The Lost Demigod - Fic Interativa escrita por Bia Valdez, Nicky Somerhalder


Capítulo 16
Perdidos II


Notas iniciais do capítulo

BUÁÁÁ! A fic tá acabandooo!! Provavelmente esse é o antepenúltimo cap pessoal! Vocês não tem ideia de como é difícil para mim! Amo muito todos vocês! Olha, esse cap tá ENORME, mas é por conta de muitas coisas que acontecem nele. Prestem atenção, os detalhes são importantes! Dedico esse cap a todos os meus leitores lindos que estão me acompanhando té agora!
Bjs para você minhas rosquinhas!
Bia Valdez



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Pov. Rachel

Todos seguiram em frente e eu abaixei para fingir amarrar meu sapato e dar tempo para eu olhar os pedaços do cristal mais de perto.

Havia algo de estranho. Os pedaços viraram areia, mas ela começou a se juntar novamente e devagar, ganhando um forma espetada.

Dei um grito quando aquilo pegou fogo.

– Rachel! O que aconteceu!? – gritou Angelina, vendo minhas sobrancelhas chamuscadas e a “fogueira instantânea” queimando.

– Não sei eu só... – comecei a explicar, mas nesse momento, as chamas se extinguiram, mostrando um perfeito cristal idêntico ao que Narcysa havia quebrado, porém, logo abaixo dele palavras começaram a brilhar em laranja:

“Só aquele a quem tais memórias pertencem”

“Poderá quebrá-las e fazê-las livres”

– Isso é um tipo de profecia muito ruim ou o quê? – perguntei ao terminar de ler.

– Profecia não, aviso. Isso significa que só o dono das memórias pode libertá-las. – respondeu Corallyn, observando o cristal.

– Vamos seguir em frente, não gosto desse lugar... – Narcysa murmurou e todos recomeçaram a caminhada.

Pov. Angelina

Ficamos mais de meia hora andando e nada. Nenhum monstro, profecia... Nada. Só cristais e rochas, cristais e rochas, cristais e rochas... Aquele lugar já estava me fazendo pirar quando de repente algo me chamou atenção.

Era um dos cristais, azul-elétrico. Olhei mais de perto era possível ver o rosto de um garoto com mais ou menos uns onze ou doze anos. Ela loiro, o cabelo cortado de um jeito esquisito, seus olhos eras tão azuis quanto o próprio cristal, o mais estranho é que ele era extremamente familiar...

– Ethan... Acho melhor você vir ver isso...

– Por quê? – o filho de Zeus veio andando e olhou para o cristal

– É que... E-eu acho que é você. – pelo jeito eu estava certa, Ethan engoliu em seco e segurou o cristal com as duas mãos. Com um único puxão, arrancou-o da parede.

– Mas o quê...? – ele examinou o cristal, confuso – Ouça, não conte isso para ninguém, ouviu? Vou guarda-lo comigo, mas não fale para ninguém. – ele me encarou e eu assenti. Assobiei quando ele se afastou e minha coruja pousou em meu ombro. O que poderia ter naquele cristal de tão importante?

Pov. Milene

O corredor começou a se estreitar depois de alguns minutos e de três metros de largura ele ficou com somente dois. As paredes também começaram a mudar, primeiro os desenhos sumiram, depois elas se tornaram feitas de uma pedra cinza-claro cheia de rachaduras. A temperatura realmente melhorou, agora era bem menos extrema. Eu me sentia no meio de um labirinto, e aquele sentimento me deixava um pouco desconfortável.

– Ei, Mill. O que é aquilo? – Harry chamou minha atenção e apontou para uma bifurcação, dela vinha uma luz fraca, apressei o passo.

– Parece que alguma coisa enorme fez esse buraco... – comentei, olhando para as bordas do caminho da esquerda – Com certeza isso não faz parte do projeto desse lugar...

– Mas se essa “coisa” fez esse buraco é por que ou se irritou ou quis seguir por aquele caminho. – Harry apontou para o fim do corredor por onde estávamos andando.

