Pov’s Caroline

    Acordei com o cheiro de café entrando em minhas narinas, me levantei, preguiçosa, andie até a jenela e abri a mesma. O dia estava lindo e eu estava com fome.

Me vesti o mais confortável que consegui sem ficar com cara de pijama, estava com preguiça de me arrumar ou de fazer qualquer coisa, fui para o banheiro fazer minha higiene. Sai de meu quarto com intenção de ir direto para a escada, mas percebi que a porta de Klaus estava fechada e resolvi me concentrar para poder ouvir melhor, ele ainda estava dormindo.

Abri a porta cuidadosamente e caminhei lentamente na ponta dos pés, fiquei com a boca bem perto de seu ouvido.

- Klaus acorda! – Falei gritando.

Ele se levantou rápido assustado, mas logo suas feições ficaram sérias e eu não conseguia parar de rir, a cara que ele tinha feito foi a melhor.

- Caroline! Quase me mata do coração, pra que me acordar desse jeito? – Falou ríspido.

- Calma! Você nem pode morrer, eu só queria que você acordasse. – Falei ainda com um sorriso no rosto.

- E não podia me acordar de um jeito mais carinhoso? – Disse agora já mais calmo, estava até sorrindo.

- Mas ai não seria engraçado, enfim eu vim te chamar para tomarmos café, eu estou faminta!

- Ta bom, já vou descer. Vou me trocar. – Disse levantando-se – Você quer uma bolsa de sangue, é isso né?

- Sim, também. Mas tbm quero tudo o que tiver para comer de café. – Falei animada.

- Pode pedir para uma das empregadas o sangue. – Me respondeu entrando no banheiro 

Virei as costas em direção a escada novamente, descendo pude sentir o cheiro de café mais forte ainda, delicioso! Uma das empregadas estava acabando de arrumar a mesa com comidas.

- Você pode me arranjar uma bolsa de sangue, por favor? – Falei normalmente para ela.

- Claro, só um momento senhorita. – Respondeu-me se retirando.

Me sentei na mesa e fui logo servindo um café, levei a xícara até minha boca e eca! Acho, que por um momento eu me esqueci que comida humana é ruim. Resolvi deixar o café de lado e só tomar sangue mesmo. A empregada não demorou muito para trazer a bolsa. Enquanto me alimentava fiquei pensando em como eu e Klaus nos tornamos mais amigos desde que eu vim para cá, as vezes até mais que amigos, mas quem sabe ele consiga tirar todas as coisas ruins que ele fez de minha cabeça, acho que ele tem um lado humano tentando sair.

Já tinha terminado quando ele desceu.

- Acabou de tomar o seu café? – Perguntou sentando-se do meu lado.

- Sim, e você? Acabou de se arrumar para o casamento. – Disse com um sorriso sarcástico no rosto.

- Não gosto que me acordem berrando na minha orelha, então fui tomar um banho para relaxar. – Falou presunçoso.

- Entendi princesa. E o Elijah não vai se juntar a nós? – Perguntei olhando para o enorme jardim. Aquela mesa ficava de frente para o enorme jardim da casa, não entendo para que uma casa tão grande, tudo ali era lindo e com um estilo clássico, mas podia ser menor, acho que vou me perder se eu ficar sozinha aqui.

- Ele deve estar passeando pelo jardim. – Me respondeu bebericando o sangue.

- Senhor, tem visita. – Falou a mesma moça que me serviu sangue.

- Pode mandar entrar. – Ele disse autoritário.

Escutei os saltos altos baterem no chão, mas logo pararam, um perfume doce invadiu minhar narinas e que nojo, o perfume era doce demais. Virei me para ver quem estava com esse cheiro horrível. Meu sangue ferveu, meu músculos enrijecerem-se e uma raiva descomunal brotou em meu peito. Hayley me olhava como se estivesse tirando um sarro de mim.

- Klaus quero falar com você. – Disse como se estivesse dando uma ordem.

- Como você pode ver eu estou tomando comendo, não posso falar agora. – Ele respondeu com um certo desprezo na voz.

