A Ampulheta- Hermione E Fred escrita por Carol Stypaylikhorson


Capítulo 3
Isso é brincadeira?




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Tudo estava em chamas puras. O cheiro de queimado na casa me contaminava pouco a pouco, e eu estava ficando sem ar. Ninguém vinha. 

Peguei um pano e corri para chegar na pia antes que tudo acabasse de vez comigo.Consegui molhar o pano e o coloquei no nariz. Não iria respirar aquilo.

Os gritos de Belatriz tinha cessado, mas eles não voltavam nunca. Resolvi que iria subir e tentar me trancar no banheiro ou no quarto de Gina. Mas se as chamas contaminassem aqueles lugares TAMBÉM, eu estava realmente morta.

Subi correndo as escadas enquanto respirava ofegante e com dificuldade. O fogo estava me matando e eu já tinha uma ou duas queimaduras no braço e nas pernas. 

-AI!- gemi enquanto tropecei no último degrau da escada.

A dor em meu braço era insuportável- caí sem jeito em cima dele, com tudo- e eu sabia que havia sido quebrado. Não conseguia me imaginar saindo da'Toca sem morrer.

Eu não estava conseguindo me levantar com um braço só, então utilizei um recurso usado pelos gêmeos em caso especial. Ás vezes é bom andar com eles, sabe? Tem precauções muito boas.

Levantei e fui cambaleante para o banheiro. Meus livros, nossos livros estavam nos quartos, eu não conseguiria salvar todos.

Levei bastante tempo para retirar minha mala e a de Gina do quarto e colocá-las no banheiro. Depois segui com o braço quase solto para o quarto de Fred e Jorge e assim por diante. Quando consegui tudo, fui para o banheiro e me tranquei, mas o cheiro de queimado do lado de fora e o calor de lá, não estava ajudando.

Fiquei parada tremendo. Eu tinha feito tanto esforço pra dar certo, e agora eu morreria em chamas!

Minha cabeça tombou para o lado. Não sei explicar se foi por causa do cansaço da viagem, ou se foi porque as chamas já estavam me matando.

Em todo caso, adormeci.

**

Acordei. Estava com os braços enfaixados em um quarto de hospital. 

Alguém dormia na poltrona e eu tinha realmente muito a saber. Quando consegui virar meu pescoço certamente para ver a pessoa adormecida, me reparei com um cabelo ruivo.

Era o Rony. Certamente, claro, passou a noite aqui comigo neste inferno o qual dão o nome de hospital. Ele já estava abrindo os olhos, acordando aos poucos, e eu sorri para ele:

-Dormiu bem?- perguntei. Óbvio que não, mas ele deu uma espreguiçada boa e sorriu pra mim.

-Claro. Tirando a parte de que estava duro e todo o resto, dormi bem sim.

-Nossa, nem pra se preocupar comigo?- brinquei.

-Me preocupei sim, se não, não teria me dado ao trabalho de vir à este cemitério!

-Hospital, Rony!

-Que seja. É quase tudo a mesma coisa. A diferença é que aqui elas morrem, e lá são enterradas.- rimos.

-Isso não é verdade. Então eu morri?

-Não. Você é um caso especial!

Rimos. Mas as queimaduras não deixaram-me ir além. Então com um ar totalmente sério que eu costumava exibir quando estávamos no primeiro ano, eu olhei para Rony.

-Rony, quem me tirou da'Toca?

Os olhos dele ficaram muito tristes e quase cinzentos. Eu me senti muito idiota por fazer aquela pergunta, justo quando ele estava se divertindo comigo. Mas eu precisava saber. Muito.

-Fred e Jorge. Não deixaram que eu e Harry fossemos até você dentro da casa em chamas, então Fred e Jorge convenceram nossos pais deixá-los entrar. Fred veio com você enquanto Jorge trazia nossas malas, que você salvou.

Meu dia estava indo de mal a pior. Os gêmeos me salvaram e em troca eu não teria nada, além de amizade, a oferecer.

-Eles estão bem?

-Não exatamente. Fred perdeu a memória.

Meus olhos se encheram de lágrimas. Agora, enquanto um gêmeo estava até mesmo tentando se lembrar de quem era, eu não fazia nada pra ajudar nem agradecer.

-Por que?

-Porque enquanto lutávamos contra Belatriz, Jorge foi produzir um feitiço de esquecimento nela e atingiu por engano, Fred.

Seus olhos estavam tristes, e eu estava chorando. Não culpava Jorge, mas desde quando as pessoas iriam jogar um feitiço da memória em uma das piores servas de Lorde Voldemort, e uma das melhores bruxas?

