Vida Marcada escrita por Daenerys MS


Capítulo 6
Os ''Elas''


Notas iniciais do capítulo

Hey ^^

~capitulo simultaneo~

Mas acho que não vai causar estranheza. Depois desse, vou voltar com a Arya, e recorrer a Flashbacks ^^ bem mais fácil.



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Fora fácil planejar a escapada, mas, uma vez fora da muralha, inúmeros caminhos e possibilidades se assomavam a sua frente.

Pequenas sombras corriam pelos estreitos e escuros corredores enquanto a alvorada ainda ameaçava surgir. O castelo dormia, com exceção de poucos servos, e dos cozinheiros, que já podiam ser ouvidos sovando a fresca massa de pão.

Haviam analisado e escolhido o corredor serviçal, um longo percurso de tijolos sujos, que ligava passagens estreitas de quase todos as partes da fortaleza. Frequentados apenas por servos, era um dos poucos lugares esquecidos pela guarda. Passaram por serventes, mas não receberam olhadelas nem segundos olhares de consideração ou curiosidade. As roupas sujas e maltrapilhas, os cabelos ensebados, e o caminho que percorriam, indicava apenas que eram órfãos de guerra, mal lavados e famintos, indo em busca de alguma oportunidade de comida ou moedas.

Mas serem vistos pelos guardas era outra coisa.

Ninguém queria que o Rei tivesse o pão roubado da mão quando estivesse prestes a morde-lo ou que a Rainha sentisse algo roçando sua perna por baixo da mesa enquanto fazia sua refeições matinais. Garotos maltrapilhos fora a unica forma de não chamar a atenção, mas também fazia com que tivessem de evitar os guardas. Uma vez pegos, poderiam sofrer inúmeros castigos. Liam duvidava que naqueles trajes alguém o reconhecesse ou acreditasse que ele era o Príncipe herdeiro. Não antes de perder um dedo ou ganhar um açoite.

Eram regras duras, ele sabia, mas justas. Um Rei, seu pai um dia havia dito, não pode deixar que seus súditos tenham coisas deles, sem primeiro levar a questão ao conselho, ou então um dia, poderiam começar uma guerra, e depois, vir comunicar que um exército batia a porta.

Mas agora eram as batidas do coração de Liam que se ouviam, enquanto a respiração se normalizava. Após terem sido vistos em um corredor real, tentando alcançar as pesadas portas de carvalho, correram pelos corredores perseguidos por cavaleiros dourados. Rapidamente os deixaram para trás ofegando em suas pesadas armaduras de metal, e amaldiçoando suas vidas.

 Dando de supetão em uma cozinha passaram correndo e derrubando panelas, sendo assim amaldiçoados novamente. Encontrando um estreito túnel lateral, seguirão no breu até avistar a luz no fim do túnel.

Foram dar nas movimentadas ruas da cidade Real, que já se enchia de pessoas, cavalos, carroças e barracas. Seguiram por um estábulo publico e encontraram dois pangarés amarrados.

O plano partira de Liam que, pensando em uma possível fuga, teve a ideia de mandar Lionel, o pagem, com algumas moedas, para que comprasse pangarés e os deixassem por perto. Greg aborrecera-se ao trocar os garanhões de guerra de ambos por cavalos magros e desdentados.

– Claro, dois órfãos sem dinheiro para comer, com dois garanhões de guerra, não acha que seria mais fácil chegar no carrasco e pedir para cortar as suas duas mãos logo de uma vez, ladrãozinho. - Greg riu com o novo título e perguntou se Lionel não poderia entrega-los:

–Para isso ele usará mais palavras do que eu já o ouvira falar em toda a vida.- encerrando o assunto e as suspeitas.

Apesar de necessário, não agradava Liam ter de abrir mão de trovão, que, dado pelo pai, havia crescido junto ao garoto, que o tinha amado e treinado, ele mesmo, desde potro e garotinho.

A lembrança só se fez notar mais ainda enquanto subia no arqueado lombo do novo, velho pangaré que montava.

