The Princess- Interativa escrita por Blue Diet Coke


Capítulo 10
Capítulo 10- Os caras da minha vida


Notas iniciais do capítulo

OIE!
#FogeDasPedradas
A demora tem um motivo chamado "Notas de História"
Então, se vão jogar pedra em alguém, joguem no meu professor.
Ooook, espero que gostem dos capitulo (que está bem grande) e vai falar muito da vida da Julieta. Vejo vocês nas notas finais!



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Diário de Bordo
Pertencente a Vossa Majestade Real Príncipe Nathaniel Jones Parker Donovan.
Hoje eu mandei uma das garotas para casa.
E eu não consigo parar de pensar.
Será que eu cometi um erro? Será que, se eu desse mais uma chance, ela viria a ser a Garota Certa? Eu não faço a menor idéia.
Eu agora estou escrevendo sentado em uma das mesas dos jardins. Aqui a brisa me faz sentir mais tranquilo e me faz pensar com mais clareza. Ouço passos e vejo que uma das garotas está vindo.
Julieta.
Vou parar de escrever por um instante.
————————————
Voltei.
E posso dizer... Minha conversa com Julieta foi muito produtiva.
-Encantado, por que você está com cara de quem comeu uma meia?- ela perguntou, sentando-se ao meu lado.
-Como?- eu perguntei.
-Uma vez o gato de uma amiga minha comeu uma meia e ficou deprimido. Você está com cara de quem comeu uma meia.
Soltei uma risada fraca.
-Se é assim, Barbie, você também está com cara de quem comeu uma meia.- eu respondi, notando seu olhar distante.
-Sim, mas eu sou uma garota e meu humor é instável.- ela disse, revirando os olhos. -Agora, pare de tentar mudar de assunto.
Eu dei uma risada.
-Eu eliminei Giselle Jensen hoje.
-Por que?
Eu me surpreendi. Todas as garotas teriam vergonha de perguntar isso.
Mas Julieta não é "todas as garotas".
-Não tínhamos química, nem assuntos em comum, a risada dela me irrita e... Ela fala mal das pessoas pelas costas.
-Das Selecionadas?- Julieta perguntou, arqueando as sobrancelhas.
Na verdade, Giselle só falou mal de Julieta.
-É.- eu menti.
-Bem, você devia estar comemorando! Menos uma para dificultar a decisão!- ela disse, animada.
-Eu estou com medo de que, se eu desse uma chance a ela, ela poderia ser a Garota Certa.- eu disse.
-Você já se apaixonou, Nate?
Sorri. O meu nome saído da sua boca tinha um som melodioso que me deixou estranhamente feliz.
-Nunca. E você?
-Duas vezes. Contando com meu atual namorado.- ela disse.
-Você tem sorte.- eu comentei. -Mas como se sabe que está apaixonado?
Julieta pensou um pouco antes de responder.
-Depende da pessoa.
-Então me diga como você soube.
-Eu... Soube que estava apaixonada pela meu primeiro namorado quando eu não parava de pensar nele. Foi uma paixão de adolescente.- ela disse e eu ri com ela. -Mas com o Matt... Eu não conseguia ficar um dia sem falar com ele. Nós sempre tínhamos assunto, sempre nos divertíamos juntos. Tínhamos uma conexão, sabe? Eu soube que íamos ficar juntos no momento que eu o vi.
Eu tentei não mostrar o quanto as palavras dela me machucaram.
Eu, pela primeira vez, senti inveja. Eu queria ser Matt. Queria ter encontrado minha Garota Certa, ter uma vida normal.
Eu tive ciúmes dele ter Julieta.
Eu sei que é estúpido. Quero dizer, ela me avisou que tem namorado.
Mas acho que já era tarde demais.
-Então... Você imagina ter algo assim com a Giselle?- ela perguntou. Eu tive vontade de dizer "Eu só me imagino tendo algo assim com você."