– Verdade, é mais seguro vir por aqui. – passei pelo buraco e Harry me seguiu, ele dava em um corredor bem mais largo e com paredes de obsidiana.

– Vamos em frente e... – comecei, mas notei que havia um longo sulco no chão de terra. Meus olhos se arregalaram e eu senti um grito vindo do fundo de minha garganta – COOOBRAAAAAA!!! – comecei a hiperventilar, que ótimo, agora aqui tem cobras gigantes? Bom saber.

– Ei, Mill! Calma! Se essa cobra passou por aqui foi há muito tempo, ela já deve ter ido embora... – Harry segurou meu ombro, e eu tentei me acalmar, mas era impossível.

– M-mas... Cobras Harry! C-cobras! Eu não suporto cobras! – gaguejei e ele segurou meus ombros, mantendo meu rosto a centímetros do dele.

– Milene Willians, olhe para mim. Pelo amor dos deuses, você NÃO vai ficar balbuciando aí e falando que tem medo de cobras. Você já enfrentou dracaenas não foi? – revirei os olhos

– Não. – respondi e ele revirou os olhos

– Tá, tanto faz.

– Ei! – o repreendi

– Viu? Esqueça as cobras Mill. Vai dar tudo certo, é só seguirmos em frente. Vamos encontrar o pessoal e acabar com o Minos. Depois disso vamos voltar e eu vou te mostrar o acampamento. – olhei fundo naqueles olhos azuis, acho que só não me derreti por que estava morrendo de medo. Bem, agora nem tanto. Eu parara de tremer e minha respiração estava voltando ao normal.

– Vai mesmo? – perguntei, abrindo um pequeno sorriso.

– Eu prometi, não foi? Por que não faria? – Harry sorriu e eu o abracei.

– Obrigada Harry. Acho que sem você eu já teria ficado maluca... – ele começou a rir e eu o soltei, o encarando – Qual é a graça?

– Milene, você eletrocutou um quarto de hotel só para acordar a gente. Você já é maluca. – cruzei os braços e o fiquei o encarando enquanto ria.

– RA-RA, muito engraçado... – me aproximei dele, mas aquele riso chegava a ser contagiante, em segundos eu já havia me esquecido completamente das cobras e ria junto com ele em alto e bom som – Você me paga Harry Strovyle.

– Ah... Vou mesmo... – com um pequeno impulso ele me beijou. Uma beijo beem diferente daquele na festa... Digamos um pouco mais... Demorado?

Nos separamos, porém continuamos a encarar um ao outro, Perseu se deitou aos nossos pés e soltou um pequeno miado. Se Harry soubesse daquele segredo... Afastei a ideia de minha cabeça e recomeçamos a caminhar.

Pov. Mary

Ficamos andando no escuro pelo que pareceram horas, Sophia tinha tido a ideia de apoiarmos nossas mãos nos ombros um do outros para que as pessoas que ficassem nas “pontas” da linha deviam tentar tocar nas paredes para pelo menos nós termos uma ideia do que nos cercava. Eu estava bem no meio e conseguia ouvir um leve barulho de água.

– Que estranho... – ouvi Felícia murmurar

– O que foi? – perguntei

– Também sentiu isso? – perguntou Josh a minha direita

– Aham. – respondeu a filha de Tique

– Isso o quê??? – exclamei

– A parede, Mary. Está completamente lisa. Parece ter... – começou Josh

– Sido esculpida. – completou Felícia

– Tá, tá. Alguém tem ideia de há quanto tempo estamos aqui? – perguntou Sophia, a minha direita.

– Sei lá, uma hora, talvez? Vou tentar acender uma luz. – segundos depois uma luz amarela me cegou e eu tive que piscar várias vezes para conseguir ver o rosto de todos – Graças aos deuses! Luz!

Sophia e Josh abriram um sorriso enorme e só então eu percebi. Aquele medo não era somente de Sophia. O dois tinham medo de escuro e aquilo estava estampado na cara de alívio que eles fizeram ao encarar aquela luzinha mínima.

Finalmente eu olhei em volta. O corredor era de pedra cinza-clara, longo e quadrado e terminava em uma parede de rochas.