Seguiram pelos paralelepípedos e as coloridas casas de madeira. Perto da fortaleza, as casas não eram ricas como as dos fidalgos, mas mesmo assim não deixavam de ser belas. Também passaram por Bordéis onde moças chamavam pela janela, tabernas ainda pouco movimentadas, casas de famílias e estabelecimentos variados. Ferrarias, marcenarias, quitandas e açougues, onde homens ensanguentados jogavam baldes de restos na rua.

Desceram reto pela rua principal, e desceram, desceram e desceram, até onde os paralelepípedos acabavam, trocados por terra batida. As casas começaram a perder as cores e as ruas, vida. O cheiro fresco e salgado do Mar encheu o ar, juntamente com berros de marinheiros e piares de gaivotas. Liam percebeu Greg desacelerar.

Seguindo o olhar do amigo, deparou-se com uma jovem garota com loiros cabelos cor de ouro. Com um longo vestido azul comportado, era uma donzela, com certeza. Ao olha-la melhor algo captou sua atenção, perturbando-o. algo... diferente, quase... vulgar. Após um momento de estudo percebeu.

Os olhos.

Greg a encarava sorrindo, de um jeito que o jovem príncipe conhecia bem.

– Vai lá, pode ir, vai falar com a moça- desdenhou Liam. - eu me viro.

– Sério mesmo?  - disse já virando a cabeça do pangaré - Mas não - Virou de volta - Não posso deixa-lo, não neste lugar, seria muita... irresponsabilidade.

– Suou até como meu pai - riu Liam - vai lá, estou bem, quem vai querer alguma coisa com um órfão desgrenhado - sorriu- se bem que isso vai ser um problema pra você - Greg olhou para as roupas que trajava e passou uma mão nos castanhos cabelos - Meu charme é tudo, meu caro.

– Muito bem, se você diz; Aqui mesmo ao cair da noite, está bem?

– As suas ordens, eu só preciso de alguns minutos para comprar algumas flores e conquistar um coraçãozinho dourado.- sorriu Greg.

– Acho que tem alguém apaixonado- Liam retrucando o sorriso.

Greg acelerando o pangaré  gritou feliz por sobre o ombro- Nunca! meu amigo! Nunca!

Rindo, Liam incitou o pangaré e segui a passo lento para o cais.

Encontrando um estabulo, decidiu seguir a pé. Pagou algumas moedas  de prata e pediu ração e água para Camelo, seu novo amigo pangaré. Pondo as mãos nos bolsos do esfarrapado colete, seguiu distraído para norte do cais.


Parou abruptamente quando uma garota um pouco mais nova passou carregando uma grande cesta. Curioso, decidiu segui-la. A menina, junto a uma mulher, que Liam deduziu ser a mãe, estava impaciente e por vezes tropeçava em algo. Pouco depois de terem parado em uma porta, a menina moveu os lábios para a mãe e deixando a cesta virou-se para a direção de Liam e correu.

Ele tentou segui-la mas perdeu o rastro rapidamente. Não sabia por que, nem como, mais a visão do rosto dela o mudou, em algum lugar.

Isso, o fez querer encontra-la.

Após algum tempo de procura preparou-se para seguir de volta quando um rápido baque chamou sua atenção.

Um pirata. Uma rapariga. Uma garota. A garota.

O instinto o fez levar a mão a cintura, onde a espada descansava. " droga" lembrou-se que a havia deixado juntamente a sua túnica, e , impotente pensou em um jeito de ajuda-la. Antes que pudesse procurar uma pedra, a garota correu e ele tentou alcança-la ziguezagueando por entre barracas. Perdido, virou em velocidade uma esquina e...

Ai !

A respiração do garoto cessou rapidamente e virou-se para onde a menina caíra após o encontro dos dois. Esfregando a cabeça a jovem se ergueu ignorando a mão de ajuda de Liam.

– Au, Arya, Arya hoje realmente não é o seu dia! - esfregou a cabeça lateralmente- Hey, sua cabeça é feita de que? Ferro? ?



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Notas finais do capítulo

E é isso ^^ próximo capitulo tem:

— VOCÊ??

rs. ;)


Aa e obrigada por ler *-* comente o que achou, duvida, bom, ruim , péssimo, venha :D



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