- Isso não é verdade, você pode se alimentar depois. Você simplesmente não quer deixar de ficar com ela. – Falou com certa raiva e dando intonação no “ela”.

- E o que tem se ele quiser ficar aqui comigo ao invés de ir com você? – Disse irritada.

Hayley ia me responder, mas alguma coisa impediu que ela o fizesse.

- Calma, vocês duas não precisam brigar. Hay me espera na porta que eu já to indo. – Ele falou rápido.

A cadela sorriu presunçosa e deu as costas e logo Klaus estava indo atrás dela. Eu não deveria me importar, mas mesmo que eu não quisesse me importava. Acho que eu estou ficando muito tempo com ele e não estou tendo um tempo para mim, quero me divertir um pouco e espairecer. E pelo jeito ele está se divertindo, claro estava sendo legal ficar com ele aqui, mas ele não está dependendo de mim 24 horas para se divertir ou para qualquer coisa e, já eu dependi dele para praticamente tudo até agora.

- Meu irmão saiu? – Disse Elijah me tirando de meus devaneios.

- Sim. – Falei seca e ríspida,

- Bom, então acho que está na nossa hora. Vamos? – Ele me perguntou e eu fiquei confusa.

- Vamos para onde? – Perguntei sem entender nada.

- Ontem nós combinamos que eu ia te levar a um lugar para esclarecer suas dúvidas. – Falou, simplesmente.

- Ah sim claro! Eu vou me trocar e já vamos. – Disse me levantando.

Entrei em meu quarto e comecei a procurar por uma roupa, mas percebi que não sabia aonde ia. Escolhi uma roupa simples, porém estava apresantável.

Desci e ele estava me esperando parecendo uma estátua.

- Vamos? – Falei sorrindo, o olhando.

- Vamos. – Ele repetiu com firmeza na voz.

Caminhamos até o carro sem dizer uma palavra, na verdade, não falamos nado o caminho inteiro.  A casa onde paramos era longe de onde estávamos morando, era pequena e parecia aconchegante.

Elijah bateu na porta e uma menina aparece com uma espressão não muito bom em seu rosto. Ela fez um gesto para que entrassemos e nos deu licença para passarmos.

- Prazer, meu nome é Sophie. – Ela falou extendendo a mão para eu apertar.

- Prazer, eu sou Caroline. – Apertei sua mão.

- Eu sei quem você é, já ouvi falar muito de ti. – Disse sorrindo, soltando minha mão.

- Como assim? – Perguntei interessada em saber o que ou quem tinha falado de mim.

- Bom, por que não começamos com o que vocês vieram fazer aqui? – Ela ignorou minha pergunta, acho que não ia com a minha cara, não consigo nem imarginar o que devem ter dito sobre mim.

- Ela quer saber o que está acontecedendo e acho que podemos confiar nela, não parece que irá nos atrapalhar. – O vampiro ao meu lado falou.

- Sentem-se. – Falou me olhando.

Não tinha reparado no local ainda, realmente o lugar era aconchegante, sinceramente preferia morar ali do que em uma casa gigantesca. Me sentia mais segura e quente.

- O que você quer saber? – Sophie me perguntou, fazendo eu voltar a me concentrar.

- Bom, tudo. Ontem eu tive uma converssa com Klaus e ele disse que não tinha mais nada para saber só que nunca se sabe né? – Falei tentando parecer animada, porém não deu muito certo.

- E o que você sabe até agora? – Ela quetionou olhando diretamente em meus olhos.

- Que Hayley esta grávida de Klaus. – Respondeu por mim, como se eu não conseguisse falar.

- Elijah obrigada por responder, mas é basicamente isso mesmo. – Disse olhando para o original.

- Só isso? Sinto lhe informar, mas tem mais para você saber. – Ela falou para mim e um nó se formou em minha garganta, ele mentiu para mim de novo!

- Então me conte. – Disse tentando parecer o mais normal possível.

