— Eu... Vim buscar minha irmã.

Olhei bem pra Chris. Era um garoto alto, com olhos e cabelos castanhos. A pele era bem clara, quase tanto quanto a minha. O que era realmente encantador naquele garoto era sua voz. Era um timbre grave e rouco, maravilhoso. Minha definição perfeita pra ela seria dizer que Chris tinha uma voz perfeita para dublar o batman.

— Hey, Chris - disse Lisandra - Vamos?

Ele assentiu e ficou parado olhando pra todos que estavam ali presentes. Bernardo o encarou, porque provavelmente deduziu que o garoto estava olhando para mim.

Sim, porque tem outras caralhocentas meninas aqui e ele tinha que olhar pra mim. Realmente, faz todo sentido.

Na verdade, ele estava olhando muito fixamente para a Bruna. Depois que Thiago e Bernardo perceberam isso, deram uma sossegada. Mas Luke o encarou por alguns segundos, semicerrando seus olhinhos e fazendo com que ele balançasse a cabeça - como se tirasse dela pensamentos pervertidos - e pegasse à mão da irmã, saindo. Ri alto

— Olha só quem está sendo desejada!

— Você foi desejada por inúmeros rapazes e eu não disse absolutamente nada, então se aquiete.

Ri alto, assentindo. Passamos algum tempo ali, mortos, sem fazer nada por preguiça de viver. Tomei meu coquetel que me prevenia sentir dores absurdas. Depois de tempo demais entediados, protestei

— Precisamos fazer alguma coisa - miei, balançando os ombros de Bruna e Bernardo - Quero jogar Verdade ou Desafio.

— Essa menina quer uma polêmica - disse Bernardo, rindo alto - Por mim, tá tudo certíssimo.

Assenti, pegando o telefone e chamando Ivan pro quarto. Pedi a Bruna e Lucas que chamassem os irmãos e, logo depois, liguei pra Gabriel.

— Ei, meu amor - sussurrei no tom de voz mais meigo que consegui. Ele apenas murmurou um "hm" entediado - Vem pra cá jogar Verdade ou Desafio com a gente.

— Vou porque senão você vai acabar pegando alguém.

Ri alto e assenti. Quando desliguei o telefone, os outros convidados já estava no quarto. Sentamos todos no chão e Rodrigo me ajudou a distribuir shots de curaçau blue - uma bebida maravilhosa que simplesmente tomamos em chamas, pois é o que chamamos de Drinque flamejante - pra todos, com fim de poder acabar com a garrafa que usaríamos para o jogo.

Quando Gabriel entrou no quarto, até se assustou com o clima macabro que jazia no recinto. As luzes foram apagadas e a iluminação do quarto se dava por conta de algumas velas e as chamas azuis que saíam de nossos copos. Ele sentou-se ao meu lado e Gustavo pigarreou.

— Podemos começar?

Antes de assentir, todos viramos uma dose de curaçau. Com o isqueiro, acendemos novamente nossos drinques (tínhamos em média 3 ou 4 shots para cada um de nós). Gustavo girou a garrafa, que caiu entre mim (para perguntar) e o garoto novo (para responder).

— Antes de mais nada, vamos às regras: só podemos pedir verdade uma vez. Quem não pagar o desafio vai ser castigado. E quem não virar o shot de curaçau também - disse Thiago, mordendo o lábio - Ah, e não levem na maldade, namorados.

Todos assentiram e se entreolharam de maneira maliciosa. Assenti e pigarrei.

— Verdade ou desafio?

— Desafio - sussurrou o garoto, com aquela voz grossa e rouca, maravilhosa.

— Quero que se levante e beije a garota que mais te atraiu.

Chris levantou-se, parando em frente à Bruna e selando os lábios nos dela sem aviso prévio. Lucas levantou-se para protestar, mas Gustavo o segurou, enquanto todos prendíamos o riso.

Aquilo, sem dúvidas, daria o que falar.