Depois que a aula de literatura com Edward acabou, foi tudo normal. Assim que as aulas acabaram, eu fui para casa das minhas colegas de classe, Lauren, tinhamos um trabalho em grupo para fazer. Eu não tinha muitos amigos, mas quando queria que alguém fosse meu amigo, eu conseguia.

Depois de eu, Lauren, Kate, Jessica e Angela acabamos o trabalho, eu fui para casa. Já estava de noite, mas não era tão tarde assim, o que me preocupava era que a casa de Lauren ficava em um lugar meio deserto.

Eu me despedi delas, e fui para casa, essa hora, Renné já deve ter chegado em casa. Fui andando na calçada larga e deserta, me aproximei mais do meio fio, com medo de ser assaltada, ou coisa pior. Depois de uns cinco minutos, a rua parecia mais deserta, e eu ouvi passos atrás de mim. Assustada, eu andei mais rápido, quase correndo, mas não foi suficiente. Depois de ouvir os passos chegarem mais perto, eu senti então alguém me puxando e botando uma mão tampando minha boca e outra no meu pescoço, e então ouvi essa voz.

– Fica quieta ou eu te mato. - Disse um homem que tinha hálito de bebida.

Eu estava muito assustada, e com medo do que ele poderia fazer comigo, com certeza não era me assaltar, ou ele já teria pego minha mochila. Depois de meio minuto pensando em como me livrar dele de diversas maneiras, eu ouvi um carro se aproximando na rua, eu fiquei aliviada, mas acho que seria impossível de me ver, o homem me arrastava pelo canto da calçada. Então o barulho de carro foi ficando mais próximo, e eu vi um volvo prateado entrando na calçada e parando abruptamente. No momento, eu não sabia se ficava aliviada ou mais assustada.

A porta do volvo se abriu e eu vi ele, meu professor, meu salvador, Edward, saindo do carro. Ele correu em uma velocidade extrema até nós, quase como um volto, e eu fiquei tonta. Eu vi ele quebrando o pescoço do homem com muita facilidade e depois que o homem caiu no chão, eu cai nos braços de Edward, inconsciente.

Luz, uma luz muito clara e depois, escuridão. Eu abri meus olhos levemente e tive a visão do paraíso, ele estava de frente para mim, me olhando com olhos preocupados. Eu olhei para seu rosto e para o lado, tentando entender a situação.

– O que houve? Onde eu estou, Edward? - Perguntei sem perceber que Edward era meu professor e que eu devia chama-lo de Sr. Cullen.

– Shh, calma. - Ele disse pondo a mão no meu cabelo e acariciando meu rosto. - Isabella, você estava na rua, voltando para casa, eu acredito, quando um homem tentou te atacar, e eu por coincidência, estava passando na rua. Eu te ajudei, lembra? Eu espantei o homem, mas você, assustada demais, desmaiou. Como eu não sei seu endereço, eu te trouxe pra minha casa.

Eu me lembrei de tudo, o homem me puxando, Edward correndo em uma velocidade inumana, matando o homem, eu caindo em seus braços, como eu poderia esquecer?

– Vo-você não espantou o homem, você, você o matou. - Eu disse tirando satisfação. - E como você sabe que meu nome é Bella? Eu nunca te disse meu nome.

– Eu sou seu professor Isabella, eu tenho a ficha de todos os alunos. E eu sei que você não vai contar para ninguém o que houve hoje, eu te salvei, não é?

Eu fiz que sim com a cabeça, eu não poderia estar mais grata a aquele estranho lindo, que mal entrou na minha vida, e já a mudou tanto.

– Porque você me salvou?

– Porque eu não iria salvá-la? Você é muito especial, Isabella.

– Bella. - Eu corrigi. - Eu prefiro que me chamem de Bella.

– Bella, você pode me chamar de Edward quando estivermos sozinhos.

– Quantos anos você tem?

– Bella, você não sabe é falta de educação perguntar a idade das pessoas?

– Você é muito novo para se sentir ofendido com essa pergunta.

– E se eu te dissese que eu tenho 100 anos, você ficaria com nojo de mim?

– Não, você não me deu motivos para ter nojo de você, apenas para ficar agradecida, por ter me salvado, eu estou no débito com você.

Eu não estava entendendo aquela conversa muito bem, e eu provavelmente devia estar em casa. Mas era quase impossível resistir àqueles olhos dourados, tudo que eu queria era beijar aqueles lábios, e tocar aquele rosto, que parecia de mármore.

– Eu aposto que nós descubrimos um jeito de você me retribuir esse favor. - Eu sabia como eu queria retribuir aquele favor, mas não acho que seja apropriado. - Hum, acho que já está na hora de você ir para casa, não?

– É, é melhor eu ir para casa.

Eu disse enquanto ficava em pé e observava o lugar em que estava, era um apartamento grande, e branco, com uma parede toda pintada de preto, com quadros e enfeites. Era um lugar bonito. Me perguntei se existia uma sra. Cullen, mas Edward não usava aliança e o apartamento era de solteiro.

Edward levantou do sofá e me ofereceu uma carona, como eu não sabia onde estava, eu aceitei. Depois que saímos de seu apartamento e entramos no carro, o silêncio já estava estranho, então resolvi quebrá-lo.

– Edward, - Fiz uma pausa. - posso chamá-lo assim?

– Claro, vá em frente.

– Você não me disse sua idade ainda.

– Você não me disse a sua.

– 15, agora me diz a sua.

– Isso importa, mesmo?

– Não, não muito, mas estou curiosa.

– 21.

– Hum, posso fazer uma pergunta?

– Você já fez tantas, umas a mais não vai doer.

– Você tem namorada?

– Não, nem noiva, nem esposa. E você?

– Não.

– Você já teve algum namorado?

– Uma vez, dois anos atrás, mas só durou uma semana, eu tive que me mudar, e ele era muito mais velho.

– Você gosta de homens mais velhos, Bella?

– Acho que sim, idade não me importa muito. Você gosta de mulheres mais velhas?

– Não, prefiro as que são seis anos mais nova que eu.

Eu gelei por uns segundos, e me perguntei se ele estava falando de mim. E percebi que estávamos em frente ao meu prédio, e me lembrei que não tinha dito a Edward onde morava, mas estava com medo de fazer outra pergunta.

– Obrigado pela carona, até amanhã, Edward.

– Até amanhã, e Bella, não conte para ninguém o que aconteceu hoje, ok?

– Ok, você está seguro comigo. - Eu disse saindo do carro.

Depois que eu cheguei e avisei que estava segura em casa, eu fui para a cama, e passei a noite em claro, pensando no dia que eu tive, que foi o mais estranho de todos.