Colégio Interno escrita por Híbrida


Capítulo 57
Coisa de orkut, suco verde e Pink e Floyd


Notas iniciais do capítulo

To dando o meu melhor pra postar um por dia enquanto da, ok? Nem todos vão ser enormes, mas prometo que vou fazê-los com mais de 500 palavras, pelo menos.



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Os trabalhos haviam começado e o silêncio prevalecia no quarto. Não um silêncio ruim e denso. Era agradável.

Eu e Bernardo já havíamos superado isso de precisarmos falar o tempo todo. Tudo com ele era muito agradável: desde incessantes gritarias a um silêncio quase que absoluto. O único som que podia se ouvir eram de seus dedinhos chocando-se rapidamente contra o teclado. Era incrível como aquele garoto digitava rápido e não errava nada!

— Minha nossa – sussurrei – Eu me sinto em ‘A rede social’

— Piratas do Vale do Silício minha cara – disse, e soltou uma gargalhada logo depois – EU SOU O JOBS! – gritou, pulando no sofá – Falei primeiro.

— Ridículo – resmunguei, rolando os olhos – Continue seu trabalho, Kutcher.

Ele lançou-me o dedo do meio e continuou seus trabalhos. Após muita pesquisa e muitos copos de suco verde – meu novo vício – Bernardo estralou os finos e longos dedos e o pescoço alvo.

— OK, eu sou um gênio – ele disse, sorrindo – Eu, definitivamente, sou um gênio.

— O que exatamente você fez?

— Bom, caso não saiba, os calouros têm um grupo onde falam mal de tudo e todos. Um no whatsapp e um no facebook. Entrei pelo perfil do Ivan no do facebook, já que não tenho o meu próprio. O grupo era fechado, mas consegui acessá-lo com alguns códigos simples, e..

— Você hackeou o perfil do Ivan?

— Entrei sem pedir licença. Hackear é uma coisa tão... Orkut – disse, rolando os olhos e gesticulando com as mãos – Voltando ao assunto... Após entrar, descobri que quem estava espalhando altos babados sobre você foi a garota nova aqui do quarto, a Lis.

Bernardo soltou aquilo de forma tão simples e sucinta, e mesmo assim demorei uns dez, quinze segundos para, de fato, processar a informação. Como assim aquela vagabundazinha que dormia no mesmo quarto que a gente havia, simplesmente, espalhado boatos que eu estava grávida?! Filha de uma puta!

Comecei a gritar todos os palavrões que conhecia enquanto Bernardo me olhava assustado. Deixou que eu liberasse toda a emoção, então passou delicadamente a mão sobre minhas costas, afagando-as, e entregou-me mais um copo de suco verde. Que sim, é diferente de Chá Verde. E não, não tem cheiro verde.

— Calma – disse, por fim, dando tapinhas amigáveis em meu ombro – Ainda podemos nos vingar.

Assenti, virando o copo de chá verde como se fosse cachaça. Joguei a cabeça para trás e soltei um longo suspiro. Estava cansada demais pra pensar em vinganças. Aquele stress todo havia me matado.

Encostei a cabeça sobre seu ombro, fazendo-o beijar demoradamente minha testa.

— Vai ficar tudo bem, meu anjo, eu estou aqui. O que pretende fazer pra se vingar dela?

— Quero que descubra uns podres dela pra mim. Vou começar sua lição de Álgebra.

Arrastei-me até a cama e me sentei. Permaneci ali, fazendo cálculos e mais cálculos durante uns bons 40 minutos antes de pegar no sono. Quando acordei, Bê dividia a cama comigo, o notebook havia sido substituído pelo celular.

— Tenho boas notícias – disse, sem desviar os olhos concentrados da tela do aparelho – A garota é uma piranha.

— E...?

— Descolei uns vídeos interessantes dela.

Eu o encarei, enojada, durante uns bons segundos. Meu pequeno soltou uma gargalhada melódica, fazendo-me ficar ainda mais assustada. Ele sorriu e me encarou.

— Você quer mesmo acabar com a vida dela? Temos materiais em mãos.

— Não – disse, simplesmente – Eu quero fazer pior. Eu quero chantagem. Quero torturas chinesas. Eu quero transformar a vida dela num inferno até que ela peça pra que a gente termine logo com isso.

— Quando foi que nos tornamos Pink e Floyd?

— O quê?!

— Você sabe, o filme antigo, a dupla de ladrões...

— Bonnie e Clyde, meu garoto de inteligência limitada – disse, bagunçando seus cabelos – Enfim. Quando mexeram comigo e você aceitou entrar nessa. Vai desistir?!

— Jamais! – gritou, alterado – Como e quando começamos?

— Você... Sabe enviar mensagens com número privado?

Já tinha todo o plano bolado em minha cabeça, e executá-lo seria mais divertido do que eu imaginara.


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