– Di immortales! Não tem saída! – Felícia braquejou em grego.

– Ei, podemos tentar tirar algumas rochas... – Josh deu de ombros e soltou sua esfera de luz no ar, fazendo-a começar a flutuar sobre nossas cabeças. Depois, subiu na parede de rochas e eu o segui, escalando as rochas.

– No alto a parede deve ter menos pedras... – disse e ele assentiu, logo depois agarrou uma pedra e a retirou, depois deixou-a rolar até a base da parede.

– Ei! Vocês duas! Ajudem aqui! – Josh gritou para Sophia e Felícia, que subiram na parede. Nós três começamos a retirar as rochas, em alguns minutos, já tínhamos um buraco do tamanho de meu punho por onde era possível ver o corredor seguinte, mas bem... Ele não era exatamente um corredor.

Pov. Miguel

Enquanto corríamos tive a ideia mais maluca da minha vida.

– Charlotte! – gritei e a filha de Hermes olhou para trás, ainda correndo

– O quê!?

– Dê meia volta!!

– O QUÊ??? TÁ DOIDO!?

– Não! Só faça o que eu fizer! – gritei novamente e peguei minha katana na minha mochila, era a primeira vez que eu a usaria na missão inteira, que conveniente.

Parei de correr e me virei, apontando a katana para a cobra, que parou de avançar no mesmo instante.

– Eu não tenho medo de você. Quem tem é ela. Por isso você está aqui. – eu disse, tentando manter minha voz o mais calma possível – Você vai da meia-volta e ir embora.

A cobra não se mexeu, só ficou parada, me encarando. Era exatamente isso que eu não queria que acontecesse.

– Charlotte, pegue meus óculos. – tirei meus óculos escuros e joguei por cima de meu ombro, encarei o chão, eu só fizera aquilo poucas vezes na minha vida, e não era nada legal – Olha, foi você quem pediu.

E encarei a cobra. Devem estar se perguntando: Nooossa, que legal, você encarou uma cobra. É, mas como filho de Thanatos, encarar as pessoas pode ser mortal para elas.

A cobra me encarou por alguns segundos e eu temi que aquele poder não funcionasse em animais, porém, antes que eu desistisse, algo aconteceu.

O réptil gigante começou a se contorcer e a soltar um grito horrível. Depois a morder a si próprio e a fazer nós com o próprio corpo, o monstro se tornou pó em poucos segundos, ouvi os passos de Charlotte e imediatamente fechei os olhos.

– O-o que foi isso? – a ouvi gaguejar

– É isso que eu faço. Thanatos, sabe? – respondi, ela me entregou meus óculos-escuros e os coloquei para poder abrir os olhos novamente sem causar estrago.

– Tipo, você encara cobras e elas se matam? – soltei um riso

– Na verdade é essa a questão, tudo que seja vivo e me encara por certo tempo sente uma vontade incontrolável de morrer. Foi isso que aconteceu com a cobra.

– Ah... E eu achando que você usa sempre óculos-escuros por que estava com conjuntivite. – desta vez eu comecei a gargalhar

– Conjuntivite? Sério?

– Idiota, não? – Charlotte também estava gargalhando

Paramos de gargalhar pouco depois e ela deu um suspiro.

– E agora, para onde vamos?

– Voltar, vamos seguir o caminho que estávamos seguindo, alguém pode ter passado pelo buraco que a serpente fez na parede enquanto a gente estava correndo.

– Verdade. – Charlotte assentiu e voltamos a andar.

Pov. Narcysa

Quase tive um ataque quando vi aquele maldito cristal. Ninguém mais viu, somente eu. Estava perto do teto, como se fosse para eu quebrar, ela se um roxo quase azul e eu podia ver o reflexo de uma garotinha chorando. Eu. Pensei.

– Ei, cara-de-pássaro, vai ficar aí parada mesmo? – perguntou Rachel ao esbarrar em mim.

Era aquilo. O lugar mostrava nossos medos. Aqueles lugar não tinha fim, e não teria, a menos que eu encarasse o meu medo.