- Bom para começar eu sou uma bruxa e minha irmã morreu para saber se a lobinha realmente carregava um filho do híbrido. – Essa cidade realmente não é normal,  agora tem bruxas! Deus! – Depois que descobrimos que Hay estava mesmo grávida dele, contamos para ele, o mesmo não reagiu muito bem no começo, mas Elijah conseguiu convencer ele a juntar-se a nós contra Marcel.

- Por que você está contra Marcel? – Perguntei meio que a cortando.

- Porque ele controla a cidade e nós, não queremos mais derramamente de sangue, estamos cansadas de viver sobre as regras dele. – Então realmente tinha regras, por isso que ele falou comigo daquele jeito. – Só que para isso, Klaus precisa chegar a ser família dele, ou seja, precisa confiar nele.

- E depois que ele confiar nele o que acontece? – Perguntei curiosa.

- Então nós consiguiremos descobrir como ele sabe quando fazemos um feitiço. – Respondeu como se fosse algo simples.

- Entendi, e tem alguma coisa que eu possa fazer para ajudar? – Perguntei com esperança de ser útil para essa “missão”.

- Sinceramente?  Divirta-se, saia e deixe as coisas como estão, por enquanto não há nada que você possa fazer. – Isso me desanimou um pouco, me divertir, ainda não tinha descoberto como fazer isso sozinha aqui nessa cidade. – Se vocês me dão licença, preciso ir trabalhar.

- Sim, claro. – Eu disse já me levantando do sofá.

Ela nos acompanhou atá a porta, depois que estavamos já a uma certa distância, eu comecei a sentir novamente o nó em minha garganta, a conversa que praticamente acabei de ter com Sophie não sai de minha mente. Eu estava muito triste, eu queria socar a cara de Klaus até não poder mais.

- Por que? – Perguntei meio sem voz.

- Porque o que? – Elijah me perguntou.

- Ele mentiu para mim. – Disse segurando soluços em minha garganta.

- Talvez porque ele achasse que você não viria, ou porque quer te proteger de tudo isso. – Falou frio, distante.

- Mas ontem nós conversamos e ele me garantiu que não tinha mais nada no momento. – Falei imitando a voz de Klaus.

- Como eu disse, acho que não queria te envolver. – Respondeu estacionando o carro.

Ele já estava na porta de seu quarto quando consegui o alcançar.

- Obrigada, por tudo. – Falei olhando em seus olhos, estava relamente agradecida. – Só não entendi uma coisa, você disse que iamos sair para ver se você podia confiar em mim, mas não foi isso que aconteceu, você me disse tudo sem ver se podia confiar em mim mesmo, por que?

- Porque se Sophie pegasse em sua mão e não te achasse confíavel ela teria meio que expulsado você de lá. E não a do que, se precisar de algo, podemos conversar. – Falou sincero.

Eu, somente assenti com a cabeça e fui para meu quarto. Deitei em minha cama, fiquei olhando para o teto por um tempo, até que decidi pegar meu iPod para escutar algo que me distraísse. Fiquei escutando Breath of Life durante muito tempo, junto com as palavras de Sophie que sopravam em minha mente, já que era pra eu me divertir, eu me divirtiria.

Levantei e fui direto para o banheiro tomar uma ducha rápida, abri meu ármario e escolhi um vestido bem bonito, fiz uma maquiagem que valorizava meus olhos.

Sai de meu quarto e fui para o quato de Elijah, entrei sem bater.

- Elijah, pode, por favor me dar as chaves do carro? – Ele  me olhava confuso.

- Posso sim, aproveite a noite. – Disse já me dando as chaves,

- Obrigada. – Respondi saindo de seu quarto.

Quando comecei a descer as escadar já pude ouvir a voz de Klaus falando com alguém. Quando cheguei a sala vi o híbrido vir em minha direção.

- Onde você vai. – Ele me perguntou

Eu apenas o ignorei e sai pela grande porta. Entrei no carro e dei partida. A última coisa que eu vi, foi o rosto confuso de Klaus no retrovisor.