Cecília escrita por Claire Capelotti


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Capitulo finalizado.
Quero pedir desculpas a vocês por ter demorado taaaanto para postar, mas é porque estava sem internet ))): sorry, mas quero adiantar que já tenho até o cap.16 prontinho pra vocês, espero que gostem e divulguem, é ótimo ler as reviews, me anima para continuar, obrigada! Beijões.



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- Quero te apresentar umas coisas – Chay disse.

Era o nosso último dia juntos, eu devia estar em casa terminando de arrumar minhas coisas já que no dia seguinte eu estaria indo me mudar. Para outro país.

John nos servia de motorista, nos levou a um condomínio de luxo muito foda com muitos prédios bonitos e de poucos andares. Na entrada tinha meio que uma pracinha com um chafariz com luzes coloridas, banquinhos de mármore esculpidos e aquelas estatuas sem braços e o lugar era enorme.

Paramos em frente a um dos prédios e entramos nesse. O elevador era espaçoso e tocava aquelas músicas chatas. Confesso que nunca tinha entrado em um desses e pensava que elevadores com músicas eram exclusivos de filmes.

Chegamos ao sexto andar, um corredor largo e longo com portas grandes em cada ponta. Dois apartamentos por andar. Uma das portas era de madeira com detalhes entalhados e a outra de metal brilhante. Fomos em direção a essa.

Chay tocou a campainha e uma moça morena, bonita, esguia e magra vestindo um uniforme com um espanador na mão abriu a porta.

- E aí Dida! Minha mãe está? – Chay disse segurando minha mão e me arrastando para dentro do apartamento, ela balançou a cabeça positivamente bem devagar.

Era incrível. Cheirava muito bem. O piso branco de mármore brilhava como uma estrela, uma TV enorme de plasma presa numa parede, um sofá preto de couro com espaço para uma família de cinco pessoas, uma mesinha de centro, quadrada e pequena em cima de um tapete daqueles que só de olhar você sabe que é caro para cacete e você olha para o teto se depara com um teto rebaixado tipo um castelo e o lustre... Nossa! Tantas pedrinhas de cristal penduradas e entre outros detalhes que roubariam horas e horas da minha vida para descrever.

Senti-me minúscula dentro do apartamento com aquele lustre acima da minha cabeça, era uma sensação bem esquisita. Chay entrou no corredor que tinha algumas portas e me largou esperando na sala totalmente constrangida e desajeitada. Provavelmente com a cara mais retardada e admirada do mundo.

- A senhorita quer se sentar? Uma água, café, chá, suco? – Dida disse com a voz aveludada.

- Não... Va-...Obrigada. – “Pessoas ricas e finas não falam valeu” pensei.

Chay reapareceu acompanhado por uma mulher de uns quarenta e oito anos, não que ela aparentasse, mas eu sou boa com essas coisas, ela era bem cuidada, tinha uma pele impecável (melhor que a minha com meus humildes dezesseis anos), vestia um vestido longo de cetim e calçava pantufas brancas aparentemente muito fofas e confortáveis.

- Mãe, essa é minha amiga Cecília. – A palavra “mãe” me congelou por – sei lá – quinze segundos.

- Olá querida! – Ela sorriu para mim e deu dois beijinhos ao lado das minhas bochechas.

- Olá senhora... – Eu respondi. Puta merda. Como se refere a uma mulher fina?

- Pode chamar-me de Dalila. Estava assistindo a um musical, você gosta?

- Na verdade, não. – Sorri envergonhada tentando parecer simpática.

- Não quero ser rude, nem nada, longe disso, mas se importa de voltar para o quarto? É que estava tão animada! Meu Deus! Pareço uma criança! Desculpe-me.

- Não. Tudo bem.

- Ah! Ótimo! Chay mostre a casa para ela. Adorei te conhecer.

E a mãe dele voltou para o quarto andando graciosa, como se ao invés de andar flutuasse por aquele piso estranhamente branco. Ele começou a rir, só então percebi que meus músculos estavam tensos e só relaxei quando Dalila entrou no próprio quarto e fechou a porta.

- Cara, você ficou tão nervosa!

- Você me apresentou a tua mãe! E você é rico pra caralho! Por que raios você trabalha naquela merda de lugar? – Reclamei – Eu estou parecendo uma mendiga qual a impressão que ela terá de mim?

- A melhor, eu garanto! – Ele sorriu e me puxou para dentro da terceira porta do corredor – Esse é meu quarto.

Era foda. Assim como a sala. O teto imitava o universo, parecia que estávamos no espaço, era lindo, surreal. Tinha uma cama de casal com lençóis pretos e travesseiros gordos, as paredes tinham pôsteres de bandas, fotografias, recortes de revista e desenhos, uma escrivaninha com um computador e alguns objetos legais (por exemplo: uma coleção de bonecos do Star Wars).

- Quarto legal... – Disse sentando na cama dele, que era muito fofa por sinal.

- É eu também acho. Bem do meu jeito.

- Você é muito rico, cara. Sério, por que você trabalha no cyber café?

- Eu gosto de ter meu próprio dinheiro. Meus pais são ricos, eu só vou herdar esse dinheiro quando eles morrerem e eu não quero que isso aconteça logo, fora que pelo meu conhecimento de John ele me daria um golpe e acabaria ficando com tudo. – Chay sentou ao meu lado, fiquei incomodada no mesmo momento, como se meu “radar-medo-de-intimidade” apitasse.

- Bem provável. – ri.

A mão de Chay subia e descia pela minha coxa e o silêncio que ficou logo foi preenchido pelo som dos nossos beijos, chegava a ser estranhamente nojento. Ele se inclinou por cima do meu corpo, me obrigando a deitar na cama, coloquei a mão por dentro da camisa dele e ele acariciava minha coxa, a sua outra mão que estava segurando minha nuca dando apoio logo estava por dentro da minha camisa e... Click. A porta se abriu e nós dois estávamos assustados e em questões de segundos sentados na cama olhando para cara de Dida.

- Ai meu Deus! Mil desculpas! Eu não sabia que vocês... É... John perguntou se vocês vão demorar. – Dida disse rápido, nitidamente envergonhada.

- A gente já vai descer. – Chay disse com um sorriso de lado e ela ia saindo do quarto – Dida! – Ela voltou e deu uma olhada esperando o que ele queria falar – A gente não estava transando, está tudo bem, ok?

- Hm... Ok. Desculpe assim mesmo. – Dida disse e fechou a porta.

Comecei a dar risada, uma verdadeira crise de risos que deixou minha barriga doendo, Chay riu comigo e caímos de costas na cama lado a lado olhando para o teto.

- Ela achou que a gente ia se comer – Disse rindo e colocando a mão na barriga.

- Eu pretendia, mas fui burro o bastante para deixar a porta destrancada.

- Não sei se ia querer perder minha virgindade com você.

- Bom, eu ia. – Ele deu de ombros e ficou de pé em frente a mim, me deu a mão e me puxou para levantar da cama – Vamos. John nos espera.


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