– Vou. – respondi e todos me encararam, confusos – Achei meu cristal.

– Peraí, o seu cristal? – perguntou Corallyn

– É, o meu cristal. – usei todas as minhas forças para falar aquela frase. Levantei voo e arranquei meu cristal do teto.

– Se quiser, não precisa quebra-lo. – disse Angelina, com um sorriso de compaixão

– Pelo contrário, se eu não quebra-lo isso vai me assombrar a vida toda, não posso ficar assim... – percebi que estava chorando, segurei o cristal com as duas mãos e ele começou a mudar de forma, ficou mais pano e circular, em segundos eu segurava um prato de cristal com o meu rosto de criança chorosa estampado na frente dele – E-eu, tenho que fazer isso...

– Cys... – Alexei murmurou, mas eu respirei fundo, aquilo era necessário.

– Os gregos diziam que o barulho afastava maus espíritos. Lembranças ruins não passam de maus espíritos, certo? – Giovanna sorriu, mas pude ver lágrimas brotando em seus olhos.

Contei mentalmente enquanto erguia o prato, eu sentia lágrimas rolarem por meus rosto, meu maior medo seria feito, todos ali saberiam o meu passado... Mal ouvi quando o prato de estilhaçou no chão.

Seu verme! Não é nem digna de pisar nessa casa! – ouvi a voz de meu pai e abri os olhos que eu nem notara que havia fechado. E lá estava ele, ou melhor, a lembrança dele. Alto, rústico, o ódio brilhando em seus olhos...

M-mas eu f-fiz tudo que pediu... – essa era a minha voz, eu estava bem ali, encolhida num canto, chorando como um bebê. Me senti mal ao perceber que não era a única que estava vendo aquilo. Lá estavam todos, encarando, estupefatos a garotinha. Me encarando.

Você não é nada! Tudo é sua culpa! – fechei os olhos ao ouvir o som de um tapa.

Quando reabri os olhos a garotinha se levantou, as lágrimas rolando nas faces brancas, os olhos azul-cerúleos brilhando decididos. Ela emburrou o homem. Eu o emburrei. E saiu correndo, atravessando uma parede.

Pov. Narradora

Assim que a garotinha atravessou a parede o homem se desfez em névoa. Porém, antes que o grupo desse a cena como terminada, a garotinha reapareceu, saindo da parede oposta da sala. Algo começou a cair do teto, como chuva, mas não molhava, só passava uma sensação gelada.

A garotinha estava ensopada e chorava muito, ela tropeçava e olhava para trás o tempo todo. Era óbvio que estava fugindo.

De repente, um grito. A garota saltou para frente e Corallyn levou as mãos à boca ao perceber o que estava acontecendo. As costas da menina estavam se rasgando e um par de asas brancas embebidas com aquele sangue prateado saiu delas, fazendo a menina levantar voo e se desfazer em névoa branca.

– Era você, não era? – perguntou Angelina a Narcysa, que se debulhava em lágrimas. A filha de Niké, como se tivesse perdido o equilíbrio, caiu ajoelhada no chão, as mãos cobrindo o rosto, as lágrimas escorrendo como rios.

– Você podia ter contado antes! Teríamos apoiado você! – Rachel se ajoelhou ao lado de Narcysa e a abraçou, até mesmo a filha de Afrodite estava chorando.

– Verdade Cys... Por que não contou? – Jenna se ajoelhou também, logo Corallyn e Giovanna se juntaram as outras.

– E-eu achei q-que v-vocês fossem m-me julgar e... – gaguejou Narcysa, fracamente

– Julgar você!? Nunca ouvi uma besteira maior! – Rachel arriscou um pequeno sorriso – Nunca julgaríamos você Cys... – de repente Narcysa parou de chorar e tirou as mãos do rosto para encarar a filha de Afrodite.

– Você me chamou de Cys. – a filha de Niké deu um sorriso fraco e limpou as lágrimas com as costas das mãos – Para onde foi o "cara-de-pássaro"?

