Descobrindo a própria luz escrita por Marii Weasley


Capítulo 2
Capítulo 2 - Minutos antes da desgraça acontecer


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!
To com um novo capitulo aqui para vocês.
Aproveitem.



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50 minutos depois, eu de banho tomado estava sentada na frente de casa com Annabeth ao meu lado. Conversávamos enquanto ele não chegava. Nossas conversas costumavam ser meio unilaterais, porque ela sempre tinha milhões de novidades mega interessantes e tudo que eu tinha para dizer eram coisas como "fui na praia outro dia, e no outro, e no outro, e no outro".

— Então você acha que Percy está nesse acampamento romano...

— Tenho certeza.

Observei minha irmã por um instante e ela tentava não me encarar enquanto prendia os cachos cheios em um rabo de cavalo. Eu sabia que o assunto era doloroso pra ela, então fiquei em silêncio. Era boa nisso de ouvir e respeitar espaços, acho que por isso ela ainda permitia que eu fizesse parte da vida dela de um jeito tão íntimo.

— Então finalmente vou conhecer Matt? — perguntou por fim, optando por mudar de assunto.

Ela terminou o cabelo e ficou parada na minha frente, seu rosto delicado brilhando pelo sol da Califórnia. Foi difícil não notar que apesar de nossa semelhança, ela estava cada dia muito mais bonita. Bonita de um jeito pessoa famosa mesmo. E isso era meio desanimador as vezes, porque coisas parecidas sempre levam todo mundo a fazer comparações e, perto dela, eu me sentia como um protótipo de algo que depois seria melhorado.

— Insistência dele. Ele acha que você faz os objetos levitarem, produz campos de força, ou algo assim — brinquei.

Annabeth sorriu, e a certa inveja que eu estava sentido passou quase que completamente. Era tão bom ter ela de volta.

— Eu só avisei que vinha ontem antes do jantar — ela comentou com ar maldoso. — Como ele sabia que eu ia estar aqui tão cedo? Vocês estão com aquela história de se grudar até dormir de novo?

Corei forte, porque não tinha como me defender. Eu sempre me frustava com minha relação sem progresso com Matt e dizia que voltaríamos a nos tratar apenas como bons amigos. Mas eu também, com uma frequência cada vez maior, sempre voltava para aquela situação sem limites definidos. E tudo isso era um pouco cansativo.

Acabei contando a ela a conversa de quando acordei, omitindo o último comentário dele. Não sabia muito bem porque estava fazendo aquilo, mas agora imagino que estava inconscientemente querendo evitar falsas esperanças, que ela sempre me dava. Quando terminei toda a história percebi que Annabeth estava me encarando e perguntei qual era o problema.

— Você baba enquanto dorme? — questionou esganiçada, a testa franzida.

— Como é que eu vou saber? — dei risada, sem entender a importância.

— Não foi o que eu quis dizer. É que... — então ela me encarou por um instante, antes de optar pelo silêncio. — Você não iria acreditar se eu contasse.

— Provavelmente não — concordei sorrindo.

Nesse momento, eu vi Matt andando tranquilamente do outro lado da calçada, pouco afetado pelo atraso de alguns minutos. Ele atravessou a rua e caminhou em nossa direção e eu sei que é brega, mas meu coração afundou um bom tanto antes de acelerar com tão pouco. Ele estava como sempre, bermuda jeans e uma camiseta branca. Parecia ter tentado pentear o cabelo dourado naquela manhã, mas mesmo assim, uma mecha caia por cima de seus olhos azuis.

Annabeth me encarou meio chocada com a minha reação.

— Não deixe assim tão óbvio — ela sussurrou debochando de mim. — É por isso que ele sempre consegue o que quer de você.

— Isso não vale, você me conhece bem demais. E você não é exatamente especialista no assunto, filha de Afrodite — retruquei baixinho.

Paramos com os cochichos quando ele já estava perto até demais. O sorriso artificial de disfarce no rosto de nós duas. 

— Olá — Matt cumprimentou simpático.

— Olá — respondemos nós duas em uníssono, ainda um pouco travadas. Os olhos do meu melhor amigo passeando afoito entre nós duas. As semelhanças chamando atenção como sempre. 

