Colégio Interno escrita por Híbrida
Notas iniciais do capítulo
Voltando aos trabalhos com capítulos engraçadinhos
Dormi com o Gabriel aquela noite. Havia esquecido quanto seu perfume me embriaga, e quanto sua presença me fazia bem. E acordar ao seu lado era a melhor sensação do mundo.
Acordei primeiro e fiquei observando-o dormir. Ele ressonava baixinho e mantinha as mãos pousadas sobre minha cintura. Santo Deus, como ele era bonito. E como eu era sortuda.
— O que ‘cê tá olhando? – perguntou ele com a voz embargada de sono – Tem algo de errado comigo?
— To procurando – sussurrei – Ninguém pode ser tão perfeito, sabia?
Ele sorriu e beijou meu nariz. Levantou-se pra ir ao banheiro e fiquei o observando. Ok, era fato: eu o amava. Não existia Gustavo, Nicholas, Lisandra, ninguém que pudesse me fazer duvidar daquilo com o que quer que fosse.
Thiago deitou-se ao meu lado quando ele saiu e eu apoiei a cabeça em seu queixo. Ele soltou um suspiro longo e afagou meus cabelos.
— Heloise me mandou escolher entre você e ela – sussurrou.
Silêncio.
Se aquela vadia me fizesse perder o meu melhor amigo – depois do Bernardo – eu a mataria enquanto dorme. Mas não podia dizer isso a Thiago, porque era uma escolha dele e se ele quisesse escolhê-la, o que eu podia fazer? Afinal, eu sou apenas amiga dele. Ou cunhada se ele escolhê-la. Nada além. Mordi o lábio e tirei a cabeça de seu peito e me sentando na cama. Eu devia estar com muita cara de coitada.
— E o que você disse a ela?
Ele sorriu e afagou meus cabelos. Afastei-me dele e continuei encarando-o. Thi sentou-se de frente pra mim e segurou minhas mãos. Seu semblante tornou-se preocupado, e foi aí que eu senti as lágrimas quentes umedecendo meu rosto. Oh, merda, eu estava me humilhando ali.
— Eu a mandei tomar no cu – disse, afagando as costas de minha mão com o polegar – Quem ela pensa que é pra querer me afastar da minha irmã?
Ele fazia força pra não rir. E eu pensava se o esmurrava, mordia, abraçava ou mandava tomar no cu e ia embora para o meu quarto agora mesmo. Com uma blusa do Gabriel e calcinha mesmo, foda-se. Dei-lhe um tapa bem dado na coxa.
— Filho da puta! – berrei, acordando todos os outros garotos – Filho da puta, Thiago!
— Não xingue mamãe!
Gabriel colocou a cabeça entre a porta do banheiro e me encarou, com o rosto coberto pela pasta de dente e uma carinha chateada. Mandei-lhe um beijo e ele sorriu bobo, voltando para dentro do banheiro. Rodrigo, que dormia na cama em cima da de Gabriel, colocou a cabeça em minha frente e me encarou.
— O que ele fez?! Por que nos acordou? Espera, por que você dormiu aqui? Você e o Gabriel consumaram o namoro de vocês? Demorou, né!
— Feche teu cu – sussurrei, voltando a atenção a Thiago – Eu não acredito que você me enganou!
— Eu queria ver o quanto você se importava comigo!
Ignorei-o e deitei de volta, fingindo voltar a dormir. Ele voltou pra sua cama e logo senti algo em cima de mim. Uma coisinha pequena e peluda. Abri os olhos e lá estava minha pequena Eulália. Sorri e a afaguei.
— Oi, meu bebê!
— Bom dia meu bebê! – completou Gustavo, jogando uma almofada em mim.
— Te amo, meu bebê! – gritou Henrique.
— Voces são ridículos – zombei, jogando a almofada de volta em Gustavo e Eulália em Henrique.
Então, eu percebi o que eu tinha feito.
— Amanda, você jogou um roedor em mim?! – gritou Henrique.
— Amanda, você jogou nossa filha nele?! Seu monstro! – gritou Rodrigo.
— Minha nossa, minha nossa!
Subi na cama de Henrique. Eulália havia se assustado e enganchado suas garrinhas em sua cabeça. O garoto gritava desesperado e eu, Gustavo, Bernardo e Thiago lidávamos com nossas crises de riso enquanto Rodrigo berrava o quão irresponsável eu era.
— Que quiproquó é esse?! – gritou Chris, que havia acabado de acordar.
— Bom dia, Cinderela! – gritou Luke, que se inteirou no assunto de repente – Não ouviu tudo isso, não?
— Ah, eu durmo de fone. Nem ouvi – respondeu Chris, tranquilo – E porque Cinderela? A Cinderela não dorme nem uma vez na história da Disney. Só acorda. Eu não a vir. Ao contrário da Bela...
— Calem suas bocas enquanto eu tento tirar o roedor da cabeça do garoto aqui! – ordenei – Muito bem. Onde estão as sementes de girassol dela?
— Amanda, essa porra não é o Hamtaro! – gritou Henrique.
— Você gritar não vai resolver nada, ok, querido? – ironizei, afagando as costas de Eulália, que tremia desesperadamente – Eu sei que você está com medo, meu amor, mas não precisa disso, sim?
— Puxa, obrigado, peque...
— Eu estou falando com Eulália.
Ele desatou a me xingar e eu finalmente consegui desenroscar a chinchila de sua cabeça. Um urro de vitória vindo de Rodrigo. Sorri e coloquei o roedor em seu colo. Gabriel saiu do banheiro com expressões confusas. Estava só de cueca, o que fez todos rirem e murmurarem comentários maldosos.
— Agora que a cabeça de Henrique não corre mais perigo, vamos analisar a situação: Amanda está com a blusa do Gabriel e ele tá só de cueca. Demorou, hein? Demorou – disse Bernardo.
— Vocês são melhores amigos péssimos.
— Ninguém tá aqui pra guardar seu hímen não, minha filha! – gritou Lucas.
— Ridículos – resmunguei.
— Como fazer alguma coisa com todos vocês aqui? – defendeu-se Gabriel.
— Bom argumento – disse Thi, apontando o dedo pra ele – Ainda mais com o Gustavo, porque o Gustavo quer pegá-la.
— Eu a beijei esses dias – comentou Gus.
— Amanda me contou. E isso não foi legal, tá, cara?
— Ah, pra mim foi.
E desataram em uma discussão, que, no final, acabou com todos os garotos escolhendo um lado e berrando verdades para o outro “team”. Brigas de “Gustie” e “Gabie” tendem a durar muito, então tudo o que fiz foi pegar Eulália e leva-la para o sofá para assistir desenhos.
Mais um dia comum para Amanda Froidefonde.
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