Rachel soltou um risinho e eu olhei em volta, os garotos pareciam sem reação. Ethan parecia nervoso e tinha uma das mãos no bolso do casaco, os outros pareciam estáticos.

– É melhor não se acostumar, hein? Parar de te chamar de cara-de-pássaro é o mesmo que parar de respirar para a Rachel. – Jenna soltou uma gargalhada e Narcysa, Rachel, Giovanna e Angelina acompanharam, até Corallyn teve de dar um esboço de um sorriso.

Pov. Narcysa

– Obrigada, mesmo. – abracei as meninas, até mesmo Rachel havia me ajudado, sim, eu estava surpresa. Me odiava internamente por ter fraquejado, por ter parecido tão fraca na frente delas, mesmo assim estava feliz por elas me apoiarem,

Me levantei com a ajuda de Giovanna, a única pessoa ali (a não ser Alexei) que eu acontecia antes da missão.

De repente, uma névoa verde-escura nos cercou, tinha um cheiro ocre de peixe-podre e eu tive que tampar o nariz para não desmaiar.

Quando a névoa se dissipou, percebemos que estávamos em uma sala ampla, feita de terra batida com um chão de grama. Havia um corredor no fundo da sala, dele, um barulho de passos saia, assim como o brilho fraco de uma lâmpada.

Pov. Harry

Milene parecia bem menos nervosa depois de alguns minutos, mesmo assim algo me incomodava. Meu medo.

Todos temos medos, mas o meu me preocupava, e muito.

Meu maior medo era perder alguém próximo de mim. O problema era que não havia ninguém mais ali a não ser Milene.

– Ei, Harry! Olha só! – ouvi a filha de Zeus gritando alguns metros à frente, ela tinha se ajoelhado no chão e parecia estar olhando por um buraco na parede.

– O quê? – me ajoelhei ao lado dela

– D-dracaenas. – gaguejou Milene, em resposta. Ela se afastou e eu olhei pelo buraco, tinha mais ou menos o tamanho de uma fechadura e a profundidade de um palmo, dava para uma sala com paredes de obsidiana, igual ao corredor onde estávamos, parecia ter o tamanho de um apartamento em Nova York (o que não significa muita coisa) e nela duas dracaenas armadas até os dentes conversavam em voz baixa.

– Temos que achar o caminho para lá. – disse e os olhos de Milene se arregalaram.

– Tipo, encontrar as dracaenas!?

– É, tipo, encontrar as dracaenas. – revirei os olhos e sorri, Milene também arriscou um sorriso.

– Acha que devemos seguir o corredor?

– Não, ele não parece ter conexão com a sala, acho que devíamos fazer algo mais... – não terminei meu pensamento. A obsidiana era muito dura para ser quebrada e eu daria tudo para que Felícia estivesse ali, ela tinha uma zarabatana, o que seria muito útil nessas horas...

– Milene, acha que consegue fazer uma explosão ou algo assim? A parede é fina, talvez se conseguirmos...

– Harry, esquece. É obsidiana, não dá pra quebrar. – Milene encolheu os ombros

– Mas e se... – olhei em volta, pensando em qualquer coisa que pudéssemos fazer – Tiver uma passagem?

– Que tipo de passagem? – perguntou Milene, me encarando com aqueles olhos azul/verdes.

– Talvez se alertarmos as dracaenas de nossa presença... Elas devem saber de alguma passagem...

– Aí elas iriam atrás da gente e nós poderíamos passar pele passagem. Harry, você é um gênio! – Milene me abraçou e eu não pude evitar sorrir.

Nos separamos e eu me abaixei novamente, preparando meu arco com a flecha com a menor ponta que eu tinha. Eu iria atirar às cegas, mas torcia para que a flecha matasse pelo menos uma das dracenas, assim pelo menos teríamos que lutar somente com a outra.

– 1...2...3! – soltei a flecha e ouvi um guincho reptiliano, feliz, me abaixei novamente para olhar pelo buraco, mas quase saltei para trás ao dar de cara com olhos amarelos.