Mas em vez disso, eu disse:
-Não.
Ela sorriu, o que me fez sorrir também. O sorriso dela é tão... Perfeito. Faz você ter vontade de sorrir também.
Ou talvez seja só eu.
-Bem, vou pro meu quarto. Já está ficando tarde.- Julieta disse, vendo que o sol já estava abaixando. -Que tal se eu perambulasse naquele corredor de madrugada de novo e, coincidentemente, esbarrasse com você?
Eu ri.
-Ótima idéia. Aproveito e, quando esbarrar com você, vou estar com algo bom para se comer.
-E eu com um bom vinho e duas taças.- ela sorriu travessa.
-Te vejo a noite.- ela sorriu e foi embora.
Bem, vou parar de escrever, já que está realmente tarde e eu tenho que me aprontar para o jantar.

————————————
Eu não sei o que fazer.
Eu sei que Lucca trabalha como soldado, mas nunca esperava que ele trabalhasse no palácio.
Merda. Merda. Merda.
Era só isso que eu conseguia pensar.
Mas a conversa com Nate foi, no mínimo, interessante.
Ele definitivamente estava me escondendo alguma coisa.
Mas, bem, eu não sou amiga dele por tempo suficiente para tentar fazer ele me contar o que está acontecendo. Então... Vou morrer de curiosidade.
É a vida.
Cheguei no quarto e fui direto tomar um bom banho.
E pensar sobre Lucca.
Lucca é meu irmão.
Ou pelo menos era.
Lucca foi filho do primeiro casamento do meu pai. Ele é nove anos mais velho que eu, ou seja, agora tem 27 anos.
Não o vejo a anos... Desde meu aniversário de 15 anos, para ser exata.
Ele sempre detestou minha mãe. Sempre. Eu mesma sei que ela é uma alpinista social. Uma Quatro que se casou pelo dinheiro de um Três carente.
O meu pai morreu quando eu tinha sete anos e Lucca dezesseis. Como ele não queria morar com minha mãe, resolveu entrar no exercito.
Para entrar é preciso ter o físico perfeito. Não é qualquer um que consegue. Todos do exercito automaticamente viram Dois. E ele não foi exceção.
Pouco tempo depois que ele foi embora, o Dean nasceu.
Meu padrasto morreu pouco tempo depois, mas é claro que deixou uma fortuna de herança para minha mãe.
Claro.
Bem...
Desde que ele foi embora... Tivemos alguns desentendimentos. Mas a briga definitiva foi no meus quinze anos.
————————————
A festa era enorme. A decoração em tons de azul com grandes arranjos amarelos. O salão estava maravilhosamente decorado e a festa estava bombando. Porém, todos os meus amigos esperavam a valsa que eu dançaria com Lucca para se jogar na pista de dança.
Logo Lucca veio me chamar, já que estava na hora da dança. Ajeitei meu vestido. Era azul esverdeado cheio de detalhes brilhantes prata do busto até a cintura e a saia era de um tipo de filó, que a deixava grande, mas ao mesmo tempo leve. Parecia que eu estava flutuando no chão, com meus saltos prateados.
Eu e Lucca fomos para a pista de dança e começamos a dançar a mesma valsa que tínhamos ensaiado várias vezes antes da festa.
-Ju...- Lucca começou a falar. Ele é o único que me chama assim. -Eu tenho que te contar algo.
-O que?- eu perguntei. Eu estava distraída, olhando para Matt, que estava misturado na multidão. Ainda não namorávamos, mas eu estava completamente apaixonada por ele. Minha festa foi um pouco depois do nosso primeiro beijo e ainda não tínhamos nos falado.
Eu queria estar dançando com ele, não com meu irmão.
-Eu quero te fazer uma proposta.- Lucca continuou, interrompendo meus devaneios com Matt.
-Que seria...
-Quero que você more comigo. Em Angeles.