— Caraca Isabelle, você não me disse que tinha outra você! A irmã da Isa é a própria Isa?— brincou e não me surpreendi porque as pessoas sempre tinham essa reação quando viam nós duas ao mesmo tempo. — Mas acho que já escolhi minha gêmea favorita. Essa blusa é bonita, aliás — e piscou pra mim, fazendo minhas bochechas esquentarem. Annabeth me deu um cutucão tão forte na coluna com o comentário, como que provando o seu ponto, que deixou tudo ainda mais embaraçoso. 

— Obrigada, mas os méritos vão todos pra Annabeth. Por falar nisso...

Matt desviou os olhos de mim e observou Annabeth.

Os dois estenderam as mãos.

— Matt essa é Annabeth. Annabeth, esse é o Matt — apresentei enquanto os dois apertavam as mãos. 

Ele estava todo engraçadinho aquele dia, e não dá pra negar e dizer que não senti um certo alívio por eles estarem se dando tão bem e ela parecer achar ele tão divertido.

Alguns minutos depois enquanto caminhávamos em direção ao shopping, Annabeth e eu ficamos para trás momentaneamente, dessa vez eu refazia meu rabo de cavalo. 

— Ele realmente parece um cara muito legal — ela comentou.

— É, eu sei — respondi, tentando parecer indiferente. 

Mas estava muito orgulhosa, percebi que o tempo todo estive preocupada com a opinião dela. 

Quando por fim, chegamos ao shopping, fomos arriscar nossas vidas em uma daquelas pistas de patinação no gelo artificiais. Nenhum de nós três levou o menor jeito e não dava pra parar de rir de nós mesmos caindo o tempo inteiro e aquele monte de criancinhas mandando bem pra caramba. 

Minha irmã parecia indignada em ter encontrado alguma coisa que desafiasse tanto suas habilidades e isso fazia a gente rir ainda mais de suas tentativas falhas. E eu? Bom, eu tenho dois pés esquerdos. Mal sei andar na rua sem tropeçar milhares de vezes por metro, quem dirá patinar.

Mas com certeza a maior graça de todas estava em Matt, aquele ser humano de 1,80 de altura, que vivia praticando esportes rudes que pareceram deixar ele ainda mais desajeitado para a patinação. Ele tropeçou tantas vezes que acabou desistindo primeiro e pedindo trégua com a cara toda emburrada. Matt não era um bom perdedor. Nenhum de nós três éramos, mas mesmo assim aquele dia estava sendo diferente e muito especial.

Dei a ideia de irmos ao cinema e minha querida irmãzinha tirou uma com a minha cara dizendo que não queria ficar de vela. Sei que já estava pra lá de vermelha e meu melhor amigo ainda me lançou um sorriso tão safado que deveria ser proibido para menores de idade, piscando pra mim e me fazendo cobrir o rosto com as mãos. Os desgraçados riram alto e eu quis matar os dois.

Mas por fim, depois dessa gracinha, decidimos que o cinema era mesmo uma boa ideia, especialmente Annie, que não frequentava um lugar desses fazia tempo demais.

Checamos os filmes disponíveis e com uma espécie de piada decidimos por um específico. Assistimos um sobre monstros e titãs e essas coisas de mitologia que era realmente divertido, mas Annabeth não conseguia parar de rir de tudo – que segundo ela estava tão errado. Acabamos por ser expulsos do cinema.

Após o acontecimento, ainda em risadas, fomos lanchar na praça de alimentação.

— Você viu a cara dos seguranças quando Matt disse que Annabeth era a arquiteta do Olimpo? — falei, enquanto mergulhava uma batatinha no katchup.

— Esses mortais são mesmo muito engraçados — respondeu, mas parecia distraída, distante naquele momento. Como que se lembrando de algo que já tinha acontecido, alguma lembrança ótima que agora a deixava arrasada.

Ela sentia falta de Percy, e eu entendia, tentei me colocar no lugar dela por um instante e a sensação de perder um melhor amigo e namorado de uma única vez foi assustadora. Mas meus pensamentos foram diluídos em poucos instantes.

O ar parecia mais pesado, como se algo estivesse prestes a dar errado, antes de um estrondo tomar conta do shopping. Annabeth se retesou imediatamente e sacou sua adaga.

Estava acostumada com isso e sabia muito bem o que significava.

Monstro.


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Notas finais do capítulo

E aí palpites sobre o que vai acontecer? Sugestões?



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