos dois, e uma mulher coloca a mão na boca horrorizada com a cena. Mal sabia D. Ana que aquela era a tia de Laura, professora da escola em que era diretora. A velha mulher passou pelo casal e não disfarçou o descontentamento. Falou alto de modo a ser ouvida.

D. Ana: Mas isso é uma pouca vergonha! Onde vamos parar?

Celinha assusta-se com o comentário e afasta-se um pouco de Guerra.

Celinha: Meu Deus... que vergonha...vamos embora?

O jornalista se constrange um pouco e responde.

Guerra: Vamos sim minha querida!

Celinha e Guerra andam de braços dados e vão em direção à fazenda da família Assunção. Laura e Edgar estão na sala esperando pelas visitas. A professora foi buscar a enteada que já estava acordada após a soneca da tarde. A menina brincava com o casal e soltava gritinhos e gargalhadas com as cócegas que recebia de seu pai. Ela estava no colo de Laura e se contorcia toda, tentando escapar das mãos do advogado. O casal sorria descontraído, quando ouviram palmas na porta. Edgar foi atender, enquanto Laura foi buscar uma mamadeira de suco para Melissa na cozinha. Quando voltou para a sala, encontrou sua tia ao lado do amigo de Edgar. A dona da casa sorriu quando percebeu o rosto ruborizado da tia. Ela estava curiosa, mas por conhecer muito bem Celinha, resolveu não envergonhá-la mais ainda.

Laura: Tia Celinha eu vou banhar a Melissa! Está tão quente... A senhora me ajuda?

A tia de Laura estava nas nuvens. Ela gaguejou enquanto falava. Estava mesmo precisando contar para a sobrinha os últimos acontecimentos.

Celinha: Banhar? Melissa? Claro... Vamos sim...

As duas subiram com a filha de Edgar no colo de Laura e Edgar olhou para o jornalista e deu um sorriso maroto enquanto batia nas costas do amigo.

Edgar: Guerra... Quem diria hein? Deixou de ser um solteirão convicto, meu amigo?

O jornalista sorriu envergonhado.

Guerra: Pois é, caro amigo! A Célia é uma mulher excepcional...

Edgar coloca a mão na frente da boca e começa a rir.

Edgar: Mas já estamos assim? Venha, meu amigo! Sente-se aqui, tome um cálice de porto e conte-me a quantas anda seu romance!

O dono do Correio da República senta-se ao lado do amigo e depois de um brinde de porto ele exclama.

Guerra: Edgar... Fui pego de surpresa, mas....a tia de Laura é uma mulher muito especial...

O rapaz sorri e responde.

Edgar: Fico muito feliz pelos dois. Vocês são pessoas que tenho na mais alta estima! Laura também está muito feliz, posso te garantir!

Quando chegam ao andar de cima, Laura sorri e fala com sua tia.

Laura: Tia Celinha, eu fico tão feliz pela senhora!... Mas me conte tudo! Há quanto tempo o Guerra está lhe fazendo a corte?

A tia da moça fica sem saber o que dizer. Laura indica o quarto de banho, onde colocou uma grande bacia para banhar a filha de Edgar. Ela repara que Matilde já deixou a água morna ao lado da bacia e a professora vai até o quarto da menina pegar a roupinha que será trocada após o banho. Celinha observa os passos da sobrinha e fica impressionada com a sua desenvoltura para cuidar da bebezinha. Ela responde.

Celinha: Bom... na verdade... hoje.... o Guerra... Ele me deu o primeiro beijo!

A moça apoia a filha de Edgar no meio da cama e vira-se para a tia com um sorriso radiante.

Laura: Tia... que coisa boa... mas.... O beijo foi no passeio? Como a senhora está ousada!

A tia de Laura ruboriza na mesma hora.

Celinha: Laurinhaaaa.... Teve até uma mulher velha que ficou escandalizada!

As duas se abraçam e a dona da casa sorri e tranquiliza a mulher a sua frente.

Laura: Não se preocupe tia! Estava brincando! A senhora faz muito bem em namorar, se apaixonar... é tão bom!

As duas seguem até o quarto de banho. Laura já despiu a menina e ela estava banhando-a quando sentiu que elas não estavam mais sozinhas. Laura percebeu uma mão familiar abraçando-a por trás.

Edgar: Meu amor... quer ajuda com a Melissa?

Celinha sorriu e percebeu a cumplicidade entre o casal. Como a sua sobrinha teve coragem de abrir mão de seu casamento? Essa conversa ainda não estava bem definida e a irmã de Carlota e Constança queria descobrir o motivo.

Laura: Edgar... O seu amigo ficou sozinho, meu amor?

Edgar: Ele está bem... Muito bem aliás...

Celinha, que estava envergonhada fica ainda mais vermelha! Laura chama a atenção de Edgar, discretamente, e o rapaz, após beijar os lábios de Laura e acariciar a cabecinha de Melissa, desce novamente as escadas ao encontro do amigo.

Neste meio tempo, durante o trajeto até a casa de Ana, Ricardo acaba encontrando a outra professora da escola. Ela estava em frente a uma livraria. Ricardo parou o carro e foi cumprimenta-la.

Ricardo: Clara, como vai? Boa tarde!

A professora foi cordial, mas manteve a postura.

Clara: Sr. Ricardo, boa tarde! Vou bem e o sr.?

O rapaz fica um pouco sem jeito.

Ricardo: Por favor... Não precisa me tratar com tanta formalidade! Pode me chamar de Ricardo!

A moça fica sem graça.

Clara: Imagina... D. Ana falou que...

Ele se aproxima e pega em sua mão.

Ricardo: Clara, veja bem! Ana é uma senhora de idade um pouco avançada. Para ela tudo é inadequado! Eu e você temos praticamente a mesma idade! Não me sinto bem sendo tratado por senhor... Por favor...

Ela sorri e concorda com a cabeça.

Clara: Está bem... vou me esforçar para chama-lo de Ricardo, está certo?

Ricardo: Assim está bem melhor... Bom... Falando em Ana... preciso encontra-la! E você? Está sozinha? Vai a algum lugar? Quer uma carona?

O rapaz fez tantas perguntas que a moça ficou até tonta. Com a expressão em seu rosto, ele percebeu o exagero e desculpou-se.

Ricardo: Desculpe-me Clara. Acabei por atropelar você de perguntas! Você quer uma carona?

Neste momento, os últimos raios de sol deixaram a paisagem e deram passagem a nuvens espessas que logo transformaram o fim de tarde com uma grossa chuva de verão! Ricardo tirou o paletó e abrigou a professora para que ela não pegasse essa chuva. Ele indicou a porta de seu carro e logo ambos estavam abrigados da chuva que caia na cidade sem o menor pudor. Clara estava um pouco constrangida por estar no carro de seu patrão, mas por outro lado, ele nunca deu motivos para ela desconfiar da índole do rapaz. Eles seguiram viagem e durante o trajeto até a casa da moça, uma vez que Ricardo fez questão de deixa-la em sua moradia, conversaram animadamente sobre a escola e os alunos. Deste modo, Ricardo esqueceu por algum tempo, da conversa desagradável que teria com Ana.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? Será que o Ricardo já arrumou uma pessoa legal para dividir a vida com ele? O que acham? E o Guerra e a Celinha? Esse namoro engrena? Comentem bastante e boa leitura!!!!

Beijos.