A Ampulheta- Hermione E Fred escrita por Carol Stypaylikhorson


Capítulo 1
Minha saída de casa




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HERMIONE 

Acordei bem cedo naquele dia.

Eu tinha muitas tarefas para fazer, de férias mesmo. Depois de tudo, eu iria para A Toca passar o restante das férias. Iria reencontrar Harry, Ron, Fred, Jorge o Sr. e a Sra. Weasley, e mais alguns de quem eu realmente sinto falta.

Meus pais... Eles não vão poder ir. Molly e Arthur convidaram eles para ir comigo e ficar até o dia primeiro de setembro, que é quando embarcamos no Expresso de Hogwarts. Felizmente, eles irão no dia para a estação e vão se despedir de mim antes que eu atravesse a barreira.

Fui até a minha escrivaninha e peguei meus materiais. Olhei desanimada pro material à minha frente. 

Peguei um pergaminho, uma pena e um tinteiro e comecei a escrever. Depois de umas duas horas escrevendo sobre lobisomens para o trabalho de Defesa Contra as Artes das Trevas, minha mão começou a doer muito. Me arrependi de não ter pego aquela coisa que Fred e Jorge fizeram no ano passado, que permitia que eu escrevesse mais do que poderia.

Terminei o trabalho. Ótimo, perfeito. CLARO, Hermione, tudo tinha que ficar perfeito.

Li e reli meu trabalho mais de dez vezes. Isso estava me dando sono. Finalmente, terminei minha leitura maravilhosa e desci por insistência dos gritos da minha mãe para que eu descesse e comesse meu "prato trouxa preferido".

Desci. Comi. Subi de novo. Quase morri quando descobri que esqueci a pena lá embaixo. Desci de novo. Subi de novo. Quase morri de tanto "sobe e desce".

Fiz o trabalho. Agora mais quatro horas e ninguém pra me ajudar. Nem mesmo os livros fizeram seu trabalho direito, tanto que tive que procurar na internet pra ver se achava "Por que os trouxas tinham medo dos bruxos na época?".

Terminei quase na hora da janta. Eu ia partir assim que o sol nascesse na manhã seguinte.

Minha mãe pediu que eu lhe ajudasse a colocar os pratos na mesa. Eu ia retrucar que estava muito cansada com as mãos e que não poderia ajudar, sentia muito. Mas lembrei do olhar magoado e raivosa que ela me lançava às vezes e me lembrei de que hoje era o último dia ali.

Comecei a resmungar baixo, porque eu não podia usar feitiços fora da escola?! Isso era um pouco de injustiça porque eu conseguia fazer todos os feitiços muito bem e as poções. Mas pensando pelo outro lado, literalmente, seria muito mais injusto com os outros que fazem poções, feitiços e etc. tão bem quanto eu.

Sentei quase caindo da cadeira na mesa de jantar. Minha mãe me olhou levantando uma sobrancelha e virei o rosto mal-humorada.

-Querida, eu queria passar mais tempo com você essa noite.- ela se dirigiu a mim quando se sentou e meu pai assentiu.

-Eu também gostaria, Hermione. Faz muito tempo que não sentamos nós três juntos com esse seu gato azarado- ele apontou para Bichento que não conseguia fisgar o rato- e assistimos um filme.

Considerei a ideia. Eles me olhavam ansiosos e eu não gosto muito desse tipo de pressão sobre mim.

-Certo. Que tal alugarmos um filme hoje, daqui a pouco? As locadoras não devem estar TODAS fechadas.- eu disse sorrindo fraco.

Acho que meus pais estavam tão felizes com a ideia de que iríamos passar uma noite nós três e meu gato "azarado" que nem perceberam meu suspiro frustrado. 

Eu também estava feliz por passar uma noite com os meus pais. Mas só que... Havia tanto tempo que eu não me lembro mais de como era, como planejávamos...

Terminamos o jantar. Eu fui a que mais demorei, porque segundo a minha linda mãe, eu estava preocupada demais com a minha viajem e que estava sendo um "bicho-preguiça" depois de todos os trabalhos e mais alguns blá blá blá que não me dei ao trabalho de escutar.

Me troquei e só porque eu ficaria com mais preguiça depois de tirar a roupa e colocar um pijama, eu já fiquei com o pijama debaixo da roupa. Estava um calor do caramba quando saímos, e eu me perguntei se o mundo estaria mesmo quente ou fosse só minhas duas roupas esquentando-me cada vez mais. Eu juro, poderia achar que estava no inferno e isso não me surpreenderia mais.

Alugamos um filme. Se não me engano (não me culpe, deixei tudo nas mãos dos meus pais) era Crepúsculo. Nunca vi, esse filme trouxa deve ter sido lançado enquanto eu estava em Hogwarts, e meus pais ligados sempre para as notícias viram o filme e estão me "ensinando a ter bons modos trouxas".