Funguei. Tentei levantar meu braço, mas ele não se movia. Ao contrário, uma dor intensa me acometeu.

-Aaai!

-Que foi?- Rony parecia preocupado.

-Meu braço. 

Ele veio até mim e me vi encarando seus olhos. O tempo passara e eu não percebi o quanto gostava dele... mais como um amigo... até agora, nós dois juntos frente a frente.

-Deixa eu ver.- eu continuava encarando-o, e sua simples fala me fez perder a competência de observá-lo.

-Obrigada.- eu disse, enquanto ele colocava meu braço novamente em uma posição confortável.

-Nada. Eu queria pedir um conselho.

-Peça.- meus olhos se estreitaram, e meu coração estava à mil.

-Eu queria convidar a Luna para ir comigo na festa de Hogwarts deste ano.

Meu coração despedaçado quase saiu pela minha boca. Em pedaços.

-Ah... Peça... Tenho, ahn, certeza de que ela vai a-aceitar...- gaguejei enquanto minha voz saía falhada.

O rosto dele se iluminou.

-Finalmente uma coisa boa! Obrigado, Mione!

Ele sorriu e disse que já voltava. Eu lhe respondi dizendo que não havia pressa, e ele saiu. 

Virei para o canto. Estava tão bom antes de eu ter que dar esse conselho sobre ele pedir Luna para ir à festa da escola...

Eu tinha esperanças de que seria eu quem ele convidaria. Agora eu estou sem par, já que Harry com certeza vai com Gina assim que eu bolar um plano e tacá-lo em cima dela. Talvez, quem sabe Jorge? Não, Fred. Não, ele iria com Angelina. Ah, eu não tenho ninguém!

O pior é que eu sabia que o que eu disse para incentivar Rony era verdade. Luna, uma vez, me contou que gostava dele. Eu me senti um caco, mas lógico que dei super apoio e tal. Luna é minha amiga, e eu gosto dela. Ela é estranha, mas legal ao seu jeito.

Já estava bolando um plano para ficar na escola, na enfermaria da escola quando tive quase um ataque cardíaco com a chegada de alguém e de um médico sorridente.

-Oi.- eu disse. Reparei logo que o ruivo era Jorge.

-Oi, Mione.- Jorge respondeu.

-Olá, Srta. Granger. Como está se sentindo?

-Melhor, obrigada doutor.

-Hum, certo. Esse rapaz aqui queria vê-la.- ele chegou perto de mim e cochichou:- Ele é seu amigo?

-Sim- respondi.

Ele sorriu.

-Vou deixá-los a sós. Qualquer coisa, podem apertar o botão que uma das enfermeiras vem correndo, tudo bem?

-Certo.- respondi junto com Jorge. Rimos enquanto o doutor se retirava.

-Tem certeza de que está melhor?

-Muito. Rony estava aqui o tempo todo, ainda não vi o resto do pessoal. 

-É. Ele gosta de você como uma irmã, e você gosta dele mais do que isso.

-Que?- eu já ia lhe perguntar de onde ele tirou aquela ideia absurda, quando ele me interrompeu.

-Olha, Mione, eu não sou burro. Eu percebo as coisas, mas fica fria, ninguém sabe.

-Jorge você se enganou. Eu comecei a gostar dele no primeiro ano e foi até o quinto!

-E você começou a gostar dele de novo ontem. Amigos percebem isso antes de você mesma se dar conta.- ele piscou e riu.

-Ah, tá, beleza, que seja. Precisava mesmo falar disso à alguém.

-E por que não Harry?

-Porque ele também é o melhor amigo de Rony E pode ficar tentado a contar à ele e o fazer.

-Tem razão. Por que não Gina?

-Porque ela já está com problemas com o Harry.

-Ah, entendo. E você não tem medo de que EU conte?

-Não. Porque sei que você não vai contar.

Eu ACHAVA isso. Mas não disse.

-E se eu contar?

-Eu arranco suas unhas e te enterro vivo.- ele riu.

-Tenho certeza de que você fará isso.- rimos.

Ficamos em silêncio contemplando a janela, o mundo trouxa afora. Estava tudo tão calmo...

-Oi, dois.- era Rony.- Vocês estão...?- ele fez um sinal. Eu e Jorge rimos.

-Não, claro que não!- defendi.

-Eu já contei à ela sobre Fred.

-Ah......- os olhos de Jorge ficaram cinzentos, sem cor.

-Sinto muito.

-E se eu te dissesse.... Que tudo não passa de uma brincadeira e que Fred está bem?


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