Estavam todos reunidos na grande sala de reunião da SHIELD, menos Clint, o que foi no mínimo estranho para eles já que Furry havia convocado aquela reunião urgente no meio da madrugada. Todos estavam sentados na mesa no centro da sala, alguns com cara de sono, outros com olhar alerta temendo o que pode ter acontecido para Nick tê-los chamado num horário não tão propício. Pensavam ter a ver com Loki, que havia retornado com a ajuda dos Jotuns, porém controlado antes que fizesse algum estrago maior e agora cumpria pena na base da SHIELD, mas não era nada com ele, Hill, apesar de não saber muito, já havia adiantado.

– Bom dia, Vingadores. Vocês já devem desconfiar que as notícias não são boas. – Furry entrou como um furacão na sala de reuniões, sendo seguido por Maria Hill, com cara de poucos amigos, e Phill Coulson, com uma pasta em mãos e cara de preocupado.

– Eu espero que seja realmente ruim pra me acordar uma hora dessas, meu sono é sagrado sabia? – Um Stark com os pés em cima da mesa disse debochado e recebeu um olhar de censura de Furry. Tirou instantaneamente os pés dali e se pôs a fitar Nick.

– Eu vou ser direto, preciso que vocês sejam fortes. Há algum tempo nós caçamos uma garota, o nome dela é Hanna, mas é mais conhecida como Raven. A garota matou alguns de nossos melhores agentes, no entanto eles estavam despreparados, e esses ataques geralmente aconteceram quando os agentes estavam de folga. Dessa vez mandamos Clint, porque achamos que ele estaria mais que preparado para capturar a garota. – Nick fez uma pausa, se aproximou e colocou as mãos na mesa, pôde ver Natasha engolindo em seco. – No entanto, a garota conseguiu vencer nosso melhor agente.

– Onde ele está – Natasha disse interrompendo Nick, que lhe lançou um olhar legível e carregado de cautela. Ela entendera o recado. Respirou fundo, os olhos começavam a marejar. – Onde está a garota? – Ela disse alterando a voz e limpando as lagrimas com as mãos. – Onde ela está, Nick? – Gritou, assustando todos na mesa, que já não sabiam como reagir a tal noticia e olhavam ora para Natasha, ora para Nick.

– Natasha, eu sei que vai ser difícil, mas o importante é não perdermos o controle. É isso que ela quer. – Furry disse calmamente – Coulson, Hill... – Chamou-os, virando-se para eles que se aproximaram da mesa.

– Já temos gente na cola da garota, mas são espiões e eles estão sendo cautelosos. – Coulson disse, abrindo a pasta e tirando de lá um mapa. Colocou aberto em cima da mesa. – Esse é o mapa por onde a garota passou nos últimos meses.

– França? – Steve interrompeu.

– Exatamente, Clint foi encontrado num galpão abandonado afastado do centro de Paris – Coulson apontou o lugar no mapa, que continha um “x” em vermelho. Ao ouvir isso, Natasha gelou. Seu sangue estava quente e o que ela mais queria era matar a desgraçada, estava sendo forte naquela sala.

– O mais estranho é que ela não saiu da cidade – Hill disse, interrompendo. – O natural seria ela sair, desaparecer por um tempo. A garota sabe que tem gente grande atrás dela, e continua frequentando os mesmos lugares. Como se esperasse algo.

– Como vocês podem ver, ela é perigosa, captura-la será a próxima missão dos Vigadores. Vocês partem logo que o sol sair, agora vão e arrumem suas malas – Nick falava e Natasha foi a primeira a sair em disparada, não esperou Furry passar o resto da missão. Maria fez menção de ir atrás dela, mas Furry acenou que não, era melhor deixa-la um pouco sozinha.

Coulson distribuía alguns papeis à eles, contendo todas as informações sobre a garota que precisavam saber. Os quatro vingadores que se encontravam na sala permaneciam em silencio, tentando absorver a notícia da morte de Hawkeye. Tivera momentos muito bons com ele, todos eles se lembravam. Estavam desfalcados agora.

Natasha subiu até o ultimo andar do enorme prédio, pelas escadas. Precisava descarregar aquele ódio de alguma forma, o aperto no peito era quase palpável. Sentou-se a beira do prédio e olhou pra baixo, as pessoas e carros pareciam formigas. A única coisa que pensava era em acabar com a vida daquela que provocava sua dor, a infeliz que matara seu querido Clint. Evitava pensar nele para não sofrer mais, e de súbito lembrou da conversa que tivera com Loki alguns meses atrás na qual ele ameaçara Clint, não sabia se ele havia falado sério ou se queria apenas provoca-la. Teria ele algo a ver com tudo aquilo? Resolveu tirar a prova, levantou e saiu a passos largos rumo ao elevador. A prisão era subterrânea, longe demais para usar as escadas.

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Loki se encontrava sentado, com os olhos fechados apesar de conseguir ver tudo a sua volta. Seus poderes foram retirados dele, ele estava fraco, mas ainda possuía seu lado sensitivo e podia ler mentes. Esboçou um sorriso perverso quando sentiu que tinha visita.

– Natasha Romanoff, a que lhe devo a honra? – Abriu os olhos e fitou intensamente a ruiva através do vidro.

– Preciso de uma informação. – Tasha disse sem deixar transparecer nada – O que você sabe sobre Hanna Schmidt? – Loki por sua vez fez uma cara de confuso, se Natasha veio lhe perguntar sobre ela, é porque algo ela lhe fizera.

– Me fale mais sobre o que você quer saber. – Loki disse sem tirar o sorriso da face.

– Não vou lhe contar nada, Loki. Só te digo uma coisa, se eu souber que você está por trás do que houve hoje, você não vai sair dessa prisão sem sofrer as piores torturas conhecidas. – Natasha disse com uma pontada de raiva, o que fez Loki se levantar com um pouco de dificuldade, caminhar próximo a ela e aumentar seu sorriso.

– Isso nos seus olhos é sofrimento, agente Romanoff? Me diga, o que essa garota fez pra te deixar tão defensiva e desprotegida como agora? – Ela não sabia se Loki conhecia a garota ou se estava blefando, mas não queria descobrir. Olhou fundo nos olhos dele, intensos e verdes como sempre, se viro e saiu novamente a passadas largas. Iria viajar em poucas horas e tinha muito o que planejar.

Loki conseguiu captar tudo o que Natasha passava apenas naquela troca de olhares, não pôde deixar de sorrir. Como a garota conseguiu matar o melhor agente daquela organização ainda era um mistério, mas precisava descobrir, melhor, precisava conhecer a garota.