Híbrido escrita por Musa, Moon and Stars


Capítulo 2
Arctic Monkeys


Notas iniciais do capítulo

Oi, agradeço por quem deu uma espiadinha..pelo visto nao despertou a curiosidade nem o gosto de ninguém...
vou continuar postando por esperança hahahaah
Boa leitura.



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Despertei com meu celular tocando Artict Monkeys, o que me fez já acordar sorrindo, embora eu tivesse sido acordada ás seis da manhã em pleno sábado.

"Mal consegui dormir a noite passada!" disse Emma.

"Bom dia." falei me sentando na cama.

"Estou tão ansiosa pra mais tarde!Caramba, eles realmente estão aqui em San Diego"

"Uhum.Qual o principal motivo de você ter me acordado á essa hora?" perguntei.

"Precisava compartilhar minha alegria com alguém que não fosse minha família Sra. Mau-Humorada.

"Não é mau humor, são seis da manhã... num sábado."

"É como dizem, Deus ajuda quem cedo madruga."

"Sabe que eu não acredito em..."

"Ok!Vou passar ai pra te buscar ás 16:00.

"Tá. Vou voltar a dormir pra deixar minhas baterias totalmente carregadas pro show... Não quero dar três pulinhos e cansar. Quero pular a noite toda!"

Emma gritou ao telefone.

"O que foi garota?!" perguntei.

"Nada, foi só pra... não sei... bom, acho que vou voltar a dormir. Beijos, até mais tarde Kat."

Desliguei o celular e voltei para a maciez do meu travesseiro. Pena que o meu sono não voltou.

Levantei-me e abri as cortinas. O dia estava lindo, mas nada se comparava ao calor e ao sol do Rio de Janeiro. Morei lá por uns seis meses, e sinto tanta falta. De todos os seis lugares onde morei, era o que eu mais sentia saudades.

Eu estava constantemente me mudando com minha mãe. Moramos em San Diego faz quatro anos, é o nosso tempo recorde de permanência em algum lugar. Nos mudamos assim devido ao emprego da minha mãe. Ela trabalhava para uma empresa de marketing, e por ser uma das melhores gerentes, onde tiver uma filial nova, lá estará ela, lá estarei eu, e lá se vai toda a minha vida.

Por eu nunca ter parado em um lugar por mais de oito meses, ou no máximo um ano, sempre estudei com professores particulares, menos agora que passei a estudar na escola pública Biddulph, e graças a ela, enfim aos meus 16 anos posso dizer que sou uma pessoa sociável.

Joguei água no meu rosto para acordar de vez e me fitei no reflexo do espelho. Pele pálida, lábios inchados, cabelos ondulados desgrenhados, nariz levemente arrebitado, cílios volumosos ainda que molhados, bolsas negras abaixo dos olhos com um pouco de rímel derretido, e olhos violetas, assim como os de Elizabeth Taylor, uma antiga atriz muito famosa pelo tom de seus olhos.Seus olhos eram mais azul mediterrâneo, já os meus são realmente mais rosados, o que me irrita.

As pessoas me encaram na rua, outras dizem que sou superficial por usar lentes de contato, quando não as realmente uso, e o pior de tudo, é quando me param para ficar olhando no fundo dos meus olhos e ficam dizendo "oh, como são lindos!".

Me olhei mais uma vez no espelho e eu estava igual á uma atriz francesa, faltava só um cigarro, uma janela, um tempo chuvoso e uma música francesa deprimente.

Morei por dez meses na frança, Paris. A cidade é realmente linda á noite, mas ainda sim prefiro o Rio, as pessoas eram mais simpáticas e engraçadas, os franceses são fechados, corridos e esnobes. Minha terra natal é Sidney, Austrália. Morei lá até os meus seis anos, quando meu pai morreu.

Vagas lembranças vieram á minha mente, fazendo meus olhos arderem. Lavei o rosto mais uma vez e respirei fundo.

Após escovar os dentes, passei no quarto da minha mãe, mas ele estava intacto, como geralmente, ele não havia dormido em casa.

Fui até a cozinha grande e vazia. Aquela casa era muito grande pra duas pessoas, quer dizer, uma, porque minha mãe estava mais pra visitante do que residente.

Encarei a cozinha por uns três minutos e subi correndo para o meu quarto,pulando na minha cama e discando no meu celular.

"Tomar café aqui?" Emma atendeu.

"Vou me arrumar e já já chego."

