Depois de me deixar em casa, Bill foi embora. Fiquei um tempo refletindo. Era realmente gostoso passar um tempo perto de Bill... Francamente, me pergunto por que fui me interessar pelo Georg... Não posso negar, o coração tem razões que a própria razão desconhece.

Fiquei pensando por quase uma hora até me despertar daqueles pensamentos. Resolvi tomar um banho e sair de novo com umas amigas. Escolhi cuidadosamente minha roupa, me taquei no sofá tendo em vista uma longa missão de achar uma amiga disponível no exato momento. Todas ocupadas...

Liguei a televisão para tentar me distrair. Em vão, não passava nada interessante. Comecei a ficar entediada. E o tempo passava enquanto eu pensava no que fazer. De súbito, meu celular toca.

-Oi?

-Daniela?

-Gustav! Tudo bem?

-Sim, estou ótimo e você?

-Também.

-Quer sair? Estou entediado... Nada de bom para fazer.

-Você caiu do céu Gustav. Eu estava pensando nisso agora mesmo!

-Quê?

-Em sair... Também não tenho nada de bom para fazer.

-Ótimo! Encontro você aí mesmo.

-Beleza.

Deitei no sofá e continuei a pensar na vida. E por incrível que pareça, estava pensando no fora que Georg me dera. Não só pensando, eu estava rindo de tudo aquilo... Lembrar dele se embolando com as palavras foi muito engraçado. Casualmente, revendo toda aquela cena, me pareceu que ele queria ter dito outra coisa, mas logo esta impressão passou. Minutos depois a campainha toca.

-Gus, como vai?

-Dani! Estou bem e você?

-Também. Então... Vamos sair?

-Posso só falar com você um minuto?

-Claro – gesticulei para que entrasse.

-Muito bem – falou ao sentar no sofá- Dona Dani, o que você anda aprontando?

-Eu? Nada que eu saiba além de cantar It’s raining man com o Bill na chuva.

-Muito educativo – criticou de brincadeira- Apenas quero tocar em um assunto um pouco delicado... Se não estiver preparada, tudo bem, eu entendo. É sobre o Georg.

-Pode falar, eu já superei. Juro que estava rindo de tudo isso agora a pouco.

-Rindo?

-É. Eu lembrei o jeito enrolado dele... Bem engraçado toda aquela cena.

-É disso que eu quero falar. Não querendo fazer fofoca, mas eu acho que você devia falar com ele. Não era aquilo que ele queria te dizer, sei muito bem o que era, mas prometi não contar.

-Eu já ouvi isso antes... – tentei desconversar.

-Escute...  que o Georg é muito tapado isso é um fato, mas você o conhece e sabe que vez ou outra ele não diz exatamente aquilo que queria. Vi com estes dois olhos que a terra há de comer o quanto ele treinou aquele discurso.

-Credo Gustav, fala assim não!

-Não vem ao caso, mas vou tentar... É que estou realmente me matando pra fazê-la entender a pôia do seu namorado.

-Ex.

-Que seja. Daniela apena diga que aceita se casar com ele e... ops!

-Me casar com o Georg?

-Escapou- falou surpreso.

-Então ele queria me pedir em casamento?

-Noivado – bati no Gustav – AI! Que foi? Já falei mesmo, não custa completar!

-Gustav! Ai, céus, o que eu fiz!

-O que vocês fizeram!

-Que seja! Tenho que falar imediatamente com ele.

-Não, não faça isso que ele me arrancará a pele. Finja que não sabe, volte a falar com ele como se já tivesse se superado, mostre que não quer perder a amizade e quando estiverem sozinhos pule no colo dele.

*olhei espantada para Gustav

-Que foi? O que acontece em mar não se conta em terra. Nunca ouviu isso não?

-Gustav, eu não esperava isso de você... Tirou minha inocência! – brinquei.

-O quê? Você é inocente mesmo depois de namorar o Georg? Eu não acredito! – continuou no mesmo tom.