-Gus, que tal passarmos lá?

-Lá aonde?

-Ai, Gus, no apartamento!

-Não! O Georg está lá.

-E daí? Eu tenho que voltar a falar com ele!

-Vai com calma. Que tal um encontro ao acaso?

-Não complica Gustav. Finge que esqueceu alguma coisa!

-Dani, o Georg não vai gostar de vê-la comigo.

-Por quê?

-Ele tem ciúmes de você.

-Mas você está fazendo isso para ajudá-lo.

-Mesmo assim, ficará muito inconveniente você aparecer lá do nada e falar com ele como se nada tivesse acontecido. É como tacar na cara que você está bem sem ele.

-Hmm, é mesmo. Então que tal eu ir lá para fingir te devolver algo?

-Não cola. O mais esquecido é o Tom.

-Então vamos chamar o Tom pra sair com a gente.

-Ele já saiu.

-Chantelle?

-Sim.

-Droga! Ô mulher chata!

-Concordo. O Tom só para em casa pra comer e dormir. Detalhe, com ela.

-Nossa, que novidade. E vocês têm que aturar?

-É né? Fazer o que? O único que se diverte um pouco com ela é o Bill.

-Sério?

-É. Precisa ver, ele tira o dia pra quitar suas vaidades, como pintar as unhas, testar um novo look. E A-D-O-R-A chamar a Chantelle.

-Ué, mas ela não curte muito o jeito dele.

-E daí? Ele fica imitando ela até ela se irritar e ir embora. Isso tudo, claro, com muita classe da parte dela, pra não dizer o contrário.

-Que barato. O Bill é MARA. Adoro!

-Pois é. Virei fã dele depois disso.

-E como a Chantelle fica depois disso?

-Ah, fica com cara de bunda, mas depois esquece.

-Voltando ao assunto, eu QUERO voltar com o Georg.

*Gustav me olhou rindo* - Já sabia disso.

-Ah, convencido! Até parece... Você nem se acha né Gus?

-Eu não acho, eu sou – Falou se gabando.

-A tá. Acredita nisso que é muito bonito, vou fingir que não vi – falei brincando.

-Tem pessoas que não percebem as qualidades alheias – falou gesticulando a sobrancelha para o meu lado.

-Pois é. Nem conheço essa pessoa. Bem que você poderia me apresentar.

-Uhmm, poderia. 

-Ai, Gus, fala sério! Parei contigo! Anda logo e me ajuda a pensar...

-Dani, voltar da noite pro dia é impossível, então se acalme.

-Mas, Gus...

-Nada de mais. O Georg não vai gostar disso, você tem que ser espontânea e se aproximar aos poucos- Nessa hora o celular de Gustav toca- Espera um momentinho -          Ele atende- Alô. Oi, tudo bem?Sim, sou eu, o Gustav – pausa- claro, adoraria ir ao cinema com vocês esta noite – outra pausa- Então nos vemos lá.Tchau Mimi,te amo viu? Beijos. Bye!

*Fingi tossir*- O que você dizia mesmo Gustav? Ah, sim. É impossível voltar da noite pro dia- olhei cética.

-Bem, mas no meu caso foi uma briguinha de nada... – disfarçou.

-Sei! E por acaso, vocês não voltaram da noite por dia?

-Vocês quem? – se fingiu de desentendido.

-Você e a Mimi.

-Ah, mas eu e a Michelle somos outro caso...

-Gustav Shäffer!

-Tá bom, vamos lá, eu já contei mesmo!

Pedi cinco minutos para trocar de roupa. Gustav ficou esperando na sala. Dezoito minutos depois...

-Uma eternidade depois... – implicou Gustav olhando para o relógio de pulso.

-Ah, para, eu nem demorei tanto.

-Nããão, imagina! Eu vou logo avisar ao Georg que você está preparada pra casar, porque se atrasa que nem uma noiva!

-Francamente Gustav, até parece que eu vou atrasar!

-Uhmmm. Sei! Acredita nisso que é muito bonito!

-Que absurdo esta frase é minha.

-Aprendi contigo.

Vinte minutos depois, no apê dos Kaulitz...

-Oie Gustav! Oi Dani, que surpresa maravilhosa! – cumprimentava Bill.

-Oi – respondi.

-Oi, Bill, tudo bem?

-Sim, tudo jóia.

-Vou subir, qualquer coisa eu estarei no meu quarto- disse Gustav.

-É né? Vai e deixa as visitas aqui – retrucou Bill – Não que a Dani me incomode, mas o Sr. Gustav deveria ser mais atencioso- implicou.

-Oh, lá vem você com esse papo de ser um bom anfitrião! Fala sério Bill, a Dani já faz parte da casa.

-Eu?- me meti.

-Não, a velhota da esquina – caçoou Gustav.

-Vai lá pra cima agora Gustav! – mandou Bill.

-Já estou indo- falou enquanto desaparecia na escada.

-Então Dani, o que vocês estavam fazendo?

-O Gustav me chamou pra passear, mas na verdade foi encher o meu saco – falei brincando.

-EU OUVI ISSO EIN!- gritou Gustav.

-É PRA OUVIR MESMO! – gritei e depois me virei para o Bill- O Georg está?- perguntei baixo.

-Sim, ele está na sala – apontou para o corredor- Vai falar com ele?

-Talvez... É que eu estou com medo.

-Medo de quê? – Bill fez uma cara de espanto.

-É que o Gus me falou daquilo. Você sabe... O que o Georg queria me dizer.

-Aquele língua de trapo do Gustav... AH, depois eu pego ele!

-Calma, não crucifique o Gus.

-Tá bom, eu ponho pra assar então – zombou.

-Não!

-Churrasco?

-Bill ¬¬’.

-Já sei – disse alegre- Banho Maria!?

-Bill!!-  xD (eu ri)².

-Tá bom, abafa! Enfim, o que vai fazer agora? O Georg não pode saber que você sabe.

-Eu não posso saber o que?- falou Georg enquanto entrava na sala que estávamos.

-Bem, er... Tipo- Bill tentou pensar em uma desculpa.

-Você não pode saber que eu sei que você e o Tom pretendem reformar a área de lazer- respondi rapidamente.

-Ah, isso. Não tem nada de mais você saber da reforma- Georg saiu carrancudo.

-Essa foi por pouco- Bill falou aliviado.

-É.

-Então, como vai se aproximar dele?

-Ah, sei lá. Ainda não pensei nisso.

-Quer ficar e jantar com a gente?

-Adoraria, mas tenho compromisso- menti.

-Entendo.

-Bill, pelo amor de Deus, me ajude!

-E o que quer que eu faça? O Georg já não toca mais nesse assunto. Você morreu aqui em casa!

-Ai, céus, o que eu fui fazer- lamentei.

-Calma, dá-se um jeito, você vai ver.

-Espero que sim- falei desapontada- Bill, agora eu tenho que ir.

-Eu te acompanho até a porta.

-Obrigada.

-Se cuida – falou Bill segurando a porta para mim.

-Pode deixar- falei segurando uma lágrima.

-Ah, por favor, não chore! Vai ficar tudo bem- falou limpando a lágrima.

-Acredito em você. Tchau Bill.

-Tchau Dani.