Emma era minha melhor amiga. Nos conhecemos na terceira semana de aula, no meu primeiro ano aqui em San Diego. Antes daquela semana ela não gostava de mim. Ela dizia que eu era metida por causa dos meus olhos, recebia alguma atenção e por isso não falava com ninguém na sala. Mas a verdade era que eu estava evitando me relacionar com as pessoas, eu não sabia por quanto tempo ficaria em San Diego, e toda vez que eu me mudava, fazia amizades, mas ia embora, sentia falta das pessoas, mas elas não sentiam de mim, me esqueciam num piscar de olhos, e isso doía. Ah, como doía.

Eu e Emma nos conhecemos via minha paixão, música. Ela estava ouvindo uma música da minha banda favorita, Imagine Dragons, durante uma aula e por acaso eu entreouvi e comecei a cantarolar. Então ela me notou e começamos a conversar, bastante empolgadas sobre os gostos uma da outra e descobrimos algo em comum no meio de tanta diferença.

Emma é loira, eu morena, ela tem olhos castanhos e os meus são violeta. Ela tem um corpo invejável, enquanto eu sou bem magra. Ela é sociável com quem quer, eu com quase ninguém. E por aí vai. Mil diferenças, mas são elas que nos tornam tão unidas, a diferença sempre nos dá um assunto a qual uma desconhece e outra é especialista. Amo Emma do fundo do meu coração, ela é a irmã que nunca tive.

Vesti roupas de correr e prendi meu cabelo. Iria correndo até a casa dela que ficava a seis quarteirões da minha. Trinta minutos e eu estava na porta da casa dela, exausta.

"Katherine!" Sra. Hewit me recebeu com entusiasmo.

"Oi." sorri tentando recuperar o fôlego.

"Entre e junte-se a nós para o café da manhã."

"Obrigada." falei e entrei sua casa.

"Rod, desce!" gritou Pamella, como ela gostava que eu a chamasse.

Sabe a Emma? Então, dê mais 20 anos pra ela e voilá, é Sra. Hewit, ou Pamella como ela gostava.

Sr. Hewit já estava à mesa, bebia uma xícara de café enquanto lia o jornal local.

"Bom dia Sr. Hewit." cumprimentei-o educadamente.

"Katherine." ele sorriu erguendo os olhos do jornal. "Bom dia. Sente-se."

Ravi, ou Sr. Hewit, tinha quase todas as características indianas. O nariz, a pele bronzeada e os cabelos lisos de cor escura.

"Bu." falou Emma atrás de mim e logo passando à minha frente , sentando-se à mesa. "Vai ficar aí parada? Ah, Bom dia pai."

"Bom dia Emmy."

Me sentei do lado de Emma e comecei a me servir, Pamella se sentou ao lado de Ravi, e finalmente Rod se juntou a nós. Ele era o irmão mais velho de Emma, uma cópia quase exata do pai, só que mais novo. Em seus ouvidos, seu fone Beats. De onde eu estava podia ouvir a música que ele escutava, era All you need is love, dos Beatles.

Sra. Hewit pegou um dos fones e tirou da orelha do filho.

"Tira esta porcaria agora." falou.

Ele bufou, tirou os fones das orelhas e começou a se servir.

"Bom dia Kate." falou e enfiou um pão na boca.

"Bom dia."

O assunto do café foi o show. Bastou o Sr. Hawit perguntar sobre o show, a banda, e não paramos mais.

Ajudei Emma e Sra. Hewit levar as coisas para a pia e ajudei com a louça. Depois subimos para o quarto de Emma onde ela se jogou na cama e eu no chão.

"Então, já sabe com que roupa vai?" perguntou.

"Ah... com a blusa deles, um short, tênis e um cardigã caso faça frio e você?"

"Vou com a blusa do Nirvana, porque sou vida louca" ela riu.

Após passar horas e horas falando sobre o show e mil outros assuntos distintos, voltei para casa. Nada da minha mãe. Tentei ligar para ela, para falar sobre o show, mas estava fora de área.

Já eram três da tarde, comecei a agitar as coisas. Depois de selecionar minha roupa, e dar uma faxina na casa para, mesmo que minha mãe fosse ausente, agradá-la de alguma forma. Tomei meu banho e esperei Emma chegar.

Pontual como sempre, às quatro ela estava na frente da minha casa, buzinando seu mini Cooper.

O show era no parque da cidade, já estava cheio como imaginávamos, mas era bom estar em volta de toda aquela gente, não tinha como se sentir sozinha. Emma e eu compramos algumas coisas para comer e beber e fomos procurar um espaço para nós esperarmos a hora do show.