Eu me senti uma tola ali assistindo. Era uma romance vampiro e isso em deixou meio constrangida. Minha mãe estava tipo, criando uma LAGOA no chão. Acho que tinha algumas lágrimas nos meus olhos mas não ousei piscar. Meu pai estava tão entretido com as unhas dele naquele momento (coisa que ele nunca faz) que se "esqueceu" de ver o filme.

Acho que depois de molhar meu pijama com as minhas próprias lágrimas, e minha mãe terminar de limpar o chão - ou secar a lagoa, como preferirem - fomos todos dormir. 

Meus pais me deram um beijo na testa e desejei-lhes boa noite. 

Terminei de arrumar meu malão para ir até A'Toca noutro dia e me deitei. Eu sentiria falta da minha cama confortável nos dias que permaneceria em Hogwarts e nA'Toca. 

Dormi. Adormeci. Eu não VI o tempo passar enquanto esperava o sono vir, contando carneirinhos e contemplando o teto cheio de figuras que eu e meus pais havíamos colado quando eu era menor.

**

Acordei noutro dia quase caindo da cama. Se bobear acho que babei...

Bem, o seguinte: tomei um banho rápido, mas muito sonolenta. Meus pais então, acho que estava piores do que Rony quando está sem comida ou Harry sem os óculos.

Saí do banho mais relaxada e cumpri as ordens da minha mãe, de verificar se todas as tarefas estavam certas, corretas, se não tinha esquecido nenhuma - principalmente de Poções -, se estava tudo na mala, se eu tinha roupas sufici....

-SIM, MÃE, ESTÁ TUDO AQUI!- berrei com toda a força dos meus pulmões para que ela me ouvisse no andar debaixo.

Ela se calou mas eu a conhecia muito bem para saber que ela estava resmungando. E que meu pai tentava acalmá-la. Que ele ia chegar a qualquer momento no meu quarto e...

-Filha.- eu disse, não disse? Lá vamos nós!- Precisamos conversar sobre... A escola que você frequenta.

Ah. Meu. Merlim. De. Novo. Não. !

-Sabe, cada vez está mais perigoso sua estadia por lá. Você está no sexto ano, Hermione, precisa aprender que tudo sobre...

-Pai- interrompi-o e me arrependi quando vi seu olhar- Eu estou bem. Não se preocupe, Hogwarts é o melhor lugar que oferece mais proteção para todos os bruxos e bruxas como eu!

Bem, tirando os trasgos, gigantes, centauros furiosos que atacaram a megera da Umbridge ano passado, dragões e quase todo o resto, claro que Hogwarts é o lugar mais seguro para bruxos que já vi em minha vida!

Meu pai não continuou a falar, mas a expressão no rosto dele... Era de quem comeu limão e não gostou.

-Perfeito, claro. Você vai voltar pra'quela escola, se formar e construir algo que nos honre. Que honre suas descendência trouxa, está bem?- sua voz saiu autoritária e me segurei para não rir.

-Claro, papai!- abracei-o e lhe dei um beijo na bochecha.

Ele sorriu e saiu, me deixando sozinha de novo. A casa estava um silêncio que só e eu não estava preparada para deixar meu quarto. 

Talvez aquela fosse a última vez que eu os visse. Que eu olhasse para meu quarto. Para tudo naquela casa.

E poderiam achar muito fácil a localização dos meus pais, me usando como isca. Eu não podia permitir aquilo.

Depositei mil proteções na minha casa. Meus pais poderiam ser trouxas felizes sem saber da proteção da casa, e isso não impedia os outros trouxas de observarem a bela fachada do local onde morávamos.

Desci correndo com a mala na mão, e a varinha na outra. Observava tudo com cuidado. Eu sempre fiz isso, vai saber? Como eu disse, quase nada em Hogwarts é mais tão seguro. Acho que Dumbledore é o único que consegue afastar todos aqueles monstro horríveis da escola.

Meus pais me deixaram na porta de casa. Eu esperava ver o carro voador do Sr. Weasley com todos seus filhos dentro dele, mas não vi. Quando observei melhor, havia um carro parado na minha frente e um bando de ruivos e um moreno de óculos desajeitado colocaram a cabeça para fora da janela.

-HERMIONE!- houve tal coro que metade da rua olhou para nós. Fred e Jorge acenaram felizes enquanto faziam caretas, enquanto Rony e Harry se encolheram no banco traseiro com vergonha.

Saí correndo para o carro, depois de me certificar de que os feitiços estavam funcionando bem, que dariam para um ano escolar, e que meus pais estavam bem, apesar de tudo.

Observei a fachada da minha casa e adentrei o carro, meus pais acenando. Tive uma leve vontade de chorar.


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