– Semideusessss... – me afastei da parede, puxando Milene junto quando o corredor começou a tremer e a “parede” onde estávamos encostados começou a subir, se revelando como um tipo de porta de garagem e revelando uma dracaena furiosa coberta bem pó de sua amiga recém-mandada ao Tártaro.

O monstro avançou e eu não tive tempo para armar outra flecha, se Milene não tivesse cortado fora a cabeça da dracaena no último segundo eu teria virado jantar. Ou seria almoço? Café da manhã, talvez? Certo, eu não fazia ideia de quanto tempo tínhamos ficado naquele labirinto estúpido.

– Obrigado. – agradeci

– Não há de quê. – respondeu a garota

Milene e eu entramos na sala, havia uma porta de carvalho em uma das extremidades que não era possível ver pelo buraco.

– Vamos? – eu disse, indicando a porta

– Com certeza. – Milene assentiu e nós avançamos.

Abri a porta devagar, o próximo corredor era em forma de “T” e era todo de mosaicos em vermelho, laranja, branco e verde, não dava para distinguir nenhuma figura.

– E aí? – perguntou Milene

– É só mais um corredor, e ele tá vazio.

Abri mais a porta e nós passamos devagar, tentando não fazer barulho.

– Direita ou esquerda? – perguntei e, de repente, uma voz rouca respondeu a minhas costas.

Acho que nenhuma das duas...

Pov. Felícia

Demorou um pouco, mas logo abrimos um buraco grande o suficiente para passar uma pessoa. O salão seguinte se constituía em uma ponte de madeira. Ponto.

Estávamos bem na beirada de um precipício, o vento era extremamente forte chagado a nos emburrar para o lado. Somente aquela mísera pontezinha de madeira era a nossa conexão com a outra margem.

– É muito fraca, não vai aguentar a gente, principalmente com esse vento... – comentou Josh

– Vai sim. Eu posso controlar os ventos enquanto vocês passam isso vai ajudar. É só atravessarem um de cada vez. – disse Sophia, decidida

– E você? – perguntei, meio desconfiada.

– Vou ficar bem. Vou me atravessar. – era mentira, estava estampado na cara dela. Ela poderia até tentar se atravessar, mas sabia que não conseguiria. Sophia estava se arriscando a morte.

– Talvez haja outro caminho... – Mary olhou em volta, a procura de outra opção.

De repente a ponte fez um barulho horrível e uma de suas tábuas caiu precipício abaixo.

– Não, é melhor irem logo. A ponte não vai aguentar muito tempo.

Assentimos e Mary se colocou na frente, ela era mais pesado do que eu (e mais velha), por isso deixei que fosse antes.

Atrás de mim Sophia fechou os olhos e ergueu as mãos, imediatamente o vento começou a sobrar mais devagar e desviar de Mary, fazendo um tipo de cúpula de ar em volta da mesma.

Ela avançava devagar, mas algo a atrapalhou.

– MARIPOOOSAAAA! – a filha de Afrodite se abaixou bruscamente bem no meio da ponte enquanto o pequeno animal passava voando inofensivamente por cima de sua cabeça – Eu ODEIO mariposas!

– Anda logo Mary! A ponte não vai aguentar muito! – gritou Josh e Mary se levantou devagar, voltando a andar.

– Ei! Lembra do que eu disse!? Música ajuda a se concentrar! – gritei, tentando ser ouvida sobre o vento.

Só ouvi sussurros quando Mary começou a cantar, ela dava cada passo com o máximo cuidado, mas de vez em quando uma ou outra tábua se desprendia da ponte. Foi um alívio quando a filha de Afrodite chegou ao outro lado.

– Sua vez. – disse Josh, e eu me adiantei para a ponte.


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Notas finais do capítulo

Uou! Cap graaande! Vou tentar postar o mais breve que puder, mas vou viajar esse fim de semana então... Espero que tenham gostado do cap! Coloquem tudo o que gostaram e coisas para melhorar! Amo quando fazem isso! Me ajuda a crescer como autora!
Bjs para minhas rosquinhas (de novo)!
Bia Valdez
PS: Muita nutella, morangos e chantilly para vocês!