Eu soltei uma risada, achando que ele estava seriamente tirando uma da minha cara.
Mas ele não riu.
-Está rindo de que?- ele perguntou, a expressão mais séria que eu já vi na minha vida.
-Você contou uma piada, né? Qual é a pegadinha?- eu perguntei, começando a ficar meio desesperada.
-Não é piada. Eu estou te perguntando se você quer se mudar comigo para Angeles.
-Fica do outro lado do país. Eu sempre morei aqui.
-Bem, você não quer ser detetive particular? Lá tem os melhores cursos. Lá tem as melhores oportunidades.- ele acha que trabalhar como Agente-Espiã do Rei é ser detetive. Eu detestava essa mania dele -O que te prende aqui? Sua mãe? Ela só quer te usar para subir de casta.
Eu pensei em Matt. Ele me prendia aqui com um peso de um peso de um milhão de toneladas.
E havia Dean. Ele me prendia com o triplo do peso. Não podia deixa-lo com a vaca da nossa mãe. Não quando ele não pode pensar por ele mesmo e ver como nossa mãe é ridícula.
-Dean me prende aqui. Ele é meu irmão também.
A expressão de Lucca ficou sombria.
-Então você vai deixar um pirralho atrapalhar sua vida.
-Ele não é só "um pirralho". Ele é meu irmão.
-Eu também sou seu irmão. Vai me abandonar?
-Não faça isso. Por favor. Eu amo vocês dois.
-Mas mesmo assim prefere ficar aqui, com ele.
-Ele precisa mais de mim do que você. Entenda o meu lado. Eu não posso deixa-lo com a megera da Ellen.- eu disse, me referindo a minha mãe. Eu não gostava de chama-la de mãe.
-Você pode. Só não quer.
-Tenta me entender...
-Ou você vai comigo ou pode esquecer de mim. Para sempre.- ele lançou o ultimato.
Eu olhei para ele morrendo de vontade de chorar. De sair correndo. De dar um tapa nele. De gritar cada palavrão que eu conheço (e são muitos) na cara de Lucca. De abraçar Matt com força e beija-lo. De dizer que eu iria com ele. De chutar aquele lugar sensível de Lucca.
Enfim, meus sentimentos estavam uma bagunça.
Foi então que me veio como um estalo. Minha boca se abriu e essas palavras, completamente inesperadas e completamente verdadeiras saíram da minha boca, como uma avalanche, que eu não pude impedir:
-Se você realmente me amasse, NUNCA pediria para eu escolher. Então, quer saber? Vai para o inferno e aproveita e fica por lá. Porque, sinceramente, eu não quero te ver nunca mais. Me esquece.
A música acabou na mesma hora e eu me afastei bruscamente do meu irmão. Ele me olhava pasmo. Eu estava morrendo de vontade de chorar, mas pus um sorriso no rosto. Afinal, estava na hora do parabéns.
Durante a música, senti uma mão quente e macia segurar a minha. Logo, a voz suave e clara que eu tanto queria ouvir sussurrou em meu ouvido:
-Tudo vai ficar bem, Julie.
Matt me abraçou discretamente por trás e me passou uma pequena caixinha. De lá, eu tirei um broche lindo de borboleta com um pequeno cartão. "Namora comigo?"
Meu sorriso aumentou ainda mais e eu o abracei forte. Ele já sabia a resposta.
————————————
É. Eram bons tempos.
Resolvi finalmente sair do banho e me arrumar para o jantar. Durante ele, conversei um bocado com Kobato e Tori, que estavam super felizes, já que ambas haviam saído com o príncipe recentemente. Depois, conversei com Katherine (a Selecionada, não a Rebelde) sobre o programa amanhã.
Notei que Emily me lançava olhares furtivos, mas relevei. Não queria me irritar.
Não comi muito, lembrando do meu compromisso com Nate.
Saí correndo da mesa quando a refeição acabou. Queria passar rapidamente na biblioteca.