Conhecemos dois simpáticos garotos, Gayle, um ruivo, que fez a Emma delirar e Ryan, um moreno, até gatinho. Gostavam das mesmas bandas que nós, eram de São Francisco, tinham dezenove e vinte anos, e mostraram um interesse particular em nós.

"Fica com Ryan pra eu poder ficar com Gayle." sussurrou Emma.

"Não... fica você com seu sonhado ruivo. Não estou muito afim de ficar com ninguém." comentei.

"Vai ficar segurando vela?"

"Cala a boa e vai na fé com seu ruivo!"

Já fazia uma hora de show, simplesmente magnífico! Eu pulava, cantava, berrava. Eu já estava praticamente sem voz. Estava tocando minha música favorita deles, R U Mine, o que fez com que eu me sacudisse e gritasse extremamente, embora estivesse sendo amassada.

Comecei a ficar zonza e minha cabeça começou a latejar. Parei de pular e fechei os olhos. Fome, talvez? Abri os olhos,estava tudo turvo, a música soava como um zumbido em meus ouvidos. Senti uma mão em meu ombro, e logo um borrão loiro.

"ESTÁ PASSANDO MAL?!" gritou Emma ao meu lado.

Assenti, logo ela tomou minha mão e me guiou na multidão canguru. Levei duas cotoveladas e vários empurrões. Enfim tínhamos saído da aglomeração e pude notar como estava frio, o que me fez agradecer a mim mesma de ter ido de casaco.

"O que você tem?" perguntou Emma.

"Acho que pulei demais, acho que preciso comer."

"Ok, o que você quer comer?"

"Qualquer coisa." falei.

Ela me trouxe algo e também bebi um pouco d'água. Me senti mais forte, mas minha cabeça ainda latejava. Emma me olhava preocupada, eu não podia estragar o show pra ela. Forcei um sorriso, que até me convenceu de que estava bem.

"Vamos voltar pro show!" falei animada.

Emma sorriu, então me levantei e me pus ao seu lado, e depois atrás dela quando entramos na multidão novamente. Agora tocavam Fluorescent Adolescent, então todos se sacudiam loucamente, fazendo com que eu perdesse Emma de vista.

Fiquei ali onde eu estava, olhando em volta, perdida. Tentei respirar fundo, mas levei uma cotovelada na cabeça, o que me fez quase cair no chão, se não fosse por alguém me segurando.

Um menino de pele pálida, cabelos platinados e olhos extremamente verdes me colocou de pé novamente. Murmurei um obrigada muito rouco, ele me encarou por cima, devido a sua altura, com o cenho franzido ainda me segurando.

Olhou umas três vezes pra trás, parecia meio nervoso. Puxou o seu capuz cobrindo seus cabelos e me agarrou, atacando minha boca, curvando-se sobre mim.

Meu corpo inteiro travou. Isso foi inesperado. Relutei no início, mas tenho que ser sincera em dizer que ele beijava muito bem e me segurava firmemente, ele tinha pegada. Deslizei minhas mãos de seu peitoral até sua nuca por dentro do capuz e rocei meus dedos em seu cabelo.

Não é normal sair aceitando que te agarrem, mesmo que o menino seja irresistível, mas fora isso, eu o quis a partir do momento que sua língua se embolou com a minha. Ele mordeu meu lábio o que fez com que eu puxasse seu cabelo e ele arfasse em minha boca. Suas mãos se afrouxaram do meu corpo, até sua boca se desconectar da minha, o que fez meu corpo lamentar.

O desconhecido não me olhou quando abri os olhos, mas sim para a multidão atrás de mim, como se estivesse procurando alguma coisa. Depois seu olhar desceu até mim e me encarou ainda com o cenho franzido. Arqueei as sobrancelhas querendo explicações ou um nome, mas ele me colocara de lado e saiu multidão a fora.

O QUE?!, meu subconsciente gritava.

Mais um pouco e vi Emma, empurrando as pessoas com um sorriso no rosto, logo estava na minha frente.

"Quem era?" gritou entusiasmada.

"Um babaca!"

Ela riu e me puxou consigo até voltarmos para mais perto do palco.

O show terminou às duas da manhã. Lembro-me de ter entrado na casa da Emma e tudo ter ficado escuro. Enfim, descanso.


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Notas finais do capítulo

Por favor! Mesmo que não tenha gostado, deixa um comentário, me diga o q falta haha bjss