Quando cheguei lá, notei um garoto de cabelo castanho escuro, olhos verde mar e pele clara sentado, uma pilha de livros ao seu lado, mas lia um volume grande e empoeirado.
-Boa noite.- cumprimentei.
-Boa noite. Julieta, certo?- ele respondeu, olhando e franzindo o cenho para mim.
-Como você sabe?- perguntei.
-Nate me falou de você. Prazer, sou Jared, irmão dele.
-Prazer. Mas o que o senhor está fazendo na biblioteca a essa hora?- perguntei, usando senhor. Sei lá, vai que ele goste de formalidade.
-Não me chame de senhor, por favor. E eu poderia lhe fazer a mesma pergunta.
-Eu estou somente procurando algo para ler. Algo meio histórico.- menti, eu queria era procurar os diários de Gregory Ilea.
Os olhos de Jared brilharam.
-Posso te ajudar.
Logo eu saí com um livro debaixo do braço e deixando um novo amigo.
Cheguei no quarto, troquei o vestido por uma blusa branca, shorts jeans e meu broche. Optei por ficar descalça mesmo. Também peguei um bom vinho que encontrei em meu frigobar e duas taças.
Saí rapidamente e fui em direção ao Corredor da Arte. Lá, Nate já estava sentado em uma toalha de piquenique, dois potes pequenos de fondue em sua frente, um de queijo e o outro de chocolate. Além disso, havia pedaços de pão, cenoura, aipo, frutas, mashmalows, brownies e biscoitos doces e salgados.
-Uau.- eu disse, entregando-lhe a garrafa de vinho. Nate riu, abriu a garrafa e nos serviu.
Começamos a conversar e a comer, rindo e falando de amenidades. Até que ele me perguntou:
-Canta?
-Sou uma gralha. Só meu irmão acha que eu sou boa.
-Pra quem você já cantou?- ele me perguntou.
-Só para ele.
Nate riu.
-Canta pra mim!
-Não! Não quero estourar seus tímpanos!
Ele riu e insistiu até que eu disse sim. Bem baixo, comecei a cantar:
-It's time to try/Defying gravity/I think I'll try/Defying gravity/And you can't pull me down!
Eu cantei uma parte de Defying Gravity, de Wicked, tentando não desafinar muito. Nate me encarava com olhos arregalados.
-Muito ruim?- perguntei.
-Caraca. Não acredito que você acha que canta mal. Fala sério.
Eu corei.
-Não é nada.
Nate bufou.
-Ok, se você acha. Mas aposto que você é tão boa ou até melhor que a Kobato, e olha que ela canta muito.
-Ela já me falou. Mas eu sou péssima. Você precisa ver se sua audição está boa mesmo.
Continuamos a conversar até que o vinho e a comida acabou. Levantamos e eu sorri.
-Fondue é minha comida preferida. Sabia?- comentei sorrindo.
-Claro que eu sabia. Não te contei, mas sou vidente.- Nate piscou para mim, me fazendo rir.
-Tem um pouco de chocolate no seu rosto.- eu apontei, mas Nate parecia não conseguir limpar.
-Deixa que eu limpo.- peguei um guardanapo e passei suavemente no canto esquerdo do seu rosto.
Terminei de limpar, mas notei que Nate me encarava intensamente. Especialmente minha boca. Por um instante, eu me senti perdida em seus olhos azuis. Era como se a temperatura tivesse subido de repente. Minha respiração ficou falha e notei que a de Nate também.
A proximidade tem um efeito avassalador.
-Então...- eu disse, me afastando. -Boa noite, Encantado.
E fui embora, mas ainda consegui ouvi-lo dizer:
-Bons sonhos, Barbie. Bons sonhos.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?
Agradei a todos? Teve treta, personagem novo gato (JARED *-*), Malieta (nome não oficial) e Natieta (também não oficial).
Xoxo